Passaporte para Liberdade: por que historiadores dizem que Aracycasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarCarvalho não foi heroína que série da Globo mostra:casas de apostas que pagam em dólar

Ele e o historiador Rui Afonso, dois pesquisadores com maiscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólar20 anoscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarexperiência nessa área, investigaram os vistos concedidos a alemães no consuladocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarHamburgo entre 1938 e 1939.

"As evidências mostram que não havia heroína nenhuma nesta história", afirma Koifman.

Justa

Aracycasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarCarvalho foi homenageadacasas de apostas que pagam em dólar1982 por Israel como Justa entre as Nações.

O título é dado pelo país a não judeus que se arriscaram para salvar judeus da perseguição pelo regimecasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarAdolf Hitler.

No Brasil, só ela e o embaixador Luiz Martinscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarSouza Dantas receberam a homenagem — Aracy foi a primeira. Koifman biografou a vidacasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarDantas e colaborou com seu reconhecimento.

A reputaçãocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarAracy foi tema nos últimos anoscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólardois documentários — Outro Sertão (2013) e Esse Viver Ninguém Me Tira (2014) — e do livro Justa ‒ Aracycasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarCarvalho e o resgatecasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarjudeus: trocando a Alemanha nazista pelo Brasil (2011), no qual a série da Globo foi livremente baseada.

Mas Koifman pontua que as maiscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólar35 mil imagenscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólardocumentos e as informações reunidas por ele e Afonso não corroboram com a imagem do Anjocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarHamburgo, como alguns se referem a Aracy por seu suposto heroísmo.

A Globo diz,casas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarvez, ter várias evidências desse heroísmo com basecasas de apostas que pagam em dólaruma pesquisa própria e que indicam que "estamos diantecasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólaruma grande personagem que merece tercasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarhistória contada e que é reconhecida mundialmente" por isso.

Excepcional?

Koifmam e Afonso apresentam seus argumentoscasas de apostas que pagam em dólarum artigo publicado no livro Judeus no Brasil: História e Historiografia (2021).

O primeiro é que nenhum dos vistos concedidos pelo consuladocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarHamburgo a judeus alemães naquele período foi irregular, falsificado ou forjado, segundo os pesquisadores.

Todos teriam seguido as regras da época e sido autorizados pelo cônsul geral, Joaquim Antôniocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarSouza Ribeiro, ou seu cônsul-adjunto, o escritor João Guimarães Rosa, com quem Aracy se casaria depois.

Os dois se conheceram no próprio consulado, onde ela era chefe do setorcasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarpassaportes.

À época, o governo brasileiro havia decidido barrar a imigraçãocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarjudeus estrangeiros.

A concessãocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarvistos permanentes foi suspensa, a não ser por exceções para quem podia depositar uma certa quantia no Banco do Brasil, tinha conhecimento técnico ou profissional relevante ou era uma pessoa notória na sociedade.

Aracy teria ajudado várias pessoas que não se encaixavam nisso ao dar vistos temporários,casas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarturismo, para elas.

Mas Koifman e Afonso argumentam que ela não fez nadacasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarerrado — a concessão desses vistos era permitida e só foi interrompidacasas de apostas que pagam em dólarjunhocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólar1939, três meses depois do último vistocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarturismo concedido no consuladocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarHamburgo a judeus.

Além disso, eles ressaltam que todos os vistos foram devidamente informados depois pelo consulado ao governo brasileiro. Em nenhum teria sido ocultado que foram dados a judeus.

Se houvesse alguma irregularidade, dizem os historiadores, o governo teria notado e cobrado explicações, e não há sinaiscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarque isso aconteceu,casas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólaracordo com eles.

Também não há notíciascasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarque alguém que tenha recebido um vistocasas de apostas que pagam em dólarHamburgo tenha enfrentado problemas ao desembarcar no Brasil, afirmam.

Por isso, Koifman e Afonso sustentam que nadacasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarexcepcional aconteceu no consulado onde Aracy trabalhava.

"Houve uma boa vontade ou outro motivo para a concessão dos vistos? Pode se dizer que sim, mas não há indícioscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólaralgo além disso", destacam.

Versões

Koifman conta que uma das versões sobre esse caso diz que Aracy conseguia tirar a letra "J" que apareciacasas de apostas que pagam em dólardestaque nos passaportescasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarjudeus para identificá-los.

"Mas todos os passaportes tinham J."

"Outra versão diz que ela colocava os pedidoscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarvistos no meio dos papéis para o cônsul assinar sem ler, mas isso é absolutamente impossível", acrescenta Koifman.

Quem diz isso não sabe muito bem como funciona a burocracia diplomática, afirma o historiador.

