'Caminhoneiros são reféns77 betsgrupos bolsonaristas armados', diz entidade do setor:77 bets

Crédito, Diego Vara/Reuters

Legenda da foto, Apoiadores77 betsJair Bolsonaro77 betsprotesto na rodovia BR-251

"Os caminhoneiros autônomos e celetistas estão sendo penalizados por esses grupos políticos armados e agressivos que defendem interesses partidários e não representam trabalhadores e não respeitam os cidadãos." A CNTTL também defende, no comunicado, a prisão dos que estão participando das interdições77 betspistas.

"É o momento das autoridades agirem com rigor no cumprimento do comando constitucional e efetivar a prisão77 betsflagrante77 betstodos que estão nesse momento tentando subverter a ordem do Estado Democrático."

Bloqueios afetaram quase todos os Estados do país

Pouco tempo após a vitória77 betsLuiz Inácio Lula da Silva (PT) ser confirmada no segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL), grupos77 betscaminhoneiros bolsonaristas e outros apoiadores do atual presidente começaram a fechar rodovias.

Até a manhã desta terça,77 betsacordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), havia bloqueios parciais ou totais mais77 bets23 Estados (incluindo o Distrito Federal) — os únicos onde não havia registros77 betsocorrências eram Alagoas e Amapá. O ministro Alexandre77 betsMoraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a PRF desbloqueie as rodovias. Pela decisão77 betsMoraes,77 betscaso77 betsdescumprimento, deve ser aplicada multa77 betsR$ 100 mil por hora, suspensão e prisão77 betsflagrante do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.

Moraes também permitiu que policiais militares atuem para desmobilizar os grupos que estão paralisando as rodovias.

Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira, diretores da PRF negaram que o órgão teria sido omisso77 betsrelação às manifestações.

"Em momento algum [...] a polícia rodoviária se omitiu. (Houve) determinação do ministro da Justiça (Anderson Torres) e do nosso diretor-geral (da PRF, Silvinei Marques) para atuar desde o primeiro instante. Esta foi a orientação e é isto que estamos executando", disse o diretor77 betsoperações da PRF, Djairlon Henrique Moura, durante entrevista coletiva realizada nesta terça-feira.

O corregedor-geral da PRF, Wendel Matos, disse que o órgão já identificou pelo menos três agentes que, segundo vídeos que circulam77 betsredes sociais, teriam sido coniventes com os manifestantes. Os casos teriam ocorrido nos estados77 betsSão Paulo e Santa Catarina.

Segundo Matos, a PRF já teria aberto processos administrativos para apurar a conduta dos agentes.

"A PRF não apoia a ilegalidade, a atuação ilegal ou fechamento77 betsrodovias federais. Os casos que têm aparecido na internet já foram identificados. A corregedoria-geral do órgão já instaurou um procedimento para apurar esses casos", disse Matos.

O corregedor-geral disse, no entanto, que os agentes identificados ainda não foram afastados77 betssuas funções porque, neste momento, a PRF precisaria77 betstodo o efetivo possível.

"Foram identificados, mas não foram afastados. As chefias foram orientadas a identificar o que aconteceu e estão sendo orientadas como proceder. Não há como afastar, precisamos do efetivo da força nesse momento", afirmou o corregedor-geral.

Ainda na coletiva, o diretor77 betsinteligência da PRF, Luís Carlos Reischak Júnior, disse que o órgão não teria tido elementos para dimensionar a as manifestações.

"O fato é que a crise escalou muito rápido. Às 23h30 do dia 30, nós tínhamos 27 pontos (de bloqueio). À 0h, havia 37 pontos. À 1h da manhã, havia 111 pontos. Não tínhamos nenhum elemento77 betsque a crise iria ter essa envergadura. Se tivéssemos a certeza mais elevada, nós assessoraríamos nossos gestores para que a gente mobilizasse os recursos", afirmou.

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Legenda da foto, Pneus queimados e entulho são usados para não deixa veículos passarem77 betsalguns locais

'Posicionamento do presidente é que determinará rumo dos protestos'

Janderson Maçanero, caminhoneiro77 betsItajaí (SC) conhecido como Patrola, que faz parte dos protestos atuais, diz que, na77 betscidade, a movimentação é composta apenas por 20%77 betscaminhoneiros, e o restante dos manifestantes são cidadãos77 betsdiferentes profissões.

