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Superbactérias avançam no Brasil e levam autoridadesbankon bet casinosaúde a correr contra o tempo:bankon bet casino
Perigosas
Um exemplo é a Acinetobacter spp. A bactéria pode causar infecçõesbankon bet casinourina, da corrente sanguínea e pneumonia e foi incluída na lista da OMS como uma das 12 bactériasbankon bet casinomaior risco à saúde humana pelo seu alto poderbankon bet casinoresistência.
De acordo com a Anvisa, 77,4% das infecções da corrente sanguínea registradasbankon bet casinohospitais por essa bactériabankon bet casino2015 foram causadas por uma versão resistente a antibióticos poderosos, como os carbapenems.
Essa famíliabankon bet casinoantibióticos é uma das últimas opções que restam aos médicos no casobankon bet casinoinfecções graves.
"Quando as bactérias se tornam resistentes a eles, praticamente não restam alternativasbankon bet casinotratamento", explica Assef.
Outro exemplo é a Klebsiella pneumoniae. Naturalmente encontrada na flora intestinal humana, é considerada endêmica no Brasil e foi a principal causabankon bet casinoinfecções sanguíneasbankon bet casinopacientes internadosbankon bet casinounidadesbankon bet casinoterapia intensivabankon bet casino2015, segundo dados da Anvisa.
O mais preocupante é que ela tem se tornado mais forte com o passar do tempo. Nos últimos cinco anos, abankon bet casinotaxabankon bet casinoresistência aos antibióticos carbapenêmicos (aqueles usadosbankon bet casinopacientes já infectados por bactérias resistentes) praticamente quadruplicou no Estadobankon bet casinoSão Paulo - foibankon bet casino14% para 53%, segundo dados do Centrobankon bet casinoVigilância Epidemiológica paulista.
"Os dados do Estadobankon bet casinoSão Paulo são um retrato do Brasil. É um problema crescente e muito grave, principalmente pela rápida disseminação dessas bactérias resistentes", diz Jorge Luiz Mello Sampaio, professorbankon bet casinomicrobiologia clínica da USP e consultor da Câmara Técnicabankon bet casinoResistência Microbianabankon bet casinoServiçosbankon bet casinoSaúde da Anvisa.
Resistência
A capacidadebankon bet casinobactériasbankon bet casinopassar por mutações para vencer medicamentos desenvolvidos para matá-las é chamadabankon bet casinoresistência antimicrobiana - ou resistência a antibióticos.
Essa extraordinária habilidade é algo natural: os remédios, ao atacar essas bactérias, exercem uma "pressão seletiva" sobre elas, que lutam para sobreviver. Aquelas que não são extintas nessa batalha são chamadasbankon bet casinoresistentes. Elas, então, se multiplicam aos milhares, passando o gene da resistência abankon bet casinoprole.
Esse processo natural pode ser acelerado por alguns fatores, como o uso excessivobankon bet casinoantibióticos. Um agravante é o emprego desses medicamentos também na agricultura, na pecuária ebankon bet casinooutras atividadesbankon bet casinoproduçãobankon bet casinoproteína animal.
Muitos fazendeiros injetam regularmente medicamentosbankon bet casinoanimais saudáveis como um aditivobankon bet casinoperformance. Isso acelera a seleçãobankon bet casinobactérias no ambiente ebankon bet casinoanimais, que podem vir a contaminar humanos.
De acordo com especialistas, o número crescentebankon bet casinoinfecções - que poderiam ser barradas por mais higiene e saneamento básico - também é um problema, porque demanda maior usobankon bet casinoantibióticos, o que, porbankon bet casinovez, seleciona mais bactérias resistentes, perpetuando um círculo vicioso.
Um estudo encomendado pelo governo britânico no ano passado estima que tais organismos irão causar maisbankon bet casino10 milhõesbankon bet casinomortes por ano após 2050. Atualmente, 700 mil pessoas morrem todos os anos vítimasbankon bet casinobactérias resistentes no mundo.
Os efeitos na economia também podem ser devastadores. Países como o Brasil estariam sob o riscobankon bet casinoperder até 4,4%bankon bet casinoseu PIBbankon bet casino2050, segundo estimativas do Banco Mundial.
Pecuária
Características específicas, como hospitais superlotados e alta atividade agropecuária com usobankon bet casinoantibióticos, fazem do Brasil um grande facilitador a bactérias resistentes.
