'Torturamos ucranianos': a confissãosite de jogo de apostaex-oficial do Exército russo:site de jogo de aposta

Crédito, Konstantin Yefremov

Legenda da foto, Konstantin na Ucrâniasite de jogo de apostamarçosite de jogo de aposta2022
  • Author, Steve Rosenberg
  • Role, Editorsite de jogo de apostaRússia da BBC News

site de jogo de aposta Um ex-militar russo está acusando as tropas do seu paíssite de jogo de apostausarem táticas violentassite de jogo de apostainterrogação contra ucranianos, que incluem homens sendo baleados e ameaçados com estupro.

Konstantin Yefremov disse à BBCsite de jogo de apostauma entrevista exclusiva que a Rússia agora o considera um traidor e desertor.

Ele é o oficial militarsite de jogo de apostamais alta patente a falar abertamente sobre o assunto.

Falandosite de jogo de apostalocal secreto no sul da Ucrânia, ele disse que "os interrogatórios, a tortura, continuaram por cercasite de jogo de apostauma semana. Todos os dias, à noite, às vezes duas vezes por dia".

Yefremov tentou se demitir do exército várias vezes – mas acabou sendo demitido. Ele conseguiu fugir da Rússia.

Com as fotos e documentos militares fornecidos por Yefremov, a BBC verificou que ele esteve na Ucrânia no início da guerra – na regiãosite de jogo de apostaZaporizhzhia, que inclui a cidadesite de jogo de apostaMelitopol.

site de jogo de aposta Este artigo contém descrições sobre violência e tortura.

O rostosite de jogo de apostaKonstantin Yefremov surge no meu computador e começamos a conversar. Ele tem uma história importante para contar. Até recentemente, ele era militar russo. Ele tentou se demitir do Exército, mas foi demitido e fugiu da Rússia.

Enviado à Ucrânia no ano passado, o ex-tenente aceitou me contar sobre os crimes que diz ter testemunhado — como tortura e maus-tratos a prisioneiros ucranianos.

Em 10site de jogo de apostafevereirosite de jogo de aposta2022, Yefremov diz que chegou à Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia há nove anos.

Ele chefiava uma unidadesite de jogo de apostadesativaçãosite de jogo de apostaminas terrestres da 42ª Divisãosite de jogo de apostaFuzileiros Motorizados – que é baseada na Chechênia, dentro da Rússia. Ele e seus homens foram enviados para participarsite de jogo de aposta"exercícios militares", diz.

"Na época, ninguém acreditava que haveria guerra. Todos pensavam que seria apenas um exercício. Tenho certezasite de jogo de apostaque nem os oficiais superiores sabiam."

'Eu tinha medosite de jogo de apostame demitir'

Yefremov diz ter visto tropas russas colando identificaçõessite de jogo de apostaseus uniformes e pintando a letra "Z"site de jogo de apostaequipamentos e veículos militares. Em poucos dias, "Z" tornou-se o símbolo do que o Kremlin chamavasite de jogo de aposta"operação militar especial".

Yefremov diz que decidiu que não queria se envolver com isso.

"Eu decidi me demitir. Conversei com meu comandante e expliquei minha posição. Ele me levou a um oficial superior que me chamousite de jogo de apostatraidor e covarde."

"Deixei minha arma, peguei um táxi e fui embora. Eu queria voltar para minha base na Chechênia e me demitir oficialmente. Então meus companheiros me telefonaram com um aviso."

"Um coronel havia ameaçado me prender por até 10 anos por deserção. E ele havia alertado a polícia."

Crédito, Konstantin Yefremov

Legenda da foto, Konstantin Yefremov mostrou à BBC seus documentossite de jogo de apostaidentificação militar russos

Yefremov diz que telefonou para um advogado militar, que o aconselhou a voltar para o Exército.

"Agora eu entendo que deveria ter ignorado seu conselho e seguidosite de jogo de apostafrente", diz ele. "Mas eu estava com medosite de jogo de apostaser preso."

Ele acabou voltando para a Ucrânia.

Yefremov insiste que é uma pessoa "anti-guerra". Ele diz que não participou da anexação da Crimeia pela Rússia, nem lutou no leste da Ucrânia quando a guerra eclodiusite de jogo de apostaDonbass, há nove anos.

