Caos no Amapá: família contrai covid-19 após sairbrabet link entrarbuscabrabet link entraráguabrabet link entrarmeio a apagão:brabet link entrar

Crédito, Prefeiturabrabet link entrarMacapá

Legenda da foto, Em Macapá, população se aglomerabrabet link entrarfilas para conseguir água potável durante apagãobrabet link entrarenergia elétrica

Por causa do rodízio e dos problemas causados pelo apagão, muito amapaenses saíram às ruas para protestar, o que gerou episódiosbrabet link entrarviolência e repressão policial. Um adolescente foi atingido no olho por uma balabrabet link entrarborracha disparada pela polícia.

As eleições municipaisbrabet link entrarMacapá, que ocorreriam normalmente no último domingo, foram adiadas.

O governo federal, responsável pela concessão do sistema elétrico da região à iniciativa privada, prometeu, nos primeiros dias do corte, resolver o problemabrabet link entrar10 dias, mas isso ainda não aconteceu.

No último dia 11, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Amapá estava "prestes a ter 100% da energia restabelecida", mas novamente a promessa não se cumpriu. Nessa quarta-feira (18),brabet link entrarevento público, Bolsonaro ignorou perguntasbrabet link entrarjornalistas a respeito da situação caótica pela qual passa o Estado.

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Arquiteta Marina Silva,brabet link entrar22 anos, precisou tomar banho na piscinabrabet link entrarum parente porque não havia águabrabet link entrarcasa durante apagão

Nos primeiros dias, a arquiteta Marina Silva sofreu com a faltabrabet link entrarinformação sobre a situação.

"Nós ficamos totalmente no escuro, sem saber o que ocorria. Internet não funcionava, celular também não, rádio não pegava, ninguém sabia o que tinha acontecido", conta,brabet link entrarentrevista à BBC News Brasil.

"Não tínhamos nem como nos comunicar com as pessoasbrabet link entrarfora da cidade."

Foi então que começou a faltar águabrabet link entrarMacapá. Boa parte dos moradores da cidade utiliza poços artesianos que necessitambrabet link entrareletricidade para bombear a água. A famíliabrabet link entrarMarina precisou tomar banho na piscina da casabrabet link entrarum parente.

Sem luz, as velas para iluminar a casa durante a noite também sumiram dos supermercados. "Foi uma situação desesperadora, pois não tínhamos qualquer informação do exterior", conta.

Vizinhos do bairro conseguiram fornecer um poucobrabet link entrarágua, a partirbrabet link entrargeradores. "Minha tia foi tentar pegar um poucobrabet link entrargelo. Mas ela ficoubrabet link entraruma fila das 8h30 às 18h, e só conseguiu comprar três sacosbrabet link entrargelo, porque era o limitebrabet link entrarcompra por pessoa."

A arquiteta acredita que a espera nessa fila quilométrica infectoubrabet link entrartia com covid-19.

"Não tenho como afirmar 100% que foi isso. Mas antes ela estava se cuidando bem, evitando aglomerações, e não tínhamos nenhum caso na família. Essa fila estava cheiabrabet link entrargente amontoada", diz.

Crédito, Rudja Santos/Amazônia Real/Fotos Públicas

Legenda da foto, Moradores do bairrobrabet link entrarSanta Rita,brabet link entrarMacapá, protestaram contra o apagão no Estado (imagem do dia 7brabet link entrarnovembro)

Dias depois, outros três familiares da casa também foram infectados.

"Comobrabet link entrarMacapá faz muito calor e não havia energia para o ar-condicionado, nós decidimos dormir do ladobrabet link entrarfora,brabet link entrarcolchões ebrabet link entrarredes. Ficamos muito perto um do outro, e acho que isso ajudou a espalhar a doença", diz.

Ao todo, três tios e uma prima descobriram que estavam doentes: tiveram sintomas leves. A confirmação veio depoisbrabet link entrarexames feitosbrabet link entrarum centrobrabet link entraratendimento a pacientes com coronavírus. Além disso, há outros dois casos suspeitos na família, ainda sem confirmação por meiobrabet link entrartestes.

No entanto, a pandemia não foi o único problema enfrentado pela família depois do apagão. Mesmo com o rodízio, a comida que havia na geladeira da casa estragou. "A gente não pode comprar comida demais, porque senão estragabrabet link entrarnovo. O rodízio é imprevisível. Começou com seis horas com energia por dia, mas agora são só três horas ou menos", diz.

Para tentar se alimentar, a família comprou um peixe assado, mas depois descobriu que o prato estava estragado. "Ninguém está conseguindo armazenar comida direito. Nós ficamos uns três dias com problemas estomacais. Mas não sei se foi só o peixe ou água, que também não está boa. Eu vi pessoas pegando água do rio Amazonas para beber, e essa água não é tratada. O esgoto da cidade vai para lá", conta.

Relatos como o dela não são incomuns. Nas redes sociais, há inúmeros vídeos mostrando moradoresbrabet link entrarMacapá com galões nas mãos recolhendo água não potável do local.

Com todos esses "perrengues" por causa do apagão, Marina decidiu anteciparbrabet link entrarvolta à Brasília, onde mora. Inicialmente,brabet link entrarpassagem estava prevista para o dia 3brabet link entrardezembro.

"Cheguei no aeroporto, e tinha gente dormindo no chão para se refrescar um pouco no ar-condicionado. A companhia aérea não remarcou minha passagem. Tentei comprar outra, para Belém, mas uma passagem estava custando R$ 4 mil. É um absurdo. Estou presabrabet link entrarMacapá", diz.

Agora, nos próximos dias, Marina e seus parentes estão tentando proteger membros mais velhos da família, comobrabet link entrarmãe,brabet link entrar57 anos, ebrabet link entraravó,brabet link entrar75.

"É uma situação caótica e desesperadora. Elas estão isoladas, mesmo no calor", diz.

Afastamento

Hoje, a Justiça Federal do Amapá decidiu afastar a diretoria da Agência Nacionalbrabet link entrarEnergia Elétrica (Aneel) e os atuais diretores do Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão responsável pelo controle da operaçãobrabet link entrargeração e transmissãobrabet link entrarenergia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Crédito, Reuters

Legenda da foto, O presidente Jair Bolsonaro ignorou perguntas sobre a situação do Amapá nesta quarta-feira

A medida, válida por 30 dias, visa evitar que haja interferência nas investigações sobre as causas do apagão, segundo decisão do juiz João Bosco Costa Soares da Silva.

De acordo com o site G1, o magistrado argumenta, na decisão, que houve negligência da Aneel, do ONS e da empresa Linhasbrabet link entrarMacapá Transmissorabrabet link entrarEnergia (LMTE), "referente à necessidadebrabet link entrarconsertobrabet link entrarum dos três transformadoresbrabet link entrarenergia elétrica da Subestação Macapá, que demandava reparos urgentes desde o final do anobrabet link entrar2019."

Ao G1, o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, afirmou que "todos os esforços, no atual momento, estão concentrados na normalização do fornecimentobrabet link entrarenergia no Amapá."

Colaborou Vinícius Lemos,brabet link entrarSão Paulo

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