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Por que é praticamente impossível tratar covid com remédios:
Mas Johnson quer medicamentos que possam ser tomadoscasa, na formacomprimido, que impeçam as pessoasacabar no hospital ou intubadas.
Em geral, leva anos para desenvolver e aprovar novas drogas antivirais porque a trajetória da descoberta envolve um processo meticulosoidentificaçãocompostos químicos que atacam o vírus e,seguida, testeseficácia e segurança.
Por esse motivo, os cientistas também estão analisando reutilizar medicamentos existentes que foram aprovados para o tratamentooutros vírus ou doenças.
Diferentemente dos antibióticosamplo espectro, que podem ser usados para tratar uma vasta variedadeinfecções bacterianas, os remédios que atuam contra um tipovírus raramente funcionam no tratamentooutros vírus.
Por exemplo, o remdesivir, originalmente desenvolvido para o tratamento da hepatite C, foi sugeridodeterminado momento como um tratamento para a covid-19, mas os ensaios clínicos mostraram que ele tem apenas um efeito limitado contra o novo coronavírus.
A razãohaver poucos antivirais eficazesamplo espectro é que os vírus são muito mais diversos do que as bactérias, inclusive na forma como armazenam suas informações genéticas (alguns na formaDNA, e outrosRNA).
Diferentemente das bactérias, os vírus têm menos blocosconstruçãoproteínas que podem ser atacados com drogas.
Para que um medicamento funcione, ele precisa atingir seu alvo. Isso é particularmente difícil no caso dos vírus porque eles se replicam dentro das células humanas sequestrando nosso maquinário celular.
O remédio precisa entrar nessas células infectadas e atuarprocessos que são essenciais para o funcionamento normal do corpo humano.
Não surpreende que isso geralmente resultedanos colaterais às células humanas, sentidos como efeitos colaterais.
Atacar os vírus fora das células — para impedi-losganhar território, antes que possam se replicar — é possível, mas também é difícil devido à natureza da cápsula do vírus.
A cápsula é extraordinariamente robusta, resistindo aos efeitos negativos do ambiente a caminho do seu hospedeiro.
Somente quando o vírus atinge seu alvo é quecápsula se decompõe ou expele seu conteúdo, que contéminformação genética.
Esse processo pode ser um ponto fraco no ciclovida do vírus, mas as condições que controlam a liberação são muito específicas.
Embora as drogas direcionadas à cápsula do vírus pareçam atraentes, algumas ainda podem ser tóxicas para os humanos.
Apesar dessas dificuldades, foram desenvolvidos medicamentos que tratam vírus que causam influenza e HIV. Alguns desses medicamentos têm como alvo os processosreplicação e a montagem da cápsula viral.
Alvos promissorescoronavírus também foram identificados. Mas o desenvolvimentonovos medicamentos leva muito tempo, e os vírus sofrem mutações rapidamente.
Portanto, mesmo quando uma droga é desenvolvida, o vírusconstante evolução pode logo desenvolver resistência a ela.
Um outro problema no combate aos vírus é que vários — como HIV, papilomavírus e herpesvírus — podem ficar adormecidos. Nesse estado, as células infectadas não produzem nenhum vírus novo.
A informação genética do vírus é a única coisa viral presente nas células.
Assim, as drogas que interferem na replicação ou na cápsula do vírus não têm nada contra o que atuar, e o vírus sobrevive.
Quando o vírus adormecido se torna ativo novamente, é provável que os sintomas voltem a ocorrer e, então, é necessário um tratamento adicional com medicamento.
Isso aumenta a chancedesenvolver resistência aos medicamentos, uma vez que o vírus experimenta por mais tempo a seleção induzida por drogas para variantes resistentes.
Embora ainda estejamos apenas começando a entender o ciclovida dos coronavírus, há sinaisque eles podem perseverar por um longo tempo, principalmentepacientes com imunidade fraca, resultandoum problema adicionalgeraçãocepasvírus mais resistentes.
As pesquisas para entender como o coronavírus funciona avançaram bastantepouco tempo, mas quando se tratadesenvolver medicamentos antivirais, ainda há muitas perguntas sem resposta.
Com o potencial ressurgimento das infecções esperado para o fim do ano, a força-tarefabuscaum antiviral tem um trabalho árduo pela frente.
*Pavol Bardy é pesquisador associadoVirologia Estrutural da UniversidadeYork, no Reino Unido.
Fred Anston é professorquímica na UniversidadeYork.
Oliver Bayfield é pesquisador associadopós-doutoradoquímica na UniversidadeYork.
Este artigo foi publicado originalmente no sitenotícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future .
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