Por que economia e política puxam Brasil para baixoestrela bet sulrankingestrela bet suligualdadeestrela bet sulgênero e quais são as soluções para isso:estrela bet sul

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Legenda da foto, Brasil está longeestrela bet sulconseguir superar desigualdadeestrela bet sulgênero na política e na economia

O Brasil melhorou um pouco -no ano passado, estava na 95ª posição- e mostrou bons resultados para educação e saúde. Mas ainda patinaestrela bet sulparticipação política e econômica, que significa presença no mercadoestrela bet sultrabalho, igualdade salarial e renda média.

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Legenda da foto, "A mulher tem uma jornada sobrecarregada que não cessa até a horaestrela bet suldormir", diz a ativista Lúcia Xavier, coordenadora da ONG Criola

Além disso, o texto diz que o Brasil ocupa a 22ª posição entre 25 países da América Latina, mantendo ainda uma grande lacuna entre os gêneros.

Professoraestrela bet suleconomia do Ibmec, Vivian Almeida explica que existe desigualdade entre homens e mulheres na economia porque,estrela bet sulprimeiro lugar, as mulheres são relativamente novas no mercadoestrela bet sultrabalho.

"Historicamente, a mulher entrou no mercadoestrela bet sultrabalho,estrela bet sulgrande parte, no períodoestrela bet sulguerra, porque a forçaestrela bet sultrabalho havia sido perdida", diz.

Em segundo lugar, diz ela, muitas vezes essa entrada não acontece por escolha própria, com um percurso preferido por ela -em outras palavras, a mulher não pode conduzir seus estudos pensando na profissão específicaestrela bet sulque acaba trabalhando.

Em terceiro lugar, enumera Almeida e outras entrevistadas pela BBC News Brasil, está a maternidade -ou melhor, como a sociedade lida com ela.

"Há uma espécieestrela bet sulpenalidade ou impacto na paridade quando a mulher tem bebê. É ela quem sai do mercadoestrela bet sultrabalho. E, quando ela volta, ela volta comestrela bet sultrajetória no mercadoestrela bet sultrabalho comprometida", afirma, lembrando que mais da metade das mulheres mãesestrela bet sulfilhosestrela bet sul0 a 4 anos não trabalham e, dentre as que trabalham, muitas só trabalham meio período.

Xavier afirma, como destacado no início desta reportagem, que a mulher tem duplas jornadasestrela bet sultrabalho. Além do trabalho formal, "ela tem que cuidar dos filhos, da casa, da alimentação da família, dos idosos, dos doentes".

A pouca qualidade, oferta ou inexistênciaestrela bet sulcreches para seus filhos ouestrela bet sulserviços públicos que cuidemestrela bet sulpessoas idosas também afeta a jornada da mulher e, portanto,estrela bet sulpresença no mercadoestrela bet sultrabalho.

A diferença entre mulheres e homens no mercadoestrela bet sultrabalho é um fenômeno global, observa Cecilia Machado, professora da FGV-EPGE Escola Brasileiraestrela bet sulEconomia e Finanças, mas é possível destacar algumas questões exclusivas ao Brasil. As políticas reprodutivas no país, por exemplo.

"Ainda temos uma taxaestrela bet sulfecundidade entre meninas adolescentes extremamente elevadas,estrela bet sulum período que é crucial, quando as meninas ainda estão fazendo investimento emestrela bet suleducação", diz.

Em países como os Estados Unidos, por outro lado, "a escolha do momentoestrela bet sulque as mulheres vão ter filhos é importante pra investimentos na educação". No Brasil, a maioria das mulheres não tem grande poderestrela bet sulescolha sobre a questão da maternidade.

E também é preciso falar sobre a situação no país da mulher negra, que dentro do grupoestrela bet sulmulheres é a mais afetada.

Mulheres pretas ou pardas estão na base da desigualdadeestrela bet sulrenda do Brasil. A pesquisa "Desigualdades Sociais por Cor ou Raça", publicada neste ano pelo IBGE, mostrou que no ano passado elas receberamestrela bet sulmédia menos da metade do salário (44,4%) dos homens brancos.

"Em relação ao nívelestrela bet sulinstrução, as pessoas ocupadasestrela bet sulcor ou raça preta ou parda receberam rendimentos por hora trabalhada inferiores aos das pessoas brancas, independentemente do nível considerado", diz o estudo (considerando agora não homens e mulheres, e sim brancos e pretos ou pardos).

