Bolsonaro substituiu Duterte e virou 'pior vilão internacional', diz Rubens Ricupero:bonus galaxyno

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Para Rubens Ricupero, situação 'grotesca' do país hoje não tem paralelo no mundo

Ricupero atuou como diplomata por maisbonus galaxyno40 anos. Foi embaixador do Brasilbonus galaxynoWashington entre 1991 e 1993 e ministro da Fazenda e do Meio Ambiente no governo Itamar Franco (1992-1994).

Na quinta-feira (18), ele divulgou uma carta aberta assinada com outros 8 ex-ministros do Meio Ambientebonus galaxynoque expõe a "ação anticientífica do governo federal", que transformou "o desafio da covid-19 na mais grave tragédia epidemiológica da história recente do Brasil".

"A sustentabilidade socioambiental está sendo comprometidabonus galaxynoforma irreversível por aqueles que têm o dever constitucionalbonus galaxynogaranti-la", segue o documento, que solicita ao Procurador-Geral da República "que adote as medidas jurídicas cabíveis para barrar iniciativasbonus galaxynoestímulo à degradação do meio ambiente promovidas pelo governo federal" e que examine "com imparcialidade e presteza as denúnciasbonus galaxynocrimesbonus galaxynoresponsabilidade potencialmente cometidos pelo ministro do Meio Ambiente".

Leia, a seguir, trechos da entrevista.

bonus galaxyno BBC News Brasil - A União Europeia já sinalizou, por conta da situação da pandemia aqui, que deve barrar a entradabonus galaxynobrasileiros quando começar a reabrir as fronteiras. O que o Brasil perde ao ser visto como um país que não consegue controlar o avanço da covid-19?

bonus galaxyno Rubens Ricupero - Isso vai aprofundar o isolamento. Os EUA já adotaram essa medidabonus galaxynorelação aos voos provenientes do Brasil - e já há algum tempo. Essa preocupaçãobonus galaxynoque o Brasil perdeu o controle da doença ebonus galaxynoque pode contagiar outros países que estãobonus galaxynocerta forma mais protegidos é praticamente universal.

Os três presidentes dos países do Mercosul - da Argentina, do Uruguai e do Paraguai -, já manifestarambonus galaxynopúblico a preocupação com o descontrole da pandemia no Brasil e adotaram medidas nas fronteiras.

Então, se amanhã a União Europeia fizer isso, provocaria talvez não uma mudançabonus galaxynosubstância, mas no plano psicológico acho que seria um golpe forte, dados os laços que o Brasil tem com países europeus.

Crédito, Marcelo Camargo/Ag. Brasil

Legenda da foto, 'Essas ideias do Ernesto Araújo e dos seus sequazes fazem parte do que os americanos chamambonus galaxyno'lunatic fringe', que são aqueles loucos que você tem, assim, no interior do Colorado... são uns doidos que vivem na periferiabonus galaxynotudo'

bonus galaxyno BBC News Brasil - A situação do país hoje, nabonus galaxynoavaliação, mudabonus galaxynoalguma forma a visão que o mundo tinha sobre a gestão Jair Bolsonaro? A gente sabe que a imagem do Brasil foi um pouco maculada por conta das queimadas na Amazônia…

bonus galaxyno Ricupero - Acho que "pouco" é um eufemismo... Muda pra muito pior. E a imagem já era ruim, antes mesmo da pandemia.

Veja você, não se trata apenas da questão ambiental. Antes da pandemia, todo mundo sabia que o Brasil tinha um presidente que fazia apologia da tortura, apologia da ditadura militar, que é apoiado por gruposbonus galaxynomilícias violentas, que usam a mídia social para destruir os outros, é um indivíduo misógino, inimigo entranhado dos indígenas, que diz que não assinaria a concessãobonus galaxynoum metro a maisbonus galaxynoreserva indígena, inimigo dos quilombolas.

Enfim, ele é aquilo que, na Antiguidade, na época dos romanos e dos gregos, se dizia: "Ele é inimigo do gênero humano".

