Como relação sexualnbet91 onlineinsetos ajuda a prever tempestades:nbet91 online

Crédito, Paulo Roberto Valle da Silva Pereira/Embrapa

Legenda da foto, Besouro popularmente conhecido como 'brasileiro' ou 'patriota' foi usado no estudo

"O que percebemos é que, ocorrendo um eventonbet91 onlinebaixa pressão atmosférica, que normalmente antecede um temporal, os insetos interrompem o acasalamento e vão procurar abrigo. Isto acontece, geralmente, entre quatro a seis horas antes da chuva, fornecendo uma certa previsibilidade", explicou o professor.

A descoberta desta capacidade nos insetos enbet91 onlinealteraçãonbet91 onlinecomportamento começou após o professor Bento enbet91 onlineequipe notarem que,nbet91 onlinediasnbet91 onlinechuva, os insetos não acasalavam, mesmo com todas as condições controladasnbet91 onlinetemperatura e umidadenbet91 onlinelaboratório.

"Como a força exercida pela pressão atmosférica é a mesma, independentementenbet91 onlinese estar num ambiente externo ou internonbet91 onlineum laboratório (ounbet91 onlineuma casa), decidimos comprovar nossa hipótese, a partir do comportamento sexual dos insetos", conta.

No estudo, os cientistas analisaram três espécies distintasnbet91 onlineinsetos comumente encontrados no Brasil: o besouro, popularmente conhecido como 'brasileiro' ou 'patriota', por ter cor verde e pintas amarelas (Diabrotica speciosa); o pulgão da batata (Macrosiphum euphorbiae) e a lagarta da pastagem (Pseudaletia unipuncta).

Com auxílionbet91 onlineuma câmara barométrica – equipamento que pode controlar ou alterar a pressão atmosférica –, os pesquisadores conseguiram comprovar que, sob quedanbet91 onlinepressão atmosférica, as três espéciesnbet91 onlineinsetos reduziramnbet91 onlineatividade sexual e acasalaram menos quenbet91 onlinecondições normaisnbet91 onlinepressão.

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Legenda da foto, Insetos possuem instintonbet91 onlinesobrevivência bastante apurado — e o simples impactonbet91 onlineuma gotanbet91 onlinechuva pode ser fatal para eles
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"Diferentementenbet91 onlinenós, seres humanos, que temos um relógio que nos mostra as horas ao longo do dia, nos permitindo ‘marcar horários’, a maioria dos insetos se guiam pelo amanhecer e entardecer (crepúsculo). Sendo assim, muitos deles acasalam nestes períodos, como um encontro pré-determinado, independente da época do ano. Porém, o que percebemosnbet91 onlinenosso estudo é que, com a queda da pressão e a previsibilidade da chuva, eles evitavam estes encontros para acasalar e procuravam abrigo."

Isso acontece porque os insetos possuem um instintonbet91 onlinesobrevivência muito apurado na natureza.

"O simples impactonbet91 onlineuma gotanbet91 onlinechuva pode parecer pouco para nós seres humanos, mas para estes organismos diminutos, como os insetos, pode ser fatal."

Agora, os cientistas tentam descobrir quais estruturas no corpo dos insetos os tornam capazesnbet91 onlineperceberem a mudança da pressão atmosférica, horas antesnbet91 onlineum temporal.

"A gente já comprovou que os insetos conseguem antever tempestades e ventanias por uma questãonbet91 onlinesobrevivência. São seres vivos que evoluíram por milhõesnbet91 onlineanos, o que os torna amplamente adaptados na Terra. Agora queremos descobrir um pouco mais com eles, e desvendar suas estruturas aprimorando nossos métodosnbet91 onlineprevisão do tempo", apontou Bento.

Formigas aceleram o transportenbet91 onlinefolhas

Outra pesquisa do grupo feita na Escolanbet91 onlineAgricultura Luiznbet91 onlineQueiroz, da USPnbet91 onlinePiracicaba, demonstrou que formigas cortadeiras, também chamadasnbet91 onlinesaúvas (Atta sexdens) passam a executar tarefas rotineirasnbet91 onlinecorte e transporte das folhasnbet91 onlineforma mais rápida horas antesnbet91 onlineum temporal.

