Por que nem sempre adianta apresentar fatos contra notícias falsas:jogos ao vivo cassino

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Legenda da foto, Fake news estão no centro do debate eleitoral; para pesquisadores, porém,jogos ao vivo cassinoinfluência na eleição americana foi limitada

Mas isso não quer dizer que a maioria das pessoas seja "imune" a fatos concretos – muito pelo contrário, segundo constataram o próprio Reifler e seus colegas.

Sua pesquisa mais recente estudou o consumojogos ao vivo cassinofake news na campanha eleitoral americanajogos ao vivo cassino2016 e concluiu que o impacto das notícias falsas parece não ser tão grande quanto o imaginado até agora.

Em entrevista à BBC News Brasil, ele – atualmente professorjogos ao vivo cassinoCiências Políticas na Universidadejogos ao vivo cassinoExeter, no Reino Unido – explica seis conclusões principaisjogos ao vivo cassinoseus estudos.

1. Fake news provavelmente tiveram impacto limitado nos votos nos EUA

Ao monitorar a atividade online e os cliquesjogos ao vivo cassino2,5 mil americanos no período eleitoral dos EUAjogos ao vivo cassino2016, eles descobriram que umajogos ao vivo cassinocada quatro pessoas leu ao menos uma notícia falsa, mas até mesmo os maiores consumidoresjogos ao vivo cassinofake news – emjogos ao vivo cassinomaioria, altamente conservadores e simpatizantes do então candidato Donald Trump – consumiam muito mais notíciasjogos ao vivo cassinofontes verdadeiras.

"Fake news é um problema, mas que precisa ser colocadojogos ao vivo cassinoperspectiva", diz Reifler à BBC News Brasil.

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Legenda da foto, Checagemjogos ao vivo cassinodados aumenta o custo político ao político que usa fake news a seu favor

"A maioria das pessoas (na pesquisa) não consumiu fake news e, quando a consumiu, foi como uma parte pequenajogos ao vivo cassinosua 'dieta noticiosa', por voltajogos ao vivo cassino10% do total. E como a maioria (desses leitoresjogos ao vivo cassinonotícias falsas) já era pró-Trump e já consumia informações conservadoras, provavelmente não teve seu voto alterado."

O que não quer dizer que as fake news não devam causar preocupação, uma vez que deterioram a qualidade do debate e podem cristalizar visões prévias, além eventualmente impactar a visãojogos ao vivo cassinouma parte do eleitorado.

2. O maior perigo é o político se apropriar das fake news

Para ele, o maior problema é quando o político, e não os meiosjogos ao vivo cassinocomunicação, dá informações falsas diretamente ao públicojogos ao vivo cassinodiscursos, tuítes ou anúncios televisionadosjogos ao vivo cassinocampanha.

"Essas falsas alegaçõesjogos ao vivo cassinopolíticos costumam ter um impacto muito mais amplo e são muito mais problemáticas do que uma fake news", explica. Isso porque tendem a ser replicadas mais amplamente e a influenciar a percepção do público sobre determinados temas, caso não sejam rebatidas.

Nesse caso, o público – e sobretudo a imprensa – têm um papel importantejogos ao vivo cassinocontrole, impedindo que essas declarações falsas se espalhem.

Para tal, ele sugere que reportagens não deem manchete para declarações falsas, mas sim "digam primeiro qual é o fato correto para só depois citar a declaração do político".

3. Checagemjogos ao vivo cassinodados ajuda a manter políticos na linha, mas ainda é ineficiente

Diante desse cenário, o trabalhojogos ao vivo cassinochecagemjogos ao vivo cassinodados ("fact checking") das declaraçõesjogos ao vivo cassinopolíticos tem um papel importante "por criar um custo ao político que não falar a verdade", alémjogos ao vivo cassinoproduzir um efeito positivo na qualidade do debate político.

Um dos estudosjogos ao vivo cassinoReifler e seus colegas teve como base um discursojogos ao vivo cassinoTrumpjogos ao vivo cassinojulhojogos ao vivo cassino2016, quando o então candidato afirmou que a criminalidade violenta havia aumentado substancialmente nos EUA nos anos anteriores. Na mesma campanha, Trump acusou veículos da imprensa tradicionaljogos ao vivo cassinobeneficiar a candidata democrata Hillary Clinton, que perdeu a eleição.

Apesarjogos ao vivo cassinoa informação sobre a alta na criminalidade ser equivocada, pesquisasjogos ao vivo cassinoopinião mostraram que essa percepçãojogos ao vivo cassinoalta do crime reverberou fortemente entre o público. Porém, diantejogos ao vivo cassinoestatísticas oficiais mostrando quedas na criminalidade nos EUA, muitos americanos reviram suas posições.

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Legenda da foto, WhatsApp tende a ser canaljogos ao vivo cassinopropagaçãojogos ao vivo cassinofake news nas eleições brasileiras, mas qual impacto isso pode ter no voto?

O problema é que tem havido uma desconexão entre o público que recebe fake news e o público que tem acesso aos dados checados.

"Vimos zero coincidência entre as pessoas expostas a uma determinada notícia falsa e as pessoas expostas à correção dessa notícia", explica Reifler.

"Existe um problemajogos ao vivo cassinoalcance (do 'fact checking'). Ou talvez algumas pessoas não saibam que exista checagemjogos ao vivo cassinodados ou nem queiram acessá-la."

Ainda assim, ele se diz um "defensor da checagemjogos ao vivo cassinodados". "É algo que você pode mostrar ao seu tio louco no encontro da família e, embora provavelmente não vá convencê-lo com os dados, dará mais argumentos verdadeiros aos demais membros da família."