É um indivíduo extremamente odioso nas suas características. Tanto assim que,bonus galaxynopouco tempo, ele desplantou como pior vilão internacional o Duterte, das Filipinas. Hojebonus galaxynodia ninguém fala do Duterte. Acho que o Duterte está até feliz que está esquecido.

A situação do Brasil é extremamente humilhante e triste. Eu não invejo a posiçãobonus galaxynoalguém como um correspondente internacional que tem que tentar explicar o Brasil ao exterior. A situação aqui ébonus galaxynotal maneira grotesca que um alemão, um inglês, um francês não vai ter condiçãobonus galaxynocompreender nabonus galaxynodimensão real a tragédia que é aqui.

bonus galaxyno BBC News Brasil - No âmbito das relações internacionais, o Brasil se mantém alinhado às posições americanas. Como o senhor avalia a diplomacia brasileirabonus galaxynorelação aos EUA?

bonus galaxyno Ricupero - Ela é um desastre absoluto, porque, como diz meu colega e amigo Celso Amorim, o ex-ministro do Exterior (do governo Lula), não se trata, como se costuma afirmar,bonus galaxynoum alinhamento automático - é uma submissão automática, é uma subserviência automática.

O Brasil obedece às diretrizes nas coisas mais inacreditáveis. Por exemplo: recentemente, o presidente chegou a dizer que pretende sair também da Organização Mundial da Saúde (alguns dias antes, o presidente Trump havia ameaçado retirar os EUA da OMS). Até agora, não deu sequência a isso.

É uma situação deplorável, porque nós temos essa submissão sem nenhuma explicação - porque nós não precisamos dos americanos, nem para proteção, como é o casobonus galaxynoalguns países, e nem no sentido econômico, comercial.

Talvez o único lado positivo da crise brasileira é que nós não precisamosbonus galaxynosocorro financeiro, o Brasil tem reservas muito grandes e,bonus galaxynomatériabonus galaxynocomércio, a China é hoje nosso maior mercado.

Para o Brasil, a China é vital. E um dos aspectos mais absurdos da atual política externa brasileira é que ela é visceralmente hostil à China por razões ideológicas.

É um grupelho que tomou conta do Itamaraty, que é ligado ao Olavobonus galaxynoCarvalho, que tem uma concepçãobonus galaxynoGuerra Fria completamente anacrônica - só quebonus galaxynovezbonus galaxynoser União Soviética, a China substituiu a União Soviética como grande polo do que eles chamambonus galaxynoo maoísmo chinês. O Mao Tsé-Tung já morreu há 40 anos, e aqui eles ainda acham que ele é que está dando as cartas.

É uma situação que é difícil atébonus galaxynodiscutir racionalmente, porque não tem nenhuma racionalidade.

Crédito, Kevin Lamarque/Reuters

Legenda da foto, Para Ricupero, diplomacia erra ao ser 'submissa' aos EUA' e 'visceralmente hostil à China'

bonus galaxyno BBC News Brasil - A relação do Brasil com a China pode ter sido prejudicada pelos comentários feitos por ministros como Abraham Weintraub e pelos filhosbonus galaxynopresidente? A China é conhecida por ser bastante pragmática, mas episódios recentes suscitaram respostas enérgicas da bonus galaxyno E bonus galaxyno mbaixada do país no Brasil...

bonus galaxyno Ricupero - Acho que essas reações foram uma advertência. E não é só o Abraham Weintraub, naquela reunião do dia 22bonus galaxynoabril (incluída no inquérito que apura eventual interferência do presidente na PF), que foi depois divulgada, a parte que não foi publicada continha pesadas ofensas à China da parte do próprio presidente.

Os chineses tiveram até uma atitude, eu acho, madura. Eles não se deixaram levar pela provocação. Ao que eu saiba, não houve nenhuma retaliação no sentidobonus galaxynodeixarbonus galaxynocomprar produtos brasileiros.

Mas, por outro lado, isso tem um limite. Mesmo que não haja daqui por diante nenhuma agressão adicional, a relação foi quebrada, a confiança não existe mais. O Brasil pode, na melhor das hipóteses, manter o status quo, as vendas que faz - porque, como vende alimentos, a China também tem interessebonus galaxynocomprar.