O país é hoje o terceiro no mundo a mais utilizar antibióticos na produçãobankon bet casinoproteína animal, atrás apenas da China e dos Estados Unidos - e deve continuar nessa posição até pelo menos 2030, aponta um estudo coordenado por Thomas P. Van Boeckel, da Universidadebankon bet casinoPrinceton (EUA).
Consultado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento diz que atua para diminuir o uso desses produtosbankon bet casinoanimais. A pasta afirma que já é proibido utilizar antibióticos como as penicilinas e as cefalosporinas para melhorar o desempenho dos animais.
No ano passado, a colistina, um antibiótico considerado a última opçãobankon bet casinotratamento a bactérias resistentes também teve seu uso proibidobankon bet casinoanimais saudáveis.
"O Brasil está comprometido com o tema", diz Suzana Bresslau, auditora fiscal federal agropecuária da Coordenaçãobankon bet casinoProgramas Especiais do ministério. "O país reconhece que se tratabankon bet casinouma ameaça global à saúde pública e apoia os esforços para minimizar os riscos associados à resistência antimicrobiana."
Na área hospitalar, a Anvisa monitora as infecções da corrente sanguíneabankon bet casinoUTIs, associadas ao usobankon bet casinoinstrumentos para aplicaçãobankon bet casinoremédios, como o cateter. Somentebankon bet casino2015, foram maisbankon bet casino25 mil infecções desse tipo - a maioria causada por bactérias com altos índicesbankon bet casinoresistência.
"Estamos com problemas gravesbankon bet casinoEstados falidos, com recursos menores para a saúde, hospitais com poucos funcionários, aquém do necessário para cuidar dos pacientes. Às vezes, nessa situação, protocolos básicos, como desinfecção das mãos, acabam passando", diz Sampaio.
"Quanto maior a sobrecargabankon bet casinotrabalho, maior é a taxabankon bet casinoinfecção hospitalar. Nesse cenário, há maior riscobankon bet casinoselecionar bactérias multirresistentes."
Combate
Desde dezembro, o Ministério da Saúde vem elaborando, com diferentes ministérios e a Anvisa, um plano nacionalbankon bet casinocombate a bactérias resistentes, a pedido da OMS. Alguns dos objetivos do material são fortalecer o conhecimento científico sobre o tema e expandir a redebankon bet casinosaneamento básico no país para ajudar a prevenir infecções.
O governo diz que também pretende educar melhor profissionais e pacientes sobre a urgência do tema.
De acordo com o Ministério da Saúde, o plano estratégico está pronto, mas ainda é necessário definir como será a implementação e o monitoramento das ações.
A proposta brasileira está prevista para ser colocadabankon bet casinoação a partirbankon bet casino2018, com expectativabankon bet casinoconclusão até 2022. Comparado com outras economiasbankon bet casinodesenvolvimento, o país está atrasado: a África do Sul começou a colocar seu planobankon bet casinoprática aindabankon bet casino2014, enquanto a China implementa o seu desde 2016. Já a Índia começou nesse ano.
O país é também um dos únicos Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que ainda não disponibilizou o documento publicamente no site da OMS, juntamente com a Rússia.
Consultada, a OMS disse que os países não são obrigados a compartilharem seus planos, mas que ela encoraja a prática "como uma formabankon bet casinotransparência ebankon bet casinoboas práticas".
Mas enquanto o governo trabalha numa estratégia, bactérias aprimorambankon bet casinocapacidadebankon bet casinosobreviver aos remédios mais poderosos.
Em outubro, a Anvisa emitiu um alerta sobre a detecção no Brasilbankon bet casinocepas da E. coli, resistentes a uma famíliabankon bet casinoantibióticos chamada polimixinas. que se tornaram a última escolhabankon bet casinomédicos frente a bactérias resistentes.
O mais preocupante é que essas cepas da E.coli têm a capacidadebankon bet casinotrocar material genético com outras espéciesbankon bet casinobactérias e transferir o gene da resistência às polimixinas a outros organismos - não apenas abankon bet casinoprole.
O novo mecanismobankon bet casinoresistência exemplifica o quanto o assunto é urgente, diz Sampaio, da USP, para quem "a cada dia há uma surpresa" no universo desses organismos.
"Elas se multiplicam a cada 20 minutos. É uma competição difícil. Nós levamos anos para colocar um antibiótico no mercado, elas podem levar 20 minutos para mutarem e vencerem o remédio."
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