Trocaf.bet12comando na Petrobras: Bolsonaro repete interferênciaf.bet12Dilma na estatal?:f.bet12

Crédito, REUTERS/Ueslei Marcelino

Legenda da foto, Perdaf.bet12valor da Petrobras nos dois últimos pregões da Bolsaf.bet12Valores chegou a R$ 102,5 bilhões

"A troca do presidente da Petrobras indica somente uma coisa: vão controlar o preço dos combustíveis na canetada. Vimos esse filme recentemente com a Dilma. O final a gente lembra: quebradeira na estatal", criticou no Twitter o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos líderes dos protestos pelo impeachment da petistaf.bet122016.

E como aconteceu na era Dilma, essa tentativaf.bet12Bolsonarof.bet12conter a alta dos combustíveis pode ter o efeito oposto daquele desejado pelo presidente. Ao invésf.bet12resultarf.bet12queda da inflação, a medida pode levar a uma aceleração dos preços, devido à desvalorização do real frente ao dólar, como resultado do aumento da incerteza.

Nesta segunda-feira, a expectativa do mercado para o IPCA (o índicef.bet12preços do IBGE)f.bet122021 subiuf.bet123,62%, na semana passada, para 3,82%. Com isso, o índice oficialf.bet12inflação fecharia o ano acima do centro da meta, que éf.bet123,75% para este ano.

Até mesmo ex-integrantes do governo fizeram a crítica: "Nunca o governo Bolsonaro foi tão parecido com o governo Dilma como hoje", postou também Paulo Uebel, ex-Secretário Especialf.bet12Desburocratização do governo Bolsonaro.

Entenda melhor a seguirf.bet12três pontos por que a políticaf.bet12combustíveis gera forte desgaste entre Palácio do Planalto e Petrobras há vários governos e como as políticasf.bet12combustívelf.bet12Bolsonaro e Dilma se aproximam ou não.

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto, Por trás da troca no comando da Petrobras, está a insatisfação do presidente da República com os recentes reajustes no preço da gasolina e do diesel

1) Por que a interferência nos combustíveis gera tanta crítica?

O preço dos combustíveis tem impacto direto na inflação, já que boa parte do transportef.bet12carga no Brasil é feito por rodovias. Ou seja, quando o diesel fica mais caro, por exemplo, o custo do frete também aumenta e isso é repassado para o consumidor final.

Além disso, o aumento do combustível também impacta o preço do transporte público, como ônibus, e pesa no bolso dos brasileiros que usam carro ou moto para se locomover.

Por isso, o governo federal é pressionado por caminhoneiros e pela populaçãof.bet12geral a agir contra o aumento do preço dos combustíveis.

O problema é que os preços dos combustíveis vendidos pela Petrobras são impactados pela cotação internacional do petróleo e pela cotação do dólar, já que a estatal exporta parte do óleo bruto que extrai no Brasil e importa combustível refinado. Quando a empresa não repassa as oscilações da cotaçãof.bet12petróleo e da taxaf.bet12câmbio para o preço dos combustíveis, ela acaba tendo prejuízo.

Quem defende que a estatal deve controlar os preços argumenta que a empresa é pública e deve estar a serviço dos brasileiros. Já os que defendem uma políticaf.bet12preços livres ressaltam que a empresa tem capital aberto — ou seja, embora o Estado brasileiro seja o maior acionista, há também investimento privado na estatal.

Além disso, esse grupo argumenta que deixar a estatal no prejuízo vai afetar a sustentabilidade da empresa no longo prazo, limitandof.bet12capacidadef.bet12investimento, algo que seria negativo para todos os brasileiros.

Nesse contexto, intervenções na Petrobras tendem a influenciar a cotação do dólar ao aumentarem as incertezas sobre a economia (e a política econômica) do país, numa espécief.bet12efeito cascata, inclusive afetando os mais pobres.

E essa taxaf.bet12câmbio influencia o preçof.bet12todas as commodities, incluindo os alimentos vendidos no Brasil. Pesa ainda sobre os custos da indústria, que acabam sendo repassados ao consumidor ou prejudicando a saúde financeira das empresas.

A piora na percepçãof.bet12risco no país também tende a travar os investimentos das companhias tende a travar os investimentos das companhias, levando a uma redução das expectativasf.bet12crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. E, com a piora do quadro inflacionário, o Banco Central pode ser levado a antecipar a alta da taxa básicaf.bet12juros (Selic), o que afetaria também as perspectivas para o desempenho da atividade econômicaf.bet122022.

2) Dilma tentou usar Petrobras para segurar inflação no país

Crédito, REUTERS/Ueslei Marcelino

Legenda da foto, Governo Dilma intensificou o controlef.bet12preços da Petrobras

O governo Dilma Rousseff foi marcado por inflação alta — no seu primeiro mandato o IPCA, índicef.bet12preços do IBGE, teve média anualf.bet126,17%, acima do centro da metaf.bet12inflação do Banco Central, que eraf.bet124,5%.

