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'Caminhoneiros são reféns77 betsgrupos bolsonaristas armados', diz entidade do setor:77 bets
"Os caminhoneiros autônomos e celetistas estão sendo penalizados por esses grupos políticos armados e agressivos que defendem interesses partidários e não representam trabalhadores e não respeitam os cidadãos." A CNTTL também defende, no comunicado, a prisão dos que estão participando das interdições77 betspistas.
"É o momento das autoridades agirem com rigor no cumprimento do comando constitucional e efetivar a prisão77 betsflagrante77 betstodos que estão nesse momento tentando subverter a ordem do Estado Democrático."
Bloqueios afetaram quase todos os Estados do país
Pouco tempo após a vitória77 betsLuiz Inácio Lula da Silva (PT) ser confirmada no segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL), grupos77 betscaminhoneiros bolsonaristas e outros apoiadores do atual presidente começaram a fechar rodovias.
Até a manhã desta terça,77 betsacordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), havia bloqueios parciais ou totais mais77 bets23 Estados (incluindo o Distrito Federal) — os únicos onde não havia registros77 betsocorrências eram Alagoas e Amapá. O ministro Alexandre77 betsMoraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a PRF desbloqueie as rodovias. Pela decisão77 betsMoraes,77 betscaso77 betsdescumprimento, deve ser aplicada multa77 betsR$ 100 mil por hora, suspensão e prisão77 betsflagrante do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.
Moraes também permitiu que policiais militares atuem para desmobilizar os grupos que estão paralisando as rodovias.
Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira, diretores da PRF negaram que o órgão teria sido omisso77 betsrelação às manifestações.
"Em momento algum [...] a polícia rodoviária se omitiu. (Houve) determinação do ministro da Justiça (Anderson Torres) e do nosso diretor-geral (da PRF, Silvinei Marques) para atuar desde o primeiro instante. Esta foi a orientação e é isto que estamos executando", disse o diretor77 betsoperações da PRF, Djairlon Henrique Moura, durante entrevista coletiva realizada nesta terça-feira.
O corregedor-geral da PRF, Wendel Matos, disse que o órgão já identificou pelo menos três agentes que, segundo vídeos que circulam77 betsredes sociais, teriam sido coniventes com os manifestantes. Os casos teriam ocorrido nos estados77 betsSão Paulo e Santa Catarina.
Segundo Matos, a PRF já teria aberto processos administrativos para apurar a conduta dos agentes.
"A PRF não apoia a ilegalidade, a atuação ilegal ou fechamento77 betsrodovias federais. Os casos que têm aparecido na internet já foram identificados. A corregedoria-geral do órgão já instaurou um procedimento para apurar esses casos", disse Matos.
O corregedor-geral disse, no entanto, que os agentes identificados ainda não foram afastados77 betssuas funções porque, neste momento, a PRF precisaria77 betstodo o efetivo possível.
"Foram identificados, mas não foram afastados. As chefias foram orientadas a identificar o que aconteceu e estão sendo orientadas como proceder. Não há como afastar, precisamos do efetivo da força nesse momento", afirmou o corregedor-geral.
Ainda na coletiva, o diretor77 betsinteligência da PRF, Luís Carlos Reischak Júnior, disse que o órgão não teria tido elementos para dimensionar a as manifestações.
"O fato é que a crise escalou muito rápido. Às 23h30 do dia 30, nós tínhamos 27 pontos (de bloqueio). À 0h, havia 37 pontos. À 1h da manhã, havia 111 pontos. Não tínhamos nenhum elemento77 betsque a crise iria ter essa envergadura. Se tivéssemos a certeza mais elevada, nós assessoraríamos nossos gestores para que a gente mobilizasse os recursos", afirmou.
'Posicionamento do presidente é que determinará rumo dos protestos'
Janderson Maçanero, caminhoneiro77 betsItajaí (SC) conhecido como Patrola, que faz parte dos protestos atuais, diz que, na77 betscidade, a movimentação é composta apenas por 20%77 betscaminhoneiros, e o restante dos manifestantes são cidadãos77 betsdiferentes profissões.
O cenário, com o propósito77 betsnão aceitar um novo presidente, é diferente77 betsoutros que o caminhoneiro participou, como77 bets2014, uma paralisação feita para reivindicar queda nos preços77 betscombustíveis, e77 bets2019, pela contratação direta77 betscaminhoneiros sem terceiros que intermediassem valores.
Ele afirma também que os protestos não têm liderança direta ou reivindicação específica — alguns, por exemplo, defendem um golpe77 betsEstado conduzido pelos militares, que ele diz não ser o seu caso — mas todos têm,77 betscomum, a rejeição a Lula e a não aceitação da vitória do petista nas eleições.
"É o posicionamento do presidente que determinará rumo dos protestos e o posicionamento da categoria. Estamos esperando ele falar. Ou Bolsonaro vai à guerra, ou ele se extinguirá do cenário político, porque aí ele não é o líder que pensávamos."
Patrola afirma que "ir à guerra", para ele, é não aceitar o resultado, mas não descreve exatamente como isso poderia se desenrolar, já que ele próprio diz não apoiar um golpe militar. Ele diz aguardar que o presidente anuncie a solução.
A aceitação dos resultados por parte77 betsBolsonaro, complementa, seria uma decepção para ele e para muitos77 betsseus colegas.
Sobre quanto tempo a paralisação poderia durar, ele diz que "tempo é relativo" para os caminhoneiros. "Aqui estamos77 betscasa. Nosso caminhão tem onde comer, onde dormir… Esse é o nosso cotidiano."
'Acredito que a categoria não terá dificuldade77 betsnegociar com o governo Lula'
Wanderlei Dedeco, caminhoneiro77 betsCuritiba, Paraná, que atua como "conselheiro" das lideranças dos caminhoneiros, segundo77 betsprópria descrição, se diz contra as paralisações e afirma que até o começo do dia, não acreditava que os protestos durariam por muito tempo, mas já passou a ver o cenário com "outros olhos".
"As manifestações estão crescendo rapidamente, e não tem uma intervenção imediata da PRF como houve77 betsoutras ocasiões. Além disso, a demora77 betsBolsonaro para se pronunciar pode contribuir para que os protestos se alastrem."
"Os protestos estão sendo feitos por caminhoneiros revoltados, que não aceitam perder, e por empresários — nos locais você só vê 'carrões' — que acreditam que vão perder algo com o governo Lula. Mas a democracia marcou presença ontem, é assim que funciona o jogo."
Dedeco foi uma das lideranças da greve77 betscaminhoneiros77 bets2018, e diferentemente dos caminheiros ativos nos protestos, apoiou Lula no segundo turno das eleições.
"Já fui um crítico do PT e do Lula, acreditei na Lava-Jato. Mas se o STF não o condenou, quem sou eu para fazer isso? Eu votei no Lula e agora quero ver ele governar. Se ele fizer algo errado, pode ter certeza que eu vou criticar, diferentemente dos bolsonaristas que ficaram 'endeusando' Bolsonaro e aceitavam tudo77 betserrado que ele fazia."
Na opinião dele, os caminhoneiros tendem a ser beneficiados com a eleição77 betsLula. "Com o governo Bolsonaro não havia condições para sentar e negociar. Já o governo77 betsLula sempre foi mais democrático, aberto a ouvir o que estava bom e o que não estava. Acredito que a categoria não terá dificuldade77 betsnegociar com o governo Lula", diz.
- Este conteúdo foi publicado originalmente77 betshttp://vesser.net/brasil-63460011
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