O cientista que abraçou o ensino online aos 70 anos: 'minhas aulas acabaram tendo profundidade maior':bet na veia

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'Percebi que essa modalidade apresenta ganhos imensosbet na veiarelação ao presencial, pois é possível estender e ampliarbet na veiamodo significativo o conteúdo das disciplinas', diz Tálamo

Com a internet foi a mesma coisa. Ele relutoubet na veiaadquirir o serviço e só o fez por pressão dos filhos, mas demorou a começar a usá-lo. "Sem dúvida, sou um usuário tardio", diverte-se hoje. As coisas começaram a mudar quando Tálamo passou a dar aulas,bet na veia1994, na Faculdadebet na veiaEngenharia Industrial (FEI), hoje Centro Universitário FEI,bet na veiaSão Bernardo do Campo. "Eu ainda não era totalmente familiarizado com o mundo dos computadores, mas como professor no ensino superior comecei a usar TIbet na veiaforma mais intensiva."

Nada se compara, no entanto, com o trabalho e os obstáculos que ele tevebet na veiaenfrentar para montar e dar as aulas online para seus alunos da UFABC.

"Eu estava completamente perdido", admite.

"Isolado, comecei a pesquisar o que poderia fazer. De repente, um colega da universidade colocou no nosso grupobet na veiadiscussão uma dica para elaboraçãobet na veiafilmes a partirbet na veiaapresentaçõesbet na veiaPowerPoint. Descobri um recurso que estava disponível na plataforma do software, mas que eu nunca tinha usado. Passei a fazê-lo e converti as aulasbet na veiafilmes."

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Pandemia fez com que aulas presenciais migrassem para a internet

Tálamo, então, respirou aliviado achando que tudo estava resolvido, mas quando viu o resultado percebeu que estava aquém do ideal. Até que teve contato com ferramentasbet na veiaediçãobet na veiasom e imagens com ajuda do pessoal da áreabet na veiainformática da universidade.

Mas nada dava certo. Ele fazia apresentações e elas se perdiam, pois não conseguia gravar nada. Tudo isso levou mesesbet na veiatrabalho ebet na veiapesquisa na internet, avançando madrugada a dentro. "Mas eu estava aprendendo alguma coisa", conforma-se.

"Foi nesse momento que tive contato pela rede, com softwares pagos para ediçãobet na veiafilme. Não teve jeito, tive que pagar anuidades para obtê-los. Daíbet na veiadiante a coisa deslanchou. O trabalhobet na veiameses e meses tentando fazer e editar filmes com softwares gratuitos deu resultado. Comecei a criá-los rapidamente com os novos programas. Levei meses batalhando com a máquina, mas deu resultado: os vídeos ficaram ótimos."

Depois, ele utilizou um site, que já havia criado para a disciplina, e era só postar os vídeos. Pronto, pensou, agora vai. Mais um engano. "Não dava certo", recorda ele, que acabou comprando uma licençabet na veiadois anosbet na veiaum site mais amigável para o usuário.

"Agora, só faltava me comunicar com os alunos e utilizar os vídeos. Mas como?"

Sem a resposta, Tálamo ligou para um colega da universidade e perguntou o que fazer. "A sugestão dele era usar o Google Meet, do qual eu nunca tinha ouvido falar", conta. "E faltavam só uns dias para a primeira aula. Entrei no programa e vi que havia um local para agendar reuniões. Fui direto nele, sem saber o que iria acontecer. Planejei as aulas, que daria dentrobet na veiauns dois ou três dias, sem saber qual seria o resultado."

E chegou o grande dia, o da primeira aula, quando ele saberia enfim se todos o seu esforço durante meses teria valido a pena. Tálamo foi para a frente do computador, abriu a reunião e ficou parado, esperando, sem ter certeza do que iria acontecer. "De repente, uma janela mostra um pedidobet na veiaparticipação", lembra.

"Autorizei. Logobet na veiaseguida outro e mais outro. Eu estava surpreso com o resultado. De repente, sala cheia, maisbet na veiaoitenta alunos. Tinha dado certo."

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Muitos alunos não têm um espaço físico adequado para se dedicar aos estudos

"Abri o jogo e falei para os alunos que não conhecia mais detalhes da ferramenta Google Meet. Uma aluna começou a me orientar: 'professor, no botão à direita, abaixo, o senhor compartilha a tela. Outro explicou como mudar a arquitetura da sala para caber todos os alunos. E assim foi. Na terceira aula, ei já dominava tudo. O curso transcorreubet na veiamodo surpreendente. Nunca imaginei que pudesse chegar àqueles resultados."

Foram esses resultados justamente que fizeram Tálamo abandonarbet na veiaconvicção contra o ensino à distância e passar a defendê-lo com o mesmo entusiasmo. "Nunca,bet na veiaquase trinta anosbet na veiacarreira, havia conseguido atingir o conteúdo que alcancei no EAD", reconhece.

