O que se sabe sobre a origem do dinheiro do Hamas:bet365 entrar

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Legenda da foto, O Hamas tem um braço armado, mas também governa um território com maisbet365 entrar2,3 milhõesbet365 entrarhabitantes

O movimento armado, conhecido como Brigadas Ezzedin al Qassam, já liderou inúmeros ataques e atentados suicidas contra Israel.

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Mas o Hamas também governa e administra um território onde vivem maisbet365 entrar2,3 milhõesbet365 entrarpessoas e é responsável por cercabet365 entrar50 mil funcionários.

Como organização política e social, cobra impostos e recebe ajuda internacionalbet365 entrargovernos estrangeiros e organizaçõesbet365 entrarcaridade com ideias semelhantes. E, como demonstram os ataquesbet365 entrar7bet365 entraroutubro, também tem acesso a equipamento militar.

E, com uma carteirabet365 entrarinvestimentos internacionais obscura, o grupo islâmico faz uso frequentebet365 entrarcriptomoedas para contornar sanções internacionais.

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Legenda da foto, A destruição causada pelas sucessivas guerras e o bloqueiobet365 entrarIsrael deixaram os habitantesbet365 entrarGaza dependentes da ajuda humanitária internacional

Catar

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A pequena nação do Golfo Pérsico, um dos países mais ricos do mundo, foi um dos poucos governos que, juntamente com a Turquia, apoiou o Hamas após a ruptura brutal com o Fatah ocorridabet365 entrar2007.

Quando Israel impôs um bloqueio a Gaza no mesmo ano, o Catar decidiu apoiar os palestinos com ajuda humanitária.

Em 2012, o Xeque Hamad bin Khalifa al Thani, então emir do Catar, foi o primeiro chefebet365 entrarEstado a visitar Gaza sob o domínio do Hamas e prometeu milhõesbet365 entrardólaresbet365 entrarajuda, com a aprovaçãobet365 entrarIsrael.

E, para especialistas, o Catar fornece apoio político ao Hamas permitindo que os líderes do grupo se estabelecessembet365 entrarDoha desde 2012, quando abandonarambet365 entrarsede históricabet365 entrarDamasco devido à guerra civil síria.

Tanto Ismail Haniya, considerado o líder da organização, como Khaled Meshaal, seu antecessor, estão baseados na capital do Catar, tal como ficaram os líderes Talebãs até o verãobet365 entrar2021, quando recuperaram o controle do Afeganistão.

O emirado tornou-se assim um ator-chavebet365 entrarnegociações com grupos designados como terroristas pelas potências ocidentais, que não podem negociar diretamente por questõesbet365 entrarlegislação e opinião pública.

E o papelbet365 entrarintermediário entre o Hamas e Israel, tradicionalmente desempenhado pelo Egito, agora é feito pelo Catar, como no caso dos reféns israelenses sequestrados pelo grupo.

Um dos principais aliados dos EUA fora da OTAN, o Catar também enviou bilhõesbet365 entrardólaresbet365 entrarajuda humanitária aos palestinos ao longo dos anos para aliviar as consequências do bloqueio israelense a Gaza. Doha insiste que o dinheiro é para os palestinos e não para o Hamas.

Não está claro qual o valor da ajuda, estimada por especialistas entre US$ 1 bilhão e US$ 2,6 bilhões desde 2014, e que ajudou na reconstruçãobet365 entrarGaza após as diversas guerras com Israel.

Em 2016, o Emir do Catar, Xeque Tamim bin Hamad Al Thani, anunciou que seu país destinaria 113 milhõesbet365 entrarRial do Catar (cercabet365 entrarUS$ 30 milhões) para "aliviar o sofrimento dos irmãos na Faixabet365 entrarGaza e as graves dificuldades financeiras que enfrentam devido ao cerco injusto imposto pela ocupação israelense".

Esse dinheiro, enviado mensalmente, permitia pagar parte dos salários dos quase 50 mil funcionáriosbet365 entrarGaza, comprar combustível para alimentar a rede elétrica e ajudar as famílias mais pobres, que recebiam um cheque mensalbet365 entrar100 dólares.

Os fundos são transferidosbet365 entrarcoordenação com os EUA e Israel, explica Khaled el Hroub, professorbet365 entrarEstudos do Oriente Médio na Northwestern University, no Catar, à BBC News Mundo, o serviçobet365 entrarespanhol da BBC.

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Legenda da foto, A visita do Xeque Hamad bin Khalifa al Thani a Gazabet365 entrar2012 deu forte apoio ao governo do Hamas, liderado por Ismail Haniya.

