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A história da primeira criança trans que conseguiu alterar os documentos no Brasil:se cadastrar na betano
A família vive no municípiose cadastrar na betanoSorriso (MT). Na região, somente os mais próximos sabem que a criança é transgênero. Para muitos, trata-sese cadastrar na betanouma garota que nasceu com o mesmo gênero com o qual se identifica, pois desde os quatro anos ela sai às ruas vestida como menina. O medose cadastrar na betanoJoana sofrer ataques preconceituosos faz com que os pais evitem revelar a história dela a conhecidos.
"Nunca deixei que ela sentisse nenhum tipose cadastrar na betanopreconceito. Sempre evitamos que isso acontecesse. Há a nossa barreira na frente. Mas sei que vai chegar a horase cadastrar na betanoque ela vai terse cadastrar na betanolidar com isso sozinha", conta Jaqueline.
A históriase cadastrar na betanoJoana
Joana é a caçula da família que conta com mais um filho,se cadastrar na betano12 anos. Nascidase cadastrar na betanouma cidade do interior do Paraná, a garota se mudou com a família para Sorriso, cidade considerada capital nacional do agronegócio, com pouco maisse cadastrar na betanoum anose cadastrar na betanovida. Ali, os pais enxergavam mais perspectivasse cadastrar na betanosucesso financeiro.
Quando tinha dois anosse cadastrar na betanoidade, Joana passou a intrigar os pais. Eles perceberam que a criança costumava se portar como uma garota. "Ela me imitava e queria usar roupas e maquiagens. Eu achava que era uma fase. Na creche, as professoras me disseram que ela pegava calçados e presilhas das coleguinhas. Eu sempre pensei que ela seria um homossexual afeminado, pois não sabia o que era uma pessoa transexual", relata Jaqueline.
Os pais acreditavam que era uma postura temporária, mas a criança continuava afirmando ser uma menina. "No começo foi muito complicado. Nós não conseguíamos entender o que estava acontecendo", diz Carlos Alberto. "Procuramos várias igrejas, para tentar ajudá-la. Chegaram a dizer que ela estava com o 'coisa ruim' no corpo. Mas nós sabíamos que as coisas não eram assim".
Enquanto os pais buscavam respostas, a filha demonstrava sinaisse cadastrar na betanotristeza. "Eu procurei ajuda na cidade, mas não encontrava. Na época era um assunto completamente desconhecido", relata Jaqueline. Ela revela que percebeu a dimensão das dificuldades da filha após presenciar Joana tentando cortar o próprio órgão genital. "Eu tinha chegado do trabalho e quando a vi, ela estava sentada com a tesoura na mão e com a toalha aberta. Eu fiquei bastante assustada."
Depois do episódio, a comerciante afirma ter tido a certezase cadastrar na betanoque precisavase cadastrar na betanoajuda. "No dia seguinte, fui pesquisar sobre o assunto e descobri um documentário - My Secret Self (Meu eu secreto,se cadastrar na betanotradução livre), da rede americana ABC - que falava sobre crianças transgêneros. Foi assim que percebi que minha filha poderia ser transexual, porque a situação dela era idêntica àquelas histórias. Mostrei o documentário ao meu marido e ele concordou que estávamos vivendo aquela situação."
O casal decidiu recorrer ao Ambulatório Transdisciplinarse cadastrar na betanoIdentidadese cadastrar na betanoGênero e Orientação Sexual (Amtigos), do Hospital das Clínicasse cadastrar na betanoSão Paulo. Na época, o espaço atendia somente adultos. "Mas eu insistia, dizia que tinha um filho que precisava muitose cadastrar na betanoatendimento."
Os paisse cadastrar na betanoJoana, então com três anos e meio, passaram a permitir que ela utilizasse vestimentasse cadastrar na betanomenina. "Nós combinamos que poderia usar essas roupasse cadastrar na betanocasa e na rua deveria se vestir como um garoto", diz Carlos Alberto. Nesta época, ela pedia para ser chamadase cadastrar na betanoJuju. "Era um apelido mais feminino que o nome dela na época, então ela preferia", explica a mãe.
