O campogalera bet brazilconcentração criado na Colômbia para prender alemães e japoneses na 2ª Guerra:galera bet brazil

Todos foram levados por aparecer nas temidas e polêmicas "listas negras"galera bet brazilpossíveis simpatizantes e promotores do Eixo.

O hotel Sabaneta

Os prisioneiros ocuparam uma das primeiras construçõesgalera bet braziltijolo da pequena cidade Fusagasugá. Construído na décadagalera bet brazil1920, o hotel Sabaneta tinha piscinas, jardins, refeitórios e uma torregalera bet brazilágua.

Era um destinogalera bet brazilviagem comum para políticos na época, até que as autoridades decidiram convertê-logalera bet brazilcampogalera bet brazilconcentração, momentogalera bet brazilque a Colômbia demonstrou que se encontrava bem alinhada com os Aliados e,galera bet brazilespecial, com os Estados Unidos.

Um incidente levou à decisão:galera bet braziljunhogalera bet brazil1943, um submarino alemão afundou uma escuna colombiana na costa do Caribe.

Assim, a Segunda Guerra Mundial alcançou o país, que até esse momento havia mantido uma postura sintetizada na frase: "neutro, porém não indiferente".

Com a resoluçãogalera bet brazilentrar na briga, a Colômbia imediatamente congelou os bens dos cidadãos provenientesgalera bet brazilpaíses do Eixo, usando os recursos para repor as perdas pelo afundamento da escuna, e começou o processogalera bet brazilconfinamento no hotel Sabaneta, que a partirgalera bet brazilentão se tornou o campogalera bet brazilconcentraçãogalera bet brazilFusagasugá.

As listas negras

Até hoje, descendentesgalera bet brazilalguns dos detidos no centro afirmam que seus familiares apareceram nas "listas negras"galera bet brazilmaneira injusta.

Eles apontam que as folhasgalera bet brazilpagamento dos supostos apoiadores do Eixo que apareceram nos jornais foram feitasgalera bet brazilmaneira discriminatória e que qualquer alemão ou japonês poderia aparecer lá porque não gostavagalera bet brazilalguém ou por causagalera bet brazilum boato infundado.

Documentos e filmes como Exilados no Exílio,galera bet brazil2002, e O Sonho do Paraíso, de 2007, retratam alguns dos dramas sofridos pelos alemães e japoneses após aparecerem nas listas.

"Não foi um confinamento como os que ocorreramgalera bet braziloutras partes do mundo, mas houve grandes dramas, famílias foram destruídas e episódios muito tristes aconteceram", diz Carlos Palau, diretor de O Sonho do Paraíso.

O cineasta afirma que alemães e japoneses mantiveram muita distância entre si durantegalera bet brazilreclusão, o que também mostra que os presos não eram exatamente militantes do Eixo.

"No hotel, eles desperdiçavam suas vidas, enquanto eram deixados para apodrecer pouco a pouco. Não faziam nada alémgalera bet braziljogar cartas, dormir, limpar e sofrer longos períodosgalera bet braziltédio", afirma Palau.

Testemunhas afirmam que alguns dos alemães se dedicaram à construção e à carpintaria, enquanto japoneses melhoraram os jardins e criaram peixesgalera bet brazilum riacho.

Também se sabe que algumas famílias com mais dinheiro compraram terrenosgalera bet brazilFusagasugá para ficar pertogalera bet brazilseus parentes confinados.

Apenas algumas dezenasgalera bet brazilpoliciais controlavam o que se passava no lugar.

Tanto os alemães como os japoneses foram obrigados a pagargalera bet brazilestadia na prisão, o que causou a ruína financeiragalera bet brazilmuitas famílias.

O papel dos Estados Unidos

As listas negras não foram uma invenção da Colômbia. Em 1941, os Estados Unidos elaborou uma listagalera bet brazil1,8 mil pessoas e empresasgalera bet brazilorigem alemã, italiana e japonesa na América Latina a quem acusavagalera bet brazilatuargalera bet brazilbenefício direto ou indireto do Eixo.

As listas foram publicadas nos mais importantes jornais do continente, e quem aparecia nelas era afetado imediatamente.

Os EUA afirmaram que não fariam nenhum tipogalera bet brazilnegócio com essas empresas ou pessoas e passaram a pressionar os países da região para seguirem seu exemplo.

Também exigiam que os incluídos na lista não chegassem a menosgalera bet brazil100 kmgalera bet brazilqualquer fronteira norte-americana.

Os Estados Unidos também instalaram camposgalera bet brazilconcentraçãogalera bet brazilseu território, onde prenderam japoneses e seus descendentes.

Em maior ou menor medida, quase todos os países do continente, com exceção da Argentina, aceitaram aplicar certos vetos aos citados nas listas.

A Colômbia não foi uma exceção, apesar da intensa atividade comercial alemã no país e da crescente influência dos japoneses na agricultura.

Para o historiador Felipe Arias, isso mostra a necessidade histórica dos governos da Colômbiagalera bet brazilter uma boa relação com os Estados Unidos.

"Durante o século 20, os governos colombianos mostraram uma posição coerentegalera bet brazilrelação aos Estados Unidos, agalera bet brazilum aliado necessário, apesar da separação do Panamá (apoiada pelo país) e do massacre das bananeiras na costa do Caribe (a mortegalera bet braziltrabalhadores grevistas da United Fruit Company,galera bet brazil1928, pelo exército colombiano, também com apoio americano)", afirma Arias.

Ele lembra que muito antes da Segunda Guerra o país já havia adotado o lema "olhar a estrela polar",galera bet brazilreferência aos EUA.

Quase nada resta

O último dos presos do campogalera bet brazilconcentraçãogalera bet brazilFusagasugá deixou o local no fimgalera bet brazil1945, quando o Eixo havia sido derrotado.

O Sabaneta envelheceu lentamente diante dos olhos dos vizinhos da cidade durante décadas até virar uma ruína e praticamente desaparecer.

Gildardo Tovar, um colombiano da cidade que nasceu anos depois do fim do campo e escutou dezenasgalera bet brazilhistóriasgalera bet brazilpessoas que presenciaram a vida na prisão, afirma quegalera bet brazilcidade "deixou morrer um pedaço da História" ao deixar o hotel desaparecer.

Ele conta que primeiro ruiu o teto, depois, as paredes e, por fim, há três anos, morreram as palmeiras que se viam nas fotos históricas do lugar.

"Só resta a torregalera bet brazilágua", afirma Tovar, que há anos faz campanhas para que se recupere a memória sobre o papel da Colômbia na História da Segunda Guerra Mundial.