“Os dólares que chegam aos territórios palestinos, incluindo Gaza, são possivelmente os mais monitorados do mundo, uma vez que tanto os serviços secretos americanos como os israelenses, os jordanianos e os egípcios monitoram esses montantes muitobet365 entrarperto, já que algum dinheiro chega através dos seus bancos”, afirma o analista palestino, autorbet365 entrarvárias obras sobre o Hamas.

Esse dinheiro é transferidobet365 entrarDoha para Israel e, durante muito tempo, entroubet365 entrarGazabet365 entrarmalas cheiasbet365 entrarcédulas transportadas por enviados do Catar através da passagembet365 entrarErez, no norte da Faixabet365 entrarGaza. O dinheiro era distribuídobet365 entraragênciasbet365 entrarcorreios e supermercados diretamente aos funcionários e às famílias humildes, com confirmaçãobet365 entrarrecebimento.

Israel e os Estados Unidos aceitaram esses pagamentos sob a ideiabet365 entrar“que se não se podia solucionar o problema (do Hamas ebet365 entrarGaza), ao menos se podia mitigá-lo”, diz Matthew Levitt, analista do Washington Institute for Near East. Política.

Segundo o especialistabet365 entrarantiterrorismo e inteligência, a ideia era que “se fossem oferecidas oportunidades econômicas, as coisas acalmariam, o que mais tarde provou ser um erro”.

Para Makram Khoury-Machool, diretor do Centro Cambridge para Estudos da Palestina, Israel aceitou a transferência dos fundos “porque (o primeiro-ministro) Benjamin Netanyahu é contra uma soluçãobet365 entrardois Estados, assim como o Hamas, e para evitar qualquer tipobet365 entrarsolução, mantendo o Hamasbet365 entrarGaza e prolongando a divisão interna palestina.”

Masbet365 entraracordo com Levitt e outros especialistas dos EUA ebet365 entrarIsrael, parte desse dinheiro da ajuda internacional acababet365 entrarfato nas mãos do braço armado do Hamas, algo também já dito pelo Fatah, o partido rival do Hamas que lidera a Autoridade Nacional Palestina.

O Hamas, porém, sempre negou.

“Não está claro quanto, mas ninguém que estuda o assunto colocabet365 entrardúvida”, disse Levitt, que no passado assessorou o Tesouro americanobet365 entrarquestões relacionadas ao financiamento ao terrorismo.

Mas Khaled el Hroub garante não haver provas:

“O principal problema econômico do Hamas não é financiar o partido ou o seu braço armado, essa é quase a parte fácil. O mais difícil é sustentar os milhõesbet365 entrarpalestinos que sofrembet365 entrarGaza, e o Hamas sente essa pressão.”

O dinheiro do Catar e a ajuda internacional, afirma o analista palestino, “há muito que são vistos quase como um analgésico, que trata os sintomas, mas não a raiz do problema”.

A principal organizaçãobet365 entrarajuda humanitáriabet365 entrarGaza é a UNRWA, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio. A ajuda é distribuída diretamente por suas equipes, que passaram por controles prévios, explica um porta-voz da UNRWA à BBC Mundo.

A agência também está sujeita a auditorias anuais realizadas por um órgão independente. “Todos os pagamentos a empreiteiros, fornecedores e pessoal são processados ​​atravésbet365 entraruma instituição bancária, que está sujeita às leis contra o financiamento ao terrorismo”, explica o porta-voz.

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Legenda da foto, O líder do Hamas, Ismail Haniya, e o aiatolá Ali Khamenei reuniram-sebet365 entrarTeerãbet365 entrar5bet365 entrarnovembro.

Irã

O Hamas é um dos grupos que formam uma aliança conhecida como Eixo da Resistência, liderada pelo Irã e que inclui, entre outros, a Síria e o grupo islâmico libanês Hezbollah. Entre eles, o principal fatorbet365 entrarcomum é o sentimento anti-Israel e antiamericano.

Para conter a influênciabet365 entrarIsrael e garantir a própria sobrevivência do governo dos aiatolás, Teerã ajudou a tecer uma redebet365 entraraliados na região, aos quais ajuda com “financiamento, treinamento ou armas”, analisa Sanam Vakil, diretor do programabet365 entrarOriente Médio e Nortebet365 entrarÁfrica da Chatham House, num artigo recente publicado pelo think tank.

Entre eles estão o Hamas e outros gruposbet365 entrarresistência palestinos, que o Irã tem apoiado cada vez mais desde a décadabet365 entrar1990, segundo Vakil.

