Covid: Por que melhora nos números da pandemia ainda não é luz no fim do túnel:pixbet junior

E esses não são os únicos indíciospixbet junioruma aparente melhora da pandemia no país: o último Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), informa que todos os estados (com exceçãopixbet juniorMato Grosso) e todas as capitais apresentam uma tendênciapixbet juniorqueda ou estabilização nos númerospixbet juniorinfecções respiratórias tanto no curto quanto no longo prazo (entre 3 e 6 semanas, respectivamente).

Para completar, um levantamento feito pela Folhapixbet juniorS.Paulo revela que a taxapixbet juniorocupaçãopixbet juniorUTIs (Unidadespixbet juniorTerapia Intensiva) vem caindo consideravelmente: atualmente, apenas três capitais — Curitiba (PR), Campo Grande (MS) e Palmas (TO) — estão com maispixbet junior90% desses leitospixbet junioruso.

Apesarpixbet juniortodas essas evidências representarem ótimas notícias, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil analisam o cenário com extrema cautela e entendem que o país poderia usar essa "oportunidade" para lançar mãopixbet juniormedidas e políticas públicas realmente capazespixbet juniorcontrolar a pandemia, como um amplo programapixbet juniortestagem e a aceleração da campanhapixbet juniorvacinação.

"Embora alguns indicadores importantes estejam regredindo, ainda temos uma taxapixbet juniortransmissão viral muito alta. Vejo, portanto, com certa reserva essa melhora e acho que ainda não temos motivos para comemorar", analisa o epidemiologista Paulo Petry, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

"Essa regressão das estatísticas não significa que podemos relaxar, muito pelo contrário. Deveríamos fazer exatamente o oposto: ampliar o usopixbet juniorimunizantes, reforçar o distanciamento físico e o usopixbet juniormáscaras e criar um programa para testar e rastrear contatos", acrescenta o epidemiologista computacional Jones Albuquerque, professor da Universidade Federal Ruralpixbet juniorPernambuco (UFRPE).

Transmissão viral (extremamente) alta

O mesmo Boletim InfoGripe da FioCruz que aponta tendênciaspixbet juniorqueda e estabilização no Brasil traz uma informação muito relevante para entender o atual momento: a transmissão comunitária dos vírus respiratórios segue muito altapixbet juniorboa parte do país.

Vale notar que o relatório não fala especificamente sobre a covid-19, mas analisa os casospixbet juniorhospitalização por Síndrome Aguda Respiratória Grave (SRAG) — durante a pandemia, estima-se que a maior parte deles seja causado pelo coronavírus mesmo.

Para entender como o vírus está circulando por uma determinada região do país, os especialistas criaram um índice que considera o totalpixbet juniornovos casospixbet juniorSRAG que foram detectados na última semana a cada 100 mil habitantes.

Os autores do estudo levampixbet juniorconta as 118 macrorregiões, que são divididas por todo o território nacionalpixbet junioracordo com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

Os últimos dados apontam que 75 dessas macrorregiões apresentam um nívelpixbet juniortransmissão comunitáriapixbet juniorvírus respiratórios extremamente alto (com 10 ou mais novos casos a cada 100 mil habitantes).

Em 26 áreas, o nível é considerado "muito alto", ao passo quepixbet junioroutras 15, essa transmissão é classificada como "alta".

Apenas duas macrorregiões (localizadas no Espírito Santo e no Piauí) apresentam uma situaçãopixbet juniormomento que se assemelha aos níveis pré-epidemia e o relatório admite que há um problemapixbet juniorsubnotificação nesses locais.

Na prática, uma transmissão que vaipixbet junior"alta" a "extremamente alta"pixbet juniorpraticamente todo o país significa que muita gente está se infectando e passando o vírus adiante — e nós sabemos que uma parcela significativa desses casos desenvolve complicações, que exigem atenção médica, hospitalização, leitospixbet juniorUTI, intubação...

Ou seja: o riscopixbet junioressa situação desencadear uma bolapixbet juniorneve e dar início a uma terceira onda num futuro próximo não é desprezível.

