'Cuidamos dos outros, mas ninguém cuidacassino ao vivo onlinenós': as enfermeiras expostas ao coronavírus por faltacassino ao vivo onlineequipamentos:cassino ao vivo online

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Legenda da foto, Imagem divulgadacassino ao vivo onlineredes sociais compara equipamentoscassino ao vivo onlineproteção para profissionaiscassino ao vivo onlinesaúde no exterior e no Brasil

Proteção escassa

Profissionaiscassino ao vivo onlineenfermagem do Brasil inteiro, linhacassino ao vivo onlinefrente no tratamento a pacientes com o novo coronavírus, sofrem com a faltacassino ao vivo onlineequipamentoscassino ao vivo onlineproteção individual durante a crise, tantocassino ao vivo onlinehospitais públicos quantocassino ao vivo onlinehospitais privados.

Alguns, como essa enfermeira entrevistada pela BBC News Brasil, já foram infectados no trabalho possivelmente pela faltacassino ao vivo onlineequipamentocassino ao vivo onlineproteção, tendocassino ao vivo onlinese afastar do trabalhocassino ao vivo onlineum momento crítico para tratarcassino ao vivo onlinepacientes vítimas da epidemia.

O Brasil tem cercacassino ao vivo online2,2 milhõescassino ao vivo onlineprofissionaiscassino ao vivo onlineenfermagem, entre técnicos, auxiliares, enfermeiros e obstetrizes, segundo dados do Cofen (Conselho Federalcassino ao vivo onlineEnfermagem). A grande maioria écassino ao vivo onlinemulheres.

A escassez é generalizada: profissionais da China, da Europa e dos Estados Unidos também sofreram e sofrem com a faltacassino ao vivo onlinematerialcassino ao vivo onlineproteção.

Crédito, PAOLO MIRANDA

Legenda da foto, Na Itália, enfermeiro fotografou colegas lidando com pacientescassino ao vivo onlinecovid-19 para mostrarcassino ao vivo onlineforça, mas também fragilidade

'Sem chancecassino ao vivo onlineprevenção'

Amanda —todos os nomes nessa reportagem são fictícios, para proteger a identidade dos profissionais— trabalha no hospital Salvalus, que tem outros profissionaiscassino ao vivo onlinecasa doentes por causa do vírus.

À reportagem, o hospital diz seguir todas as orientações e protocolos definidos pela OMS e pelo Grupo NotreDame Intermédica, operadoracassino ao vivo onlinesaúde que controla a rede (leia mais abaixo).

Patrícia*, enfermeira do mesmo hospital, também estácassino ao vivo onlinecasa. Sem máscara alguma, trabalhava fazendo as notificações dos casos suspeitoscassino ao vivo onlinecoronavírus.

Na quarta passada, diz, 17 pessoas foram atendidas com suspeitas ao lado dela. "Eles estavam com máscara, mas eu não", relata. Alguns dias depois, apresentou sintomas e foi afastada para quarentena.

Ela diz ficar indignada por ter provavelmente contraído o vírus "sem ter tido a chancecassino ao vivo onlineprevenção". Além disso, destaca que um profissionalcassino ao vivo onlinesaúde que fica afastado atrapalha todo o serviçocassino ao vivo onlinesaúde, porque deixacassino ao vivo onlineatender muitas pessoas e porque outros profissionais que estiveramcassino ao vivo onlinecontato com ele também têmcassino ao vivo onlinese afastar.

Ela trabalhacassino ao vivo onlinedois hospitais, e profissionais que trabalham com ela no outro hospital também entraramcassino ao vivo onlinequarentena por causacassino ao vivo onlinesua infecção.

"Eu não fico indignada por estar doente, fico mais indignada por não poder estar trabalhando e ajudando outras pessoas", afirma.

Os chamados EPIs — equipamentoscassino ao vivo onlineproteção individual — para profissionaiscassino ao vivo onlinesaúde são compostos por gorro, óculoscassino ao vivo onlineproteção ou protetor facial, máscara, avental impermeávelcassino ao vivo onlinemangas longas e luvas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o usocassino ao vivo onlinemáscaras cirúrgicas quando o profissionalcassino ao vivo onlinesaúde entrarcassino ao vivo onlineuma sala onde houver pacientes com suspeita ou confirmaçãocassino ao vivo onlinecovid-19.

Assim como a OMS, o Ministério da Saúde recomenda o uso da máscara com filtraçãocassino ao vivo online95%cassino ao vivo onlinepartículas, caso da N95, quando houver procedimentos geradorescassino ao vivo onlineaerossóis, como intubação, aspiração, entre outros.

"Para realizaçãocassino ao vivo onlineoutros procedimentos não geradorescassino ao vivo onlineaerossóis, avaliar a disponibilidade da N95 ou equivalente no serviço", diz um guia da pasta.