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Quando uma mulher consegue estudar, fazer a faculdadeestrela bet sulque gosta, ser produtiva e ter uma remuneração, muitas vezes o exercícioestrela bet sulsuas escolhas é feito "em função da renúnciaestrela bet suloutras mulheres", segundo Almeida, do Ibmec.

"É diretamente relacionada à capacidadeestrela bet sulpagar uma babá, por exemplo, queestrela bet sulgrande parte das vezes é não branca. Para que uma economia visível possa existir, tem mulheres tomando contaestrela bet suluma economia invisível. Só é possível porque tem alguém tomando conta da casa e dos filhos." Em outras palavras, diz ela, "mulheres não brancas subsidiam mulheres brancas".

Participação política

O relatório do Fórum Econômico Mundial mostra que ainda mais que a economia, o que puxa a performance do Brasil para baixo é a política. Aponta, por exemplo, que só duas das 22 vagasestrela bet sulpastas ministeriais do país são ocupadas por mulheres.

Na opiniãoestrela bet sulXavier, um dos motivos pelos quais isso acontece é o fatoestrela bet sulque "a mulher que trabalha e tem que cuidar da casa e da família temestrela bet sulparticipação política prejudicada, porque não tem tempoestrela bet sulparticiparestrela bet sulencontros,estrela bet suldebates".

"Seus momentosestrela bet sulfolga eestrela bet sullazer sãoestrela bet sultorno da família."

Marcia Ribeiro Dias, coordenadora do bachareladoestrela bet sulciência política da Unirio, concorda que a desigualdade socioeconômica da mulher pode impactarestrela bet sulparticipação política. "Existem muitas mulheres que são chefesestrela bet sulfamília e criam seus filhos sozinhas. Ela tem que cuidar da casa, dos filhos, ela leva a renda para casa. Em função da dupla jornada, sobra muito menos tempoestrela bet sulentrar na vida política."

Além disso, diz ela, o ambiente político no Brasil é marcadamente masculino, e isso, assim comoestrela bet suloutras profissões, contribui para o afastamento da mulher. "Tem um ethos masculino, com práticas políticas e comportamentos que acabam afastando a participação das mulheres", afirma Dias.

Para ela, é um ambienteestrela bet sulque mulheres são verbalmente ou moralmente atacadas e que, portanto, não estimula a participação feminina.

Soluções

Considerando todos esses fatores e a sombria conclusãoestrela bet sulque, neste ritmo, sóestrela bet sulquase cem anos haverá igualdade entre homens e mulheres no mundo, o que a sociedade deveria fazer para solucionar o problema?

Primeiro, sugere Machado, "talvez as próprias empresas tenham que tentar fomentar práticas que facilitem a inserção dos dois gêneros no mercadoestrela bet sultrabalho".

Isso significa que as companhias deveriam promover mais flexibilidade para as mulheresestrela bet sulseu dia a diaestrela bet sultrabalho eestrela bet sulseus horários, com atitudes como agendar reuniões que atendam seus horários, por exemplo.

A solução, diz ela, tem que passar também pela questãoestrela bet sulplanejamento familiar. Ter poderestrela bet sulescolha maior sobre a maternidade, "quando ela acontece e se acontece", observa ela, pode diminuir essa desigualdade entre gêneros. Isso significa pensarestrela bet sulpolíticasestrela bet sulprevenção,estrela bet suldistribuiçãoestrela bet sulanticoncepcionais e aborto.

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As especialistas concordam, também, que é preciso falarestrela bet sul"licença parental", e não "licença-maternidade".

"No Brasil, falamos especificamente sobre licença-maternidade. Pouco se fala sobre licença parental, que já é uma tendência mundial", diz Machado, apontando que há estudos que mostram como é importante não associar essas políticas a um gênero específico.

De acordo com ela, é preciso ainda fomentar igualdadeestrela bet sulgênero oferecendo opções ou incentivos para que homens também participem das tarefas domésticas.

Uma licença "parental" significa tempoestrela bet sullicença do trabalho pago para ambos pais cuidarem do filho após seu nascimento. "Devemos olhar para a infância como um projeto social,estrela bet sulque não apenas um gênero seja responsável", diz Almeida, do Ibmec.

