Eleições 2022: Quem são os 5%casas apostas brasileleitores que acham que economia no Brasil vai bem:casas apostas brasil

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Apesar da alta contínua na inflação e do baixo crescimento econômico, 5% dos brasileiros consideram que a economia vai bem

O empresáriocasas apostas brasilBrasília faz parte dos 5%casas apostas brasilbrasileiros que, segundo a pesquisacasas apostas brasilopinião eleitoral BTG-FSB, divulgadacasas apostas brasil25casas apostas brasilabril, consideram que o Brasil vive "um bom momento econômico". Outros 32% acreditam que o Brasil estácasas apostas brasilcrise econômica, mas conseguindo superar. A maioria, porém - 62% - avalia que o Brasil estácasas apostas brasilcrise econômica e com dificuldadecasas apostas brasilsuperar.

Alguns indicadores econômicos importantes, como altacasas apostas brasilpreços, taxa elevadacasas apostas brasildesemprego e baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), alimentam esse cenário menos otimista. A inflação no ano passado,casas apostas brasiljaneiro a dezembrocasas apostas brasil2021, alcançou 10,06%, a pior taxa desde 2015. Levandocasas apostas brasilconsideração as 11 maiores economias da América Latina, o Brasil só fica atráscasas apostas brasilArgentina e Venezuela, dois países que atravessam crises profundas, que vão muito além dos problemas trazidos pela pandemiacasas apostas brasilcovid-19 e suas repercussões.

Em março, o Índice Nacionalcasas apostas brasilPreços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, acelerou para 1,62%, a maior taxacasas apostas brasil28 anos. E, recentemente, o Banco Mundial reduziu a projeçãocasas apostas brasilcrescimento da economia brasileiracasas apostas brasil1,4% para 0,7%casas apostas brasil2022.

Mas, então, o que leva 5% dos eleitores a considerar que a economia vai bem? Quem é essa parcela da população?

Segundo cientistas políticas ouvidas pela reportagem, a explicação pode estar no forte apoio desse público ao atual governo e também no poder aquisitivo - muito ricos ou muito pobres. Entenda:

Apoiadorescasas apostas brasilBolsonaro

Para a cientista política Andréacasas apostas brasilFreitas, professora da Universidade Estadualcasas apostas brasilCampinas (Unicamp), esses 5% são majoritariamente formados por pessoas que apoiam fortemente Bolsonaro. "Acredito que sejam o núcleo durocasas apostas brasilapoio ao bolsonarismo. Bolsonaro, mesmo nos piores momentoscasas apostas brasilavaliação do governo, sempre mantém algocasas apostas brasiltornocasas apostas brasil15 a 20%casas apostas brasilaprovação", disse à BBC News Brasil.

"Quando a gente vai olhando para várias perguntas das pesquisascasas apostas brasilopinião que direcionam o entrevistado a questões específicas do governo, você sempre tem o núcleo duro, que acha que tudo está muito bem. Esses 5% são parte desse grupo."

Segundo Freitas, a percepção desse eleitorado sobre a economia, portanto, está mais ligada à identificação com Bolsonaro do que com a situação socioeconômica dessas pessoas. Isso porque, destaca a professora, embora haja setores menos afetados pela inflação e o baixo crescimento econômico, nenhum deles está se beneficiando fortemente do estado atual da economia.

Crédito, REUTERS

Legenda da foto, Em março, o IPCA acelerou para 1,62%, a maior taxacasas apostas brasil28 anos

"Eu não acho que tenha um setor que esteja se beneficiando, sejacasas apostas brasilpolíticas públicas oucasas apostas brasilausência das políticas públicas do Estado para economia. Todo mundo está,casas apostas brasilalguma forma, sendo afetado pela queda no consumo, causada pela diminuição da renda e pelo aumento do desemprego", diz.

Segundo ela, nesse contexto, os eleitores que integram o núcleo durocasas apostas brasilBolsonaro vão utilizar "duas ferramentas racionais" para analisar o estado da economia.