"A transmissão desse vírus é exponencial: uma pessoa infecta outras, que passam para mais gente e assim por diante. É por isso que ele se espalhou tão rápido pelo mundo inteiro", complementa Petry.

Numa sériepixbet juniorpostagens no Twitter, o pesquisadorpixbet juniorsaúde pública Marcelo Gomes, um dos responsáveis pelo Boletim Infogripe, classificou o atual status da pandemia no Brasil como "menos pior".

"A situação segue feia, mas parece que está tudo tranquilo. Afinal, o picopixbet juniormarço já passou. [...] Se o vulcão não está maispixbet juniorerupção, não tem problema estar tudopixbet juniorchamas pelo jeito… Azarpixbet juniorquem se importa, azarpixbet juniorquem se interna e azarpixbet juniorquem morre", escreveu.

Nessa mesma linha, embora os números mais recentespixbet juniorcasos e óbitos estejam caindo, eles ainda são muito altos e inaceitáveis: afinal, falamos aquipixbet junioruma média móvel semanalpixbet junior1,5 mil mortes todos os dias por uma doença para a qual existem formas efetivaspixbet juniorcontrole e prevenção.

Gomes ainda chama a atenção para o fatopixbet junioro mapa atualpixbet juniortransmissão comunitária do vírus estar muito parecido ao que aconteceupixbet juniordezembropixbet junior2020 — e todos nós somos testemunhaspixbet juniorcomo a crise sanitária se aprofundou rapidamente a partirpixbet juniorjaneiro, fevereiro e marçopixbet junior2021.

Efeitos das vacinas?

Diante das boas novas recentes, muita gente tem se perguntado se o avanço da vacinação contra a covid-19 no país pode ter contribuído para essa queda, especialmente nas médiaspixbet juniormortalidade.

Embora a campanha brasileira ainda esteja bem longepixbet juniorimunizar uma parcela significativa da população, alguns indícios apontam que alguns grupos, como os profissionais da saúde e os idosos, podem já ter sentido alguns benefíciospixbet juniorterem recebido prioridade.

Esse ganho pode ser observado num trabalho realizado por pesquisadores da Universidade Federalpixbet juniorPelotas (UFPel), da Universidade Harvard e do Ministério da Saúde.

O levantamento aponta que, nas seis primeiras semanaspixbet junior2021, 25% das mortes por covid-19 ocorreram entre pessoas com maispixbet junior80 anos. A partirpixbet juniormaio e junho, essa faixa etária passou a representar apenas 12% dos óbitos registrados.

A mesma queda foi observada nos indivíduospixbet junior75 a 79 anos algumas semanas depois.

Como esses grupos foram os primeiros a tomar a vacina logo que elas começaram a chegar ao Brasil (em meadospixbet juniorjaneiro e fevereiro), tudo indica que eles ficaram mais resguardados das formas graves da doença, que evoluem para necessidadepixbet juniorinternaçãopixbet juniorUTI, intubação e,pixbet junioralguns casos, óbito.

"O rápido aumento da cobertura vacinal entre idosos brasileiros foi associado a quedas importantes na mortalidade relativapixbet juniorcomparação com indivíduos mais jovens", escrevem os cientistas responsáveis pelo estudo.

"Se as taxaspixbet juniormortalidade entre os idosos permanecessem proporcionais ao que foi observado até a semana 6 [entre janeiro e fevereiropixbet junior2021], seriam esperadas 43.802 mortes adicionais relacionadas à covid-19 até a semana 19 [entre maio e junho]", concluem.

A grande questão, como dito anteriormente, é que estamos longepixbet junioraplicar os imunizantespixbet juniortodos os brasileiros: até o momento, apenas 12% da população já recebeu as duas doses.

E levaremos pelo menos até o finalpixbet junior2021 ou iníciopixbet junior2022 para que todos os indivíduos com maispixbet junior18 anos estejam efetivamente vacinados — isso se as projeçõespixbet juniorentregaspixbet juniorvacinas do Ministério da Saúde e as promessaspixbet juniorprefeitos e governadores se cumprirem.

