Vacina para covid: o que é a 'isençãosimulador apostas desportivasresponsabilidade' e por que você não deveria se preocupar com ela:simulador apostas desportivas

Crédito, EPA

Legenda da foto, Isençãosimulador apostas desportivasresponsabilidade significa que empresas não poderão ser processadas por eventuais reações adversas com as vacinas.

O próprio ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, tem criticado os laboratórios por solicitarem a isençãosimulador apostas desportivasresponsabilidade. Sósimulador apostas desportivasrelação à farmacêutica norte-americana Pfizer, Pazuello já reclamou publicamente duas vezes.

"Todos já sabem das cláusulas da Pfizer. Eu acho que eu não preciso repetir, mas eu vou ser sucinto: isenção completasimulador apostas desportivasresponsabilidade por efeitos colateraissimulador apostas desportivashoje ao infinito. Simples assim. Justiça brasileira abrindo mãosimulador apostas desportivasqualquer ação judicial sobre a empresa. Simples assim. Ad infinitum (para sempre)", disse Pazuello na segunda-feira (11/01).

No fimsimulador apostas desportivas2020, o ministro já tinha criticado a empresa pelo mesmo motivo.

Mas a Pfizer não é o único laboratório a demandar este tiposimulador apostas desportivasproteção. Outros laboratórios estão fechando acordos parecidos com governos ao redor do mundo.

A britânica AstraZeneca, que no Brasil é parceira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no desenvolvimento da chamada "Vacinasimulador apostas desportivasOxford" também pediu — e conseguiu — isenções parecidas na maioria dos países, segundo disse um executivo da empresa à agênciasimulador apostas desportivasnotícias Reuters.

"Esta é uma situação única, na qual nós, enquanto empresa, simplesmente não podemos assumir o risco se (...) dentrosimulador apostas desportivasquatro anos a vacina começar a exibir efeitos colaterais", disse Ruud Dobber, um executivo da AstraZeneca, à agência Reuterssimulador apostas desportivasmeadossimulador apostas desportivas2020.

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Legenda da foto, Ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, tem criticado os laboratórios por solicitarem a isençãosimulador apostas desportivasresponsabilidade

Nos Estados Unidos, tanto a Pfizer quanto a Moderna obtiveram do governo garantiassimulador apostas desportivasque não serão processadas por possíveis efeitos colaterais.

Diferentemente do Brasil, os EUA possuem um fundo que paga indenizações a pessoas que sofram com efeitos colaterais da vacina — ainda que poucas pessoas tenham sucesso ao pedir indenizações.

Na Europa, um consórcio das empresas produtorassimulador apostas desportivasvacinas pressionou a Comissão Europeia por uma isençãosimulador apostas desportivasresponsabilidadesimulador apostas desportivasmeados do ano passado, segundo relatou o jornal Financial Times. Ao jornal, a Comissão Europeia disse que o pedido seria pelo menos parcialmente atendido.

A BBC News Brasil procurou a Interfarma, uma associação que representa a indústria farmacêutica no Brasil, para comentários. A entidade preferiu não se manifestar.

'Surpresa do Ministério da Saúde revela desconhecimento'

"Tem um desconhecimento aí do pessoal do ministério (da Saúde)simulador apostas desportivascomo funcionam esses contratos. Numa situação como essa (de pandemia) é esperado, e até comum, que as empresas tentem buscar alguma segurança", diz o médico e advogado Daniel Dourado, especialistasimulador apostas desportivasdireito à saúde.

"É esperado (o pedidosimulador apostas desportivasisençãosimulador apostas desportivasresponsabilidade). Os laboratórios têm feito issosimulador apostas desportivasoutros países, e vão fazer (no Brasil). No caso do Brasil, nós não temos um sistemasimulador apostas desportivasproteção (contra ações judiciais) como tem nos Estados Unidos, que tem lá o fundosimulador apostas desportivascompensação para isso. Nos Estados Unidos há essa espéciesimulador apostas desportivasmediação", diz ele.

"A responsabilidade da vacina ésimulador apostas desportivasquem implementa. É uma política pública. A partir do momentosimulador apostas desportivasque o governo compra a dose da vacina e passa a distribuir para o cidadão, aquilo é visto como um ato administrativo. Não tem como tirar a responsabilidade do Estado, passando a responsabilidade para o cidadão", diz Dourado, que se graduousimulador apostas desportivasmedicina pela Universidadesimulador apostas desportivasBrasília (UnB) esimulador apostas desportivasdireito pela Universidadesimulador apostas desportivasSão Paulo (USP).

