Grupo cria carroça elétrica para ajudar catadoresslot78 casinoreciclagem:slot78 casino

Todos os dias, o jovem deixa a ocupação onde mora e passa cercaslot78 casino12 horas, das 8h às 20h,slot78 casinobuscaslot78 casinopapelão, jornais e latinhas no bairro da Vila Nova Conceição, na zona sul da capital paulista.

"Ele só não trabalha mais porque quer chegar logo para ver o Pereirão da novela", conta a mãe dele sorrindo.

Para diminuir o desgasteslot78 casinoÉliton e outros catadores que mesmo mais velhos e com doenças graves não pararamslot78 casinotrabalhar, pesquisadores do projeto Carroças do Futuro, da ONG Pimp my Carroça, desenvolveram e vão fornecer, com a ajudaslot78 casinoempresas, carroças e triciclos elétricos.

Os veículos são equipados com um motor abastecido na tomada comum. As carroças podeM chegar a 5 km/h e triciclos elétricos a 40 km/h.

Em apenas um dia Éliton chega a transportar maisslot78 casino200 kgslot78 casinorecicláveis. Em média, ele ganha R$ 30 reais pelas 12 horasslot78 casinotrabalho. Se ele trabalhar todos os dias úteis do mês, o rendimento dele seráslot78 casinocercaslot78 casinoR$ 700 — bem menor que um salário mínimo (R$ 1.024).

O dinheiro que o jovem ganha ajuda na renda familiar. A ocupação onde eles moram serveslot78 casinoabrigo para Éliton, a mãe dele e outros cinco filhos.

Pesquisa e financiamento

A gestora do projeto Carroças do Futuro, Adriane Andrade, disse que a ideia surgiu do artista plástico Mundano, fundador da ONG Pimp My Carroça e conhecido por pintar veículosslot78 casinocatadores.

Ela conta que a intenção do artista é fazer com que o catador deixeslot78 casinoser "o homem do saco" e tenha seu trabalho reconhecido e valorizado pela sociedade.

"É cuidando da ferramentaslot78 casinotrabalho das pessoas que elas começaram a mudar. Começamos nosso projetoslot78 casino2019slot78 casinoparceria com Instituto Clima e Sociedade. Pesquisamos iniciativas anteriores que buscavam colocar motoresslot78 casinocarroças e nos reunimos com engenheiros elétricos, engenheiro mecânico, especialistasslot78 casinoenergia solar, especialistasslot78 casinogerenciamentoslot78 casinoresíduos, estudantes e fizemos seis protótipos", afirmou.

A partirslot78 casinoentão, eles fizeram um desenho a partir das melhores ideiasslot78 casinocada protótipo e firmaram uma parceria com o Institutoslot78 casinoPesquisas Tecnológicas (IPT) para que eles pudessem construir um projeto técnico.

Após conversas com os catadores, os técnicos concluíram que o melhor para as grandes metrópoles seria a carroça elétrica e para as cidades litorâneas, o triciclo, pois o terreno é mais plano.

800 kg

O catador Carlos Roberto Arosti, conhecido como Magrão,slot78 casino56 anos, tem um desvio na coluna e carrega,slot78 casinomédia, 300 kg por viagem — seu recorde foi 800 kg.

"Foi um dia que eu carreguei sacoslot78 casinocimento, areia e pedra para um cliente que estava uma boateslot78 casinoPinheiros (zona oesteslot78 casinoSP). E tudo isso eu faço doente. Minhas mãos são calejadas e minhas costas e pernas doem cada dia mais. Quando eu chego no meu repouso, eu estou só o bagaço e essa carroça me ajudaria demais", afirmou à BBC News Brasil.

No entanto, a ONG não garantiu que ele receberá uma carroça elétrica.

Magrão, que moraslot78 casinouma barracaslot78 casinocamping no largo da Batata,slot78 casinoPinheiros, não tem pais e diz que mora nas ruas para evitar o convívio com os familiares.

Ele começa a trabalhar todos os dias às 7h30 e para apenas quando está cansado. Alguns dias às 23h. Ele não apenas recolhe reciclagem, mas também presta serviços para uma cooperativa e faz carretos, como transportar entulho.

Num dia bom, diz lucrar R$ 100. Mas geralmente os rendimentos não passamslot78 casinoR$ 30 ou R$ 40.

"Faço umas seis ou sete viagens por dia. A reciclagem é mais fácil, mas eu não posso escolher. Se tem entulho, eu levo. Não posso ficar parado porque tempo é dinheiro e eu precisoslot78 casinodinheiro para sobreviver", afirmou Magrão.