A aceleração da vacinação contra a covid-19, incentivada por pesquisadorespixbet juniorsaúde pública, permitiria não apenas proteger individualmente cada um dos cidadãos contemplados, mas contribuiria pouco a pouco para chegarmos à imunidade coletiva que nos permitirá futuramente ficar numa situação mais tranquila e menos restritiva.

O perigo das cepas atualizadas

Em meio a tantos avanços e retrocessos, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil citaram o aparecimentopixbet juniornovas variantes do coronavírus como uma das mais fortes ameaças a um eventual arrefecimento da pandemia.

A variante Gama, detectada originalmentepixbet juniorManaus, foi decisiva para que a segunda onda tomasse a forma e matasse milharespixbet juniorpessoas não apenaspixbet juniornosso país, maspixbet juniorvárias partes do mundo.

Já a variante Delta, que surgiu na Índia, assusta pelo seu poderpixbet juniortransmissibilidade:pixbet juniorpoucas semanas, ela dominou as cadeias virais do Reino Unido, a pontopixbet juniorpostergar (e até fazer regredir) as medidas restritivas por lá.

"E, quanto mais tempo um vírus circula, maior a probabilidadepixbet juniorque ele sofra mutações que eventualmente podem até inviabilizar as vacinas já disponíveis", avisa Petry.

"Nosso medo é que uma imunização lenta permita que surjam novas variantes ainda mais perigosas, o que seria muito ruim", completa.

Para que esse cenário catastrófico não vire realidade, existem duas coisas principais que devem ser feitas com urgência.

A primeira delas é botar o pé no acelerador da vacinação:pixbet juniorjunho, 800 mil brasileiros foram imunizados todos os dias,pixbet juniormédia.

É preciso aumentar esse ritmo: o Programa Nacionalpixbet juniorImunizações (PNI) tem capacidade para aplicar as doses contra a covid-19pixbet junioraté 2 milhõespixbet juniorpessoas a cada 24 horas.

"E nós já alcançamos números parecidos nas campanhas contra a poliomielite, por exemplo", lembra Petry.

O segundo ponto estápixbet juniorreforçar as medidas não farmacológicas que impedem a circulação do coronavírus, sobre as quais falaremos adiante.

Distanciamento, máscara e teste

Enquanto as porcentagenspixbet juniorbrasileiros vacinados sobem pouco a pouco, os gestorespixbet juniorsaúde pública deveriam persistir e até ampliar as ações comprovadamente eficazes para conter as curvas epidêmicas.

Falamos aquipixbet juniorpolíticas que inibam aglomerações, incentivem o usopixbet juniormáscaras, controlem as fronteiras e as rodovias e criem um programapixbet juniortestagem e rastreamentopixbet juniorcontatos, algo que não foi implementado até agora no país.

"Enquanto a Austrália faz um monitoramento pesado e tranca todo mundo quando os primeiros casos são detectados num lugar, aqui a gente não faz testespixbet juniorforma sistemática", compara Albuquerque, que também integra o Laboratóriopixbet juniorImunopatologia Keizo Asami da Universidade Federalpixbet juniorPernambuco.

Sem essa vigilância munidapixbet juniorinformaçõespixbet juniordiagnóstico, fica complicado saber a real situação da pandemia no país e como isso vai evoluir nas próximas semanas.

E esses cuidados todos, inclusive, deveriam ser pensados não apenas do pontopixbet juniorvistapixbet juniornosso território, maspixbet juniortodo o continente ou dos países com os quais temos contato frequente, defende Albuquerque.

"Durante uma pandemia, um país só está seguro quando a situação também está controlada nos seus vizinhos", raciocina o especialista.

Do pontopixbet juniorvista individual, vale seguir respeitando as orientações que minimizam os riscos, como ficarpixbet juniorcasa sempre que possível e, ao sair, usar máscara (de preferência, a PFF2 ou a N95), manter uma distância mínimapixbet junior1,5 metropixbet junioroutras pessoas, lavar as mãos com frequência e preferir lugares abertos e bem arejados.

E, claro, quando chegar apixbet juniorvez, ir até o postopixbet juniorsaúde para receber a vacina (independentemente do imunizante que estiver disponível) para ficar mais protegido e contribuir para que a pandemia melhore pra valer num futuro próximo.

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