No Brasil, a licença-maternidade éestrela bet sulquatro meses. Na terça (17), no entanto, a Comissãoestrela bet sulConstituição, Justiça e Cidadania da Câmara aprovou uma proposta para prolongá-la para seis meses.

Já a licença-paternidade foi aumentadaestrela bet sul5 para 20 dias para empresas cadastradas no programa Empresa Cidadã.

É diferenteestrela bet sulpaíses como a Suécia, por exemplo, sempre citada como referênciaestrela bet sulpolíticas públicasestrela bet sulprol da igualdadeestrela bet sulgênero. Ali, segundo um relatório da Unicef deste ano, mães recebem 35 semanasestrela bet sullicença (quase nove meses) e pais recebem dez semanas (dois meses e meio).

Almeida observa que, sim, talvez seja difícil que o empregador queira pagar esse benefício. Mas é preciso considerar não o curto prazo e situações específicas, mas a situação geral.

"A desigualdadeestrela bet sulgênero custa muito caro para a sociedade toda", diz ela. E explica: por causa dela, as mulheres são colocadasestrela bet sulsituações menos produtivas, como a do trabalhoestrela bet sulmeio período. "Isso tudo é custo, não só um salário. É o que se retorna para a sociedade."

Ela afirma ainda que "o comprometimento do desenvolvimento infantil tem um custo social terrível". E a licença parental contribuiria para um desenvolvimento infantil pleno.

"É muito difícil conseguir apelar para quem precisa tomar decisão do dia. Mas promover um adequado desenvolvimento infantil que inclua os pais poderem tomar conta do filho nesse período traz benefícios sociais quase sem comparação com a situação contrária."

Além da licença parental, as especialistas destacam a necessidadeestrela bet sulacesso a serviços como creche e, lembra Xavier, oferecer serviços públicosestrela bet sulqualidade que garanta também o cuidado com idosos. "São as mulheres que vão acabar cuidando desse grupo", diz.

Por último, a maior participação da mulher na política pode ser a solução para os problemas econômicos também, e vice-versa.

"Se há uma representatividade menor na política, as próprias propostas legislativasestrela bet sulgrande medida não vão refletir o que nós sabemos que é uma necessidade para nossa participação na sociedade", diz Almeida. Se houvesse representação maior, talvez a discussão por creches estivesse mais aguerrida, opina.

A própria votação da propostaestrela bet sulaumentar a licença-maternidade no Brasil, por exemplo, foi aprovadaestrela bet suluma Câmara mais femininaestrela bet sulcomparação a outros anos, e o texto éestrela bet sulautoriaestrela bet suluma mulher. Hoje, as mulheres ocupam 15% das cadeiras da Casa.

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Legenda da foto, A forma como a sociedade lida com a maternidade é uma das causas da disparidade econômica entre homens e mulheres

E para aumentar a participação na política?

Se uma maior representação política pode ajudar as mulheres emestrela bet sulatividade profissional, o contrário também é verdade: uma mulher que tem mais tempo para trabalhar e não precisa necessariamente cuidar tanto da casa eestrela bet suloutros familiares também terá mais tempoestrela bet sulse engajar politicamente.

Para as que querem lançar-se candidatas, Dias, da Unirio, sugere que seja adotado um sistemaestrela bet sulcotas. "Constatada a subrepresentação das mulheres na política, 20%, 30% das vagas poderiam ser reservadas para mulheres", sugere.

Hoje, o Brasil tem cotas por gênero para candidatos (mínimoestrela bet sul30% para candidaturasestrela bet sulcada sexo), e não cotas para os cargos, o que significa que partidos têm a obrigaçãoestrela bet sullançar um determinado númeroestrela bet sulcandidaturas para mulheres e homens, não que haja vagas reservadas apenas para mulheres, como Dias propõe.

Com as regrasestrela bet sulhoje, há registrosestrela bet sulpartidos que lançaram candidatas mulheres apenas para cumprir a cota, desviando o dinheiro que seria investido emestrela bet sulcandidatura para a campanhaestrela bet sulcandidatos homens.

"Um procedimento institucional criaria mais representatividadeestrela bet sulmulheres e também ajudaria a mudar a cultura machista dentroestrela bet sulassembleias legislativas. A médio e longo prazo poderia produzir uma transformação na política", afirma Dias.

E, com mais políticas públicas para mulheres, uma maior participação da mulher na política também poderia produzir uma transformação emestrela bet sulparticipação econômica e para a sociedade como um todo.

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