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Mudanças climáticas: como ventanias atípicas matam árvores da Amazônia:brabet apostas online
"E nós sabemos que o aquecimento global faz com que esses eventos climáticos extremos se tornem cada vez mais comuns, o que representa uma ameaça à floresta", adianta a bióloga Simone Matias Reis, autora principal do artigo.
Entenda a seguir como o estudo ajuda a fazer o diagnóstico da situaçãobrabet apostas onlinemomento e o que ele revela sobre o futurobrabet apostas onlinetoda a Amazônia.
Onde ocorre a transição
Para realizar esse tipobrabet apostas onlineinvestigação, os especialistas não escolheram a borda sul da floresta, que compreende os Estadosbrabet apostas onlineMato Grosso e Pará, por acaso.
Oliver Phillips, professorbrabet apostas onlineecologia tropical da Universidadebrabet apostas onlineLeeds, no Reino Unido, explica que essa é uma áreabrabet apostas onlinetransição entre a Amazônia e o Cerrado.
"As áreasbrabet apostas onlinetransição são naturalmente mais sensíveis, então já é esperado que elas sejam as primeiras a sentir os efeitos das mudanças climáticas", diz.
O especialista, que também assina o estudo recém-publicado, chama a atenção para o fatobrabet apostas onlineque essa borda sul é uma das regiões mais secas, quentes e fragmentadasbrabet apostas onlinetoda a América do Sul.
"Isso pode nos dar ideiasbrabet apostas onlinequal será o futuro das florestas tropicais, incluindo a própria Amazônia", complementa.
A engenheira florestal e ecóloga Beatriz Schwantes Marimon, que é professora da Unemat e também foi uma das coordenadoras da pesquisa, conta que os monitoramentosbrabet apostas onlinegrandes áreas verdes geralmente utilizam imagensbrabet apostas onlinesatélite, que permitem fazer análises maiores ebrabet apostas onlinelarga escala.
Na contramão, esse trabalho adotou uma abordagem diferente. Os especialistas iam a campo ver o estadobrabet apostas onlinesaúdebrabet apostas onlinemaisbrabet apostas online15 mil árvores espalhadas por 19 pontos da mata — um esforço "de formiguinha", na avaliação dos próprios pesquisadores.
"Fazemos issobrabet apostas onlinerotina há 27 anos, mas, a partirbrabet apostas online2008, começamos a olhar a árvorebrabet apostas onlinesi, o quanto da copa estava quebrada, se tinha muito cipó, se ela estava inclinada, com buracos ou outros sinaisbrabet apostas onlineenvelhecimento", lista.
"Eu lembrobrabet apostas onlineonde podia encontrar um certo jatobá, uma palmeira… E daí, quando retornava àquele lugar, um vento tinha derrubado tudo", confessa a pesquisadora.
Foi a partir da compilaçãobrabet apostas onlinetodas essas observações que o grupo conseguiu entender o que estava causando a morte dessas espécies nativas: as ventanias atípicas e os períodosbrabet apostas onlineseca.
O estudo foi publicado no Journal of Ecologybrabet apostas online22brabet apostas onlinefevereiro e contou com o apoio do Conselho Nacionalbrabet apostas onlineDesenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq.
Uma morte lenta e dolorosa
"Os dados nos mostram que a frequênciabrabet apostas onlineventos fortes vem aumentando nessa região", aponta Reis.
As rajadas mais violentas são capazesbrabet apostas onlinebalançar muito a árvore, até o pontobrabet apostas onlineque os galhos se quebram ou a raiz se desprende da terra.
Com partes importantes da estrutura rompida, perde-se uma parte ou toda a copa, onde estão localizadas as folhas.
Sem as folhas, o processobrabet apostas onlinefotossíntese acaba comprometido, o que inviabiliza a "alimentação" da árvore.
Agora, se a ruptura ocorre na raiz, a planta tem pouco (ou nenhum) contato com o solo e não consegue mais extrair a água e os nutrientes necessários parabrabet apostas onlinesobrevivência.
Reis acrescenta que esse é um processo que pode se prolongar por muito tempo.
"Quando retornamos para uma observar árvores que estavam com a copa quebrada, cercabrabet apostas online70% delas estão mortas depoisbrabet apostas onlinedois ou três anos", calcula a bióloga.
Um processo que se retroalimenta
Marimon destaca que a morte da vegetação natural é estimulada e facilitada por uma sériebrabet apostas onlinefatores extras.
"Nós também estamos passando cada vez mais frequentemente por períodosbrabet apostas onlineseca, o que deixa as árvores frágeis", diz.
"Daí você nem precisabrabet apostas onlineum vento tão forte assim para causar danos ou derrubar galhos e troncos", completa.
Segundo a especialista, também é preciso terbrabet apostas onlinemente que a mortebrabet apostas onlineuma árvore representa um perigo para todas as outras ao redor: quanto mais a floresta fica fragmentada, maior o riscobrabet apostas onlineas copas e os galhos ficarem expostos às rajadas.
"Nesses casos, basta um vento mais forte para derrubar um trecho inteirobrabet apostas onlinefloresta", conta a ecóloga.
Como mudar esse cenário?
De acordo com os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, as observações feitas na borda sul da Amazônia sinalizam o que pode acontecer com todo esse bioma nas próximas décadas.
"Se as mudanças climáticas e a perdabrabet apostas onlinevegetação continuarem nesse ritmo, espera-se que esse cenáriobrabet apostas onlineventanias e estiagem se espalhe mais profundamente pelo coração da Amazônia", alerta Phillips.
"Nosso trabalho serve, portanto, como uma janela para vislumbrar o que pode ser o futurobrabet apostas onlinetoda a região", complementa Reis.
Para evitar que esse cenário vire realidade, a única saída é frear o desmatamento e até pensarbrabet apostas onlinemaneirasbrabet apostas onlinerestaurar a vegetação das áreas mais degradadas, acreditam os pesquisadores.
"Precisamosbrabet apostas onlineuma moratória completa na destruição das áreas verdes por aqui, pois já existem muitos locais que foram abertos e são mal utilizados", propõe Marimon.
"A taxabrabet apostas onlinemortalidade das árvores está acelerando e vemos que a floresta está começando a perder a capacidadebrabet apostas onlinerecuperar-se", acrescenta Phillips.
"E nós precisamos dar ao que resta da floresta a chancebrabet apostas onlineencontrar o equilíbrio novamente", finaliza o pesquisador.
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