"O cônsul nunca assinaria algo sem ler. E não é um único documento, são vários. Seria mais crível se dissessem que ela falsificou assinaturas."

Arriscado?

Outro argumento dos historiadores é que os consulados brasileiroscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólaroutras cidades portuárias da Europa, como Marselha, na França, e Antuérpia, na Bélgica, emitiram tantos ou mais vistoscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarturistas para judeus na mesma época.

Consuladoscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarcidades portuárias costumavam ser mais movimentados, explicam eles, porque delas partiam os navios para outros países e continentes, e era ali que os vistos costumavam ser pedidos.

Mas aquele final da décadacasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólar1930 foi especialmente agitado.

A intensa violência contra judeus na Noite dos Cristais, entre 9 e 10casas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarnovembrocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólar1938, tinha deixado claro que era preciso fugir da Alemanha.

O governo alemão queria expulsar os judeus do país e tentava fazê-los sair por conta própria.

As fronteiras só se fecharam para os judeuscasas de apostas que pagam em dólaroutubrocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólar1941, diz Koifman. "Depois disso, Aracy poderia ter sido morta [por ajudar judeus], mas antes, não."

Para o historiador, a brasileira não correu qualquer risco grave.

"Os alemães estavam interessados que os judeus saíssem, então, quem agisse neste sentido seria visto com bons olhos. E ela não tinha dificuldadecasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarrelacionamento com os alemães, quem tinha era o Guimarães Rosa", afirma.

Koifman também diz ter encontrado inconsistências nos depoimentos e documentoscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarpessoas que teriam sido salvas por Aracy.

"As pessoas estavam assustadas, foram ao consulado, uma pessoa que falava alemão as recebeu com educação e encaminhou seu pedido. Depois, aconteceu o Holocausto e elas entenderam que aquele visto salvou a vida delas. É natural que eles sejam gratos a ela", pontua Koifman.

'Eu avisei a Globo'

O historiador diz ter compartilhado seus achados com profissionais envolvidos na série da Globo.

"Eu fiquei pensando: 'Eles vão entrar nessa furada?'. Não podia me omitir. Mas eles continuaram a tocar o barco, lamentavelmente", afirma Koifman.

A BBC News Brasil questionou a Globo sobre os contatos feitos com Koifman, mas a emissora não respondeu à pergunta sobre esse assunto.

A Globo também negou que tenha trocado o título da nova série, que foi anunciado originalmente como Anjocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarHamburgo, por causa da pesquisacasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarKoifman e Afonso.

A emissora disse ainda que "respeita o pontocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarvista" dos dois historiadores e ressaltou que o programa é uma obracasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarficção baseadacasas de apostas que pagam em dólarfatos reais.

"Além disso, contamos com uma equipecasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarpesquisa qualificada, que trabalhou por maiscasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólartrês anos no projeto, reunindo registros históricos, documentos, publicações e materiaiscasas de apostas que pagam em dólarvídeo disponíveiscasas de apostas que pagam em dólarmuseus e acervos respeitados pelo mundo. Ainda foram entrevistados historiadores, diplomatascasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarcarreira, familiarescasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarjudeus salvos por Aracy - cujos depoimentos exibiremos ao final dos capítulos - e parentes dela."

Os próximos capítulos

Os produtores da série também já defenderamcasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarversão da históriacasas de apostas que pagam em dólaroutras entrevistas à imprensa dizendo que o títulocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarjusta conferido pelo Memorial do Holocausto a Aracy invalida o que sustentam Koifman e Afonso.

Koifman argumenta que novos documentos encontrados por ele e Afonso emcasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarpesquisa não foram analisados na época da homenagem, que foi feita com basecasas de apostas que pagam em dólarquatro depoimentos e uma carta.

O historiador diz que houve um esforço para que Aracycasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarCarvalho fosse conhecida como uma heroína do Holocausto, mas não vê más intenções.

"Os ativistas que batalharam pelo títulocasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarjusta, o Memorial, os depoentes… todo mundo agiucasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarboa fé, o problema é que a história que foi criada não corresponde à realidade", diz ele.

"Eu sei que esse é um tema espinhoso, que mexe com o sentimento das pessoas e que a gente deixa decepcionado quem acreditou nessa história, mas o trabalho do historiador é esclarecer os fatos."

Esse trabalho, no entanto, não acaba por aqui. Koifman diz que assunto vai render um livro, mas prefere fazer mistério sobre os próximos capítulos.

"A gente quis falar primeiro sobre os vistos porque era a forma mais simplescasas de apostas que pagamcasas de apostas que pagam em dólardólarmostrar que o gato subiu no telhado sobre essa história e preparar as pessoas para o que elas vão ouvir depois. Dá enjoo a história, não é legal."

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