O cenário, com o propósito77 betsnão aceitar um novo presidente, é diferente77 betsoutros que o caminhoneiro participou, como77 bets2014, uma paralisação feita para reivindicar queda nos preços77 betscombustíveis, e77 bets2019, pela contratação direta77 betscaminhoneiros sem terceiros que intermediassem valores.

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Legenda da foto, Janderson Maçanero, caminhoneiro77 betsItajaí (SC)

Ele afirma também que os protestos não têm liderança direta ou reivindicação específica — alguns, por exemplo, defendem um golpe77 betsEstado conduzido pelos militares, que ele diz não ser o seu caso — mas todos têm,77 betscomum, a rejeição a Lula e a não aceitação da vitória do petista nas eleições.

"É o posicionamento do presidente que determinará rumo dos protestos e o posicionamento da categoria. Estamos esperando ele falar. Ou Bolsonaro vai à guerra, ou ele se extinguirá do cenário político, porque aí ele não é o líder que pensávamos."

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Legenda da foto, Foto77 betsprotesto no Mato Grosso do Sul

Patrola afirma que "ir à guerra", para ele, é não aceitar o resultado, mas não descreve exatamente como isso poderia se desenrolar, já que ele próprio diz não apoiar um golpe militar. Ele diz aguardar que o presidente anuncie a solução.

A aceitação dos resultados por parte77 betsBolsonaro, complementa, seria uma decepção para ele e para muitos77 betsseus colegas.

Sobre quanto tempo a paralisação poderia durar, ele diz que "tempo é relativo" para os caminhoneiros. "Aqui estamos77 betscasa. Nosso caminhão tem onde comer, onde dormir… Esse é o nosso cotidiano."

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Legenda da foto, Bloqueio77 betsestradas começou após TSE anunciar resultado das eleições

'Acredito que a categoria não terá dificuldade77 betsnegociar com o governo Lula'

Wanderlei Dedeco, caminhoneiro77 betsCuritiba, Paraná, que atua como "conselheiro" das lideranças dos caminhoneiros, segundo77 betsprópria descrição, se diz contra as paralisações e afirma que até o começo do dia, não acreditava que os protestos durariam por muito tempo, mas já passou a ver o cenário com "outros olhos".

"As manifestações estão crescendo rapidamente, e não tem uma intervenção imediata da PRF como houve77 betsoutras ocasiões. Além disso, a demora77 betsBolsonaro para se pronunciar pode contribuir para que os protestos se alastrem."

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Legenda da foto, Wanderlei Dedeco, caminhoneiro77 betsCuritiba, Paraná

"Os protestos estão sendo feitos por caminhoneiros revoltados, que não aceitam perder, e por empresários — nos locais você só vê 'carrões' — que acreditam que vão perder algo com o governo Lula. Mas a democracia marcou presença ontem, é assim que funciona o jogo."

Crédito, Diego Vara/Reuters

Legenda da foto, Apesar dos protestos, há representantes dos caminhoneiros que acreditam haver possibilidade77 betsdiálogo com o governo Lula

Dedeco foi uma das lideranças da greve77 betscaminhoneiros77 bets2018, e diferentemente dos caminheiros ativos nos protestos, apoiou Lula no segundo turno das eleições.

"Já fui um crítico do PT e do Lula, acreditei na Lava-Jato. Mas se o STF não o condenou, quem sou eu para fazer isso? Eu votei no Lula e agora quero ver ele governar. Se ele fizer algo errado, pode ter certeza que eu vou criticar, diferentemente dos bolsonaristas que ficaram 'endeusando' Bolsonaro e aceitavam tudo77 betserrado que ele fazia."

Na opinião dele, os caminhoneiros tendem a ser beneficiados com a eleição77 betsLula. "Com o governo Bolsonaro não havia condições para sentar e negociar. Já o governo77 betsLula sempre foi mais democrático, aberto a ouvir o que estava bom e o que não estava. Acredito que a categoria não terá dificuldade77 betsnegociar com o governo Lula", diz.

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