Por que ter filhos prejudica mulheres e favorece pais no mercadoestrela bet cnpjtrabalho:estrela bet cnpj

No levantamento, feitoestrela bet cnpj2012 e publicado recentementeestrela bet cnpjrevistas científicas, 38% das mulheres casadas que não trabalhavam disseram que gostariamestrela bet cnpjestar empregadas. Destas, praticamente metade se queixavaestrela bet cnpjnão ter com quem deixar os filhos e metade afirmava não conseguir encontrar emprego.

Já entre as mães que não moravam com o companheiro, a minoria, 43%, estava sem trabalhar porque preferia, enquanto 34% diziam não encontrar emprego e 23%, não ter acesso a escola ou creche. Os relatosestrela bet cnpjdiscriminação direta por parte dos potenciais empregadores foram predominantesestrela bet cnpjambos os grupos entre as mulheres que disseram sentir dificuldade para encontrar uma vaga.

Na contramão, parte dos homens entrevistados disse perceber alterações positivasestrela bet cnpjsuas relaçõesestrela bet cnpjtrabalho depois da chegada do primeiro filho. "De forma geral, eles afirmam que a paternidade os fez mais responsáveis e que os patrões perceberam e os recompensam por isso", destaca Madalozzo.

A constatação, ela diz, é reforçada por uma sérieestrela bet cnpjestudos que mostram que a paternidade vem geralmente acompanhada por um prêmio salarial, enquanto a maternidade desacelera a trajetóriaestrela bet cnpjcrescimento da remuneração das mulheres.

Madalozzo cita entre os exemplos nesse sentido o trabalho da chefe do departamentoestrela bet cnpjsociologia da Universidadeestrela bet cnpjMassachusetts, Michelle Budig, intitulado The fatherhood bonus and the motherhood penalty ("O bônus da paternidade e o fardo da maternidade").

No caso da pesquisa brasileira, essa distinçãoestrela bet cnpjtratamento do mercadoestrela bet cnpjtrabalho refletiriaestrela bet cnpjparte a dinâmica das famílias,estrela bet cnpjque as mães são as principais responsáveis pelas crianças e os pais "têm a possibilidadeestrela bet cnpjescolher 'ajudar' suas mulheres com esta responsabilidade quando se sentem inclinados a isso".

"O que nos chamou atenção é que a maioria dos homens tinha consciência do quanto as mulheres trabalhavamestrela bet cnpjcasa. As pessoas já sabem, o que falta é mudar (a distribuição das tarefas)", avalia a economista.

Do topo à base da pirâmide

A discriminação atinge mulheresestrela bet cnpjtodas as classes sociais, diz a professora do Insper. Ela é mais dramática, contudo, entre as mãesestrela bet cnpjbaixa renda, que não têm a opçãoestrela bet cnpjcontratar uma babá ou, como define a economista,estrela bet cnpj"terceirizar os cuidados e o trabalho doméstico ao setor privado".

"As entrevistasestrela bet cnpjemprego são muito mais invasivas. Não se pergunta apenas se ela tem filho, mas como vai 'se virar' quando a criança ficar doente, quando alguma urgência aparecer".

Rodrigues começou a trabalhar aos 15 anos, para ajudar nas despesasestrela bet cnpjcasa. Foi vendedora, caixa, recepcionista e, desde que descobriu que queria trabalhar com beleza, já fez cursosestrela bet cnpjdepilação, desenhoestrela bet cnpjsobrancelhas e maquiagem.

Hoje ela concilia o trabalhoestrela bet cnpjmaquiadora, que faz sob demanda porque ainda "não paga todas as contas", com o empregoestrela bet cnpjhorário comercialestrela bet cnpjuma lojaestrela bet cnpjiluminação na rua Santa Ifigênia, no centroestrela bet cnpjSão Paulo - vaga que conquistou há pouco maisestrela bet cnpjum mês, depoisestrela bet cnpjuma entrevista "bem mais tranquila" do que a da loja no Brás.

O trajetoestrela bet cnpjcasa ao trabalho dura pouco maisestrela bet cnpjuma hora. Enquanto ela está fora, a filhaestrela bet cnpj9 anos e o filhoestrela bet cnpj5 estão na escola ou aos cuidados da família, que se reveza para ajudá-la. "Eu sei que muitas meninas não têm a mesma sorte que eu", diz ela.

Rede informalestrela bet cnpjcuidados

A falta crônicaestrela bet cnpjvagasestrela bet cnpjcreches e pré-escolas torna praticamente imprescindível que exista uma rede apoio às mães para que elas tenham condiçõesestrela bet cnpjtrabalhar fora.

Entre as mulheresestrela bet cnpjidade ativa no Brasil, apenas 52% participam do mercadoestrela bet cnpjtrabalho, empregadas ouestrela bet cnpjbuscaestrela bet cnpjcolocação, mostra a Pesquisa Nacional por Amostraestrela bet cnpjDomicílios Contínua (Pnad), referente ao primeiro trimestre deste ano. O percentual é 20 pontos inferior à taxaestrela bet cnpjparticipação dos homens, 72%.

Na pesquisa do Insper, intitulada Como famíliasestrela bet cnpjbaixa rendaestrela bet cnpjSão Paulo conciliam trabalho e família?, 70%estrela bet cnpjtodos os entrevistados, homens e mulheres, relataram receber ajudaestrela bet cnpjoutras mulheres para cuidar dos filhos.

"As mulheresestrela bet cnpjalta renda contam com asestrela bet cnpjbaixa renda e essas últimas, com as mães, avós, cunhadas, irmãs. É uma rede completamente feminina", observa Madalozzo.

Com uma redeestrela bet cnpjapoio mais frágil e sentindo necessidadeestrela bet cnpjestar próxima das crianças, a soteropolitana Luana Assis optou pelo trabalho informal, que tem um rotina mais flexível, quando seu terceiro filho nasceu, há poucos meses. "Minha mãe também é nova, precisa trabalhar e não pode cuidar dos meninos", diz ela.

Hoje com 23 anos, a moradora do bairro Periperi, na região norteestrela bet cnpjSalvador, começou a trabalhar aos 17, como atendenteestrela bet cnpjtelemarketing. Cercaestrela bet cnpjum ano e meio atrás, ela abriu uma pequena lanchonete pertoestrela bet cnpjcasa, para tentar conciliar o trabalho com uma vida mais perto dos filhos.

Com o agravamento da crise, contudo, o movimento caiu e ela teve que fechar o negócio. "Vendi tudo e comecei a trabalhar como diarista". Quando ela sai para o serviço, as crianças ficam com a prima, que mora perto.

Com o que ganha, ela sustenta as crianças e economiza para começar um curso técnicoestrela bet cnpjenfermagem, seu planoestrela bet cnpjlongo prazo para voltar a ter carteira assinada. Os sacrifíciosestrela bet cnpjhoje ela defineestrela bet cnpjuma frase: "É coisa pequena perto do que quero conquistar na vida".