Em 2014, a Rússia não só foi acusadasite de jogo de apostaorquestrar um levante separatista, mas tambémsite de jogo de apostaenviar suas próprias tropas ao país. Konstantin também diz que não participou da operação militar da Rússia na Síria.

"Nos últimos três anos, estive envolvido na remoçãosite de jogo de apostaminas na Chechênia, um lugar que passou por duas guerras. Acho que o trabalho que fiz lá beneficiou as pessoas."

Saqueando bicicletas e cortadoressite de jogo de apostagrama

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Yefremov foi colocado no comando temporáriosite de jogo de apostaum pelotãosite de jogo de apostafuzileiros. Em 27site de jogo de apostafevereiro, três dias após a invasão russa, ele diz ter recebido ordens para se deslocar para o norte da Crimeia. Eles foram para a cidadesite de jogo de apostaMelitopol.

Por dez dias, eles ficaramsite de jogo de apostaum aeródromo que já havia sido capturado por tropas russas. Ele descreve os saqueios que viu por lá.

"Soldados e oficiais agarravam tudo o que conseguiam. Eles entraramsite de jogo de apostatodos os aviões e todos os prédios. Um soldado pegou um cortadorsite de jogo de apostagrama. Ele disse com orgulho: 'Vou levar isso para cortar a grama pertosite de jogo de apostanosso quartel'."

"Baldes, machados, bicicletas... eles enfiaram tudosite de jogo de apostaseus caminhões. Era tanta coisa que eles precisavam que se abaixar para caber dentro dos veículos."

Yefremov enviou fotos para a BBC que ele diz ter tirado na base aéreasite de jogo de apostaMelitopol. As imagens mostram aviõessite de jogo de apostatransporte e um prédiosite de jogo de apostachamas.

A BBC conseguiu confirmar a autenticidadesite de jogo de apostaimagens e documentos que mostram a identidade, patente e os movimentossite de jogo de apostaYefremov na Ucrânia na primaverasite de jogo de aposta2022.

Ferramentassite de jogo de apostamapeamento online confirmaram as imagens da base aéreasite de jogo de apostaMelitopol.

Por um mês e meio, ele liderou oito soldados para proteger uma unidadesite de jogo de apostaartilharia russa no local.

"O tempo todo nós dormimos do ladosite de jogo de apostafora", lembra ele. "Nós estávamos com tanta fome que começamos a caçar coelhos e faisões. Uma vez nos deparamos uma mansão. Havia um soldado russo lá dentro. 'Nós somos da 100ª Brigada e moramos aqui agora', nos disse o soldado."

"Havia muita comida. As geladeiras estavam lotadas. Havia comida suficiente para sobreviver a uma guerra nuclear. Mas os soldados que viviam lá estavam pegando as carpas japonesas no lago do ladosite de jogo de apostafora para comê-las."

'Eu vi interrogatórios e tortura'

Em abril, o gruposite de jogo de apostaKonstantin Yefremov estava protegendo o que ele descreve como um "quartel-generalsite de jogo de apostalogística" na cidadesite de jogo de apostaBilmak, a nordestesite de jogo de apostaMelitopol. Lá, ele diz ter testemunhado interrogatórios e maus-tratos a prisioneiros ucranianos.

Ele se lembrasite de jogo de apostaum diasite de jogo de apostaque três prisioneiros foram trazidos.

"Um deles admitiu ser atiradorsite de jogo de apostaelite. Ao ouvir isso, o coronel russo enlouqueceu. Bateu nele, abaixou as calças do ucraniano e perguntou se ele era casado."

"'Sim, respondeu o prisioneiro. 'Então alguém me traga uma vassoura', disse o coronel. 'Vamos transformar vocêsite de jogo de apostauma menina e enviar o vídeo parasite de jogo de apostaesposa'."

Em outra ocasião, diz Yefremov, o coronel pediu ao prisioneiro que desse o nomesite de jogo de apostatodos os nacionalistas ucranianossite de jogo de apostasua unidade.

"O ucraniano não entendeu a pergunta. Ele respondeu que os soldados eram da infantaria naval das Forças Armadas ucranianas. Por causa dessa resposta, eles quebraram algunssite de jogo de apostaseus dentes."

