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BBB22: pessoas com vitiligo dizem que presençanovibet karieraNatália ajudou a debater preconceito:novibet kariera
Nas redes sociais, surgiram piadas sobre a doença, mas ao mesmo tempo surgiu um exército para defender as pessoas com vitiligo. Segundo a Sociedade Brasileiranovibet karieraDermatologia, dados oficiais apontam que o vitiligo atinge cercanovibet kariera1% da população mundial e aproximadamente 1 milhãonovibet karierapessoas no Brasil.
Especialistas consultados pela reportagem afirmaram que, alémnovibet karieranão ser transmissível, o vitiligo reduz a chancenovibet karieraa pessoa ter câncernovibet karierapele. O principal contraponto é tornar a área sem as célulasnovibet karieramelanina, atacadas pelo próprio corpo, mais sensível ao sol.
Depois que um coleganovibet karieratrabalho fez uma piada nas redes sociais sobre o vitiligonovibet karieraMaika Celi,novibet kariera2016, a ativista disse ter se sentido muito magoada, mas usou o Facebook para fazer um desabafo e responder à agressão.
"Veio uma força maior e um sentimentonovibet karieraque ninguém mais me humilharia por conta do vitiligo. Até então, eu sempre me colocava como vítima, mas mudei para protagonista. Eu não imaginava que a publicação fosse alcançar tantas pessoas. Foi quando iniciei o projeto 'Meu lugar ao Sol', com uma página para compartilhar minhas experiências enovibet karieraoutras pessoas com vitiligo", conta.
O alcance das publicações cresceu repentinamente. Maika foi chamada para dar entrevista na TV e,novibet karierapouco tempo, passou a receber mensagensnovibet karierapessoas dizendo ter sido inspiradas a aceitar e a deixarnovibet karierasentir vergonha por ter a doença.
"Eu recebi até a mensagemnovibet karierauma mulher com vitiligo que nunca tinha usado um short perto do filho. Ela usou uma saia, como gesto para presentear o filho dela no dia do aniversário dele, depoisnovibet karieraler meus depoimentos. Aquilo foi libertador. Ela disse: 'Maika, por favor, eu te peço, não pare', afirmou.
A ativista disse que trabalha para que o processonovibet karieraaceitaçãonovibet karieraoutras pessoasnovibet karierarelação à doença seja "mais leve" e para que elas não passem por momentosnovibet karieratristeza profunda devido à faltanovibet karierainformação enovibet karieraconscientização.
Ela conta que ficava muito abalada com comentários e "olharesnovibet karierajulgamento" por conta do vitiligo dela. Mas hoje diz que o principal motivonovibet karieraseu bem-estar é estar seguranovibet karierasi mesma.
"A pessoa deve entender que, quando ela está bem com suas imperfeições, ninguém tem o podernovibet karieradesequilibrá-la ou humilhá-la. É um trabalhonovibet karieraautoconfiança e autoconhecimento que traz essa segurança e não permite que ela se abale com qualquer conceito", disse.
Ela se vê como uma referência para pessoas que descobrem a doença e não sabem lidar com o preconceito, estão à procuranovibet karierainformações ou querem apenas ouvir alguém com mais experiência.
"Não é sendo arrogante, mas muitas pessoas me procuram. Uma seguidora disse que entrou num restaurante e uma pessoa ficou olhando para as manchas dela. Ela pensou: 'O que a Maika faria? Empinaria o nariz, encararia a pessoa e daria um sorriso', me contou".
Surgimento das manchas
Em entrevista à BBC News Brasil, o dermatologista especialistanovibet karieravitiligo, Paulo Luzio, disse que é necessário ter uma genética para desenvolver a doença, aliada a um grande estresse.
"A pessoa pode ter a genética e passar a vida inteira sem que a doença se manifeste. Para ela entrarnovibet karieraatividade, é necessário um fator ambiental: o estresse. Ela é uma doença 100% ligada ao emocional e, na maioria dos casos, você tem uma história clara do que desencadeou", afirmou.
No caso da Maika, a doença foi desencadeada após um acidentenovibet karieramoto que ela sofreu aos 22 anos. Após lesionar algumas partes do corpo, ela percebeu que as feridas pareciam não voltar à cor anterior e outras manchas surgiram.