Mas não acredito que nós possamos melhorar qualitativamente as relações. Não acredito que a gente possa, por exemplo, obter atraçãobonus galaxynoinvestimentos para infraestrutura - que o Brasil vai precisar para sair da crise.

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Duvido muito que a China vá fazer isso para favorecer o Brasil. Ela vai adotar uma atitude, como já está adotando, mais propícia à Argentina, que é um país que tem um relacionamento mais amistoso com a China.

Acho que o Brasil está complicando muito o seu futuro, porque não tem alternativa, compreende? Se você pudesse dizer: a China pode ficar zangada conosco, mas tudo o que nós vendemos à China vamos vender aos americanos. Não vamos, porque eles são nossos competidores.

Vai vender pra quem? Ainda vende pra União Europeia, mas mesmo a União Europeia é um mercadobonus galaxynoperigo, por causa do meio ambiente.

Acho muito duvidoso que esse acordo Mercosul-União Europeia vá adiante, porque não há condições para que os Parlamentos o ratifiquem. Os Parlamentos irlandês e austríaco já votaram moções contrárias ao acordo...

bonus galaxyno BBC News Brasil - O embaixador alemão também comentou recentemente que nossos números do desmatamento não ajudam nesse sentido.

bonus galaxyno Ricupero - Não ajudam. Eu tenho a impressãobonus galaxynoque o mais provável é que esse acordo vai ficar numa espéciebonus galaxynoterrabonus galaxynoninguém, num limbo.

Eles não vão rejeitar, mas também não vão aprovar, esperando que o Brasil dê mostrasbonus galaxynoque fala sério quando anuncia esse "ambientalismobonus galaxynoresultados".

As perspectivas não são boas. Veja você se as eleições americanas produzirem um resultado da vitória dos democratas.

Crédito, EVARISTO SA/AFP

Legenda da foto, 'O que ocorreu aqui é um fato único. Houve outros países que também tiveram essa atitudebonus galaxynonegação (em relação à pandemia), mas nenhum demitiu dois ministros da saúde - e demitiu porque eles eram competentes'

bonus galaxyno BBC News Brasil - O que isso significaria pro Brasil?

bonus galaxyno Ricupero - O Brasil vai ficar sozinho. O Joe Biden (candidato democrata) já deu declaraçõesbonus galaxynocrítica ao desmatamento da Amazônia, ele tem um compromisso muito grande com a ideia da agenda da economia verde, muito mais do que o Obama (de quem foi vice-presidente).

Se ele for eleito, vai mudar. Aliás, já está mudando: você viu que há poucos dias os democratas que dominam a comissãobonus galaxynoWays and Means (Orçamentos e Tributos) da Câmara - que é poderosíssima, é a comissão da qual depende todo o comércio exterior - mandaram uma carta ao USTR (United States Trade Representative, representante comercial da Casa Branca) dizendo que se opunham a qualquer negociaçãobonus galaxynomelhora comercial com o Brasil, porque o Brasil viola, eles dizem, não só o meio ambiente.

Então, com quem o Brasil vai comerciar?

bonus galaxyno BBC News Brasil - O senhor comentou sobre a influênciabonus galaxynoOlavobonus galaxynoCarvalho no governo. O chanceler Ernesto Araújo é um dos seus ditos "discípulos", assim como Filipe Martins, assessor da Presidência para Assuntos Internacionais. Como o senhor avalia o impacto do "olavismo" nas relações exteriores brasileiras?

bonus galaxyno Ricupero - É uma pena que justamente seja no Ministério do Exterior que essa influência talvez seja mais forte. O Abraham Weintraub... na verdade o próprio Olavobonus galaxynoCarvalho tem maltratado o Weintraub. Ele o trata com muito desprezo, porque ele não tem expressão, é um homem, como se sabe, inteiramente ignaro.

A pobre da Damares (Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos) então, essa nem se fala, nem entra nisso. O homem do Meio Ambiente (Ricardo Salles) é um indivíduo nefasto, mas mais porque ele é aliado aos ruralistas, não é por ideologia, é mais por interesses.

