Candidatos brasileiros poderão ser punidos se usarem robôs para 'fake news'patrimonio da vaidebet2018:patrimonio da vaidebet

Crédito, TSE / Divulgação

Legenda da foto, Sede do Tribunal Superior Eleitoral,patrimonio da vaidebetBrasília: Tribunal deve divulgar até dezembro um conjuntopatrimonio da vaidebetnovas regraspatrimonio da vaidebetcomportamento online

Os ministros não devem proibir definitivamente o usopatrimonio da vaidebetrobôspatrimonio da vaidebetcampanhas para divulgaçãopatrimonio da vaidebetagenda e plataformaspatrimonio da vaidebetgoverno, mas candidatos que usarem a ferramenta para ofender oponentes ou distorcer resultadospatrimonio da vaidebetenquetes e pesquisas online deverão ser punidos.

Para identificar e monitorar a existência dos robôs - programas que enviam mensagens automaticamente atravéspatrimonio da vaidebetperfis genéricos ou mesmo falsos - o TSE contará com ferramentas desenvolvidas pelo ministério da Defesa e da Associação Brasileirapatrimonio da vaidebetInteligência (Abin) no ano passado, durante as Olimpíadas do Riopatrimonio da vaidebetJaneiro, para monitorar grupos ligados a atividades extremistas.

"Não queremos controlar conteúdo. Nosso trabalho é regular robôs e instrumentos que podem multiplicar informações falsas", afirmou um porta-voz do Tribunal, que preferiu manter a identidadepatrimonio da vaidebetsigilo.

"A regulamentação vai dar segurança jurídica para os candidatos, que saberão o que podem ou não podem fazer na internet."

Nesta semana, o ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, comentou sobre um grupopatrimonio da vaidebettrabalho criado para discutir as novas regras.

"Precisamos realmente acompanhar essa nova realidade, que teve repercussãopatrimonio da vaidebetvárias eleições", afirmou.

Crédito, Marcelo Camargo / Agência Brasil

Legenda da foto, Grupopatrimonio da vaidebettrabalho foi criado para discutir novas regras: "Nova realidade teve repercussãopatrimonio da vaidebetvárias eleições", disse o ministro Gilmar Mendes

Bitcoins

Alémpatrimonio da vaidebetdefinir que tipospatrimonio da vaidebetpostagens - entre as circuladas com informações falsas - serão enquadradas como calúnia, injúria e difamação, o Tribunal quer atualizar regras sobre prestaçãopatrimonio da vaidebetcontas, incluindo o financiamentopatrimonio da vaidebetcampanhas por moedas digitais, como o bitcoin, cuja negociação é mais difícilpatrimonio da vaidebetrastrear.

Em 2014, o FEC (comitê eleitoral do governo dos EUA) aprovou doações individuaispatrimonio da vaidebetmoedas criptografadas para campanhas, com limitepatrimonio da vaidebetUS$ 100 por turno. A medida ainda sofre resistência e é debatidapatrimonio da vaidebetvários países, já que o usopatrimonio da vaidebetmoedas digitais poderia estimular transações secretas, incluindo lavagempatrimonio da vaidebetdinheiro.

Na regra americana, que pode servir como referência para a nova legislação brasileira, todos os recursos doados por bitcoins devem ser convertidospatrimonio da vaidebetdólares e depositados nas contas oficiaispatrimonio da vaidebetcampanha junto a informações claras sobre os doadores.

No Brasil, a moeda virtual ganha popularidade há pelo menos três anos, mas ainda não tem regulação eleitoral.

Além das revelações sobre notícias falsaspatrimonio da vaidebeteleições estrangeiras (como no ano passado, na França, quando o atual presidente, Emmanuel Macron, foi alvopatrimonio da vaidebetnotícias falsas sobre investimentos sigilosos nas Bahamas), o debate no Tribunal Superior Eleitoral surge da reforma política aprovada no iníciopatrimonio da vaidebetoutubro, que permitiupatrimonio da vaidebetmaneira genérica o "impulsionamentopatrimonio da vaidebetpostagens" por candidatos, sem definir detalhes.

Na avaliação do TSE, a nova lei aprovada pelo Congresso brasileiro pode abrir brechas para problemas como o enfrentado pelos Estados Unidos nas últimas eleições presidenciais - uma das mais polarizadas da história recente no país.