Depoisnovibet karieraprocurar especialistas, Maika disse que ouviu o diagnósticonovibet karieramaneira depreciativa por uma médica. "Nossa, que pena, você tem vitiligo", conta a ativista.
Maika diz ainda que não aceitava a pele dela assim que descobriu a doença. Evitava frequentar lugares onde poderia expornovibet karierapele, como praia, parques e churrascos.
"Quando surgiu no meu rosto, eu me maquiava demais. Só usava calça e blusanovibet karieramanga longa, mesmo no calornovibet kariera40ºC. As pessoas perguntavam se eu estava bem e eu dizia que sim, mas por dentro eu estava assando", lembrou.
O modelo Roger Monte,novibet kariera38 anos, disse que tem vitiligo desde os 23, quando a doença se manifestou a partirnovibet karieraum furo que ele tinha no queixo e se agravou por contanovibet karieraum estresse causado pelo términonovibet karieraum relacionamento. Mas, só aos 35 anos ele passou a aceitar as mudanças no corpo e, aos poucos, passou a ser procurado para ser fotografado.
"Até então, eu não frequentava a praia porque ficava com medo da maquiagem que eu passava derreter e as pessoas verem minha pele. Passei maisnovibet kariera10 anos me escondendo, fazendo tatuagens grandes apenas para esconder manchas no corpo. Hoje, quanto mais eu mostro, melhor", afirmounovibet karieraentrevista à BBC News Brasil.
Tanto Maika Celi quanto Roger Monte, citaram Winnie Harlow, modelo canadense com vitiligo, como referêncianovibet karierapessoa com autoconfiança e auto aceitação. Quebrando paradigmas, a modelo se tornou uma figura conhecida mundialmente e já acumula 9,3 milhõesnovibet karieraseguidores no Instagram.
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Finalnovibet karieraInstagram post
"No Brasil, nunca tive uma referência dessa, então, quero ser a referência e a ajuda que eu não tive", afirmou o modelo Roger Monte.
"Como eu costumo dizer, as coisas mudaram quando eu comecei a mudar a forma como eu me olhava. O julgamento das pessoas e a maneira que elas se afastavamnovibet karieramim, me doíam e eu levava para o coração. Uma vez, um senhor na estação do metrô me disse que o irmão dele tomou sanguenovibet karieratatu para curar a doença. Em outra situação, uma mulher no ônibus falou que eu tinha que tratar porque o vitiligo poderia me matar. Depois que ela desceu, eu senti todo mundo me olhando e fiqueinovibet karieracabeça baixa. Aquilo nunca saiu da minha memória. Hoje, como acho minha pele linda, quando sinto alguém me olhando assim ou querendo me passar receitas, apenas ignoro", disse Roger Monte.
Visibilidade no BBB
Os entrevistados pela reportagem da BBC disseram que a presença da Natália Deodato no Big Brother estimula o debate sobre o vitiligo e quebra paradigmas sobre o assunto. Maika disse que essa presença inaugura uma nova fase da história do vitiligo no Brasil.
"A escolha dela foi mais uma quebranovibet karieraparadigmas no que diz respeito a padrões na nossa sociedade. Quando fui ao supermercado, a moça do caixa me falou: você viu que no BBB tem uma pessoa igual você? Isso pra mim foi uma vitória", afirmou.
Para ela, a visibilidade e o estímulo ao debate causado pela presença da Natália no BBB serão essenciais para ajudar principalmente a derrubar antigos mitos, como onovibet karieraque o vitiligo é contagioso.
Por outro lado, o dermatologista Paulo Luzio afirma que também é importante esclarecer que a afirmação da Natálianovibet karieraque o vitiligo pode "evoluir" para o albinismo é incorreta.
"São genéticas e doenças diferentes. No albinismo, você tem as célulasnovibet karierapigmentonovibet karieranúmero normal, mas elas não funcionam,novibet karieramaneira simplificada. No vitiligo, há células, mas elas vão morrendo pelo sistema imunológico. Quando ela atinge maisnovibet kariera70% do corpo, é chamadanovibet karieravitiligo universal, mas não é albinismo", afirmou.
O médico, membro da Global Vitiligo Foundation e que, há 16 anos, trata apenas casos da doença, disse ainda que o albinismo aumenta a chancenovibet karierao paciente ter câncernovibet karierapele, enquanto o vitiligo diminui.