Portanto, o que sobra mesmobonus galaxynonúcleo ideológico é na área internacional. No ministério e na assessoria internacional - que é justamente onde isso não deveria acontecer, porque é nas relações internacionais que se deve ter objetividade, se deve ter aquele tipobonus galaxynoatitudebonus galaxynoque o que conta é o interesse nacional.

E não se deve, sobretudo, ceder a teorias que são completamente conspiratórias.

Eu costumo dizer sempre que essas ideias do (chanceler) Ernesto Araújo e dos seus sequazes nos EUA fazem parte do que os americanos chamam o "lunatic fringe", que são aqueles loucos que você tem, assim, no interior do Colorado, que vivem dentrobonus galaxynouma floresta... são uns doidos que vivem na periferiabonus galaxynotudo.

E se alguém acha que eu estou exagerando, basta que entre na internet e acompanhe os seminários da Fundação Alexandrebonus galaxynoGusmão, que é a fundação oficial do Itamaraty, que todo dia tem um doido desse tipo.

Ontem, por exemplo, tinha um, que é diretor da Biblioteca Nacional (Rafael Nogueira), que dizia com veemência que o nacionalismo não teve nada que ver com o desencadeamento da Segunda Guerra Mundial. Você vê, eu que sou professorbonus galaxynoHistória, se um sujeito dissesse uma coisa dessas eu seria obrigado a reprovar in limine.

bonus galaxyno BBC News Brasil - Alguns embaixadores têm feito defesas calorosas do governo. Houve o caso do embaixadorbonus galaxynoParis, que escreveu ao Le Monde defendendo o combate à pandemia, o embaixadorbonus galaxynoLuanda, que chegou a entrarbonus galaxynoconflito com um ex-ministro angolano pelos jornais. Quais notícias o senhor tembonus galaxynocomo está o clima no Itamaraty?

bonus galaxyno Ricupero - O ambiente é péssimo. Eu direi a você, sem muito medobonus galaxynoexagerar, que a imensa maioria dos diplomatas, talvez maisbonus galaxyno90%, não acredita nessas teorias.

Mesmo aqueles que são sem caráter - e são consideráveis -, eles são suficientemente cínicos para verem que isso é um amontoadobonus galaxynoasneiras.

Só que há um grupo que é sem caráter e é carreirista, que quer manter o seu posto, quer estar bem com o governo. Esses fazem qualquer negócio, até matam a própria mãe se for necessário. Mas isso é comobonus galaxynotoda profissão, tem gente assim. Tem gente que não tem nenhum respeito próprio e está disposto a lamber as botas dos poderosos,bonus galaxynofazer essas cartas que nós vimos.

A maioria tenta se manter calada, tenta sobreviver. Muitos estão agindo sob coação, e procuram, na medida do possível, preservar abonus galaxynoconsciência tentando não se acumpliciar com isso.

Mas às vezes eles recebem ordens como essas,bonus galaxynomandar cartas. O que eu sei é que, quando eles recebem ordensbonus galaxynomandar as cartas, a carta tem que ser submetida ao gabinete do ministro, porque o gabinete do ministro ainda agrava os termos, para tornar ainda mais humilhante a coisa.

Faz parte desse momentobonus galaxynodegradação que o Brasil e o Itamaraty estão vivendo.

Crédito, Marcelo Camargo/Ag. Brasil

Legenda da foto, Ernesto Araújo e Eduardo Bolsonaro são 'fanáticos da mesma seita', diz Ricupero

bonus galaxyno BBC News Brasil - Como pesquisador, professorbonus galaxynoHistória, o senhor enxerga algum paralelo entre o momento atual e a trajetória da diplomacia brasileira?

bonus galaxyno Ricupero - Não, nunca. Eu acabeibonus galaxynopublicar,bonus galaxyno2017, um livro que chama Diplomacia na Construção do Brasil, que é a história desde a época colonial. Nós nunca tivemos, mesmo na época colonial, (um momento)bonus galaxynoque a diplomacia brasileira era gerida por Portugal... Portugal sempre teve uma diplomaciabonus galaxynogrande qualidade, a escola diplomática brasileira é herdada da portuguesa.

