Os fatores que contribuem para ataquespixbet saque mínimoescolas, segundo especialistas :pixbet saque mínimo

"Não necessariamente todos os casos estão ligados a isso, mas sabemos que tem acontecido uma radicalização crescente do uso das redes com o surgimentopixbet saque mínimogrupospixbet saque mínimoódio."

Carolina aponta que o efeito que discursos violentos podem ter são intensificados quando conseguem atingir pessoas que sofrem bullying ou se sentem excluídas da sociedade.

"Pode ser o casopixbet saque mínimojovens e crianças que querem se vingarpixbet saque mínimoalguma situação que passaram, e com uma comunidadepixbet saque mínimoódio que incentiva crimes, é um bom combinado para facilitar a ocorrência desse tipopixbet saque mínimoataque."

Para Fernando Cássio, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) e integrante do comitê diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a ideologia violenta é estrutural no país.

"O Brasil, por exemplo, ao contrário do seu vizinho ao sul, a Argentina, é um país que não não lidou, por exemplo, com a memória da ditadura militar, que não puniu torturadores, que não fez um trabalhopixbet saque mínimomemória básico, elementar para conseguir superar alguns elementos violentos. Esse recrudescimentopixbet saque mínimocélulas neonazistas,pixbet saque mínimodiscursos fascistas epixbet saque mínimoódio, reflete uma sociedade que não educou seu povopixbet saque mínimocomo enfrentar esse tipopixbet saque mínimocoisa."

O especialista reforça que o bullying não pode ser considerado um fator principal.

"O bullying sempre existiu, mas jovens e adultos não estavam entrandopixbet saque mínimoescolas armadas, matando as pessoas. O sofrimento psíquico tem várias formaspixbet saque mínimoser expressado e não é o único causador do que vem acontecendo. Estamos diantepixbet saque mínimoum problema muito mais complexo."

Idolatria a criminosos do passado

Nas comunidades citadas pela socióloga, conteúdos como textos, fotos e vídeos com elogios e celebração a autorespixbet saque mínimoataques a escolas e à violência cometida por eles circulam livremente.

Outra reportagem recente da BBC News Brasil mostra que se tratapixbet saque mínimopostspixbet saque mínimofácil acesso, disponíveispixbet saque mínimoplataformas como Twitter e TikTok.

Entre os perfis que cultuam esses assassinos na internet, um dos elementos comuns mostradospixbet saque mínimoimagens é uma máscara, muitas vezes impressapixbet saque mínimouma bandana. É a mesma peça usada pelo autor do massacrepixbet saque mínimoSuzano e pelo jovempixbet saque mínimo13 anos que atacou uma escola no início da semana passada. Segundo pesquisadores, é um símbolo da supremacia americana.

Exposiçãopixbet saque mínimodetalhes dos crimes

"É muito comum que casos passados, como a tragédiapixbet saque mínimoSuzano, seja referência para outros ataques. E uma partepixbet saque mínimoquem está envolvido nesse tipopixbet saque mínimocrime busca visibilidade, justamente porque essas comunidadespixbet saque mínimoódio incentivam e valorizam."

O professor Fernando Cássio repudia os detalhes exibidos pela imprensapixbet saque mínimocrimes do passado.

"Nós estamos falandopixbet saque mínimopessoas que estão ali vendo o quarto do assassino, as mensagens que ele escrevia, seu quarto, seus pôsteres,pixbet saque mínimomemorabilia nazista... Esse tipopixbet saque mínimoinformação, que choca e que atrai, também alimenta esses desejos recônditospixbet saque mínimopossíveis agressores que ainda não transformaram suas vontadespixbet saque mínimorealizações. É possível prestar um serviçopixbet saque mínimointeresse público informacional, sem levar a água para o moinho do ódio, do discurso fascista."

Carolina Ricardo aponta que, muitas vezes, uma criança que é invisibilizada busca se tornar um jovem visível por conta desse tipopixbet saque mínimoviolência, então, mostrar detalhes do crimepixbet saque mínimoredes sociais, reportagens ou qualquer outro meio pode servir como uma formapixbet saque mínimoincentivo.

