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'Esse feto poderia ter sido seu filho': os obstáculos que argentinas enfrentam para fazer aborto legal:cassino 10 reais
"As enfermeiras colocaramcassino 10 reaisuma jarra para garantir que eu visse e me disseram: 'Pode ter sido seu filho'."
A Argentina mudoucassino 10 reaislei sobre o abortocassino 10 reais2020, permitindo que a mulher opte por interromper a gravidez nas primeiras 14 semanas.
Anteriormente, era permitido apenascassino 10 reaiscasocassino 10 reaisestupro ou se a vida ou a saúde da mulher estivessecassino 10 reaisrisco.
O aborto é uma questão altamente controversa na Argentina, onde maiscassino 10 reais60% das pessoas são católicas e 15% são evangélicas, com a liderançacassino 10 reaisambas as religiões se opondo à prática.
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A nova lei permite que os profissionaiscassino 10 reaissaúde se abstenhamcassino 10 reaisrealizar abortos.
“Assim que a lei foi aprovada, declarei minha objeçãocassino 10 reaisconsciência”, diz o médico pediatra Carlos Franco, que trabalha na mesma regiãocassino 10 reaisque Maria vive.
Ele estima que 90% dos profissionaiscassino 10 reaissaúde do principal hospital público da Província tenham feito o mesmo.
Franco diz que seus anos estudando embriologia o deixaram com a crençacassino 10 reaisque a vida começa na fertilização.
“Meu dever, como médico, é cuidar e proteger a vida humana desde a fase embrionária”, acrescenta.
Isso ajuda a explicar por que mulheres como Maria estão tendo tantos problemas para acessar o aborto legal.
María havia passado inicialmente dois dias no centrocassino 10 reaissaúde esperando para ser atendida por um médico.
Quando nenhum veio, ela procurou ajuda nas redes sociais e encontrou Mónica Rodriguez, uma ativista local, que a auxiliou a registrar uma reclamação no hospital e garantir uma consulta.
Rodriguez diz que recebe cercacassino 10 reaiscem telefonemas por mêscassino 10 reaismulherescassino 10 reaisSalta que estão tendo dificuldades semelhantes para obter acesso a abortos seguros.
Ela disse à BBC que seu principal trabalho é simplesmente ouvir: "Embora eu não recomende o aborto, também não romantizo a maternidade".
A campanha para expandir o direito ao aborto na Argentina levou décadas, mas Valeria Isla, diretoracassino 10 reaissaúde sexual e reprodutiva do Ministério Nacional da Saúde, diz que houve um progresso significativo.
Ela cita números oficiais que mostram que o númerocassino 10 reaismães que morrem por aborto caiu 40% desde que a lei foi promulgadacassino 10 reais2021.
O númerocassino 10 reaiscentroscassino 10 reaissaúde pública que oferecem abortos aumentou mais da metade no mesmo período, e o medicamento misoprostol, que induz abortos, agora está sendo fabricado no país, tornando-o mais amplamente disponível.
Longas esperas por tratamento e o estigma socialcassino 10 reaistorno do aborto podem tornar as mulheres vulneráveis a práticas corruptas.
Houve casos relatadoscassino 10 reaismulheres sendo forçadas a pagar centenascassino 10 reaisdólares por tratamentos que deveriam ser gratuitoscassino 10 reaisunidadescassino 10 reaissaúde pública.
"Existe uma máfia", diz María Laura Lerma, psicóloga que moracassino 10 reaisuma remota comunidade nas montanhascassino 10 reaisJujuy, no noroeste do país.
"Em muitas áreas rurais da Argentina, alguns médicos que trabalham no hospital público levam os pacientes para suas clínicas particulares."
O governo instou as mulheres a denunciar as acusaçõescassino 10 reaiscorrupção, mas muitas mulheres nas áreas rurais têm muito medocassino 10 reaisfazê-lo.
Ativismo antiaborto
Os médicos que concordamcassino 10 reaisrealizar abortos têm sido alvocassino 10 reaismedidas legais desonestas.
Em setembrocassino 10 reais2021, um médicocassino 10 reaisSalta foi detido brevemente após a acusação da tiacassino 10 reaisuma pacientecassino 10 reais21 anoscassino 10 reaisque ela havia feito um "aborto ilegal".
A acusação era falsa, mas levou um ano para que um tribunal encerrasse o caso.
“Organizações antiaborto têm conexões históricas com juízes e pessoas no poder e as usam para gerar medo e colocarcassino 10 reaisrisco a liberdade dos médicos que praticam abortos”, diz Rocío García Garro, advogada do grupo pró-aborto Católicas pelo Direitocassino 10 reaisDecidir.
Ativistas antiaborto também estão usando os tribunais para tentar obter a declaraçãocassino 10 reaisinconstitucionalidade da lei do aborto.
Cristina Fiore, deputada do parlamento localcassino 10 reaisSalta, é uma delas.
"Acreditamos que a vida humana começa na concepção e somos contra essa cultura descartável", diz ela.
Até agora, todos os questionamentos legais falharam.
Maria deixa claro por que escolheu não continuar com a gravidez: "Nunca quis ser mãe... Meus pais me abandonaram, e esse é um trauma que levei anos para superar".
Ela diz que quer que o treinamento seja aprimorado para enfermeiras e ginecologistas para evitar que outras sofram como ela.
"Há muitas mulheres, especialmente nas pequenas cidades do interior, que são discriminadas como eu e nem todas se atrevem a falar."
*O nome foi alterado para proteger a privacidade da entrevistada.
- Texto originalmente publicadocassino 10 reaishttp://vesser.net/articles/c72xdzkzy84o
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