A complexa logísticavideo de pokerapoio à população da Amazônia no combate à pandemiavideo de pokercovid-19:video de poker

Todos tiveram que desembarcar e ficarvideo de pokerisolamento, enquanto o pessoal do projeto corria para fazer toda a sanitização do barco e dos equipamentos e para encontrar outra equipe para tripular a embarcação e tentar manter a agendavideo de pokerentregas, conta Caetano Scannavino, coordenador do Saúde e Alegria.

Levar atendimento médico e suprimentos às comunidades ribeirinhas e indígenas ao longo do rio Tapajós, no Pará, já não é uma tarefa fácilvideo de pokerépocas normais. Durante a pandemiavideo de pokercovid-19, o desafio é dobrado.

"Uma das coisas mais desafiantes se tratandovideo de pokerAmazônia e fazer a coisa chegar lá no interior do interior", diz Scannavino.

Fazer a distribuiçãovideo de pokerkitsvideo de pokerlimpeza sem gerar aglomeração não é fácil. Uma sérievideo de pokerprotocolos foram estabelecidos, como deixar os suprimentos na entrada das comunidades — com as próprias pessoas do local fazendo a distribuição.

Nas datas combinadas com antecedência, líderes das comunidades ficavam na beira do riovideo de pokermadrugada esperando o barco chegar.

Um dos principais problemas causados pelo atraso devido à contaminação da equipe é que, sem sinalvideo de pokercelular e internet na região, era impossível avisar algumas das comunidades — o dia amanheceria, as pessoas ficariam esperando, mas o barco não chegaria.

Com o acionamentovideo de pokermuitos contatos e pedidosvideo de pokerajuda, o projeto conseguiu substituir a tripulação e fazer as entregas, ainda que com atraso.

"Perrengues como esse são a nossa vida", conta Adriana Pontes, administradora do Saúde e Alegria. "É uma dificuldade muito grande, um desafio para a gente, ter que dar contavideo de pokertudo isso. Às vezes são três operações enormesvideo de pokerlogísticavideo de pokerum dia só."

'Areiões' e baixo nívelvideo de pokerágua nos rios

Na pandemia, ante o objetivovideo de pokerlevar equipamentosvideo de pokersaúde aos locais mais remotos, onde não há UTIs e há pouca estruturavideo de pokersaúde, há três principais desafios.

O primeiro é fazer os equipamentos chegarem a grandes centros, como Santarém. Boa parte do material vemvideo de pokerlocais como São Paulo (como as cartilhas educativas) e alguns até foram importados. No início da pandemia, quando os voos estavam todos cancelados, essa dificuldade foi ainda maior.

"Contamos com a boa vontadevideo de pokercompanhias aéreas como a Gol evideo de pokerempresas como a Natura, que emprestaram caminhões. Também pegamos carona com o Exército", conta Scannavino.

O segundo desafio é levarvideo de pokerpolos como Santarém para as aldeias e comunidades.

O Saúde e Alegria a ajudou a montar dois laboratórios remotosvideo de pokeraldeias munduruku e a distribuir 300 equipamentosvideo de pokersuporte à respiração montados a partirvideo de pokermáscarasvideo de pokermergulho. Onde o transporte normalmente é feito com barcos e pequenas lanchas, levar equipamentosvideo de pokersuporte à respiração e laboratórios inteiros é um trabalho complexo.

A fundação Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que nesta semana lançou uma sérievideo de pokervídeos no YouTube sobre as expediçõesvideo de pokerprevenção e enfrentamento à covid-19, levou uma sérievideo de pokerequipamentos e kitsvideo de pokerlimpeza e alimentação para a Reservavideo de pokerDesenvolvimento Sustentável do Juma. São oito horasvideo de pokerviagemvideo de pokerbarco para chegar à reserva, mas mesmovideo de pokerbarco o acesso às comunidades não é garantido.

Isso porque no meio do ano, os níveis dos rios na Amazônia estão mais baixos, o que cria um desafio adicional para o transporte, explica Valcléia Solidade, superintendentevideo de pokerDesenvolvimento Sustentável da FAS. Ou seja, para chegar às comunidades mais distantes é preciso transferir tudo para canoas e pequenas lanchas.

E nem tudo é feito por rio. Para chegar à comunidade indígenavideo de pokerMontanha e Mongabal, no oeste do Pará, "são três dias na estrada, e muitas vezes os caminhões atolam no 'areião' (bolsõesvideo de pokerareia seca)", conta Adriana Pontes, da Saúde e Alegria. "Em agosto um caminhão ficou horas atolado no meio do caminho", conta Pontes.

Quando isso acontece, é preciso descer e procurar grandes folhasvideo de pokerárvores e palmeiras que possam ser colocadas embaixo do carros e caminhões para que eles consigam sair.