Sob pressãopatrimonio da vaidebetcongressistas democratas e republicanos,patrimonio da vaidebetuma sériepatrimonio da vaidebettrês sabatinas realizadas na semana passada, executivos das principais plataformas digitais - Facebook, Google e Twitter - reconheceram que o estrago produzido por notícias falsas financiadas por russospatrimonio da vaidebetseus portais foi maispatrimonio da vaidebet10 vezes maior do que o divulgado anteriormente.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Zuckerberg, CEO do Facebook: Rede social vai duplicar númeropatrimonio da vaidebetrevisorespatrimonio da vaidebetconteúdo após ter sido canalpatrimonio da vaidebetnotícias falsas nas eleições dos EUA

'Fake news' russas

Só no Facebook e no Instagram, pelo menos 150 milhõespatrimonio da vaidebetamericanos, ou metade da população dos EUA, teriam sido expostos a notícias falsas patrocinadas por dinheiro russo, segundo informações reveladas pelas redes na semana passada - após mesespatrimonio da vaidebetcobrançapatrimonio da vaidebetcongressistas nos EUA sobre detalhes dos anúncios.

"O que eles fizeram foi errado e não vamos apoiar isso", lamentou o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, que reconheceu a rede social foi usada "para semear a desconfiança" nas eleições americanas e prometeu duplicar para 20 mil o númeropatrimonio da vaidebetrevisorespatrimonio da vaidebetconteúdo contratados.

No Twitter, 4 milhõespatrimonio da vaidebetpostagens ligadas a robôs russos entre setembro e novembropatrimonio da vaidebet2016 tiveram 288 milhõespatrimonio da vaidebetvisualizações.

Questionados pela reportagem, porta-vozes do TSE negaram que existam investigações no Brasil sobre uma possível influênciapatrimonio da vaidebetestrangeirospatrimonio da vaidebeteleições passadas.

Entre os exemplospatrimonio da vaidebetpostagens manipuladas recém-reveladas nos EUA, uma sériepatrimonio da vaidebetmemes mostra, por exemplo, Jesus e uma figura diabólica disputando um "braçopatrimonio da vaidebetferro" sob as seguintes frases: "Satan: Se eu ganhar, Clinton ganha! / Jesus: Não se eu puder ajudar! / Aperte 'curtir' para ajudar Jesus a ganhar".

Pagaspatrimonio da vaidebetrublos russos, a maioria das publicações se destinava a eleitores preocupados com a manutenção do direito ao portepatrimonio da vaidebetarmas, imigrantes ilegais, protestos movidos por negros contra a violência policial e a presençapatrimonio da vaidebetmuçulmanospatrimonio da vaidebetcomunidades americanas - e algumas chegavam a convocar usuários a participarempatrimonio da vaidebetmanifestações políticas nas ruas do país.

Uma das medidas que podem ser adotadas pelo TSEpatrimonio da vaidebetBrasília é a obrigatoriedadepatrimonio da vaidebetdivulgação dos nomes dos financiadorespatrimonio da vaidebetanúncios patrocinados nas redes - compromisso recém-firmado pelos três gigantes da tecnologia nos Estados Unidos.

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Postagempatrimonio da vaidebetrede social, partepatrimonio da vaidebetuma série que teria sido manipulada nos Estados Unidos, vincula Hillary Clinton ao diabo

'Espelho'

Alguns congressistas americanos tentam emplacar projetospatrimonio da vaidebetlei para limitar a autonomia das redes sociais nos EUA.

Durante as audiências no Congresso, a senadora democrata Dianne Feinstein (Califórnia) chegou a culpar as empresaspatrimonio da vaidebettecnologia pela interferência russa, argumentando que os executivos "criaram as plataformas"patrimonio da vaidebetque foram divulgadas as notícias falsas.

Mas para a ex-funcionária do departamentopatrimonio da vaidebetEstado americano Emily Parker, autorapatrimonio da vaidebetum livro sobre ativismo na internet, a culpa pela divulgaçãopatrimonio da vaidebetnotícias falsas não deve ser atribuída apenas aos executivospatrimonio da vaidebetredes sociais.

"As redes sociais amplificam nossos maus hábitos e até mesmo os encorajam, mas não os criam. O Vale do Silício não está destruindo a democracia - só nós podemos fazer isso", escreveu Parker no jornal The New York Times.

"Facebook e Twitter são só um espelho nos refletindo. Eles revelam uma sociedade dolorosamente dividida, sujeita à desinformação, deslumbrada pelo sensacionalismo e disposta a espalhar mentiras e promover o ódio", afirmou.

"Como nós não gostamos dessa reflexão, culpamos o espelho, nos pintando como vítimaspatrimonio da vaidebetuma manipulação pelo Vale do Silício."