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Como o inglês ultrapassou o alemão e virou a língua 'universal' da ciência:payeer casino
payeer casino Hoje, qualquer pessoa que queira se dedicar à ciência precisa falar inglês.
A língua se tornou uma espéciepayeer casinoidioma universal na academia e permite que pesquisadorespayeer casinotodas as partes do mundo possam compartilhar ideias, descobertas e opiniões.
Mas nem sempre foi assim.
Muitos textos científicos importantes publicados há um século ou mais estão escritospayeer casinoalemão, russo, japonês ou chinês, entre outros idiomas.
Quem tem por voltapayeer casino50 anos deve se lembrar como, empayeer casinoépocapayeer casinoestudante, os professores recomendavam que se aprendesse alemão.
Mas quando o inglês se transformou no idioma da ciência por excelência? E o que permitiu essa mudança?
Boicote
Como explicou à BBC Michael Gordin, historiador da Universidadepayeer casinoPrinceton, nos Estados Unidos, "até os anos 1950, o inglês representava cercapayeer casino50% dos textos publicadospayeer casinociências naturais. A Rússia ocupava o segundo lugar, com cercapayeer casino20%".
"Mas foi nos anos 1970 que o inglês despontou como idioma da ciência e que se percebeu um encolhimento dos textospayeer casinorusso, francês e chinês até o pontopayeer casinoque, hoje, maispayeer casino90% das publicaçõespayeer casinoelitepayeer casinociências naturais estãopayeer casinoinglês", diz.
Desde 1880 - data a partir da qual há dados confiáveis disponíveis -, quando se analisa publicações científicas, percebe-se que cercapayeer casinoum terço das publicações erapayeer casinoinglês, um terçopayeer casinofrancês e outropayeer casinoalemão.
Mas este equilibrio "começou a se desestabilizar no início do século XX, quando se nota uma queda no francês, um crescimento leve do inglês e uma rápida expansão do alemão", diz Gordin.
"Se eu tivesse ditopayeer casino1900 que haveria uma única língua para a ciência no ano 2000, as pessoas teriam inicialmente dado risada, e depois apostariam que este idioma seria o alemão", diz o historiador.
"A pergunta agora não é tanto o que aconteceu com o inglês, mas o que houve com o alemão", continua. "O alemão sofreu uma sériepayeer casinotransfomações descritas como catastróficaspayeer casinorelação àpayeer casinoposição na ciência. Elas começam na Primeira Guerra Mundialpayeer casinomeio ao poderosos antagonismos nacionalistas que surgem na época (...) e ao boicote iniciado pelos franceses, belgas, americanos e britânicos contra os acadêmicos alemães e austríacos."
Isso, continua o historiador, significou um duro golpe para os alemães. E, quando a Alemanha começava a se recuperar, o nazismo se estabeleceupayeer casino1933.
O alemão perde seu lugar
A chegada dos nazistas teve um efeito duplo.
Por um lado, muitos cientistas, sobretudo físicos (na maioria judeus, socialistas ou estudiosos que por outros motivos não quiseram continuarr ali) emigraram da Alemanha.
"Isso significou que muitos cientistas que eram a elite da elite foram para o Reino Unido ou os Estados Unidos e por isso acabaram adotando o inglês", comenta Gordin.
Mas também contribuiram com o declínio alemão na ciência as restrições impostas pelo regime nazista na emissãopayeer casinovistos. Como era mais difícil entrar, menos estudantes chegaram ao país.
Todos esses fatores fizeram com que se "quebrassem uma sériepayeer casinoredes interconectadas entre os acadêmicos, que acabaram se reconstruindo depois da Segunda Guerra Mundial, desta vez centralizadaspayeer casinoNova York, São Francisco, Boston, Princeton, e não nos aredorespayeer casinoFrankfurt, Colonia ou Viena", diz o historiador.
Desvantagens
Uma língua comum facilita, sem dúvida, a comunicação entre cientistaspayeer casinopaíses distintos. Mas também tem suas desvantagens.
"Por um lado, perde-se a riqueza do registros da fala nativa", diz Gordin,payeer casinoreferência à necessidadepayeer casinosimplificar a língua para facilitar e agilizar a comunicação, o que também permite que a escrita seja mais fácil para não-nativos.
Por outro lado, há muitas pessoas no mundo com um potencial imenso estudando ciências, mas elas acabam ficando à margem da carreira graças a dificuldades idiomáticas.
"A medida que avançampayeer casinoseus campos, o ingês se torna mais importante: os cientistas precisam dele para entender textos avançados e para participarpayeer casinoconferências. E,payeer casinoum certo momento, alguém que pode ser muito talentoso no âmbito da ciência pode ter que abandonar a carreira porque não tem o mesmo talento do pontopayeer casinovista linguístico", diz o historiador.
Português no futuro?
Assim como o alemão ou o francês perderam seu lugarpayeer casinodestaque na ciência, o inglês também não tem um reinado garantido.
Segundo Gordin,payeer casinoum futuro próximo, é difícil imaginar que outro idioma roube o lugar do inglês.
"Mas, a longo prazo, a tendência da história é sempre a mudança", diz.
"Não acho que o inglês será substituído por um único idioma nos próximos 150 anos, mas é mais possível que voltemos ao modelo do século 19, no qual haviam três idiomas principais", afirma o historiador.
"E, entre os idiomas que posso imaginar, vejo ainda o inglês, junto ao mandarim e talvez o espanhol ou o português."
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