Se a temporada évideo de pokerchuvas, a situação não melhora: o que era um areião vira uma poça enormevideo de pokerlama.

"O terceiro grande desafio, que agora já melhorou, mas foi muito difícil no começo, foi adquirir insumos que começaram a faltar", conta Scannavino.

Além dos kitsvideo de pokerlimpeza e alimentação, o projetovideo de pokerSacannavino também distribui outros suprimentos necessáriosvideo de pokercomunidades mais afastadas. Para os índios mundurukusvideo de pokerJacareacanga, no extremo sudoeste do Pará, eles mandam materialvideo de pokerpesca, como varasvideo de pokerpescar. O material vaivideo de pokercaminhão para a cidadevideo de pokerItaituba, depoisvideo de pokerrabeta (lancha pequena com motor) para a comunidade.

Projetos que fornecem esse tipovideo de pokerequipamento e garantem "soberania" alimentar às comunidades são uma das prioridadesvideo de pokerentidadesvideo de pokertempos normais, e durante a pandemia um dos desafios foi manter esse material chegando.

A entidade internacional Amazon Watch, através do fundo Amazon Defenders Fund (ADF), está apoiando justamente projetos assim: que possibilitem à comunidade a compravideo de pokermateriaisvideo de pokerpesca e agricultura, alémvideo de pokerdoação sementes orgânicas e construçãovideo de pokerpoçosvideo de pokerágua. Foram maisvideo de poker10 mil indígenas apoiados desde o início da pandemia.

União e apoio mútuo

Para enfrentar as dificuldades logísticas, projetos como o Saúde e Alegria e entidades como os Expedicionários da Saúde e o Greenpeace se unem e se ajudam mutuamente.

"Também mantemos contato e contamos com o apoio dos funcionários da Secretariavideo de pokerSaúde Indígena que estão na ponta, que estão nas comunidades", conta Scannavino.

"Tentamos dar um suporte direto ao sistemavideo de pokersaúde. A Amazônia foi o primeiro lugar a colapsar no Brasil por causa da pandemia justamente por faltavideo de pokerestrutura, por necessidadevideo de pokeratendimento acima do que a estrutura comporta."

Dezenasvideo de pokergrupos com o interessevideo de pokerajudar a população da Amazôniavideo de pokermeio à crisevideo de pokersaúde pública — do Saúde e Alegria à entidade internacional Amazon Watch —contaram com o apoio da mesma entidade: os Expedicionários da Saúde.

"Trabalhamos na Amazônia há 17 anos, então já conhecemos todos os agentes, os parceiros locais, líderes comunitários, o pessoal do ISA (Instituto Socio-Ambiental)", conta Márcia Abdala, da coordenação dos Expedicionários. A instituição médica montou 12 enfermariasvideo de pokercampanha no alto Rio Negro, logo no início da pandemia, com a organização inteira feita a partir da Campinas, no interiorvideo de pokerSão Paulo.

Como o pessoal da ONGvideo de pokerCampinas não podia viajar por causa da pandemia, contou com voluntários para fazer a logísticavideo de pokerdiversas paradas até o destino final nas comunidades indígenas. As cargas foram para Manausvideo de pokeraviões da Azul, e também contaram com caronas nos aviões da Força Aérea e do Greenpeace. Depois foramvideo de pokerbarcos para São Gabriel da Cachoeira evideo de pokerlá para as comunidades.

Para treinar os profissionaisvideo de pokersaúde locais, gravaçõesvideo de pokercursosvideo de pokercapacitação foram feitas e colocadasvideo de pokerpendrives — já que muitos locais não contam com internet.

As enfermarias foram entregues completas, com tudo já pensado para cada localidade. "Tem muita dificuldadevideo de pokeracesso, então não adianta mandar o concentradorvideo de pokeroxigênio, que precisavideo de pokertomada, se o local não tem energia. A faltavideo de pokerum único prego pode impossibilitar toda uma operação", conta Abdala. "Então a gente já manda gerador, alicate, fio, tomada, rede, tudo o que vai precisar."

Os concentradoresvideo de pokeroxigênio são essenciais, explica a Amazon Watch, que levou 40 concentradores juntamente com o Greenpeace os Expedicionários da Saúde aos mundurukus. "Esses equipamentos ajudam a amenizar os sintomas mais gravesvideo de pokercrises respiratórias, evitando assim que os indígenas se desloquem até os grandes centros e fiquem expostos à contaminação", diz a Amazon Watch.

É preciso entender a cultura e as necessidadesvideo de pokercada local também. A maioria das comunidades indígenas recebeu redes, mas povos do grupo je (como kaiapós e xavantes) não dormemvideo de pokerredes, então foram enviadas macas.

"A gente já tinha um projetovideo de pokerlogística pronto, e abrimos para todos, que foram se replicando pela Amazônia. É uma parceriavideo de pokerajuda humanitária", conta Márcia.

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