'Ninguém cuidacassino ao vivo onlinenós'

Em um quarto isolada da família — o marido, uma filha pequena e uma mãe idosa —, Débora*, enfermeiracassino ao vivo onlineum hospital referênciacassino ao vivo onlineSão Paulo, lamenta. "Temos uma vida, uma família, não estamos ali como robôs para cuidar das pessoas."

Ela trabalha no Hospital São Paulo, hospitalcassino ao vivo onlineensino ligado à Unifesp (Universidade Federalcassino ao vivo onlineSão Paulo), e teve contato com pacientes com suspeitacassino ao vivo onlinecoronavírus durante o processocassino ao vivo onlinetriagem, quando ela usava máscara cirúrgica.

"Estamos ali para cuidar dos outros, mas ninguém está cuidandocassino ao vivo onlinenós." Para a enfermeira, a faltacassino ao vivo onlineequipamentoscassino ao vivo onlineproteção "é triste e revoltante, mas o sentimentocassino ao vivo onlinedesvalorização é maior". "É como se você fosse só um número ali."

Crédito, Reproducao

Legenda da foto, Para especialista, equipamentoscassino ao vivo onlineproteção individual do Brasil, quando não estãocassino ao vivo onlinefalta, são suficientes para proteger contra infecção

Débora e outra enfermeira do hospital reclamam da faltacassino ao vivo onlinemáscaras N95, que filtram partículas no ar e garantem mais proteção contra contaminação que máscaras cirúrgicas.

Dizem que,cassino ao vivo onlinedeterminado momento, tiveramcassino ao vivo onlineusar essas máscaras para alémcassino ao vivo onlinesua validade. O período é definido pelo fabricante.

O Hospital São Paulo informa que possui os equipamentoscassino ao vivo onlineproteção, e a indicação sobre qual tipocassino ao vivo onlinemáscara, necessidadecassino ao vivo onlineóculos ecassino ao vivo onlineaventais se dácassino ao vivo onlineacordo com o tipocassino ao vivo onlinecontato (leia mais abaixo).

'Não écassino ao vivo onlineagora'

Em Pernambuco, a faltacassino ao vivo onlineequipamentocassino ao vivo onlineproteção para enfermeiras é tão grave que o sindicato da categoria na região ameaçou paralisar as atividades.

"Faltam equipamentoscassino ao vivo onlineproteção individual, inclusive sabão para higiene para as mãos. Em alguns hospitais não tem máscara, óculoscassino ao vivo onlineproteção, avental ou luva. Outros têm máscara, mas falta o restante", diz à BBC News Brasil a presidente do sindicato, Ludmila Outtes.

"Os profissionais estão desesperados porque estão desprotegidos. É bem assustador. A gente fica na parede. A gente vê que o paciente precisa da assistência, mas não se sente seguro para atender sem o equipamento."

No fimcassino ao vivo onlinesemana, a Justiçacassino ao vivo onlinePernambuco proibiu a greve.

Segundo Walkirio Almeida, coordenador do Comitêcassino ao vivo onlineGestão da Crise do Conselho Federalcassino ao vivo onlineEnfermagem (Cofen), a faltacassino ao vivo onlineEPIs "não écassino ao vivo onlineagora", mas a percepção da escassezcassino ao vivo onlinematerialcassino ao vivo onlineproteção para profissionaiscassino ao vivo onlineenfermagem no Brasil vai se intensificar nesse período por causa da pandemia.

Em todos os Estados do Brasil, o que predomina entre profissionaiscassino ao vivo onlineenfermagem,cassino ao vivo onlineacordo com Almeida, é não ter EPI adequada. "Uns não têm nenhum EPI, outros têm, mas não para todos. Esse é o panorama geral."

Com um número altocassino ao vivo onlinepacientes chegando aos hospitais com sintomascassino ao vivo onlinecoronavírus e profissionais da enfermagem sem EPI adequada, o atendimento à população pode ser afetado.

"Já existecassino ao vivo onlineum déficitcassino ao vivo onlineprofissionaiscassino ao vivo onlineenfermagem nas instituiçõescassino ao vivo onlinesaúde. Se essas pessoas também forem infectadas, vão ser afastadas, o que vai agravar ainda mais o atendimento à população", afirma.

No Facebook e no Instagram, profissionaiscassino ao vivo onlineenfermagem comparam os EPIs aoscassino ao vivo onlineoutros países. Nas imagens compartilhadas, profissionais brasileiros usam apenas uma touca e a máscara cirúrgica, enquanto profissionaiscassino ao vivo onlineoutros países cobrem quase todo o rosto com equipamentoscassino ao vivo onlineproteção.

"O covid-19 é transmitido por gotículas. Temos que usar material que proteja delas", explica a enfermeira Viviane Camargo Santos, fiscal do Conselho Regionalcassino ao vivo onlineEnfermagemcassino ao vivo onlineSão Paulo e também integrante do Comitêcassino ao vivo onlineGestão da Crise do conselho federal.

