'Meu corpo está parando': a atleta que mudacassinos com bônus de cadastrocategoria com avançocassinos com bônus de cadastrodoença rara:cassinos com bônus de cadastro

Crédito, CPB

Legenda da foto, Gaúcha, que foi campeã mundialcassinos com bônus de cadastro2013, já mudoucassinos com bônus de cadastrocategoria quatro vezes para continuar competindo na natação

"Meu corpo está parandocassinos com bônus de cadastrofuncionar comigo viva. Eu tenho que brigar com ele", afirma.

Nessa briga, a natação paralímpica écassinos com bônus de cadastroprincipal arma. Segundo Susana, a prática do esportecassinos com bônus de cadastroalto rendimento retardou o avanço da doença. Por isso, ela luta ano a ano para continuar competindo.

"Eu não penso hoje se vou estar andando ou conseguindo falar no ano que vem. Eu penso que ano que vem tem mundial, tem competição. Literalmente, o esporte me salvou."

Nova classificação

Depoiscassinos com bônus de cadastroser campeã mundialcassinos com bônus de cadastro2013, Susana passou a fazer tempos piores e foi ficando para trás nacassinos com bônus de cadastrocategoria. "Entre 2014 e 2015 eu tive uma grande piora da doença, era difícil continuar competitiva. Foi um ano muito ruim", relembra.

A natação paralímpica têm mais categorias do que a olímpica, porque os atletas se dividem não apenas pelo tipocassinos com bônus de cadastronado, mas também pelo graucassinos com bônus de cadastroeficiência que acassinos com bônus de cadastrolimitação os permite ter.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Susana completou 13 provas Ironman,cassinos com bônus de cadastrotriatlocassinos com bônus de cadastrolonga distância

Por ter uma doença que avança com o passar do tempo, Susana precisa ser reavaliada a cada dois anos por profissionais do Comitê Paralímpico Internacional, que decidem se ela pode continuar na categoriacassinos com bônus de cadastroque está. O objetivo é que as provas continuem sendo competitivas e justas.

No início desse ano, um mapeamento detalhado do cérebro da nadadora comprovou quecassinos com bônus de cadastrocoordenação motora tinha piorado. Por causa disso, ela passou da categoria S6 para a S5 - quanto menor o número, maior a dificuldade motora do atleta.

O processo não é novidade para Susana. Esta é a quarta vez que ela mudacassinos com bônus de cadastrocategoria desde que começou na natação paralímpica.

Na nova posição, conseguiu se classificar para a Rio 2016. "É ruim receber um diagnóstico assim, mas eu fiquei feliz porque tinha como provar minha piora para os classificadores, deu um alívio", diz.

"Todo mundo me falava antes da reclassificação que, se não desse certo, a vida continua. Mas a minha vida é isso aqui. É o que me faz não deixar a doença ganhar."

Sonho compartilhado

Quando os primeiros sinais da doença apareceram,cassinos com bônus de cadastro2005, Susana tinha 37 anos, era pentacampeã brasileiracassinos com bônus de cadastrotriatlo e havia acabadocassinos com bônus de cadastrodar à luz a terceira filha, Maila.

O fatocassinos com bônus de cadastrojá ser atleta fez com que ela se assustasse ao ver o corpo,cassinos com bônus de cadastrorepente, falhar. "Eu comecei a sufocar, não conseguia engolir a comida, comecei a perder movimentos das mãos. Eu desmaiava até dormindo."

Depoiscassinos com bônus de cadastrodiagnósticos que foramcassinos com bônus de cadastrotumor no cérebro a malcassinos com bônus de cadastroParkinson, passando pela síndrome do pânico, ela descobriu a MSA. O próximo passo, conta, foi o mais difícil: a decisãocassinos com bônus de cadastroseparar-se dos filhos, que foram morar com o pai.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Após diagnósticocassinos com bônus de cadastroMSA, gaúcha tomou a difícil decisãocassinos com bônus de cadastroseparar-se dos filhos, quando a mais nova ainda era bebê

"Minha filha era bebê e eu não conseguia cuidar dela, os outros dois sofriamcassinos com bônus de cadastrome ver daquele jeito. Foi por amor a minha decisãocassinos com bônus de cadastronão fazê-los passar por isso comigo."

Foram os filhos também a motivação para voltar ao esporte, depois que ela encontrou atletas da seleção paralímpica brasileiracassinos com bônus de cadastrouma aulacassinos com bônus de cadastrohidroginástica. "Eu não queria que meus filhos me vissem desistir", relembra.

Logo na primeira competição, Susana bateu três recordes brasileiros. No ano seguinte, estava nos Jogos Parapan-americanos. Em pouco tempo, começaria a sonharcassinos com bônus de cadastrodisputar uma Paralimpíadacassinos com bônus de cadastrocasa, diante dos filhos e da família.

E, agora, se emociona ao contar o que ouviu do mais velho, Kaillani,cassinos com bônus de cadastro18 anos, no início do ano, quando enfrentaria o desafio da reclassificação: "Agora teu sonho não é mais só teu, é nosso também".

Memória dos cheiros

Se dentro das piscinas Susana precisou adaptar-se à perda da capacidade respiratória, fora delas precisa lidar com dificuldades cada vez maiores para fazer atividades simples como comer, vestir-se, escovar os dentes.

"Preciso fazer força para falar, por exemplo. Já não é natural para mim. Também tenho que caminhar prestando muita atenção, pensando no que estou fazendo", descreve.

Crédito, CPB

Legenda da foto, Susana tem que readaptar permanentemente os treinos, na medidacassinos com bônus de cadastroque aumentam as limitações provocadas pela doença

Mas foi o cheirocassinos com bônus de cadastrochurrasco, ou melhor, a falta dele, o que mais a incomodou recentemente. Há cercacassinos com bônus de cadastrooito anos ela deixoucassinos com bônus de cadastrosentir o cheiro das coisas e o gosto dos alimentos. Agora, começa a perder até mesmo a memória deles.

"Outro dia alguém comentou que sentiu cheirocassinos com bônus de cadastrochurrasco. E eu fiquei pensando: 'como era mesmo o cheirocassinos com bônus de cadastrochurrasco?'. Dá uma agonia", diz.

Mas, apesar dos incômodos, ela prefere encarar o lado bom da vida quem tem pela frente. "Não sinto cheirocassinos com bônus de cadastrochurrasco, mas estou aqui treinando e fazendo o que eu mais gosto. É até melhor não sentir o cheiro para não sentir a tentaçãocassinos com bônus de cadastrocomer", ri.

A nadadora também dá palestras motivacionais sobre a convivência com a doença, mas não gostacassinos com bônus de cadastrofalarcassinos com bônus de cadastro"superação" quando o assunto é paralimpíada.

"O maior legado da paralimpíada vai ser perdermos o rótulocassinos com bônus de cadastro'coitadinhos'. Aqui é esportecassinos com bônus de cadastroalto rendimento, a superação já ficou para trás", afirma.

Ela treina quase seis horas por dia, seis dias por semana, para enfrentar as mudanças inevitáveis no próprio corpo. Mas deixa claro que não vai parar no Rio.

"Quem tem essa doença normalmente morre depoiscassinos com bônus de cadastrosete ou oito anos. Eu vou completar 12 anos e estou aqui ainda. É isso que o esporte faz por mim. Eu vou até Tóquio (em 2020)."

*Colaborou Renata Mendonça.