O Kremlin quer que os russos acreditem que, na Ucrânia, a Rússia está lutando contra fascistas, neonazistas e ultranacionalistas.

Essa falsa narrativa serve para desumanizar os ucranianos perante o público russo e também junto aos militares.

Yefremov diz que o prisioneiro ucraniano estava com os olhos vendados.

"O coronel colocou uma pistola na testa do preso e disse 'Vou contar até três e depois vou atirar nasite de jogo de apostacabeça'. Ele fez a contagem e depois disparou ao lado da cabeça, dos dois lados. O coronel começou a gritar com ele. Eu disse: 'Companheiro coronel! Ele não consegue ouvi-lo, você o deixou surdo!'"

Crédito, Konstantin Yefremov

Legenda da foto, Foto mostra Konstantin Yefremov na frentesite de jogo de apostaedifíciossite de jogo de apostaBilmak, onde ele diz que prisioneiros foram torturados. Residentes locais confirmaram a localização à BBC

Yefremov diz que o coronel deu ordens para que os ucranianos não recebessem comida normal – apenas água e biscoitos. Mas Yefremov diz: "Tentávamos dar também chá quente e cigarros".

Para que os prisioneiros não dormissem no chão, Yefremov também lembra que seus homens jogavam feno para eles – "sempre à noite, para que ninguém nos visse".

Durante outro interrogatório, Yefremov disse que o coronel atirousite de jogo de apostaum prisioneiro no braço – e na perna direita abaixo do joelho, atingindo o osso.

Konstantin diz que seus homens enfaixaram o prisioneiro e procuraram outros comandantes russos – "não ao coronel, ele era louco" – e disseram que o prisioneiro precisava ir ao hospital, caso contrário morreria devido à perdasite de jogo de apostasangue.

"Nós o vestimos com um uniforme russo e o levamos ao hospital. Dissemos a ele: 'Não diga que você é um prisioneirosite de jogo de apostaguerra ucraniano, porque ou os médicos se recusarão a tratá-lo. Ou os soldados russos feridos virão atirarsite de jogo de apostavocê e não conseguiremos impedi-los'."

O Escritóriosite de jogo de apostaDireitos Humanos da ONU tem documentado casossite de jogo de apostamaus tratos a prisioneiros na guerra na Ucrânia. Foram ouvidos maissite de jogo de aposta400 prisioneirossite de jogo de apostaguerra – tanto ucranianos como russos.

"Infelizmente, descobrimos que há tortura e maus-tratos a prisioneirossite de jogo de apostaguerrasite de jogo de apostaambos os lados", diz Matilda Bogner, chefe da equipesite de jogo de apostamonitoramento da ONU na Ucrânia.

"Se compararmos as violações, a tortura ou maus-tratossite de jogo de apostaprisioneiros ucranianossite de jogo de apostaguerra tende a acontecersite de jogo de apostaquase todas as fases do confinamento. E, na maioria das vezes, as condiçõessite de jogo de apostaconfinamento são pioressite de jogo de apostamuitas áreas da Rússia ou da Ucrânia ocupada."

As piores formassite de jogo de apostatortura ou maus-tratos para os prisioneirossite de jogo de apostaguerra ucranianos geralmente ocorrem durante o interrogatório, diz Bogner. Eles podem ser submetidos a métodos como eletrocução, enforcamento e espancamento.

"Quando eles chegam aos locaissite de jogo de apostaconfinamento, muitas vezes acontecem os chamados 'espancamentossite de jogo de apostaboas-vindas'. Eles também recebem comida e água inadequadas", diz ela.

Prisioneirossite de jogo de apostaguerra russos também relataram espancamentos e eletrocução.

Qualquer formasite de jogo de apostatortura ou maus-tratos é proibida pela lei internacional”, diz Bogner. “É inaceitável que qualquer um dos lados faça isso."

A BBC não conseguiu confirmar as alegações específicassite de jogo de apostaKonstantin Yefremov, mas elas são consistentes com outras alegações sobre abusos contra prisioneiros ucranianos.

O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu a um pedidosite de jogo de apostacomentário feito pela BBC.

'Traidor e desertor'

Yefremov acabou conseguindo voltar parasite de jogo de apostaunidade que lidava com minas terrestres, mas não por muito tempo.