Ele disse que seu sonho é guardar dinheiro para comprar um terreno e construir uma casaslot78 casinodois cômodos

A coordenadora do projeto Carroças do Futuro diz que a carroça já passou por uma faseslot78 casinotestes epelos catadoresslot78 casinolaboratório e será aprimorada pelo IPT. Depois, eles passarão a usar nas ruas para avaliar onde há falhas e indicar melhorias, caso seja necessário.

"Nossa maior dificuldade é a captaçãoslot78 casinorecursos. Os triciclos fizemosslot78 casinoparceria com Nestlé, que comprou quatro veículos que já são usados no mercado e nós estamosslot78 casinofaseslot78 casinotestes. Nossa ideia é pegar recursos e construirslot78 casinomaior escala", afirmou.

Já foram doados 3 triciclos, dois para catadores da capital paulista e um para a cooperativa Cooperbem, no Guarujá (litoral). Os catadores foram escolhidos pelo grauslot78 casinovulnerabilidade social e diversidade geográfica.

Tanto os triciclos quanto as carroças possuem rastreador por satélite, um geradorslot78 casinoenergia solar para carregar celular e caixinhaslot78 casinosom via USB. Os veículos também contam com farol dianteiro, pisca alerta, buzina, retrovisor e adesivos refletores.

A cada carga completa, a carroça tem autonomia para ser usada entre 6 a 8 horas. A duração, porém, está condicionada ao uso. Os técnicos recomendam que os catadores que queiram uma maior autonomia usem o motorslot78 casinosubidas ou quando a carroça estiver carregada.

Os pesquisadores disseram queslot78 casinooutros protótipos o motor travava quando a bateria acabava e que isso prejudicaria os catadores. A carroça foi projetada para carregar até 500 kg, enquanto o triciclo, 300.

A velocidade máxima atingida pela carroça seráslot78 casino5 km/h, enquanto o triciclo pode passar dos 30 km/h.

No caso dos triciclos, o custoslot78 casinocada cargaslot78 casino8 horas éslot78 casinocercaslot78 casinoR$ 0,40, o que gera uma autonomiaslot78 casino40 a 80km, dependendo do peso da carga e do piso.

Em um mês, o catador deve gastar entre R$ 10 a R$ 12 se carregar o motor elétrico diariamente.

A coordenadora do projeto diz que o valorslot78 casinocada carroça ainda estáslot78 casinoanálise. Questionada, a ONG também não informou quanto custa cada triciclo elétrico. A intenção inicial é fazer doaçõesslot78 casinocomodato para os carroceiros para que eles não vendam o veículo. O contrato seráslot78 casinoum ano e será renovado a cada período.

Sofre na subida

Éliton nasceu com paralisia cerebral, mas a mãe só descobriu quando ele tinha quase 9 anos. Todo o lado do esquerdo do corpo do rapaz é afetado, da cabeça aos pés.

Alémslot78 casinofisicamente ser difícil movimentar um dos lados do corpo, a doença também causa uma dificuldadeslot78 casinoaprendizagem.

"Tudo o que ele aprendeu foi antes dele descobrir a doença. Eu ensinava como uma criança normal. Aprendeu o nome dele, a contar, mas não conseguiu acompanhar escola regular nem a especial. Hoje ele frequenta uma escola para pessoas com deficiência, que parou por causa da pandemia", afirmou.

Com uma bicicleta acoplada a uma carroça, ele sofre para superar uma subida. Ele é uma exceção que vai receber o triciclo morandoslot78 casinoSão Paulo

"A gente tem que saber que ele é especial, então vamos vigiar bastante. Mas ele foi tranquilo nos testes feitos no galpão. Ele até me carregou dentro da caçamba. O mais importante é que vai ser mais rápido porque hoje ele perde muita coisa para outros catadores porque ele sempre chega atrasado por causa da dificuldade dele para andar", conta a mãe do catador.

Elismaura diz que o rastreador vai evitar assaltos, pois já furtaram uma bicicleta do filho dela quando estava amarrada do ladoslot78 casinofora da casa. Quebraram o cadeado e levaram o veículoslot78 casinomadrugada.

Hoje, o jovem não paraslot78 casinofalar na nova ferramentaslot78 casinotrabalho que vai pegarslot78 casinobreve.

"Quero muito mesmo. Vou trabalhar melhor."

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