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Os jovens que ainda usam máscara por vergonhaslot machine gratismostrar o rosto: 'Sou feio, mãe':slot machine gratis
A história da jovem ressoa nos relatosslot machine gratiscentenasslot machine gratisjovens nas redes sociais,slot machine gratisespecial adolescentes, que dizem ter dificuldadeslot machine gratisficar sem máscara foraslot machine gratiscasa por vergonhaslot machine gratismostrar o próprio rosto.
Em muitos casos, eles são alguns dos únicos alunos da classe que continuam a utilizar o acessório rigorosamente, e sofrem bullyingslot machine gratiscolegas que questionam o uso e até tentam retirá-lo à força.
Outros dizem que a máscara os ajuda a passar despercebidos e diminuir as interações sociais, inclusive chamando menos atenção dos professores.
A situação ganha complexidade num momentoslot machine gratisreincidência dos casosslot machine gratiscoronavírus,slot machine gratisque a máscara é recomendada para frear o contágio da doença.
Em que momento, então, o uso rigoroso do acessório por adolescentes se torna preocupante? E como pais e professores podem lidar com essa situação?
Hábito antigo
O costumeslot machine gratisusar acessórios que desviam o próprio corpo da atenção alheia não é algo novo entre os adolescentes.
Moletons largos, bonés e cabelo longo sobre o rosto são alguns dos "mecanismos" aos quais os jovens recorrem para lidar com inseguranças relacionadas à autoimagem corporal, explica o psicólogo e doutorslot machine gratiseducação Alessandro Marimpietri.
A cantora Billie Eilish é um exemplo desse comportamento: quando tinha 17 anos, declarou que preferia vestir roupas largas para que os fãs e a imprensa não a sexualizassem por contaslot machine gratisseus seios grandes.
Marimpietri explica que a pandemia e a reclusão forçada do contato social foram agravantes dessa questão.
"Um adolescente que entrou na pandemia com 13 anos e agora tem 15, por exemplo, se modificou do pontoslot machine gratisvista físicoslot machine gratismaneira muito substancial. Muitos já estavam inseguros sobre como iriam se apresentar para o outro do pontoslot machine gratisvista imagético e comportamental — e a máscara figura como um anteparo simbólicoslot machine gratisproteção, como se a autoimagem estivesse resguardada por uma fronteira que me protege do olhar do outro."
Ele acrescenta que os problemas com a imagem corporal foram inflados na pandemia, quando nosso recursoslot machine gratisinteração social era, muitas vezes, digital.
"Se ver o tempo todo nas telas e nos ângulos das câmeras digitais modificou a autopercepçãoslot machine gratistodos os sujeitos: crianças, adultos, idosos. No caso dos adolescentes, isso ocorreuslot machine gratismaneira destacada, já que se somam outras questões próprias dessa fase", diz.
O que se perde ao esconder o rosto
Marimpietri explica que as expressões faciais são "pistas não-verbais importantes para o desenvolvimento da vida do sujeito — do pontoslot machine gratisvista psíquico, da interação social, e até da cognição".
Ao esconder parte do rosto com a máscara por tempo indefinido, os adolescentes escondem, também, essas pistas fundamentais para a convivência e interação socioafetiva.
Esse prejuízo é percebido por Simone Machado, professoraslot machine gratisLíngua Portuguesa da rede públicaslot machine gratisSão Paulo.
"Os professores leem os alunos a todo momento, mesmo quando não dizem nada. São expressõesslot machine gratisdúvida, por exemplo, que nos fazem repetir uma explicação. As máscaras atrapalham essa troca", conta.
A professora relata que seus alunos que seguiram usando máscara mesmo quando houve uma flexibilização da medida são estudantes que já tinham um comportamento introspectivo e dificuldadesslot machine gratissocialização.
Um deles, conta Machado, ficou ainda mais tímido depois da pandemia. "É como se a máscara fosse mais um muro na socialização dele com o mundo. Até seu olhar ficou menos expressivo e, quando lhe faço perguntas, ele responde apenas balançando a cabeça — nem consigo lembrar como éslot machine gratisvoz."
Ela acrescenta que essa situação é especialmente delicada com o aumento nos casosslot machine gratisinfecção por coronavírus. "Como falar para os paisslot machine gratisum aluno que seu filho 'está usando máscara demais'?"
Como abordarslot machine gratiscasa
A mãeslot machine gratisLaura, personagem que abre esse texto, descreve o comportamento da filha como algo passageiro, segundo relata a irmã da garota. "Minha mãe diz que é só uma fase, e que Laura* está 'fazendo graça'."
Ela conta que um tio já obrigou Laura a tirar a máscaraslot machine gratisum evento familiar, mas que a jovem ficou visivelmente desconfortável.
"Eu falo para minha mãe que ela deveria colocar Lauraslot machine gratisum psicólogo, mas ela não escuta."
Ela adiciona queslot machine gratisirmã passa boa parte do dia no computador, jogando RPG — um tiposlot machine gratisjogoslot machine gratisque cada jogador é representado por um personagem fictício, com uma narrativa e características próprias.
Fabiana*, uma outra mãe cujo filho também tem dificuldadesslot machine gratissairslot machine gratiscasa sem máscara, conta que pode ser difícil para os pais entender esse comportamento.
Como perderam dois parentes próximos para a covid-19, ela associava o uso rigoroso da máscara por seu filho como um receioslot machine gratisse infectar e disseminar o vírus.
Com o tempo, foi percebendo que o acessório tinha adquirido outros contornos. "Ele entrou na puberdade na pandemia, agora tem espinhas e colocou um aparelho. Já me disse maisslot machine gratisuma vez: 'Eu sou feio, mãe'."
Ela confessa que já chegou a perder a paciência com o comportamento do filho. Mas diz que,slot machine gratisgeral, eles conversam com frequência sobre o assunto e que ele mesmo já decidiu flexibilizar esse uso no ano que vem.
Essa é uma das estratégias mais importantes que os pais podem assumir, conta Marimpietri.
"Não há receitaslot machine gratisbolo. Mas,slot machine gratisum mundo que é construído por palavras, é preciso acessar os jovens por meio delas: entender o que motiva esse comportamento e pensar, aos poucos,slot machine gratismaneiras alternativasslot machine gratislidar com esses sentimentos."
No ambiente escolar
Na escola, a professoraslot machine gratisgeografia Luciana Cardoso ressalta a importância das conversas entre os professores. "Foi no 'conselhoslot machine gratisclasse' que descobri, por um outro professor, que uma aluna minha usa sempre a máscara por vergonhaslot machine gratisum dente faltando."
Se um professorslot machine gratisEducação Física, por exemplo, fala que o aluno pratica esportes vestindo moletom e máscara, isso acende um alerta diferente para os professores que só os veem dentroslot machine gratissala, reflete Cardoso.
Para a professora Simone Machado, uma estratégia interessante é não falar diretamente sobre o uso insistente da máscara, mas tentar incentivar a socialização desses alunos por outras vias — passando trabalhosslot machine gratisgrupo dentro e fora da salaslot machine gratisaula, por exemplo.
A médica pediatra Evelyn Eisenstein lembra que, entre os jovens, é mais comum que haja um comportamento negligente quanto às medidas sanitáriasslot machine gratiscombate à covid.
"Estamos num momentoslot machine gratiscautela,slot machine gratisque a máscara deve ser usadaslot machine gratisaglomerações como transportes públicos, centros comerciais e também nas escolas", alerta.
*Os nomes originais foram alterados para preservar a identidade dos entrevistados
- Este texto foi publicadoslot machine gratishttp://vesser.net/brasil-63867603
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