'Por que fiz um vídeo ironizando o meu diagnósticoesportes da sorte goiascâncer no pulmão':esportes da sorte goias

O tabagismo ou a exposição passiva ao tabaco são apontados como importantes fatoresesportes da sorte goiasrisco para o desenvolvimentoesportes da sorte goiascânceresportes da sorte goiaspulmão. Segundo dados do Instituto Nacionalesportes da sorte goiasCâncer (Inca), a doença é associada ao consumoesportes da sorte goiasderivados do tabacoesportes da sorte goias85% dos casos.

No fim do século 20, ainda segundo o Inca, o cânceresportes da sorte goiaspulmão se tornou uma das principais causasesportes da sorte goiasmortes evitáveis. Em 2020, dado mais recente, foram registradas 28.620 mortesesportes da sorte goiasdecorrência da doença no país.

As décadasesportes da sorte goiastabagismo

A históriaesportes da sorte goiasInês é um exemplo das consequências do tabagismo, pontua o oncologista Fernando Medina da Cunha, responsável por acompanhar a aposentada no Centro Oncológicoesportes da sorte goiasCampinas (COC).

"O tabaco tem milharesesportes da sorte goiassubstâncias cancerígenas, além da nicotina, que é uma droga que vicia. Isso pode afetar não só o pulmão, como esôfago, boca, pâncreas e bexiga. As substâncias do alcatrão, que contém no cigarro, causam mutações nas células pulmonares, que perdem a capacidadeesportes da sorte goiasmorrer e iniciam o processoesportes da sorte goiasmultiplicaçãoesportes da sorte goiasprogressão geométrica, formando o tumor, que chamamosesportes da sorte goiascâncer devido àesportes da sorte goiascapacidadeesportes da sorte goiasinfiltrar nos tecidos vizinhos", detalha o médico.

Inês conta que começou a consumir cigarro aos 13 anos. "Aos 14 também me tornei viciadaesportes da sorte goiasmaconha e aos 20 comecei a usar anfetamina. Aos 30, abandonei tudo, menos o cigarro", diz.

Dentro da própria família, Inês teve um exemplo da consequência do cigarro após o pai dela, que foi fumante por décadas, morreresportes da sorte goiasdecorrênciaesportes da sorte goiasum cânceresportes da sorte goiaspulmão.

"Mas a gente acha que nunca vai acontecer nada com a gente", diz a aposentada.

Quando ela tinha 58 anos, começou a notar problemasesportes da sorte goiassaúde cada vez piores.

"Eu fumava muito, quase dois maçosesportes da sorte goiascigarro por dia. Não conseguia mais andar direito porque me dava muita faltaesportes da sorte goiasar", conta. Ela foi diagnosticada com enfisema pulmonar, doença que prejudica estruturas do pulmão e causa dificuldades respiratórias.

Diante do problema, decidiu que era o momentoesportes da sorte goiasabandonar o cigarro.

"Eu tinha 58 anos quando pareiesportes da sorte goiasvez. Não foi fácil, tive que tomar remédio para ficar mais calma porque ficava muito nervosa sem o cigarro", relembra.

Em 2020, após enfrentar dificuldades até mesmo para caminhar, Inês procurou um pneumologista. Ela passou por diversos tiposesportes da sorte goiasexames e foi diagnosticada com um tipoesportes da sorte goiascânceresportes da sorte goiaspulmão conhecido como neuroendócrinoesportes da sorte goiaspequenas células, um tumor que se espalhaesportes da sorte goiasforma rápida.

"Ele é altamente ligado ao tabagismo, cresce muito mais rápido e atinge outras regiões, como ossos, fígado, boca, entre outros. Ele é extremamente agressivo", explica o oncologista Fernando Medina.

A aposentada precisou ser submetida a uma cirurgia para retirada do tumor e passou por cercaesportes da sorte goias25 sessõesesportes da sorte goiasradioterapia.

"Encarei o diagnóstico e o tratamento numa boa. Não chorei e não me desesperei", afirma Inês.

Ela diz que não se desesperou nem mesmo quando descobriu, cercaesportes da sorte goiasum ano após o fim do primeiro tratamento, que a doença havia atingido outras regiões (processo conhecido como metástase).

Inês foi submetida a outras duas cirurgias para retiradaesportes da sorte goiastumores que surgiram após o fim do primeiro tratamento e deu início à quimioterapia. Atualmente, a aposentada segueesportes da sorte goiastratamento.

A idosa afirma que sabe da gravidade da doença, mas prefere levar a situação da melhor forma possível.

Desde o primeiro diagnóstico, ela tentou colocar a vidaesportes da sorte goiasordem. "Deixei uma folhaesportes da sorte goiaspagamentos, explicando tudo o que eu e meu esposo tínhamos que pagar. Também deixei todas as minhas senhas para as minhas filhas."

'Véia do fumacê'

Um dos objetivosesportes da sorte goiasInês,esportes da sorte goiasmeio ao tratamento, era que aesportes da sorte goiasdoença se tornasse um alerta para outras pessoas. Por isso, pediu para a filha caçula gravar um vídeo durante uma sessãoesportes da sorte goiasquimioterapia. O registro foi compartilhado pela aposentada no TikTok e logo repercutiu na rede.

Na publicação, muitas pessoas desejaram melhoras, outras a parabenizaram pela coragemesportes da sorte goiascompartilhar o alerta e também elogiaram a forma como ela encara a doença.

"Tem que ironizar a situação, porque se levar a sério isso eu fico louca", justifica Inês, que se define como a "veia do fumacê" por afirmar queesportes da sorte goiasseu passado era "praticamente fumaça ambulante".

Depois da surpresa com a repercussão do vídeo, Inês continuou compartilhando outras publicações sobre aesportes da sorte goiashistória com a doença e com o tabagismo no TikTok.

O médico que a acompanha elogia a iniciativa da pacienteesportes da sorte goiasdivulgar as causas do cânceresportes da sorte goiaspulmão e alertar sobre o tabagismo. "Achei uma medida fantástica", resume Medina.

Enquanto segue com o tratamento, ela continua compartilhando os detalhesesportes da sorte goiasseu perfil no TikTok. No vídeo mais recente, publicado no sábado (13/08), ela mostrou o momentoesportes da sorte goiasque raspou o cabeloesportes da sorte goiasrazão da quimioterapia.

Sobre o futuro, ela evita fazer planos. "Quero viver um dia por vez e não esperar nada. É a melhor coisa que faço: viver o presente. Sempre fui assim."

"Não adianta medo, porque morrer todo mundo vai. Agora vou ficar chorando por causaesportes da sorte goiasum câncer? Não vou!", declara.

- Este texto foi publicado originalmente em http://vesser.net/brasil-62486627

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