O acordo para que a filha utilizasse roupas femininas somentese cadastrar na betanocasa foi bem-sucedido nos primeiros meses. Porém, os pais dizem que ela foi aos pouco evitando sairse cadastrar na betanocasa. "Ela não gostava maisse cadastrar na betanoir para a escola e passou a ficar nervosa quando chegava a horase cadastrar na betanosair. Minha filha começou a desenvolver uma espéciese cadastrar na betanodupla personalidade", conta Carlos Alberto.
Acompanhamento profissional
Após insistir por seis meses, Jaqueline conseguiu que a filha, então com quatro anos, fosse recebida no ambulatório do Hospital das Clínicas e passasse a ser a primeira paciente criança do local.
O atendimento inicial foi feitose cadastrar na betanodezembrose cadastrar na betano2011. "Em 20 minutosse cadastrar na betanoconversa, confirmamos o que já sabíamos: a nossa filha é transexual", diz. Os pais admitem que a constatação trouxe tristeza. "Doeu bastante, porque no fundo a gente esperava que não fosse. É difícil a aceitação no começo, mas nunca deixamosse cadastrar na betanoamá-la. Nosso amor só aumentou", afirma Jaqueline.
Depois da primeira consulta, a garota começou a fazer acompanhamento constante. Os pais passaram a aceitar o fatose cadastrar na betanoa criança ser transgênero e solicitaram ao Ministério Público que ela pudesse utilizar 'Joana' como nome social. "Quando voltei a Sorriso, minha filha já veio vestida como uma menina. Decidimos que ela passaria a andar apenas assim, porque é como ela sempre se sentiu."
Joana faz acompanhamento no ambulatório do Hospital das Clínicas a cada três meses. No local, é atendida por psiquiatra, psicólogo e endocrinologista. Há quatro meses, as visitas dela ao Amtigos ganharam mais uma motivação: aplicar a injeção que bloqueia os hormônios masculinos da puberdade. Ela deve fazer a aplicação a cada 28 dias. Quando está no ambulatório, o procedimento é feito gratuitamente. Porém, nas vezesse cadastrar na betanoque precisa aplicarse cadastrar na betanocasa, a medicação é comprada pelos pais da garota.
Para as viagens trimestrais a São Paulo, a família recebe passagensse cadastrar na betanoônibus por meio do Tratamento Forase cadastrar na betanoDomicílio (TFE), concedido a usuários do Sistema Únicose cadastrar na betanoSaúde (SUS). Os gastos com hospedagens e alimentação ficam a cargo da família.
Daqui a cinco anos, a expectativa ése cadastrar na betanoque a garota comece a utilizar hormônios femininos. Somente aos 21, caso queira, poderá passar pela cirurgiase cadastrar na betanoredesignação sexual no Brasil. Para a criança, o maior problema nos procedimentos é a demora. "Sempre quis que tudo fosse rápido. Fiquei triste, pois falaram que demoraria muito pra eu começar a tomar os hormônios femininos", conta Joana.
Desde que atendeu Joana, no fimse cadastrar na betano2011, o Amtigos passou a receber outras crianças e adolescentes. A demanda por menoresse cadastrar na betanoidade foi tamanha que atualmente a unidade atende apenas criançasse cadastrar na betanotrês anos a jovens menoresse cadastrar na betano18. "Somos o primeiro ambulatório que se dedica exclusivamente a eles", afirma o médico Alexandre Saadeh, coordenador do Amtigos.
O ambulatório atende, atualmente, cercase cadastrar na betano100 adolescentes e 50 crianças. Há ainda 140 pacientes, menoresse cadastrar na betano18 anos,se cadastrar na betanoespera. Além deles, há adultos que já se tratavam no local e continuam recebendo acompanhamento.
