UE fechou acordo 'com pressa' porque Mercosul estábet365 y haciendasituação frágil, diz Celso Amorim:bet365 y hacienda

"Com toda a adesão do Brasil (aos EUA), talvez tenham visto nisso uma oportunidadebet365 y haciendaagir logo, como quem diz, 'vamos pegar agora o que dá, e depois a gente discute o resto'", considera Amorim.

Depois da China, a União Europeia é o segundo parceiro comercial do Mercosul, que, porbet365 y haciendavez, é o oitavo do bloco europeu.

Amorim enfatiza não ser contra a ideia do acordo e desconhecer os termos que foram firmados. "Mas recebo a notícia com um pé atrás porque o diabo mora nos detalhes, e a minha suspeita é que os detalhes não devem ser bons", considera.

Em coletivabet365 y haciendaimprensa nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, afirmou que os detalhes do acordo só serão revelados nos próximos dias.

Assuntobet365 y haciendapauta desde 1994

O anúncio do acordo é histórico, ocorrendo 20 anos após o início das negociações formais entre os blocos, durante o governo Fernando Henrique Cardoso,bet365 y hacienda1999.

Mas Amorim lembra tratou da ideia pela primeira vez no âmbito do governobet365 y hacienda1994. Ele era chanceler do governobet365 y haciendaItamar Franco, e assinou um memorandobet365 y haciendaentendimento com José Manuel Durão Barroso, à época ministro das Relações Exterioresbet365 y haciendaPortugal.

Naquele ano, após um encontrobet365 y haciendaque integrantes do Mercosul e da União Europeia discutiram a formaçãobet365 y haciendaum acordobet365 y haciendacooperação, Amorim afirmou à Folhabet365 y haciendaS.Paulo que aquele havia sido "um primeiro contato do que mais tarde pode vir a ser um acordobet365 y haciendalivre comércio".

Depois, no governo Lula, conduziu negociações que acabaram malogradasbet365 y hacienda2004. Na época, o setor industrial considerou que o acordo não era vantajoso, avaliando que as vantagens oferecidas para a área agrícola - sobretudo para a exportaçãobet365 y haciendaproteína animal - não eram suficientes para compensar as concessões que se faria no setor, lembra Amorim.

Ele critica a faltabet365 y haciendadebate público sobre as negociações que geraram o acordo atual. Quando as negociaçõesbet365 y hacienda2004 estavambet365 y haciendaandamento, lembra ter ido à Federação das Indústrias do Estadobet365 y haciendaSão Paulo (Fiesp) e à Confederação Nacional da Indústria (CNI) discutir o que estava sobre a mesa.

"Houve total faltabet365 y haciendatransparência na negociação desse acordo. Não vi isso exposto. Não houve clareza sobre o que estava sendo discutido", considera Amorim.

A seu ver, áreas sensíveis para o acordo são garantiasbet365 y haciendarelação a investimentos, propriedade intelectual, compras governamentais e serviços.

"Espero que o Congresso examine o acordo a fundo para que a sociedade brasileira não saia prejudicada", considera.

Para chanceler, contrapartidasbet365 y haciendadireitos são inócuas

Dez dias antes do anúncio do acordo, 340 organizações não-governamentais pediram,bet365 y haciendacarta aberta, que a União Europeia interrompesse "imediatamente" as negociações com o Mercosul argumentando que o governo Bolsonaro estaria promovendo violaçõesbet365 y haciendadireitos humanos, ataques às minorias e o desmontebet365 y haciendapolíticasbet365 y haciendaproteção ambiental.

O acordo anunciado incluiubet365 y haciendaseus termos compromissosbet365 y haciendaproteção ambiental, desenvolvimento sustentável, conservaçãobet365 y haciendaflorestas e direitos trabalhistas. Os países integrantes se comprometem a implementar as metas do Acordobet365 y haciendaParis - que no ano passado foi abandonado por Donald Trump - para redução das emissõesbet365 y haciendagasesbet365 y haciendaefeito-estufa e contenção das mudanças climáticas.

Perguntando sobre a importância da inclusão desses termos no acordo, Amorim reage com incredulidade, afirmando que o país está longebet365 y haciendacumprir todos os compromissos dos quais é signatáriobet365 y haciendatratados internacionais.

"Qual é o valor disso? A gente não cumpre nem as normas da OIT (Organização Internacional do Trabalho)", questiona o ex-chanceler.

"Me espanta que os europeus acreditem nisso. Se acreditaram e aceitaram, é porque estavam com muita pressa e com muita vontade", diz.

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