"Setesite de jogo de apostanós tomamos a decisão [de deixar o Exército]", ele me conta.

No finalsite de jogo de apostamaio,site de jogo de apostavolta à Chechênia, ele escreveusite de jogo de apostacartasite de jogo de apostademissão. Alguns superiores não gostaram.

"Eles começaram a me ameaçar. Oficiais que não haviam passado um dia na Ucrânia estavam me dizendo que eu era um covarde e um traidor. Eles não permitiriam que eu me demitisse. Eu fui demitido."

Crédito, Konstantin Yefremov

Legenda da foto, Uma das últimas fotossite de jogo de apostaKonstantin Yefremovsite de jogo de apostaseu uniforme do Exército, na Chechênia,site de jogo de apostajunhosite de jogo de aposta2022

Yefremov nos mostrou algumas das cartas que recebeu dos militares.

No primeiro documento, ele é acusadosite de jogo de aposta"fugirsite de jogo de apostaseus deveres" esite de jogo de apostadescumprir uma ordemsite de jogo de apostaretorno à Ucrânia — o que é descrito como "uma violação disciplinar grave ".

A segunda carta fala da "demissão precoce do serviço militar (...) por quebrasite de jogo de apostacontrato" por partesite de jogo de apostaYefremov.

"Depoissite de jogo de aposta10 anossite de jogo de apostaserviço fui acusadosite de jogo de apostaser traidor, desertor, só porque não queria matar pessoas", diz. "Mas fiquei feliz por agora ser uma pessoa livre, por não ter que matar ou ser morto."

Yefremov está fora do Exército. Mas ainda corre o riscosite de jogo de apostaser enviadosite de jogo de apostavolta para a guerra.

Em setembrosite de jogo de aposta2022, o presidente Putin declarou o que chamousite de jogo de aposta"mobilização parcial". Centenassite de jogo de apostamilharessite de jogo de apostacidadãos russos seriam convocados para o serviço militar e enviados para a Ucrânia.

Yefremov diz que sabia disso - porque já havia servido nas forças armadas na Ucrânia. Ele então elaborou um planosite de jogo de apostafuga.

"Na casa onde eu morava, fiz uma escotilha no teto do sótão para o casosite de jogo de apostapoliciais e oficiaissite de jogo de apostaalistamento invadirem o local para me entregar a convocação."

"Oficiaissite de jogo de apostaalistamento estavam indo à minha casa e me esperando dentrosite de jogo de apostaseus carros. Então, eu resolvi alugar um apartamento, onde fiquei escondido."

"Eu também me escondi dos vizinhos, porque ouvi falarsite de jogo de apostacasossite de jogo de apostaque os vizinhos contaram à polícia sobre jovens que haviam sido convocados e estavam escondidos. Essa situação foi humilhante e inaceitável."

Yefremov contatou o grupo russosite de jogo de apostadireitos humanos Gulagu.net, que o ajudou a fugir da Rússia.

O que Yefremov pensa sobre os russos - e há muitos deles - que apoiam a decisãosite de jogo de apostaVladimir Putinsite de jogo de apostainvadir a Ucrânia?

"Não sei o que se passa na cabeça deles", diz. “Como eles podem se deixar enganar? Os russos são desconfiados até quando vão ao supermercado, pois sabem que podem ser enganados. Eles não confiam nem mesmosite de jogo de apostasuas esposas, seus maridos."

"Mas o homem que os engana há 20 anos, é só ele abrir a boca que essas pessoas estão dispostas para matar e morrer. Não consigo entender."

Ao terminarmos a conversa, Yefremov pede desculpas ao povo da Ucrânia.

"Peço desculpas a toda a nação ucraniana por ter entrado nasite de jogo de apostacasa sem ser convidado com uma armasite de jogo de apostaminhas mãos."

"Graças a Deus não machuquei ninguém. Não matei ninguém. Graças a Deus não fui morto."

"Eu nem tenho o direito moralsite de jogo de apostapedir perdão aos ucranianos. Não consigo me perdoar, então não posso esperar que eles me perdoem."

Produção: Will Vernon

Análisesite de jogo de apostacódigos abertos por Joshua Cheetham

Com a ajudasite de jogo de apostaGulagu.net