Psiquiatra do Amtigos, Saulo Vito Ciasca destaca a importância do acompanhamento na unidade para as pessoas que possuem Transtornose cadastrar na betanoIdentidade Sexual. "Nesses atendimentos, observamos melhora na saúde mental das crianças e dos adolescentes. Eles encontram um lugar onde podem existir, porque a sociedade não oferece esse local."
Desde 2011, Joana também faz acompanhamentose cadastrar na betanoSorriso. Durante seis anos, a psicóloga Cristiane Gheno atendeu a garota no município mato-grossense. A profissional destaca que o apoio que a menina recebe desde os quatro anos foi fundamental. "Acho que hoje ela tem maturidade e necessidade para ser aceita como é. Ela já sabe que não há nadase cadastrar na betanomalse cadastrar na betanoser transexual."
A decisão judicial
O acompanhamento com médicos e psicólogos foi fundamental para que os paisse cadastrar na betanoJoana decidissem,se cadastrar na betanodezembrose cadastrar na betano2012, entrar na Justiça para solicitar que o nome e o gênero da garota fossem alterados.
A mãe da criança passou por diversas situaçõesse cadastrar na betanorazão da antiga identidade da filha. "Quando a gente viajava, era um caos, porque ela era uma menina com documentosse cadastrar na betanomenino. Uma vez chegaram a chamar policiais federaisse cadastrar na betanoum aeroporto, porque pensaram que eu a estava sequestrando", relembra.
Em entrevista à BBC Brasil, o juiz Candiotto conta que considerou o acompanhamento recebido pela garota e também a análise feita por uma psicóloga do Poder Judiciário para dar decisão favorável à mudança. "Foi a primeira vez que me deparei com uma situação que fugisse tanto do cotidiano. Casos como este exigem cautela. É preciso ser pontual, assertivo e justo. Não poderia errar, porque essa criança vinha sofrendo há muito tempo, por conta dase cadastrar na betanosituação."
A decisão do magistrado foi alvose cadastrar na betanocríticas. Na época, o senador Magno Malta (PR-ES) se reuniu com representantes das frentes católica, evangélica e da família e chegou a afirmar que faria uma representação contra a decisão do magistrado no Conselho Nacionalse cadastrar na betanoJustiça (CNJ). "Nunca fui intimado, então não posso afirmar se chegaram a protocolar algo (contra o juiz)", explica Candiotto.
As diversas críticas após o caso ser divulgado pela imprensa magoaram Jaqueline, que não contava à filha sobre os comentários. "Milharesse cadastrar na betanoopiniões me machucaram muito. Eu perdia noitesse cadastrar na betanosono pensando no que as pessoas diziam. Muitos falavam que ela era muito nova. Mas desde que a minha filha passou a fazer acompanhamento, eu tive a certezase cadastrar na betanoque ela é transgênero."
Apesar dos comentários negativos, os paisse cadastrar na betanoJoana relatam que a decisão judicial foi fundamental para que a garota pudesse levar uma vida melhor. "A mudança nos documentos facilitou muito a nossa vida. A gente entrase cadastrar na betanoqualquer lugar, pois os registros dela estão no feminino. Hoje, acho estranho alguém dizer alguma coisa sobre ela ser menino", afirma o pai.
Cercase cadastrar na betanodois meses após a decisão, Joana alterou a certidãose cadastrar na betanonascimento, o CPF (Cadastrose cadastrar na betanoPessoa Física) e a Carteirase cadastrar na betanoIdentidade (RG).
Religiosidade e política
Entre os documentosse cadastrar na betanoJoana que foram alterados também está a certidãose cadastrar na betanobatismo na Igreja Católica. "Foi um procedimento muito rápido. Enquanto na Justiça demoramos maisse cadastrar na betanotrês anos, na igreja conseguimos a mudança no documentose cadastrar na betanodois meses, depois da decisão judicial", explica Carlos Alberto. Os pais dela fizeram o pedido para alterar o gênero e o nome da criança na cidadese cadastrar na betanoque ela nasceu e foi batizada, no interior do Paraná. "Nós conversamos na paróquia do município, eles encaminharam o pedido para a diocese e o bispo assinou."