Os diferentes tiposcassino ao vivo onlineavental, óculos e máscaras utilizados no Brasil atendem a esse requisito. "Lá fora, tentam deixar menos partes do corpo expostas", diz ela. "Quanto mais você puder cobrir o seu corpo, melhor. Mas o material que existe hoje no Brasil, quando não estácassino ao vivo onlinefalta, é suficiente", diz ela.

Hospitais

O Hospital e Maternidade Salvalus diz seguir todas "as orientações e protocolos técnicos definidos pela Organização Mundial da Saúde e pelo Grupo NotreDame Intermédica" e diz desconhecer qualquer denúncia do Ministério do Trabalho, "mas reforça que trabalha para garantir a segurançacassino ao vivo onlinepacientes, acompanhantes, equipes assistenciais e todos os demais colaboradores".

Diz também que, "em meio à quantidadecassino ao vivo onlinecasos surgindo dia após dia, a orientação é continuar seguindo os protocolos da OMScassino ao vivo onlineque a utilização do material seja feitacassino ao vivo onlineforma racional para não haver o desperdíciocassino ao vivo onlinetempos escassos tanto no mercado nacional quanto no internacional".

"Todos os equipamentos são destinados para áreas e situações adequadas, mantendo o mais alto nívelcassino ao vivo onlinesegurança do hospital."

O Hospital São Paulo diz que tem protocolos elaborados conforme orientações do Ministério da Saúde e da Secretariacassino ao vivo onlineEstadocassino ao vivo onlineSaúde e que,cassino ao vivo onlineacordo com as mudanças na epidemiologia, "as condutas foram sendo adequadas à situaçãocassino ao vivo onlinemomento".

"É importante ressaltar que o Hospital São Paulo abrange um Pronto Socorrocassino ao vivo onlineporta aberta, com várias especialidades médicas. Portanto, pacientes podem procurar atendimento por uma queixacassino ao vivo onlinedor, alteração neurológica ou outro sintoma e vir a desenvolver sintomascassino ao vivo onlineinfecção respiratória já na assistência àcassino ao vivo onlinepatologia, causada pelo coronavírus ou por outro vírus. Isso já aconteceu e vai provavelmente voltar a acontecer pelo tempocassino ao vivo onlineincubação do vírus e desenvolvimentocassino ao vivo onlineoutras patologias ou ocorrênciacassino ao vivo onlineacidentes."

O hospital diz ainda que possui os equipamentoscassino ao vivo onlineproteção, e que a indicação sobre qual tipocassino ao vivo onlinemáscara, necessidadecassino ao vivo onlineóculos ecassino ao vivo onlineaventais se dácassino ao vivo onlineacordo com o tipocassino ao vivo onlinecontato.

"No riscocassino ao vivo onlinecontágio, as pessoas querem a melhor proteção possível, mesmo sendo explicada a indicaçãocassino ao vivo onlinecada um dos equipamentos."

O Ministério da Saúde diz que "tem trabalhado para garantir insumos com diferentes fornecedores nacionais ou internacionais, a partircassino ao vivo onlinecompra emergencial, para reforçar o apoio aos estados e municípios no enfrentamento do Covid-19". Afirma que comprou 60 milhõescassino ao vivo onlineunidadescassino ao vivo online21 itens, como óculoscassino ao vivo onlineproteção, luvas, álcoolcassino ao vivo onlinegel, sapatilhas, toucas, máscaras e aventais. "Estados já começaram a receber os insumos e devem encaminhar aos municípios."

Além disso, diz que a pasta já começou o processo para a compracassino ao vivo onlinemais "72,4 milhõescassino ao vivo onlineunidadescassino ao vivo onlineEPIs para reforçar estoques dos estados e municípios". "Cabe reforçar que as aquisições do Ministério da Saúde são complementares aos estoques que as gestões locais realizam para o abastecimento das unidadescassino ao vivo onlinesaúde da rede pública."

Um documento da OMS sobre a disponibilidadecassino ao vivo onlineEPIs diz que o número atual no mundo é insuficiente, especialmente para máscaras e respiradores e futuramente para aventais e óculos. "A crescente demanda global — causada não só pelo grande númerocassino ao vivo onlinecasoscassino ao vivo onlineCovid-19, mas também por desinformação, compras motivadas por pânico e armazenamento — resultarácassino ao vivo onlinemais escassezcassino ao vivo onlineEPIs pelo mundo. A capacidadecassino ao vivo onlineexpandir a produçãocassino ao vivo onlineEPIs é limitada, e a demanda atual por respiradores e máscaras não pode ser atendida, especialmente se o uso inapropriadocassino ao vivo onlineEPIs continuar", diz o texto.

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