"O curso teve uma extensão e uma profundidade muito maior do que eu conseguiabet na veiasalabet na veiaaula. Percebi que todo aquele tempo ocioso gastobet na veiaentrar na sala, procurar o apagador, apagar a lousa, ligar o micro, ligar o retroprojetor, pedir silêncio, procurar giz, escrever o título da aula, desenhar tabelas na lousa, escrever a resoluçãobet na veiaexercícios, entre outros, havia desaparecido. Todo o tempo passou a ser tempo útilbet na veiaaula."

Mas esses resultados só são obtidos, ele ressalva, se houver um bom trabalho préviobet na veiapreparação e detalhamento exaustivos das aulas online. "Foram meses trabalhando antecipadamente e preparando apresentações, que detalhavam ponto a ponto cada capítulo ou cada resoluçãobet na veiaum exercício", explica Tálamo. "Mas valeu muito a pena. O curso transcorreu na velocidade do som."

Como consequência, hoje ele diz que é absolutamente favorável ao ensino a distância. "Percebi que essa modalidade apresenta ganhos imensosbet na veiarelação ao presencial", afirma. "É possível estender e ampliarbet na veiamodo significativo o conteúdo da disciplina. Os exemplos numéricos tornam-se muito mais claros. Em qualquer dúvidabet na veiaalgum aluno, posso abrir uma nova tela auxiliar e montar rapidamente uma fórmula ou um exemplo novo."

Mas, como sempre, há um outro lado. "Existem alguns pontos que exigem muito cuidado", alerta Tálamo. "O andamento do curso dependerá muito mais do aluno. Há o riscobet na veiamuitos deles não participarem e no final saírem correndo atrás das vídeo-aulas, correndo para recuperar o prejuízo. Isso deve ser contornado com alguma formabet na veiacontrolebet na veiapresença e avaliações rigorosas, como as que eu apliquei. A responsabilidade e o compromisso dos alunos serão muito maiores."

A realidade do acesso à internet

Apesar do otimismobet na veiaTálamo, o ensino à distância no Brasil esbarra na realidade da dificuldadebet na veiaacesso à internet — umbet na veiacada quatro brasileiros ainda não tem acesso à internet, segundo o IBGE (Instituto Brasileirobet na veiaGeografia e Estatística). E mesmo entre os que têm acesso, nem sempre a qualidade é boa o suficiente para acompanhar aulas à distância.

Além disso há diversos outros problemasbet na veiapreparo e estrutura, como faltabet na veiacomputadores e a própria inexperiência dos professores com as plataformas. Embora o Brasil tenha alguns anosbet na veiaexperiênciabet na veiaensino à distância na educação superior, com predominância das instituições privadasbet na veiaensino, os resultados já medidos não são todos satisfatórios.

Segundo o mais recente Censo da Educação Superior, feito pelo Inep (órgão do Ministério da Educação),bet na veia2018, pela primeira vez na história, o númerobet na veiavagas ofertadasbet na veiacursos universitários à distância (7,1 milhões) foi maior do que o númerobet na veiavagasbet na veiacursos presenciais (6,3 milhões).

Mas o que espanta é a ainda baixa quantidadebet na veiaestudantes que conseguem se formar. Em 2018, o Brasil teve 990 mil formandos universitários no ensino presencial, menos da metade da quantidade (2 milhões)bet na veiaalunos que se matricularambet na veiauniversidades presenciais naquele mesmo ano. No ensino à distância, isso cai para um quinto: houve apenas 274 mil alunos formandos,bet na veiacomparação com os 1,3 milhão que se matricularam no mesmo ano.

"Muita gente se matricula achando que o curso à distância vai ser mais fácil, porque o professor não vai estar lá todos os dias", diz à BBC News Brasil Fredric Litto, presidente da Associação Brasileirabet na veiaEducação à Distância (Abed) e professor emérito da USP.

"Quando na verdade é mais difícil, porque depende da motivação e da maturidade do aluno"bet na veiase dedicar o suficiente aos estudos sem a presença física dos docentes, agrega.

Do lado das instituiçõesbet na veiaensino, o avanço da EaD foi uma formabet na veiaganhar escala e baratear os cursos, deixando-os mais acessíveis a alunos distantes oubet na veiabaixa renda. O problema, diz Litto, é que "uma boa porcentagem das escolas fez isso para baratear (o ensino) e ganhar mais dinheiro, demitindo, por exemplo, o corpo docente com doutorado, que é mais carobet na veiamanter. É bom fugir desse tipobet na veiainstituição, porque ela provavelmente não vai investir no enriquecimentobet na veiaseus cursos e materiais e não vai além (do básico)."

Dito isso, Litto acha que o momento atual, que força alunos e professores a ficarembet na veiacasa, pode oferecer boas oportunidades para enriquecer o ensino básico com ferramentasbet na veiaqualidade da educação à distância.

Tálamo lembram que a instituição também precisa dar um suporte maior. "A instituição também terá que contribuir, dando um suporte muito maior, disponibilizando para os professores novas ferramentas e recursos, o que pode exigir maiores gastos financeiros. Vale lembrar que eu paguei anuidadebet na veiausobet na veiaum site e comprei dois softwares caros."

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