Depoisse cadastrar na betanopassar a se apresentar como garota, a criança chegou a ser coroinha por dois anos. "Não houve nenhuma negativa da coordenadoria da igreja nem do padre. Eles sabiam sobre ela e nunca enfrentamos nenhum problema. Ela só deixouse cadastrar na betanoser coroinha porque não tinha mais tempo, pois agora também faz outras atividades, como aulasse cadastrar na betanoinglês e basquete", diz Carlos Alberto.
O paise cadastrar na betanoJoana revela que representantes da igreja fizeram somente uma exigência após permitirem a alteração no documento religioso. "Disseram que ela deve revelar que é transgênero ao futuro namorado. É uma questão que não querem que ela esconda do companheiro. Mesmo que faça a cirurgia, a igreja a orienta a não esconder isso", pontua.
Carlos Alberto revela que a religiosidade foi fundamental para que pudesse compreender a filha. "Passamos a entender, depoisse cadastrar na betanoum tempo, que Deus a criou dessa forma e pronto. Não é uma deficiência ou um defeito dela", declara. Sargento aposentado do Exército, o pai da garota tevese cadastrar na betanorever alguns posicionamentos para que pudesse aceitar melhor Joana. "No Exército, ensinam que você deve ser homem e pronto. Mas eu nunca tive nenhum preconceito, tenho vários amigos homossexuais. É aquela coisa, você não espera que isso possa acontecer nase cadastrar na betanocasa. Mas a vida segue um rumo que a gente nem imagina."
O períodose cadastrar na betanoque passou no Exército é utilizado por Carlos Alberto como argumento para apoiar o pré-candidato a presidente do Brasil, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Em seu Facebook, o paise cadastrar na betanoJoana demonstra apoiar a postura do parlamentar. No entanto, o sargento aposentado assegura que não concorda com todas as opiniõesse cadastrar na betanoBolsonaro, que costuma atacar a comunidade gay.
"Fui militar por cinco anos, então, há pontosse cadastrar na betanoque concordo com ele e outros nos quais acho que ele é muito radical. Por exemplo, sou a favor do portese cadastrar na betanoarma e também sou favorável à redução da maioridade penal. Mas sou contra as visões radicais que ele possui, sejase cadastrar na betanoquestão política, religiosa, social ou qualquer outro aspecto", afirma.
Ao ser questionado sobre a visãose cadastrar na betanoBolsonarose cadastrar na betanorelação à comunidade LGBTQ, o pai da garota afirma não ter certeza se o pré-candidato é realmente contrário às questões relacionadas ao tema. "Eu, particularmente, não tenho nada contra [a comunidade LGBTQ]. Procuro falar com meus filhos para que jamais tenham preconceitos. Mas eu sei do Bolsonaro somente o que dizem na mídia, quem me garante que tais afirmações dele são reais?", questiona.
O comerciante, porém, afirma que seu voto para presidente ainda não está definido. "Hoje, eu o apoio. Mas pode ser que eu mudese cadastrar na betanoopinião por algum motivo. Preciso pesquisar e comparar."
Preconceito contra transgêneros
A alteração dos documentos da criança representou um capítulo importante na vidase cadastrar na betanoJoana. Porém, os pais sabem que isso não a salvaráse cadastrar na betanosituações difíceis.
Para poupar a filha do preconceito, os pais chegaram a mudar Joanase cadastrar na betanoescola logo que ela conseguiu permissão para usar o nome social. "Preferimos que os colegas dela a conhecessem como menina", explica a mãe. Jaqueline também passou a contar uma versão diferente sobre a história da família a conhecidos. "Logo que ela passou a sair como menina, muita gente me perguntava: 'mas você não tem dois meninos?'. No início, eu explicava a história dela, mas depois passei a dizer que a pessoa estava se confundindo, porque eu sempre tive um casal. Foi o modo que encontrei para não ter que ficar me explicando para todos."