Uma delas, diz Freitas, é distribuir responsabilidades. "Ele vai dizer que a responsabilidade é dos governadores que fecharam o comércio na pandemia, do Congresso, do Supremo Tribunal Federal ou da guerra da Ucrânia. A segunda é afirmar que a economia poderia estar muito pior, não fosse por Bolsonaro."

A professora da Unicamp destaca que,casas apostas brasilfato, a pandemia e a guerra são fatores que influenciam na economia. "Mas quando a gente vai olhar os indicadores frios, o Brasil está pior do que muitas economias da América Latina. E todas elas, assim como o Brasil, estão sendo afetadas pela guerra e pela pandemia."

O empresário Marconicasas apostas brasilSouza tem outra avaliação. Para ele, parte da "imprensa e adversárioscasas apostas brasilBolsonaro" pintam um quadro excessivamente dramático da economia.

"Os segmentos do Brasil que têm problema não estão tendo problema por causa da forma como o governo trabalha. O segmento que sofreu muito é o informal: o cara que vendia pipoca na praia, no semáforo, perto dos estádios. Com o 'ficacasas apostas brasilcasa' durante a pandemia, esses segmentos tiveram prejuízos. Mas o governo atendeu dando o auxilio emergencial", argumenta.

"Como a gente está num ano eleitoral, as pessoas estão querendo tomar proveito disso. Tem gente querendo queimar o governo."

Muito rico e muito pobre

Já a professoracasas apostas brasilCiência Política Maria do Socorro Braga, da Universidade Federalcasas apostas brasilSão Carlos (UFSCar) avalia que os 5% que consideram que a economia vai bem são os muito ricos ou muito pobres - esses últimos beneficiados recentemente com o Auxílio Brasil.

"Essas pessoas devem integrar as camadas mais ricas que, independentemente da inflação ou das condições sociais e políticas, vão manter um patamarcasas apostas brasilriqueza", avalia. "Ou é o segmento muito pobre que, independentemente da situação, não enxerga potencialcasas apostas brasilmelhora na própria condiçãocasas apostas brasilvida. São pessoascasas apostas brasilcondição vulnerável, com baixa inteligibilidade do que se decide politicamente e o impacto dessas decisões na política."

Entre os integrantes dessa camada mais pobre, o recebimento do Auxílio Brasil pode ter contribuído para uma percepção mais positiva do estado da economia, diz a professora. Esse programacasas apostas brasiltransferênciacasas apostas brasilrenda foi Instituído pelo governo Bolsonaro para substituir o Bolsa Família e paga cercacasas apostas brasilR$ 400 por mês a cercacasas apostas brasil18 milhõescasas apostas brasilfamílias. A criação do Auxílio Brasil foi alvocasas apostas brasilcontrovérsia, com críticos afirmando que ele teria caráter eleitoreiro.

Porcasas apostas brasilvez, Andréa Freitas, da Unicamp, acredita que o benefíciocasas apostas brasilsi, sozinho, não seria suficiente para gerar essa avaliação positiva. Para ela, o componente ideológico,casas apostas brasilapoio a Bolsonaro, é o fator principal, enquanto o Auxílio Família seria o argumento racional usado para justificar a percepção otimista sobre a economia.

"Não é que o auxílio não faça diferença, mas eu acho que,casas apostas brasilnovo, ele entra nesse lugar da argumentação racional", diz.

"Pode haver pessoas que estão recebendo auxílio e que sintam que estão melhores do que antes. Mas eu não acho que é isso que vai conduzir necessariamente o voto no Bolsonaro, porque o processocasas apostas brasilimplementação do programa foi confuso e gerou a percepçãocasas apostas brasiluma política instável."