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Legenda da foto, Saúvas aceleram suas atividades antecipando a chegadanbet91 onlineum temporal

"Da mesma forma que os outros insetos, as saúvas conseguem pressentir a chegadanbet91 onlineuma chuva e aceleram seu trabalho, com o objetivonbet91 onlinecoletar e armazenar a maior quantidade possívelnbet91 onlinealimentos para o ninho", explicou Bento, que também liderou o projeto.

O estudo realizado por meionbet91 onlineuma câmara barométrica foi divididonbet91 onlineetapas: na primeira, como formanbet91 onlinesimular a chegadanbet91 onlineuma chuva, os cientistas introduziram as formigas cortadeirasnbet91 onlineum ambientenbet91 onlinebaixa pressão atmosférica; e, nas demais etapas, simularam condiçõesnbet91 onlineestabilidade enbet91 onlinealta pressão, que representam pouco risconbet91 onlinechuva e temporais.

Os resultados mostraram quenbet91 onlineuma condiçãonbet91 onlinebaixa pressão – indicativonbet91 onlinechuva -, as formigas deixaram seus ninhos 2,8 vezes mais rápido que quando a pressão foi constante.

Também ficou comprovado que entre 1,5 e 2 vezes mais folhas foram cortadas e trazidas para o ninho pelas formigas durante a queda da pressão atmosférica.

"O esforço do grupo para transportar e trazer uma quantidade maiornbet91 onlinealimentonbet91 onlinemenos tempo, diantenbet91 onlineuma iminente tempestade comparado às condições normais, demonstrou a alta capacidadenbet91 onlinetomadanbet91 onlinedecisão individual dos insetos diantenbet91 onlineum indícionbet91 onlinerisco", concluiu.

Animais preveem terremotos?

Alémnbet91 onlinetempestades, pesquisadores tentam comprovar cientificamente há anos se animais conseguem prever terremotos. E, caso sim,nbet91 onlinequal forma.

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Foinbet91 onlinebusca dessas respostas que o professor Jean Pierre Raulin, coordenador do Centronbet91 onlineRádio Astronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM) participounbet91 onlineum estudo que explicou o que levou aves e mamíferos do Parque Nacional Yanachaga Chemillen, no Peru, a deixar a região dias antes do terremoto Contamana,nbet91 online7,0 grausnbet91 onlinemagnitude na escala Richter, atingir os Andes peruanos,nbet91 online2011.

Na literatura mundial, a referência mais antiga registrada sobre comportamentos incomuns dos animais antesnbet91 onlineum desastre natural datanbet91 online373 a.C., quando o historiador grego Tucídides relatou que ratos, cães, cobras e doninhas abandonaram a cidadenbet91 onlineHélice, na Grécia, dias antesnbet91 onlineum terremoto catastrófico.

Junto da pesquisadora inglesa Rachel Grant e Friedemann Freund, da agência espacial Nasa (Estados Unidos), Jean Pierre encontrou uma explicação: o gás que sainbet91 onlinebaixo e vem para a superfície a partir da movimentaçãonbet91 onlineplacas tectônicas faz aumentar a produçãonbet91 onlineíons positivos na atmosfera, que, perceptível aos animais, provoca um aumento dos níveisnbet91 onlineserotonina nos bichos, deixando-os agitados.

"Foi por isso que eles abandonaram a região antes do terremoto."

Para chegar à conclusão, cada pesquisador estudounbet91 onlineuma forma o comportamento dos animais antes do terremoto.

A partirnbet91 onlinecâmeras instaladas no parque, que eram acionadasnbet91 onlineforma automática no momento que o animal passava nanbet91 onlinefrente, sem que eles visualizassem, os pesquisadores atestaram que,nbet91 onlineum dia comum, os animais eram avistados,nbet91 onlinemédia,nbet91 online5 até 15 vezes no dia.