Os pais da garota temem que ela sofra violência. O medo deles se intensifica quando veem casosse cadastrar na betanoagressões contra transexuais. "É triste, me dói muito. Me coloco no lugar daquela família." O temor do casal é justificado por um dado alarmante: o Brasil é o país onde há mais registrosse cadastrar na betanoassassinatosse cadastrar na betanotravestis e transexuais no mundo. A constatação é feita com basese cadastrar na betanolevantamento da ONG Transgender Europe (TGEU).
Conforme a Associação Nacionalse cadastrar na betanoTravestis e Transexuais (Antra), houve 179 assassinatosse cadastrar na betanotravestis ou transexuais no Brasilse cadastrar na betano2017, uma morte a cada 48 horas.
Bullying
Aos colegas da escola, Joana prefere não contar sobre a transexualidade. "Eles pensam que eu nasci uma menina. Para alguns, tenho medose cadastrar na betanocontar. Mas sei que outros vão entender, porque são meus amigos. Mas se não forem, arrumo outros", afirma a garota.
Joana relata que já chegou a ser alvose cadastrar na betanocomentários maldosos.
"Eu estava na catequese e um garoto, que estuda comigo, começou a falar para outras meninas que eu tinha nascido um menino. Ele começou a me perguntar se era verdade e eu falei que não. Depois, eu fui embora chorando e contei pra minha mãe."
Em casa, a mãe conta que a filha não enfrentou preconceito. Segundo ela, o irmão mais velhose cadastrar na betanoJoana a compreende. "Sempre explicamos que a irmã nasceu menina, mas no corpose cadastrar na betanomenino. Isso nunca foi um problema para ele", diz.
Os sonhos da garota
De voz suave e sorriso constante, Joana se orgulha da criança que se tornou. O cabelo longo representa parte da liberdade que conquistou: são seis anos cortando apenas as pontas. Quando menor, ela usava pregadorse cadastrar na betanoroupa ou toalhase cadastrar na betanobanho para fingir ter cabelo longo. Nas orelhas, gostase cadastrar na betanobrincos pequenos. Possui diversos vestidos, porém prefere blusas e calças. Ela costuma se maquiar com frequência, inspirada por tutoriais na internet.
Expansiva e falante, Joana sonhase cadastrar na betanose tornar famosa. Ela quer aparecerse cadastrar na betanorevistas, na televisão e criar um canal no YouTube. Em seu quarto, a garota possui uma câmera e equipamentos para fazer vídeos. No entanto, lamenta não poder divulgar as gravações que faz, nas quais costuma mostrar seu cotidiano e falar sobre assuntosse cadastrar na betanocrianças. "Os meus pais não deixam", diz. A fala da criança é interrompida pela mãe, que se justifica. "A gente sabe que ainda não é o momento para ela se expor, então preferimos evitar."
A listase cadastrar na betanosonhosse cadastrar na betanoJoana não se resume à divulgaçãose cadastrar na betanoseus vídeos. Como é comumse cadastrar na betanocrianças da idade dela, ela possui outros diversos planos para o futuro. "Eu quero ser médica, modelo, jornalista, apresentadorase cadastrar na betanotelevisão, fotógrafa, atriz e jogadorase cadastrar na betanobasquete", enumera.
"Eu sei que o mundo é bastante perigoso. Se pudesse, mudaria isso", afirma. Um dos objetivos da garota, que atualmente cursa o sexto ano do ensino fundamental, é poder ajudar minorias quando crescer. "Eu quero ser médica, então pensose cadastrar na betanomontar uma clínica para ajudar pessoas trans. Mas não só elas, como quem tem algum problema ou deficiência", planeja.
Junto com a família, a garota aguarda a realização daquele que considera ser o maior sonho dentre os tantos que possui: a cirurgiase cadastrar na betanoredesignação sexual. "Eu sei que nunca vou me tornar uma menina, porque eu sou transexual. Porém acredito que vou me sentir mais menina quando fizer a cirurgia. Eu gostose cadastrar na betanoser uma garota transexual. Todo mundo é diferente, eu também."
* Os nomes foram trocados para preservar a família.
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