"O vitiligo tem a proteína P53, que corrige danos no DNA e que diminui a chancenovibet karierater um câncer. Por outro lado, as manchas do vitiligo queimam mais facilmente e podem dar bolhas, o que exige que a pele esteja sempre com protetor solar", afirmou.
O especialista explica ainda que ter a genética do vitiligo não significa que ela se manifestará no paciente. Segundo ele, o fatonovibet karieraalguém na família ter vitiligo aumenta as chancesnovibet karieratornonovibet kariera30%.
O médico afirma que alguns tratamentos com laser, uso constantenovibet karieraprotetor solar e outros cremes ajudam a diminuir as manchas causadas pelo vitiligo, mas que a doença não causa nenhum problemanovibet karierasaúde.
"O tratamento é uma opção, mas a autoaceitação é o mais importante. Temos que nos aceitar como a gente é. Cercanovibet kariera20% dos pacientes reclamamnovibet karieracoceira no local da mancha, especialmente quando elas estão surgindo. Depois, é basicamente tomar cuidado para não queimar no sol", afirmou.
Entre os mitos e simpatias usados para tentar curar a vitiligo, o médico disse já ter ouvido dezenasnovibet karierarelatos diferentes. Entre eles, está o usonovibet karierachás e produtosnovibet karieraorigem animal, como tomar sanguenovibet karieratatu e cágado cru.
"Eu atendi uma paciente que era uma criança e que tomou, instruída pelos responsáveis, um coponovibet karierafígadonovibet karieraboi cru batido com caju durante anos. A crença deles eranovibet karieraque isso diminuiria as manchas", contou o médico.
Ele disse que a medicina avançou e hoje há diversos tratamentos e medicamentos disponíveis para quem deseja reduzir as manchas. Há remédiosnovibet karierauso oral, utópico, fototerapia, injeções e até mesmo transplantenovibet karieramelanócito.
Para a ativista Maika Celi, há quatro pilares principais que devem ser considerados por quem tem vitiligo: aceitação, amor próprio, conscientização e permitir-se.
"Eu levanto isso como assunto principal. Sempre digo quantas oportunidades perdi por não me permitir. Se a Natália está no BBB, é porque se permitiu. Ainda tem outro fator como mulher preta. imagine o tabu que ela precisou quebrar".
Segundo o dermatologista Paulo Luzio, uma das limitações para o tratamento do vitiligo é ter poucos profissionais qualificados para avaliar e tratá-lo. Ele menciona que os americanos são fortesnovibet karierarealizar pesquisas, mas têm poucos pacientes para tratar.
Em congressos americanos que promovem encontros com especialistasnovibet karieradermatologia, contou à reportagem, comparecem apenas cercanovibet kariera30 dedicados ao vitiligo e, geralmente, são sempre os mesmos.
"Hoje,novibet karieralivrosnovibet karieradermatologia com 3.500 páginas, por exemplo, apenas 3 páginas são dedicadas ao vitiligo, e não falam coisa com coisa. É decepcionante. É como se fosse menos importante", afirma o dermatologista.
Leinovibet karieraconscientização ao vitiligo
Em 2018, Maika Celi entrounovibet karieracontato com a Câmaranovibet karieraVereadoresnovibet karieraPiracicaba, cidade onde ela vive no interior paulista, para relatar que estava sentindo faltanovibet karierauma lei municipal que tratasse sobre o vitiligo.
"Eles acharam interessante e,novibet kariera2019, foi criada a Lei Municipalnovibet karieraConscientização do Vitiligo, lembrada sempre no dia 25novibet karierajunho, o Dia Mundialnovibet karieraConscientização do Vitiligo. Depois dessa iniciativa, outros municípios sentiram a necessidadenovibet karieralevar essa ideia e já foram aprovadas leis semelhantesnovibet karieraSaltinho e Santa Bárbara d'Oeste", contou.
Ela disse que a aprovação da lei ajuda na promoçãonovibet karieraeventos, rodasnovibet karieraconversa, palestras e exposiçãonovibet karierafotosnovibet karieraáreas públicas e escolas, por exemplo. Agora, a intençãonovibet karieraMaika é pressionar os órgãos públicos para que seja fornecido filtro solar pelo sistema públiconovibet karierasaúde às pessoas com vitiligo.
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