"Porém, no intervalonbet91 online30 dias que antecedeu o terremoto notamos que o númeronbet91 onlineavistamentosnbet91 onlineanimal caiu progressivamente até atingir zero, no dia do evento sísmico", contou Jean.

Ao mesmo tempo, monitoramento da propagação das ondasnbet91 onlinerádionbet91 onlinebaixa frequência, nos dias que antecederam o terremoto, constatou que as mesmas partículas atômicas liberadas pelo gás (da movimentação das placas tectônicas) provocou alterações nas ondasnbet91 onlinerádio da atmosfera da região.

"Unindo os dados, chegamos à conclusão que isso pode sim ter influenciado o comportamento animalnbet91 onlinefugir da região antes do terremoto acontecer."

Como funciona a previsão humana do tempo

Desde antesnbet91 onlineCristo, observar o tempo é crucial para a humanidade.

No passado, era através da observação dos céus que as pessoas previam se choveria ou não. O objetivo era evitar perdas no cultivonbet91 onlineplantações que dependiam dos ciclosnbet91 onlinechuvas.

Até a Bíblia,nbet91 onlineMateus, capítulo 16, versículos 2 e 3, cita a formanbet91 onlineque se previa o tempo na épocanbet91 onlineJesus. “Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela manhã, haverá tempestade, porque o céu estánbet91 onlineum vermelho sombrio.”

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Legenda da foto, Pesquisa comprovou cientificamente que a mudança do comportamento dos insetos pode indicar a chegadanbet91 onlinetempestades e ventanias

Contudo, foi a partir do desenvolvimento da ciência que o ser humano passou a usar equipamentos para decifrar quando choveria.

Foi a partir do século 16, por exemplo, com o desenvolvimento do termômetro (temperatura) e do barômetro (pressão do ar), que o tempo passou a ser previsto pelo homem por meio da tecnologia.

Depois, além do termômetro e do barômetro, profissionais passaram a utilizar uma infinidadenbet91 onlinenovas tecnologias para prever se vai chover ou não.

É assim que, atualmente, meteorologistas preveem o tempo por meionbet91 onlinedados atmosféricos, fornecidos por estações meteorológicas; imagensnbet91 onlinesatélite; e radares meteorológicos instaladosnbet91 onlinediversas partes do mundo.

Os estudos que permitem a identificaçãonbet91 onlinemudanças bruscas no tempo se baseiamnbet91 onlinedadosnbet91 onlineprecipitação, ventos, umidade relativa do ar e a própria pressão atmosférica - que animais conseguem captar sem o usonbet91 onlineequipamentos tecnológicos.

No Brasil, somente o Instituto Nacionalnbet91 onlineMeteorologia (Inmet) administra 750 estações meteorológicas.

Em regra, as estações automáticas captam os dados e enviam para uma central meteorológica, onde, por meionbet91 onlinesupercomputadores, meteorologistas realizam simulações com apoionbet91 onlineimagensnbet91 onlinesatélite sobre a previsão do tempo das próximas horas.

Essas observações, realizadasnbet91 onlinemaneira sistemática, uniforme, enbet91 onlinehoras estabelecidas, permitem que o ser humano fique sabendo se vai chover ou nãonbet91 onlinedeterminada localidade.

Animais podem ajudar a prever desastres naturais

Com a enorme dificuldade encontrada para prever terremotos, surge o questionamento: será que seres humanos poderão prever tempestades e terremotos com maior antecedência, a partir da observação dos animais?

O professor da Universidadenbet91 onlineSão Paulo (USP), José Maurício Simões Bento; e Jean Pierre Raulin, da Universidade Presbiteriana Mackenzie dizem que sim, mas defendem antes a necessidadenbet91 onlinemaiores investimentosnbet91 onlinepesquisas sobre o tema no mundo.

"As pesquisas são somente mais um indícionbet91 onlinecomo os animais não precisam do ser humano para sobreviver na natureza, masnbet91 onlinecomo nós precisamos deles", defendeu Bento.