4. Nas eleições brasileiras, o impacto das fake news via WhatsApp talvez seja menor do que o temido

E no cenário atual eleitoral brasileiro,jogos ao vivo cassinoque se prevê a ampla divulgaçãojogos ao vivo cassinoinformações falsas não sójogos ao vivo cassinoFacebook e Twitter, mas também no WhatsApp?

Além disso, como medir o impacto das notícias que nem sequer serão clicadas pelos usuários que não quiserem gastar seu planojogos ao vivo cassinodados – mas que ainda assim estarão expostos a manchetes falsas najogos ao vivo cassinotimeline ou no grupo da família?

Reifler admite que pode haver um impacto na percepção do eleitor, a depender da atenção que cada um deles dedicará à leitura – e à crença – dessas notícias falsasjogos ao vivo cassinocirculação. A análise minuciosa disso dependeria do acesso aos dados do Facebook e do WhatsApp, o que não costuma ser fáciljogos ao vivo cassinoobter, diz ele.

"Mas a minha suspeita éjogos ao vivo cassinoque o impacto não será grande (na decisão do voto)", prevê.

"Digo isso porque 16%jogos ao vivo cassinonosso feed do Facebook é compostojogos ao vivo cassinoanúncios publicitários. E você por acaso se lembrajogos ao vivo cassinoquais anúncios publicitários viu najogos ao vivo cassinotimeline nesta manhã, por acaso?", questiona ele.

"Ok, talvez você se lembre mais das coisas postadas por seus amigos ou por políticos do que esses anúncios, mas eu acho que o efeito ainda assim é pequeno. Uma vez que há poucas evidênciasjogos ao vivo cassinoque o consumo ativojogos ao vivo cassinofake news interfira no voto, é difícil acreditar que o consumo passivo (sem cliquejogos ao vivo cassinolinks) tenha grande interferência."

5. Quando o assunto é vacina, dados nem sempre convencem

Em estudo publicadojogos ao vivo cassino2014 sobre o comportamentojogos ao vivo cassino1,7 mil pais americanos perante campanhasjogos ao vivo cassinovacinação, Reifler descobriu que dar informações concretas sobre benefícios das vacinas costuma ter pouco impactojogos ao vivo cassinopessoas com visões fortemente negativas sobre a imunização.

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Legenda da foto, Campanhajogos ao vivo cassinovacinaçãojogos ao vivo cassino2017; céticos tendiam a fortalecerjogos ao vivo cassinoposição antivacina ao serem confrontados com dados concretos

"As campanhas davam informações explicando que não há nenhuma provajogos ao vivo cassinoa vacina MMR (tríplice viral) causar autismo (mito inicialmente divulgado nos anos 1990) ejogos ao vivo cassinoque você não pega gripe ao tomar vacinajogos ao vivo cassinogripe", explica o pesquisador.

Só que algo curioso acontecia: os pais entendiam as explicações e os fatos, mas mesmo assim não havia nenhum aumento na coberturajogos ao vivo cassinoimunização. Ou seja, os pais que não queriam vacinar seus filhosjogos ao vivo cassinogeral continuavam sem vaciná-los, a despeito dos dados ofertados.

"Em cercajogos ao vivo cassinoum terço da amostra com percepção mais negativa perante vacinação, fornecer-lhes dados diminuía a desinformação, mas também diminuíajogos ao vivo cassinointençãojogos ao vivo cassinovacinar as crianças", explica Reifler.

"O que achamos que acontece é o seguinte: você dá a informação correta, a pessoa se mostra disposta a levar essa informaçãojogos ao vivo cassinoconsideração, mas nesse processo (reflexivo) ela provavelmente está pensandojogos ao vivo cassinooutros fatores pelos quais é contra a vacina e, assim, acaba reforçandojogos ao vivo cassinovisão original."

6. Melhorar as campanhasjogos ao vivo cassinovacinação ainda é um trabalhojogos ao vivo cassinoandamento

Como, então, melhorar a cobertura vacinal? Esse é um importante desafio ao Brasil, que tem visto o decréscimo na imunizaçãojogos ao vivo cassinodiferentes doenças – a campanha antigripe, por exemplo, terminou sem que o Ministério da Saúde conseguisse convencer 6,8 milhões (de uma meta totaljogos ao vivo cassino54 milhões)jogos ao vivo cassinobrasileiros a se vacinar.

Reifler diz ainda não ter conclusões solidificadas a respeito, apenas algumas percepções que ainda precisam ser mais profundamente investigadas.

"Em alguns grupos, a visualização (de benefícios da vacina)jogos ao vivo cassinográficos melhorou a imunização;jogos ao vivo cassinooutros, porém, piorou. Uma abordagem promissora é com campanhasjogos ao vivo cassinosaúde que levemjogos ao vivo cassinoconta os valores das comunidades mais céticas perante as vacinas", opina.

"Uma campanhajogos ao vivo cassinovacinação na Austrália, por exemplo, focou especialmente um grupojogos ao vivo cassinocéticos, enfatizando os valoresjogos ao vivo cassinovida natural que eles defendiam ao mesmo tempojogos ao vivo cassinoque destacava a importância da vacina", explica.

"O que não adianta para esse público é apenas dar informações corretas ou tentar convencê-lo pelo medo – 'se você não der essa vacina, seu filho vai morrer'. Essas narrativas baseadasjogos ao vivo cassinomedo não funcionam."