Economia será tema central da eleição

Crédito, REUTERS/Ricardo Moraes

Legenda da foto, O preço médio do litro da gasolina ficoucasas apostas brasilR$ 7,283 na última semanacasas apostas brasilabril

O fato é que a economia deverá ser o principal tema da eleição presidencial deste ano. E a melhora ou piora nos indicadores deve ter efeito direto na aprovaçãocasas apostas brasilBolsonaro.

Segundo a consultoria internacional Eurasia Group, a principal preocupação do eleitor atualmente é "renda e emprego". Entre março e abril, pesquisascasas apostas brasilintençãocasas apostas brasilvoto revelaram um avançocasas apostas brasilBolsonaro, embora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continue à frentecasas apostas brasiltodos os cenários para o primeiro e segundo turno. Lula aparece com 41% a 45% das intençõescasas apostas brasilvoto, dependendo da pesquisa, e Bolsonaro com 30% a 32%.

E,casas apostas brasilmédia, o percentual dos que aprovam a gestãocasas apostas brasilBolsonaro subiucasas apostas brasil30% para 35% nos primeiros três meses deste ano. A Eurasia Group atribui a melhora na avaliaçãocasas apostas brasilBolsonaro "à modesta recuperação do podercasas apostas brasilrenda" da população mais pobre nos primeiros meses deste ano devido a medidas pontuais.

"No segundo semestrecasas apostas brasil2021, a renda real no Brasil caiu 11%, impulsionada por um aumento inflacionário maior do que o previsto, que atingiu duramente as famíliascasas apostas brasilbaixa renda. Mas, no iníciocasas apostas brasil2022, essas famílias recuperaram parcialmente a renda perdida com o reajuste anualcasas apostas brasil10% do salário mínimo nacional, 13º salário para aposentados e algumas medidas tomadas pelo governo, como o perdão da dívida estudantil e liberaçãocasas apostas brasilsaques do FGTS", diz a consultoria.

Apesar dessa leve recuperação na renda, a situação econômica do país continua difícil, com alta nos preços dos alimentos e combustíveis. No acumuladocasas apostas brasil12 meses, a inflação chegou a 11,3%. Alimentos e combustíveis são alguns dos setores mais afetados.

O preço médio do litro da gasolina ficoucasas apostas brasilR$ 7,283 na última semanacasas apostas brasilabril, o que representa uma altacasas apostas brasil0,18%casas apostas brasilrelação ao levantamento anterior.

Trata-se do maior valor nominal pago pelos consumidores desde que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) passou a fazer levantamento semanalcasas apostas brasilpreços,casas apostas brasil2004. Já a taxacasas apostas brasildesemprego no primeiro trimestrecasas apostas brasil2022 foicasas apostas brasil11,1%, o mesmo patamar do primeiro trimestrecasas apostas brasil2021. É uma taxa menor que a projetada pela agência Bloomberg,casas apostas brasil11,4%.

Segundo a consultoria Eurasia, Bolsonaro precisacasas apostas brasilavanços mais substanciais nos indicadores econômicos para continuar crescendo nas pesquisas.

Socorro Braga, professora da UFSCar lembra que, historicamente, eleitores culpavam o candidato à reeleição pelas crises econômicascasas apostas brasilvigor. Mas o cenário atual,casas apostas brasilpandemia seguida por uma guerra na Ucrânia, viabilizou uma narrativacasas apostas brasilculpabilizaçãocasas apostas brasilfatores externos.

"A inflação no Brasil está alta e atinge a classe média. Nas eleições anteriores, quanto maior a inflação, menor capacidadecasas apostas brasilcompra e, como consequência, culpava-se o governo", diz.

"Mas uma parcela da população, sobretudo esses 5% que consideram que a economia vai bem, está culpando o efeito da pandemia ou da guerra, e não a faltacasas apostas brasilpolíticas efetivas para debelar essa situação. É uma narrativa forte você dizer que isso é consequênciacasas apostas brasiluma guerra, da faltacasas apostas brasilinsumos e da pandemia."

Resta saber se essa narrativa vai ganhar força ou perder espaço ao longo da campanha eleitoral.

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