Jáf.bet122015, último ano antes do seu impeachment, a inflação bateu 10,67%.

Foi nesse contexto que seu governo intensificou o controlef.bet12preços da Petrobras, impedindo que as oscilações do mercado internacional fossem repassadas ao mercado interno e pressionassem ainda mais a inflação.

Segundo cálculos do Centro Brasileirof.bet12Infraestrutura (CBIE), as perdas acumuladas pela Petrobras entre 2011 e 2014 (primeiro mandatof.bet12Dilma) por causa dessa políticaf.bet12preços superaram R$ 70 bilhões.

Com o impeachment da petista, o novo presidente, Michel Temer, adotou uma política bastante diferente, permitindo repasses diários da oscilação do mercado internacional para os preços dos combustíveis no mercado interno.

Isso contribuiu para que a estatal se recuperasse financeiramente, mas culminouf.bet12uma forte grevef.bet12caminhoneirosf.bet12maiof.bet122018, que afetou o desempenho da economia naquele ano. Alémf.bet12protestar contra os aumentos, a categoria reclamava que os reajustes diários impediam a previsibilidade do custo do frete.

Para evitar novas paralisações, o governo estabeleceu temporariamente subsídios no preço dos combustíveis para os caminhoneiros.

3) Como tem sido a políticaf.bet12preços no governo Bolsonaro?

O presidente foi eleitof.bet122018 com a promessaf.bet12uma gestão bastante liberal na economia,f.bet12que o ministro Paulo Guedes teria grande autonomia para conduzir a política econômica.

Isso incluía manter a prática do governo Temerf.bet12permitir que a Petrobras reajustasse os combustíveis sempre que necessário para manter a lucratividade da empresa.

No entanto, jáf.bet12abrilf.bet122019, poucos meses após Bolsonaro assumir o cargo, ele ligou para o presidente da estatal, Castello Branco, para vetar novo reajuste no preço do diesel. Isso fez os papéis da empresa recuarem mais 8%f.bet12um dia, o que significou uma perdaf.bet12R$ 32 bilhões no valorf.bet12mercado da estatal.

Com a repercussão negativa, logo depois o preço do diesel foi reajustado, masf.bet12percentual um pouco abaixo do anunciado pela empresa inicialmente. Para agradar os caminhoneiros, o governo na ocasião anunciou uma linhaf.bet12crédito para a categoria e investimentos para melhorar rodovias.

Agora, a decisão do governof.bet12trocar o comando da estatal vemf.bet12um novo momentof.bet12alta acentuada no preço dos combustíveis.

Bolsonaro tem respondido às críticas à mudança na presidência da Petrobras lembrando que ele tem a prerrogativaf.bet12indicar o comando da empresa, já que a União é o maior acionista.

"Dia 20f.bet12março encerra o prazo da vigência do atual presidente (da Petrobras). É direito meu reconduzi-lo ou não. Ele não será reconduzido. Qual o problema? É sinalf.bet12que alguns do mercado financeiro estão muito felizes com a política que só tem um viés na Petrobras, atender aos interesses própriosf.bet12alguns grupos do Brasil, nada mais além disso", disse o presidente a apoiadores nesta segunda-feira (22/02).

Crédito, REUTERS/Ricardo Moraes

Legenda da foto, Em abrilf.bet122019, poucos meses após assumir o cargo, Bolsonaro ligou para presidente da Petrobras para vetar novo reajuste no preço do diesel

Ele também negou que esteja interferindo nos preços da estatal e disse quef.bet12exigência é por "transparência e previsibilidade" nos preços.

O especialista no setorf.bet12petróleo, David Zylbersztajn, professor da PUC-Rio, considera que ainda é cedo para dizer que Bolsonaro "dilmou" no comando da estatal, já que realmente não houve até o momento uma represamento no repasse da variação internacional para os preços domésticos.

Ele ressalta, porém, o efeito negativo das falas do presidente, que tem constantemente criticado os reajustes da estatal. Isso, afirma Zylbersztajn, gera uma expectativa no mercadof.bet12que haverá uma mudança na políticaf.bet12preços.

Segundo o professor da PUC-Rio, a forma como o presidente está conduzindo a questão também deve impactar negativamente os investimentosf.bet12refinof.bet12petróleo no Brasil.

Desdef.bet12o governo Temer, a Petrobras tem um planof.bet12vendaf.bet12refinarias, para focar seus investimentosf.bet12extraçãof.bet12petróleo no pré-sal. A gestão Castello Branco tem dado andamento a esse processo, por considerar que as refinarias criadas nos governos PT foram um investimento ruim para a estatal.

A perspectivaf.bet12que a Petrobras possa voltar a subsidiar os preços, porém, deixará investidores preocupados com a concorrência no mercadof.bet12combustíveis, diz Zylbersztajn.

"Quem vai entrar com dinheiro para comprar uma refinaria, que é um investimento altíssimo, não pode correr riscosf.bet12amanhã você mudar a políticaf.bet12preços", ressalta.

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