"Não acho que os ataques acontecem por causa disso, mas assim como há um gatilho para casospixbet saque mínimosuicídio, que também exigem cuidado na divulgação, se tem algo criminoso sendo planejado por uma pessoa, ver outro massacre acontecendo pode ser um tipopixbet saque mínimoincentivo. Por isso é necessário responsabilidade na forma como se cobre e se divulga esse tipopixbet saque mínimocrime."

Culturapixbet saque mínimoarmas

Embora nem todos os casospixbet saque mínimoviolênciapixbet saque mínimoescolas ocorram com armaspixbet saque mínimofogo, a socióloga Carolina Ricardo avalia que são agentes importantes desse tipopixbet saque mínimoviolência.

"Parte importante do problema é a facilitação do acesso às armas no Brasil. Embora não seja nada comparável ao quão fácil é comprar uma arma nos Estados Unidos, por exemplo, nos últimos anos, se facilitou e incentivou muito o usopixbet saque mínimoarmas. Para alguns, as armas passaram a ser vistas como fatorpixbet saque mínimoprestígio."

Vulnerabilidadepixbet saque mínimojovens à ideologias extremistas

Na avaliação da psiquiatra Danielle Admoni, os adolescentes são muito mais suscetíveis a discursos extremistas que podem os colocar — e outras pessoas —pixbet saque mínimorisco.

"Eles não têm todos os circuitos cerebrais formados e nem a experiência que os adultos têm. Em paralelo, há uma necessidadepixbet saque mínimose identificar com grupos — é parte dapixbet saque mínimosobrevivência social dentro do ambientepixbet saque mínimoque vivem", disse Admoni, que atua no Hospital da Unifesp (Universidade Federalpixbet saque mínimoSão Paulo) e é especialistapixbet saque mínimoinfância e adolescência, em entrevista à BBC News Brasilpixbet saque mínimofevereiro.

"Isso faz com que eles sejam mais vulneráveis a embarcarpixbet saque mínimoideias para se sentirem aceitos, inclusive a aceitar ideologias extremas — independentemente do espectro político —pixbet saque mínimosituações que nós adultos já identificamos como algo que passa dos limites. É um conjunto que os coloca com maior predisposiçãopixbet saque mínimose colocarpixbet saque mínimosituaçõespixbet saque mínimorisco."

O sociólogo Cezar Buenopixbet saque mínimoLima, pesquisador da violênciapixbet saque mínimoescolas e professor dos cursospixbet saque mínimoCiências Sociais da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), complementou apontando que, na visão dele, a crescente manifestaçãopixbet saque mínimoideias antidemocráticas no Brasil influencia nos ataques e tentativaspixbet saque mínimoatentados que o país tem registrado nos últimos anos.

"Não há dúvidaspixbet saque mínimoque os adolescentes são suscetíveis à sociedade no modo geral. Existe uma tendência polarização política e externalização da violência no mundo, e o Brasil não é indiferente a isso."

Faltapixbet saque mínimosuporte nas escolas

"Hoje não temos, nem como sociedade e nem poder público, habilidadespixbet saque mínimolidar com esses novos fenômenos. Não podemos responsabilizar as escolas, não é disso que se trata, mas faltam profissionais capacitados para isso, falta estruturapixbet saque mínimosaúde mental. Precisamospixbet saque mínimouma nova política pública, capazpixbet saque mínimoolhar escola, família, comunidade escolar para conseguir identificar esses casospixbet saque mínimobullying, violência, e saber como agir."

"Ajudar a família a supervisionar melhor os adolescentes no uso das redes sociais. Então, esse novo desafio impõe novas necessidades e repertórios que a nossa escola, que as famíliaspixbet saque mínimoque o poder público não tem. Acabamos ficando sem saber exatamente o que fazer", conclui Carolina Ricardo.

Para o professor Fernando Cássio, para que sejam implementadaspixbet saque mínimoforma efetiva, as políticas públicas precisam considerar a complexidade do problema, o que, na avaliação dele, não é feito por vários Estados.

"Muitos são incapazespixbet saque mínimoreconhecer que os crimes têm relação com o discursopixbet saque mínimoódio e com a cultura das armas. Os Estados Unidos estão aí para nos mostrar. A solução mais óbvia que esses grupos encontram é policiar as escolas, colocar policiais aposentados e armados dentro do ambiente escolar. Isso é ineficiente e até ofensivo para as escolas, é não enxergar o que está por trás."