'Pensavam que eu era branco por ser fluentesites para trader esportivoinglês e francês': como o racismo emperra carreirasites para trader esportivonegros no Brasil:sites para trader esportivo

Crédito, Jorge Bispo

Legenda da foto, Luana Genot se sentiu reprimida por causa da corsites para trader esportivosua pele

Quando parousites para trader esportivomodelar e voltou para casa, encontrou os mesmos obstáculos.

'Falsa democracia racial'

Maissites para trader esportivo50% dos brasileiros se definem como pretos ou pardos, segundo o Censo.

No entanto, dadossites para trader esportivo2016 mostram que os negros ocupam apenas cercasites para trader esportivo6% dos cargos gerenciais e recebemsites para trader esportivomédia 44% menos no geral.

"Aqui existe esse mito da democracia racialsites para trader esportivoque todos, independentemente do tomsites para trader esportivopele, podem ser bem-vindos. E isso é falso", diz Luana. "A mensagem para mim foi que este paraíso não existe. Precisamos construí-lo."

É exatamente isso que ela está tentando fazer com seu instituto — ajudar as empresas brasileiras a serem mais "antirracistas ativamente",sites para trader esportivosuas próprias palavras.

Ela vê o quanto empresas se beneficiamsites para trader esportivoatrair e manter talentos negros que não conseguiriam ingressar no mercado corporativosites para trader esportivooutra forma.

"Isso não é um favor para os negros. As empresas precisam desses negros para pensarsites para trader esportivoprodutos e serviços que atendem a maioria brasileira."

Mudança no topo

As coisas começaram a mudar nos últimos anos. A ação afirmativa encontrou terreno fértil no Brasil. Instituições estatais e universidades públicas estabeleceram cotas para trabalhadores e estudantes negros.

Mas para algumas pessoas, as cotas não são suficientes para fazer a diferença. Há pouco maissites para trader esportivoum ano, Luiza Trajano, proprietária do Magazine Luiza, maior varejista do Brasil, decidiu abrir seu cobiçado programasites para trader esportivotraineesites para trader esportivogestão apenas para candidatos negros.

Crédito, Magazine Luiza

Legenda da foto, Luiza Trajano instituiu um trainee só para candidatos negros

Trajano, que é branca, começou a trabalhar na pequena lojasites para trader esportivopresentessites para trader esportivosua famíliasites para trader esportivoFranca, no interiorsites para trader esportivoSão Paulo, inauguradasites para trader esportivo1957. Ela assumiu as rédeas do negóciosites para trader esportivo1991 e o transformousites para trader esportivoum gigante do varejo, vendendosites para trader esportivotudo,sites para trader esportivohidratantes a MacBooks. Ela diz que as preocupações com seu próprio viés inconsciente sobre o racismo motivaram-na a implementar ações afirmativas emsites para trader esportivoempresa.

A empresária lembra quesites para trader esportivosuas festassites para trader esportivoaniversário ou emsites para trader esportivocasa nunca havia mulheres negras presentes. E sentiu que precisava fazer algo sobre isso.

Trajano descobriu que 52% das pessoas que trabalhavam para o Magazine Luiza eram negras, mas no nível gerencial esse número se limitava a 16%.

Todos os anos, o Magazine Luiza reservava algumas vagas no programasites para trader esportivotraineesites para trader esportivogestão para negros, mas ninguém se candidatava.

Tudo mudou quando a empresa decidiu abrir uma convocatória exclusivamente para negros. O resultado foi surpreendente: 21 mil se candidataram a 20 vagas. A empresa também garantiu que os novos trainees recebessem os mesmos salários que seus colegas brancos.

"Agora quando você olha os corredores da empresa, vê muito mais funcionários negros do que antes. Me parece que eles sentem que pertencem a esse lugar, independentemente do cargo", diz Trajano à BBC.

Faltasites para trader esportivorepresentação

As tentativassites para trader esportivomelhorar o recrutamento e a promoçãosites para trader esportivofuncionários negros são apenas um lado da moeda. O acesso à educação pode ser difícil para muitos jovens negros.

Crédito, Arquivo pessoal/Alabe Nujara

Legenda da foto, Alabe Nujara foi o primeirosites para trader esportivosua família a frequentar a universidade

Alabe Nujara, que hoje trabalha para a ONG Instituto Guetto,sites para trader esportivoSão Paulo, foi um dos responsáveis pela bem-sucedida campanhasites para trader esportivoimplantaçãosites para trader esportivocotas para alunos carentessites para trader esportivoinstituições federais. Quando,sites para trader esportivo2009, se tornou o primeiro da família a entrar na universidade, não viu ninguém lá que se parecesse com ele.

Mas, apesarsites para trader esportivoser um estudante e ativistasites para trader esportivosucesso, Nujara achou muito desafiador ser um homem negro tentando seguir uma carreirasites para trader esportivorelações públicas. Sua impressão é que os negros têm muito mais chancessites para trader esportivoempresas internacionais com sede no país.

Quando finalmente obteve um empregosites para trader esportivouma companhia francesa, ele conta que as pessoas ficavam constantemente surpresas por ele ser negro ao conhecê-lo. A ideiasites para trader esportivotelefonemas e e-mails era que alguém emsites para trader esportivoposição, fluentesites para trader esportivofrancês e inglês, deveria ser branco.

Crédito, Arquivo pessoal/Alabe Nujara

Legenda da foto, Nujara diz que é mais fácil trabalhar para empresas estrangeiras

E essa evidência anedótica é ecoada na pesquisa feita por Graziella Moraes Silva, professora brasileirasites para trader esportivosociologia e antropologia que atualmente trabalha no "Graduate Institute", na Suíça.

De volta ao seu paíssites para trader esportivoorigem, ela pesquisou as experiênciassites para trader esportivoprofissionais negros no Brasil.

Moraes Silva descobriu que, para muitos, a primeira vez que se sentiram bem por serem negrossites para trader esportivosuas carreiras foi nos Estados Unidos.

"O que, eu acho, diz algo sobre o tiposites para trader esportivoreconhecimento que essas pessoas não estavam recebendo no Brasil", diz ela.

A professora assinala que o Brasil — o último país das Américas a abolir a escravidãosites para trader esportivo1888 — procurou projetar a imagemsites para trader esportivoum paíssites para trader esportivoascendência mestiça, onde a cor da pelesites para trader esportivouma pessoa não importa.

Para Luana Genot, há uma crença genuínasites para trader esportivoque o tiposites para trader esportivomudança pela qual ela está trabalhando é alcançável emsites para trader esportivovida.

"Trabalho para não existir mais", diz elasites para trader esportivotomsites para trader esportivobrincadeira.

"Em 50 anos, quero andar pelas empresas e ver mais profissionais negros como gerentes, como diretores. Não quero mais que essa luta seja necessária."

Ouça mais sobre as dificuldadessites para trader esportivoprofissionais negros no mercadosites para trader esportivotrabalho brasileiro para se sentirem aceitos e receberem promoções, ouça a reportagemsites para trader esportivoIvana Davidovic no programa diáriosites para trader esportivonegócios da BBC World.

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