Tal apoio traduz-se, segundo o Departamentobet365 entrarEstado dos EUA,bet365 entrar100 milhõesbet365 entrardólares anuais que vão para o Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina.

E embora o Hamas e o Irã tenham tido as suas diferenças durante a guerra civil síria, quando o grupo palestino se recusou a apoiar Bashar al Assad, “o financiamento do Irã nunca parou, talvez tenham cortado alguma coisa para atividades políticas, mas os fundos para o grupo armado continuaram”, diz Matthew Levitt.

De acordo com Khaled el Hroub, “não está claro quanto dinheiro o Hamas recebe do Irã anualmente, mas claramente recebe financiamento”.

O próprio líder do Hamas, Ismail Haniya, reconheceubet365 entrar2022 no programa “Al Muqabla” (a entrevista), da Al Jazeera, que o Irã é seu principal doador e que contribuiu com US$ 70 milhões para o desenvolvimento dos seus sistemasbet365 entrarmísseis.

Mais recentemente, numa entrevista ao canal russo Russia Today, no dia seguinte ao ataque do Hamas a Israel, Ali Baraka, chefe das relações externas do Hamas, assegurou que “o primeiro e mais importante” dos seus doadores é o Irã, que fornece “dinheiro e armas.”

A BBC não obteve resposta do Ministério das Relações Exteriores iraniano sobre o suposto financiamento do Hamas por Teerã.

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Legenda da foto, A tributação elevadabet365 entrarprodutos como o tabaco tem gerado descontentamento entre a populaçãobet365 entrarGaza.

Impostos

Como governantebet365 entrarGaza, o Hamas cobra impostos sobre as importações - incluindo as contrabandeadas através dos túneis com o Egito - e sobre outras atividades comerciaisbet365 entrarGaza.

Não está claro quanto dinheiro o Hamas arrecada mensalmente atravésbet365 entrarimpostos. O valor varia entre os US$ 15 milhões que o Ministério das Finançasbet365 entrarGaza reconheceubet365 entrar2016 ao correspondente da BBCbet365 entrarGaza, Rushdi Abualouf, até US$ 300 e 450 milhões que analistas como Matthew Levitt citam.

O que é claro é que Gaza, onde, segundo a ONU, existe uma taxabet365 entrardesempregobet365 entrar45% e onde 80% da população necessitavabet365 entrarajuda humanitária antes da guerra, está sujeita a um nívelbet365 entrartributação bastante elevado.

“Gaza e a Cisjordânia são governadas pela mesma burocracia, apesarbet365 entraros níveisbet365 entrarrendimento serem muito diferentes”, afirma Khaled al Hroub. Somam-se a isso outros impostos que o Hamas tem acrescentado ao longo dos anos “para compensar o bloqueio”, como taxação sobre cigarros, importaçãobet365 entrarjeans, veículos ou certos produtos alimentares consideradosbet365 entrarluxo ou não básicos, segundo o professor da Universidadebet365 entrarNorthwestern.

Para Levitt, “quando você cobra impostos por tudo, e cada vez mais, vira uma extorsão, uma prática da máfia”.

O aumentobet365 entrarimpostos e tarifas gerou inquietação entre a população e até alguns protestos entre os importadores, que foram reprimidos pelo Hamas.

Carteirabet365 entrarinvestimentos

De acordo com o Gabinetebet365 entrarControlebet365 entrarAtivos Estrangeiros (OFAC, da siglabet365 entraringlês) do Departamento do Tesouro dos EUA, o Hamas tem um Gabinetebet365 entrarInvestimento internacional com ativos estimadosbet365 entrarUS$ 500 milhões.

Essa rede contaria com empresasbet365 entrarpaíses como Sudão, Turquia, Arábia Saudita, Argélia e Emirados Árabes Unidos, segundo a OFAC, que acredita que o Conselho Shura e o Comitê Executivo do Hamas, seus principais dirigentes, são os responsáveis por controlar e supervisionar essa carteirabet365 entrarinvestimentos.

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Legenda da foto, Israel e os EUA afirmam que a carteirabet365 entrarinvestimentos do Hamas serve para financiar o braço armado do grupo.

No ano passado, a OFAC publicou uma listabet365 entrarfuncionários do Hamas, facilitadores e empresas que “foram usados ​​pelo Hamas para ocultar e lavar fundos”. Washington considera o Hamas uma organização terrorista e penaliza quem operar com o grupo.

