Câmara decide na sexta se mantém ou não prisãotitanbet itDaniel Silveira - entenda:titanbet it

Crédito, Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

Legenda da foto, Deputado federal Daniel Silveira foi preso após ofender e ameaçar ministro dos Supremo Tribunal Federal

Agravando ainda mais a situação do parlamentar, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou criminalmente Silveira na quarta-feira. Na denúncia, o parlamentar é acusadotitanbet it"praticar agressões verbais e graves ameaças contra ministros da Corte para favorecer interesse próprio",titanbet ittrês vídeos (dois divulgados no finaltitanbet it2020, além do publicado nesta semana).

Além disso, a PGR diz que Silveira incitou o empregotitanbet itviolência e cometeu grave ameaça para tentar impedir o livre exercício dos Poderes Legislativo e Judiciário, alémtitanbet itter provocado a animosidade entre as Forças Armadas e o STF.

Como a prisãotitanbet itSilveira foi referendada por unanimidade no plenário da Corte, a tendência é que o Supremo aceite a denúncia contra o deputado e o torne réutitanbet ituma ação criminal. Antes, porém, deve ser aberto prazo para manifestaçãotitanbet itsua defesa.

O parlamentar também corre riscotitanbet itperder seu mandato. No mesmo dia que Silveira foi denunciado, a Mesa Diretora da Câmara representou contra ele no Conselhotitanbet itÉtica da Casa, ação que deve gerar um processo que pode culminar comtitanbet itcassação.

Nesta quinta-feira, o parlamentar compareceu a uma audiênciatitanbet itcustódia — direito garantiu ao presotitanbet itser apresentado a um juiz apóstitanbet itprisão para ser reavaliada a legalidade da detenção e se o detido está sendo tratado adequadamente. O juiz Airton Vieira, auxiliar do ministro Alexandretitanbet itMoraes, conduziu a audiência e manteve a prisão.

A defesatitanbet itSilveira dissetitanbet itnota na terça-feira que "a prisão do deputado representa não apenas um violento ataque àtitanbet itimunidade material (referência à proteção que a Constituição garante aos parlamentares para expressar suas opiniões), mas também ao próprio exercício do direito à liberdadetitanbet itexpressão e aos princípios basilares que regem o processo penal brasileiro".

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Deputado Daniel Silveira foi preso após decisão do ministro do STF Alexandrestitanbet itMoraes

Os ministros do Supremo, porém, consideraram emtitanbet itdecisão que as ameaças aos integrantes da Corte configuram ataques ao Estado Democráticotitanbet itDireito e não estão protegidos pela imunidade parlamentar ou pela liberdadetitanbet itexpressão.

"As manifestações não atingiram somente a honorabilidade, não configuraram somente ameaça ilegal à segurança e integridade físicatitanbet itdiversos ministros, mas visaram principalmente impedir o exercício da judicatura, o exercício independente do Poder Judiciário e a própria manifestação do Estado Democráticotitanbet itDireito", afirmou o ministro Alexandretitanbet itMoraes.

O que diz a denúncia da PGR?

Silveira é alvotitanbet itduas investigações no STF: uma delas apura a convocação no ano passadotitanbet itatos autoritários que defendiam o fechamento do Supremo e do Congresso, e a outra investiga a divulgaçãotitanbet itataques e notícias falsas contra os ministros da Corte nas redes sociais. Foi dentro desta última, chamadatitanbet itinquérito das Fake News, que Moraes determinou a prisão do deputado.

Segunda a denúncia assinada pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacquestitanbet itMedeiros, Silveira passou a atacar os ministros do STF após se tornar alvo do inquérito que apura a organizaçãotitanbet itatos antidemocráticos com objetivotitanbet it"coagi-los pela intimidação e, com isso, desestimular,titanbet itseu favor, a aplicação da lei penal".

Por isso, a PGR considera que o deputado deve ser enquadrado no artigo 344 do Código Penal, que prevê até quatro anostitanbet itprisão para quem "usartitanbet itviolência ou grave ameaça, com o fimtitanbet itfavorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervirtitanbet itprocesso judicial, policial ou administrativo, outitanbet itjuízo arbitral".

