Pesquisadores usam cinzas do Museu Nacional para reconstruir acervo destruídogreenbet predictionincêndio:greenbet prediction

Legenda da foto, Réplica do crânio do crocodilo brasileiro 'Mariliasuchus amarali' feita com cinzas do Museu Nacional | Foto: Jorge Lopes

Mas o maior desafio do grupo deve virgreenbet predictionbreve: a impressão da réplica do crâniogreenbet predictionLuzia, fóssil humano mais antigo do Brasil, com detritos que antes tinham como destino o lixo.

Legenda da foto, Réplicagreenbet prediction'shabit' egípcio feita a partirgreenbet predictiontécnica que envolve tomografias e impressão 3D | Foto : Jorge Lopes

A ideia partiugreenbet predictionpesquisadores do próprio Museu Nacional, gerido pela Universidade Federal do Riogreenbet predictionJaneiro (UFRJ), com apoiogreenbet predictionequipes da PUC-Rio e do Instituto Nacionalgreenbet predictionTecnologia (INT). Eles elaboram testes para adicionar materiais diferentes a resinas utilizadasgreenbet predictionimpressoras 3D, equipamentos usados na fabricaçãogreenbet predictionpeças distintas a partirgreenbet predictionsoftwares próprios.

Do pó retornarás

Com autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pela recuperação do prédio centenário que abrigava o museu, foram recolhidos itens que seriam descartados para análisegreenbet predictionequipes do Laboratóriogreenbet predictionProcessamentogreenbet predictionImagem Digital (Lapid), sob a coordenação do pesquisador Sergio Alex Azevedo.

A ideia só foi viável graças a estudos prévios conduzidos pelo Lapid, ligado ao Museu, feitos ao longogreenbet prediction15 anosgreenbet predictionparceria com o pesquisador Jorge Lopes, da PUC-Rio e do INT. Juntos, eles tomografaram centenasgreenbet predictionartefatos da coleção principal do museu no intuitogreenbet predictionpreservar a memória caso algo viesse a provocar a perda do acervo - o que se concretizou no ano passado.

Foram maisgreenbet prediction300 tomografias,greenbet predictionfósseisgreenbet predictiondinossauros a múmias egípcias. Com o scanner a laser, foi possível observar o interiorgreenbet predictionsarcófagos e o que continham urnas funerárias da cultura marajoara, sociedade indígena que viveu na Amazônia há maisgreenbet predictionmil anos.

"A gente fez o primeiro teste para mostrar que era possível fazer. Várias pessoas ficaram interessadas e encantadas pelo simbolismo. É uma tecnologia que surgiu do lixo e que pode dar um peso maior na recuperação do acervo do Museu Nacional, uma possibilidadegreenbet predictionincorporaçãogreenbet predictionmateriais" afirma Azevedo.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Incêndio no Museu Nacional aconteceugreenbet predictionsetembrogreenbet prediction2018

Antesgreenbet predictionaplicar as cinzas na produçãogreenbet predictionpeças, foram adicionados carvão e madeira queimada comum à resina para impressora 3D. Jorge Lopes explica que após os primeiros testes, ficou evidente que as peças impressas não se esfarelavam, o que garantiria o uso dessas substâncias pouco usuais.

"Eu via a luta dos estudantes trabalhando nos escombros para salvar alguma coisa e pensava se aquele pó todo e aquela cinza toda serviriam para algo. Isso tem um apelo muito interessante, gera uma conectividade", explica. Segundo Lopes, os testes estão sendo feitos com recursos próprios.

De acordo do Azevedo, a técnica abre possibilidades para a recuperaçãogreenbet predictionfósseis, por exemplo.

"No casogreenbet predictiondinossauros, poderia colocar na resina materiais da rocha onde aquela peça foi encontrada. Pode-se colocar mais materiais que sejam compatíveis com a construção, criando uma cópia 3D mais fiel ao original", explica.

Outros testes deverão ser realizados pela equipe, que pretende reconstruir cerâmicas marajoaras com lama da regiãogreenbet predictionMarajó, e recuperar outros artefatos egípcios.

Museu conseguiu R$ 85 milhões para recuperação

Em janeiro, a BBC News Brasil mostrou que Museu Nacional deverá tergreenbet predictioncaixa R$ 85,4 milhões para obras emergenciais, recuperação do prédio histórico e reconstrução do acervo. O diretor da instituição, Alexander Kellner, explicou que boa parte do dinheiro demoraria a chegar devido à burocracia, mas que o montante já tem destinação prevista e não pode ser usado para outras finalidades.

O orçamento anual do museu, repassado pela UFRJ - mantida com recursos do governo federal -, havia caído drasticamente nos últimos cinco anos:greenbet predictionR$ 531 mil,greenbet prediction2013, para R$ 54 mil,greenbet prediction2018.

O diretor Kellner explicou que a verba prevista era excepcional para começar a reconstruir a instituição, mas ressaltou que "não se faz uma coleçãogreenbet predictiondois séculosgreenbet predictionduas décadas". Para ele, mais importante no momento é discutir como viabilizar a manutenção do local apósgreenbet predictionrecuperação.

"Antes do incêndio, o Museu Nacional precisariagreenbet predictionUS$ 3,8 milhões (R$ 14,7 milhões) para manutenção básicagreenbet predictionsua estrutura. No entanto, só recebia R$ 500 mil. Eu estimo que, numa janelagreenbet predictionaté seis anos, vamos precisargreenbet predictionUS$ 10 milhões (R$ 38,8 milhões) anuais para mantê-logreenbet predictioncondições razoáveis."

Para 2019, Kellner afirma que serão três as prioridades. A primeira delas é a recuperação do palácio,greenbet predictionseguida o resgate e recomposição do acervo, e, por último, o fomento à pesquisa na instituição.

No fimgreenbet predictionmarço, um laudo divulgado pelo jornal O Estadogreenbet predictionS. Paulo apontou que a Polícia Federal concluiu que um curto circuitogreenbet predictionum aparelhogreenbet predictionar-condicionado do auditório, localizado no primeiro andar do prédio, causou o incêndio.

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