O Brasil nunca teve, no passado, atos dos quais se poderia envergonhar. É a primeira vez. Nós não temos nada semelhante, nem nos piores momentos.

Por exemplo, no período da Regência, depois da abdicação do primeiro Imperador,bonus galaxynoque a situação interna brasileira ficou quase que uma situaçãobonus galaxynocaos; no começo da República, que houve a Revolta da Armada... mas mesmo nessa época sempre havia uma continuidade, havia quadros que mantinham a tradição do Itamaraty. Dessa vez se perdeu inteiramente.

E é triste ver que isso se faz pelas mãosbonus galaxynoum funcionáriobonus galaxynocarreira, não é nem um interventorbonus galaxynofora, é um Quisling (Vidkun Quisling, político norueguês que colaborou com o regime nazista quando Hitler invadiu a Noruega), é um colaboracionistabonus galaxynodentro. É um indivíduo que se presta a esse papel.

bonus galaxyno BBC News Brasil - Como o senhor vê a autonomia e o posicionamento do chanceler, colocandobonus galaxynoperspectiva a influência que um dos filhos do presidente, Eduardo Bolsonaro, tem sobre a política externa brasileira?

bonus galaxyno Ricupero - Entre o Ernesto Araújo, o Eduardo Bolsonaro, o Filipe (Martins), os outros, não há diferença. Eles são todos fanáticos da mesma seita.

É possível até que, se houvesse uma divergência entre eles, o Ernesto teria que se submeter, mas acredito até que espontaneamente ele já é submisso. Porque é farinha do mesmo saco. Não vejo muitas diferenças entre eles, nem que alguns deles esteja com consciênciabonus galaxynomanter um espaço autônomo.

bonus galaxyno BBC News Brasil - Como o senhor definiria a política externa do Brasil hoje?

bonus galaxyno Ricupero - É uma política totalmente alienada da realidade internacional e brasileira.

Porque a basebonus galaxynotoda política externa é uma visão da realidade, do meiobonus galaxynoque você vai agir. Uma interpretação correta desse mundo,bonus galaxynoquais são seus problemas, suas ameaças, mas também suas oportunidades.

Esse é o primeiro ponto. O segundo é: dentro desse quadro internacional da realidade, essa política externa tem que definir os objetivos nacionais. O Brasil não está ameaçado por ninguém. Ele não tem problemasbonus galaxynosegurança, não tem porque se preparar para uma guerra.

Qual problema do Brasil? É o subdesenvolvimento, o crescimento econômico, a inclusão social. Para isso, ele precisa crescer nabonus galaxynoeconomia. E pra isso ele precisabonus galaxynomercados,bonus galaxynoinvestimentos.

bonus galaxyno BBC News Brasil - A gente deveria estar mais focadobonus galaxynoatrair investimentos, então?

bonus galaxyno Ricupero - Atrair investimentos que permitam aumentar as exportações, conquistar novos mercados.

Ora, o Brasil faz exatamente o contrário. Esse pessoal que tá no governo, eles têm uma visão, que é uma realidade virtual,bonus galaxynoque o mundo é uma conspiração contra a cultura judaico-cristã, uma conspiraçãobonus galaxynocertas forças obscuras, como o globalismo das Nações Unidas, que querem impor as políticasbonus galaxynogênero, querem impor o casamento gay, o aborto... querem destruir a família. Eles acham que o mundo é isso.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Para ex-embaixador, momento atual da diplomacia do país, 'alienada da realidade internacional e brasileira', não tem paralelo na História

Eles não veem que o mundo é outra coisa, muito mais complexa,bonus galaxynoque há o problema da competição China-EUA, mas uma competição na qual o Brasil não tem por que escolher um lado ou outro, porque o nosso interesse é ter boa relação com ambos.

É uma política externa alienada do mundo, porque tem uma visão distorcida,bonus galaxynoum mundo que não existe - a não ser na fantasia do Olavobonus galaxynoCarvalho ebonus galaxynooutros.

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