Além disso, a denúncia diz que o deputado desrespeitou a Leititanbet itSegurança Nacional, ao "incitar à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituições" e "tentar impedir, com empregotitanbet itviolência ou grave ameaça, o livre exercíciotitanbet itqualquer dos Poderes da União ou dos Estados".

O pontotitanbet itpartida para o vídeo mais recentetitanbet itSilveira foi a manifestação do ministro Edson Fachin, que havia criticado na segunda-feira (15/02) tentativatitanbet itinterferênciatitanbet itmilitares no Poder Judiciário. O comentário do ministro foi feito após divulgaçãotitanbet ittrechotitanbet itlivro no qual o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas diz que discutiu com Alto Comando da Força uma postagem feita às vésperas do julgamentotitanbet ithabeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)titanbet it2018, entendida por muitos como uma ameaça ao STF contra a libertação do petista.

Para a PGR, a reaçãotitanbet itSilveira nesse vídeo incentiva o embate entre Supremo e militares, buscando uma ruptura institucional:

"Neste último vídeo, não só há uma escaladatitanbet itrelação ao númerotitanbet itinsultos, ameaças e impropérios dirigidos aos ministros do Supremo, mas também uma incitação à animosidade entre as Forças Armadas e o Tribunal, quando o denunciado, fazendo alusão às nefastas consequências que advieram do Ato Institucional nº 5,titanbet it13titanbet itdezembrotitanbet it1968, entre as quais cita expressamente a cassaçãotitanbet itministros do Supremo, instiga os membros da Corte a prenderem o general Eduardo Villas Bôas,titanbet itmodo a provocar uma ruptura institucional", descreve a denúncia.

Legenda da foto, Plenário da Câmara dos Deputados vai decidir se Daniel Silveira permanecerá preso

O que estátitanbet itjogo na Câmara?

A Câmara dos Deputados deve decidir se mantém ou não a prisãotitanbet itSilveira. O tema divide a Casa — embora o tom dominante sejatitanbet itrepúdiotitanbet itrelação às declarações do parlamentar, há controvérsia sobre se ele poderia ser preso por isso.

A Constituição determina que um parlamentar só pode ser presotitanbet itflagrante por crime inafiançável — no caso, Moraes considerou que a atitude criminosatitanbet itSilveira ainda estavatitanbet itcurso porque o vídeo continuava disponível na internet. Já o ministro Luís Roberto Barroso apresentou outro argumento, ao referendar a decisãotitanbet itMoraes, dizendo que "a flagrância se caracteriza pelo fatotitanbet ita prisão ter sido decretada no mesmo dia (da publicação do vídeo), pouco tempo após o cometimento do crime".

Deputados que analisarão a decisão da Corte, porém, estão divididos.

O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), dissetitanbet itentrevista à rádio CBN que "a fala do deputado é gravíssima" e representa "um crime contra as instituições democráticas", mas questionou a prisão.

"Se nós considerarmos que não existe flagrante e ainda assim decidirmos pela manutenção da prisão, a gente está abrindo um precedentetitanbet itque mesmo sem flagrante um deputado pode ser preso", ressaltou na quarta-feira.

Já os partidostitanbet itoposição (PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL e Rede) defenderam a manutenção da prisão e anunciaram que também representarão contra Silveira no Conselhotitanbet itÉtica da Câmara — medida que pode culminar na cassação do deputado.

"Esse será um pedidotitanbet ittodos os partidos e liderançastitanbet itnossa bancada. Consideramos que o deputado quebrou o decoro ao atacar a Constituição e as Instituições. O processo deve ser analisadotitanbet itforma célere no Conselhotitanbet itÉtica e posteriormente no plenário da Câmara", disse a oposiçãotitanbet itnota coletiva.

O presidente Jair Bolsonaro não comentou a prisãotitanbet itseu aliado. Um dos seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, escreveu no Twitter na quarta-feira, sem citar Silveira diretamente: "Sinto meu estômago embrulhado como não sentia há tempos!"

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