"Pense bem: num cenáriosimulador apostas desportivaspandemia (...) não faz sentido o governo deixarsimulador apostas desportivasaplicar a vacina, num cenáriosimulador apostas desportivasque tem milhõessimulador apostas desportivaspessoas infectadas, milharessimulador apostas desportivaspessoas internadas, milharessimulador apostas desportivaspessoas morrendo,simulador apostas desportivasUTIs, porque ele está com receiosimulador apostas desportivaster um caso ou outrosimulador apostas desportivasque vai ter um efeito… que ele vai ter que pagar indenização. Então, não faz muito sentido do pontosimulador apostas desportivasvistasimulador apostas desportivasdecisão política", diz Daniel Dourado.

Vacinas são seguras mesmo com isenção, dizem especialistas

Ariane Gomes é imunologista e PhDsimulador apostas desportivasmedicina clínica pela Universidadesimulador apostas desportivasOxford, no Reino Unido.

Segundo ela, todo medicamento envolve algum pequeno grausimulador apostas desportivasrisco — mas os testes clínicos realizados garantem a segurança do produto.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Brasil pode aprovar vacinas contra covid nos próximos dias

"Os testes clínicos mostraram que a vacina é segura. Mas,simulador apostas desportivasqualquer forma, com qualquer medicamento, qualquer vacina, qualquer intervençãosimulador apostas desportivassaúde você tem um risco. Uma vez que você coloque isso para a população, para usosimulador apostas desportivaslarga escala, você vai pegar eventos raros", diz Ariane.

"Todos os padrõessimulador apostas desportivassegurança foram atendidos. Mas é importante entender a questão da escala: quanto mais pessoas, mais chancessimulador apostas desportivaspegar casos raros. Isso é esperadosimulador apostas desportivasqualquer tratamento. Mas ainda assim, o risco é muito menor que o risco da doença", diz ela.

"Nos Estados Unidos, por exemplo, eles têm um problema muito grande com isso. Isso quebra empresas, quebra farmacêuticas por lá, acontece demais (...). Só o processosimulador apostas desportivasdemonstrar que a pessoa que tomou uma vacina e morreu uma semana, um mês depois, se teve vínculo ou não (com a vacina) é super complicado. Já poderia trazer dificuldades para a empresa", diz a imunologista.

"Vendo os dados que foram mostradossimulador apostas desportivassegurança (das vacinas da Pfizer, da Moderna e da AstraZeneca), eu diria que são seguras. Os testes tiveram uma performance muito boa, não teve nenhum caso sério. Quando começaram os testes, tiveram alguns casossimulador apostas desportivasreação alérgica, só que tem gente que tem alergia a aspirina, tem alergia a qualquer coisa, né? E mesmo assim foi tudo certinho", diz ela.

"Acho que já têm (os fabricantes) uma certa proteção porque estão fazendo um uso emergencial. Acho que nenhum país até agora deu o full approval (aprovação definitiva), só a autorização para uso emergencial", diz Ariane, que é especialista no desenvolvimentosimulador apostas desportivasvacinas.

Eurico Correia é médico e mestresimulador apostas desportivasmedicina farmacêutica, e trabalhou durante anos na indústria. Ele diz que pedidossimulador apostas desportivasisenção como estes são uma resposta inédita a um problema inédito — a pandemia.

"É uma cláusula que não só a Pfizer está utilizando, mas também a AstraZeneca, devido ao fatosimulador apostas desportivasque não é um registro do produto para utilização normal, no dia a dia. É para uso controlado,simulador apostas desportivascaráter emergencial, por causa da pandemia. Que é para as pessoas não acharem 'Ah, isso é uma safadeza da indústria farmacêutica tentando se proteger...'. Não é isso", diz ele.

"Quando eu estive lá (na indústria) nunca aconteceu, por quê? Nunca tivemos uma pandemia como essa,simulador apostas desportivasque fosse preciso fazer um desenvolvimento tão rápido quanto foi feito. Então eu acho que isso aí é uma coisa que existe e protege tanto o paciente quanto a pessoa que está fabricando", diz Correia.

"Nem se devia ter feito muito alardesimulador apostas desportivastorno desta cláusula, porque numa situação dessas ela deve ser encarada com normalidade", diz ele.

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