Em posts e projetosbet7k endereçolei: pelo que lutava Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio:bet7k endereço

Também mostrou indignação pelo fatobet7k endereçoum tiroteio na Zona Sul do Rio que durou três horas ter tido mais destaque na mídia que seis mesesbet7k endereçoconfrontos diários entre polícia e traficantes na Rocinha. "Onde morabet7k endereçocomoção?", questionou.

Tragédia pessoal

A própria Marielle revelou que foi uma tragédia pessoal que a transformoubet7k endereçoativista social.

'Iniciei minha militânciabet7k endereçodireitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítimabet7k endereçobala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré', disse, num textobet7k endereçoprimeira pessoa embet7k endereçopágina na internet.

Nascida e criada na Maré, Marielle se formoubet7k endereçoCiências Sociais pela PUC-Rio, onde foi bolsista, e fez mestradobet7k endereçoAdministração Pública pela Universidade Federal Fluminense. Em 2006, fez campanha para Marcelo Freixo, que disputou e ganhou uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio como representante do PSOL.

O amigo Pedro Strozenberg, que conheceu Marielle nessa campanha e depois trabalhou junto com ela no gabinetebet7k endereçoFreixo, conta que, na Assembleia, ela cuidava da agendabet7k endereçotemas ligados à questões raciais,bet7k endereçomulher e favelas. "Ela sempre esteve envolvida e dedicada à defesa e garantia dos direitos humanos", diz.

Atrevimento

Mas para Strozenberg, concorrer a um cargo eletivo não era um caminho necessariamente natural para Marielle, apesarbet7k endereçotoda a militância e empenho com as causas sociais. Ele diz que uma das principais características da vereadora sempre foi o "atrevimento".

"(Ser vereadora) não era um desejo natural. Foi um ato corajoso. Um atrevimento. Ela sempre foibet7k endereçobuscabet7k endereçolugares não tradicionais", avalia o amigo.

Eleita vereadorabet7k endereço2016, ela continuou defendendo os direitos das mulheres, combatendo o preconceito e a violência na Câmara do Rio. Mas também diversificou a pauta.

"Muitos se ressentiram que a Marielle mudou. Mas, para mim, ela desabrochou e passou a defender temas distintosbet7k endereçoforma exuberante", diz o amigo, ponderando que ela nunca deixoubet7k endereçoreafirmar que era "uma pessoa da favela, homossexual e que passou a vida rompendo barreiras invisíveis".

Um mês e meio depoisbet7k endereçoassumir o cargobet7k endereçovereadora, ela comemorou o primeiro projetobet7k endereçolei que apresentou na Câmarabet7k endereçoVereadores do Rio. A proposta prevê tratamento humanizado para as mulheres que conquistam na Justiça o direitobet7k endereçoabortar. "Mais da metade das mulheres que tentam fazer o aborto legal não conseguem. Só UMA maternidade atende no Rio. E mts médicos se negam (sic)", escreveu.

Dos 16 projetosbet7k endereçolei que apresentou, oito eram individuais e a outra metade assinou com colegas da Câmara do Rio.

Um deles, que apresentou sozinha, propunha instituir o "dia da luta contra a homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia" no calendário do Rio e o "dia da visibilidade lésbica". Também propôs incluir o "dia da mulher negra".

Uma outra proposta da vereadora previa incluir cartazesbet7k endereçolugares visíveis nos serviços públicosbet7k endereçoatendimento às mulheres, informando dos direitos das vítimasbet7k endereçoviolência sexual.

Junto com colegas, ampliou a áreabet7k endereçoatuação, propondo, entre outras leis, a que cria o programabet7k endereçodesenvolvimento da cultura do funk tradicional carioca e garante assistência técnica gratuita para projeto e construçãobet7k endereçohabitação para famíliasbet7k endereçobaixa renda.

No Twitter, ela se colocou contra o aumento do IPTU no Rio e também comemorou o diabet7k endereçoque a Câmara conseguiu barrar a aprovação do projetobet7k endereçolei para armar a Guarda Municipal. "Balabet7k endereçoborracha, bombasbet7k endereçogás e efeito moral, armasbet7k endereçochoque podem sim ser letais!", escreveu no Twitter

Dois dos projetos que assinoubet7k endereçoconjunto com colegasbet7k endereçoplenário foram aprovados e se tornaram lei: um sobre a regulaçãobet7k endereçomototaxis, importante meiobet7k endereçotransportebet7k endereçofavelas, e outro sobre contratos da prefeitura com organizações sociaisbet7k endereçosaúde, alvos frequentesbet7k endereçoinvestigações sobre corrupção.

Marielle era presidente da Comissão Permanentebet7k endereçoDefesa da Mulher e,bet7k endereçofevereiro, foi escalada para representar a Câmara do Riobet7k endereçoBrasília, para acompanhar a Intervenção Federal na Segurança Pública no Estado fluminense.

bet7k endereço 'Seu vitimismo incomoda'

Marielle não estava imune a críticas. Nas redes sociais, foi chamadabet7k endereço"vitimista" depois que relatou no Twitter ter passado por uma revista no aeroportobet7k endereçoBrasíliabet7k endereçofevereiro do ano passado.

"Sim, meu black incomoda, minha negritude incomoda", escreveu.

"Não quer ser revistada no aeroporto? Viajabet7k endereçoônibus!!", respondeu um usuário ao comentário da vereadora.

Marielle foi assassinada na noitebet7k endereçoquarta-feira, depois que saiubet7k endereçoum evento na Lapa, no Rio.

A vereadora saiabet7k endereçoum debate quando um carro emparelhou o veículo onde ela, a assessora e o motorista estavam. Dispararam pelo menos nove vezes. Marielle foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça.

Os criminosos fugiram sem levar nada. Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. A assessorabet7k endereçoMarielle, que foi atingida por estilhaços, teve ferimentos leves.

A polícia trabalha com a hipótesebet7k endereçoexecução e suspeita que os assassinos seguiram o carrobet7k endereçoMarielle por 4 km antesbet7k endereçodispararem e matarem o motorista e a vereadora.

Para os amigos mais próximos, a históriabet7k endereçoMarielle sempre esteve repletabet7k endereçoperdas ebet7k endereçorupturas. Acreditavam, contudo, que a trajetória da garota nascida na Maré, um dos mais violentos complexosbet7k endereçofavela do Rio, tinha rompido um roteiro quase pré-estabelecidobet7k endereçoviolência e morte.

A morte da vereadora gerou uma ondabet7k endereçomanifestações marcadasbet7k endereçodiferentes cidades do país. No Rio, o corpobet7k endereçoMarielle e do motorista chegaram à Câmara sob aplausosbet7k endereçouma multidão.

Em ato na Câmara Federal,bet7k endereçoBrasília, deputados cobram agilidade na apuração do assassinatobet7k endereçovereadora do PSOL.