Entre as empresas citadas pelos EUA estão uma holdingbet365 entrarmineração sudanesa, uma imobiliária turca e uma construtora saudita.

No mês passado, o mesmo gabinete anunciou uma segunda rodadabet365 entrarsanções que inclui o representante do Hamasbet365 entrarTeerã e membros da Guarda Revolucionária Iraniana.

Criptomoedas e doações

O financiamento do Hamas também depende das doações que recebebet365 entrarsimpatizantes nos territórios palestinos, nos países árabes e fora da região, diz Khaled el Hroub.

Essas doações, muitas vezes seguindo a premissa religiosa islâmicabet365 entrar“zakat”, ou Zakat, a proporção da riqueza pessoal que o Islã exige que seja doada para ajudar os necessitados, ajudaram a financiar o Hamas.

Por ser um movimento multifacetado, com diferentes ramificações, quando pede dinheiro através dessas fontesbet365 entrarfinanciamento não oficiais, o Hamas não diz que o dinheiro irá financiar seu braço armado, “mas sim que pede dinheiro para escolas, hospitais ou campanhas políticas”, diz o autorbet365 entrar“Hamas: Pensamento e Prática Política” e “Hamas: Um Guia para Iniciantes”.

Al Hroub lembra que depois da Segunda Intifada, quando os EUA lançarambet365 entrarcampanhabet365 entrar“Guerra ao Terror” para cortar financiamento a grupos que consideravam terroristas, “o Hamas conseguiu angariar, num único dia, depois das oraçõesbet365 entrarsexta-feira, entre US$ 1,5 e US$ 2 milhõesbet365 entrarGaza.”

Quando o Hamas tenta arrecadar dinheiro atravésbet365 entrarorganizaçõesbet365 entrarcaridade, “ não dizem que os fundos vão financiar o Hamas, masbet365 entrarvez disso, colocam a fotografiabet365 entraruma criança ensanguentada”, argumenta Matthew Levitt, que acredita que “uma grande parte desse dinheiro acaba sendo usado para fins militares.”

Ao longo dos anos, os EUA e outros países censuraram várias instituiçõesbet365 entrarcaridade islâmicas, como a “Union of Good”, por possíveis ligações com o Hamas.

Mas, desde 2019, algumas dessas doações têm sido feitas por meiobet365 entrarcriptomoedas.

“O Hamas foi um dos primeiros a usá-las ou pelo menos a pedir que as doações fossembet365 entrarcriptomoedas”, disse Ari Redbord, chefe globalbet365 entrarpolítica e assuntos governamentais da TRM Labs, uma empresabet365 entrartecnologiabet365 entrarinteligência blockchain, que afirma que o grupo primeiro usou o Bitcoin, mas que desde 2022 usa a moeda digital Tron.

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Legenda da foto, O dinheiro do Hamas vem tambémbet365 entrararrecadaçõesbet365 entrarGaza ebet365 entraroutras partes do mundo.

As criptomoedas permitem que grandes quantiasbet365 entrardinheiro atravessem fronteiras muito mais rapidamente do que as transferênciasbet365 entrardinheiro convencionais, o que torna a tecnologia “muito atraente para atores legais e ilícitos”, diz Redbord.

Porém, a tecnologia pode ser rastreadabet365 entrarforma cada vez mais sofisticada, o que permitiu que governos como Israel e os Estados Unidos acompanhem com grande eficiência doaçõesbet365 entrarcriptomoedas destinadas ao Hamas.

De acordo com o TRM Labs,bet365 entrar2020 o Departamentobet365 entrarJustiça dos EUA confiscou 150 endereçosbet365 entrarcriptomoedas associados ao Hamas, que estava arrecadando fundos pelo Telegram ebet365 entrarsites.

“Centenasbet365 entraroutros endereços também foram confiscados pelas autoridades israelenses nos últimos anos, a pontobet365 entraro Hamas dizerbet365 entrarabrilbet365 entrar2023 que iria pararbet365 entrararrecadar fundosbet365 entrarcriptomoedas porque seus doadores estavam se tornando alvos”, diz Redbord.

Embora os momentosbet365 entrarviolência sejam normalmente os momentosbet365 entrarque os doadores se mobilizam mais, o TRM Labs não registrou um salto significativo na arrecadaçãobet365 entrarfundos desde 7bet365 entraroutubro -bet365 entrarapenas cerca US$ 20 mil desde então.

“As criptomoedas são uma peça muito pequena no quebra-cabeças do financiamento do terrorismo”, diz Ari Redbord.