Obesidade: nossos animaisregistrar premier betestimação podem ajudar a solucionar o problema?:registrar premier bet

Cachorro gordo deitado no chão

Crédito, wakila

Legenda da foto, Os cães com sobrepeso também enfrentam uma expectativaregistrar premier betvida reduzida

Engordando mesmo comendo bem

Os donosregistrar premier betcães com excessoregistrar premier betpeso alimentam-nos com mais petiscos e restosregistrar premier betcomida, tendem a tê-los por perto enquanto preparam suas próprias refeições e são menos propensos a passear com eles diariamente.

Já os donosregistrar premier betgatos obesos tendem a usar a comida como recompensa e brincam menos com eles. Se um donoregistrar premier betcachorro é obeso, aumentam as chancesregistrar premier betque seu animalregistrar premier betestimação também seja (isso não se aplica a gatos).

Mas a obesidade também parece estar ocorrendo mesmoregistrar premier betalguns animais domésticos e selvagens que não estão sendo superalimentados ou fazendo pouco exercício.

Se essas descobertas forem verdadeiras, algo mais deve estar impulsionando a obesidade nesses animais - e descobrir esses fatores pode ajudar a combater a epidemia humana da doença.

o CACHORRO borris

Crédito, PDSA

Legenda da foto, Borris tinha o dobro do peso recomendado, 28 Kg, quando entrou numa competição que ajuda animaisregistrar premier betestimação a perderem peso; emagreceu 7 kg e foi campeão

Maisregistrar premier bet1,9 bilhãoregistrar premier betadultos no mundo estão acima do peso. Destes, maisregistrar premier bet650 milhões são obesos - cercaregistrar premier bet13% da população humana adulta.

A prevalência mundial da obesidade quase triplicou desde 1975. E a obesidade infantil também aumentou assustadoramente - estima-se que 41 milhõesregistrar premier betcrianças com menosregistrar premier betcinco anosregistrar premier betidade estão com sobrepeso ou são obesas.

A primeira pista para tentar entender esse fenômeno nos animais está na pata do labrador, uma raça propensa à obesidade.

"Quando se trataregistrar premier betcães com excessoregistrar premier betpeso, os labradores aparecemregistrar premier betprimeiro lugar", diz Eleanor Raffan, veterinária e geneticista da Universidaderegistrar premier betCambridge.

Ela e outros pesquisadores descobriram que uma mutação genética presenteregistrar premier betcercaregistrar premier betum quarto dos labradores estava associada à obesidade.

Para cada cópia da mutação - que ocorreuregistrar premier betum gene chamado POMC -, um cão era cercaregistrar premier bet2 kg mais pesado. A maioria dos animais estudados tinha uma cópia da mutação, mas poucos tinham duas.

"São cachorros que ficam sempre na cozinha quando os donos preparam comida, que ficam procurando por um petisco mesmo que não tenham chanceregistrar premier betganhar um ou que ficam devorando coisas nojentas na rua quando saem para passear", diz Raffan. "Mas eles não estão fazendo isso porque é divertido. Eles estão fazendo isso porque estão com fome."

Isso ocorre porque as mutações do POMC interrompem o fluxoregistrar premier betum hormônio que regula a ingestãoregistrar premier betalimentos e o gastoregistrar premier betenergia, influenciando,registrar premier betúltima instância, o peso corporal. Como resultado, o comportamento desses labradores se torna muito motivado pela comida.

Há uma lição aqui para os humanos, diz Raffan. "O impulsoregistrar premier betcomer é como uma grande movimentação fisiológica e pensamento dominante, como a sensaçãoregistrar premier betestar com sede."

gato

Crédito, Myskina6/Getty Images

Legenda da foto, Donosregistrar premier betgatos costumam usar a comida como recompensa

Fator genético

Os genes desempenham um papel na obesidade humana (a médiaregistrar premier bethereditariedade está entre 40% e 75%), mas a obesidade causada por um único gene é rara. A deficiênciaregistrar premier betPOMC, associada à obesidade grave na infância, foi relatadaregistrar premier betmenosregistrar premier bet50 pessoasregistrar premier bettodo o mundo, embora haja provavelmente milharesregistrar premier betcasos não diagnosticados.

Mas, principalmente, a obesidade humana reflete múltiplas variantes genéticasregistrar premier betrisco (cada uma com efeitos pequenos) interagindoregistrar premier betforma complexa com fatores ambientais.

A boa notícia é que os animais podem nos ajudar a tentar desvendar esses fatores ambientais também.

Animaisregistrar premier betabate criadosregistrar premier betfazenda são tradicionalmente engordados com antibióticos que transformam seu intestino para que eles precisemregistrar premier betmenos comida para ganhar peso.

Novas regulamentações reduziramregistrar premier betmuito o usoregistrar premier betantibióticosregistrar premier betanimais destinados à alimentação no Reino Unido - e a União Europeia baniu os antibióticos com essa finalidaderegistrar premier betengorda.

Mas se os antibióticos engordam os animais, eles poderiam estar fazendo o mesmo com os seres humanos? A resposta para essa pergunta estáregistrar premier betseu intestino.

labrador deitado na grama

Crédito, AzmanJaka/Getty Images

Legenda da foto, Cientistas descobriram que uma mutação genética nos labradores tem parte da responsabilidade pela tendência a engordar nessa raça

O microbioma intestinal conta com genomasregistrar premier betvastas colôniasregistrar premier betmicrorganismos - bactérias, fungos, protozoários, vírus - que vivemregistrar premier betseu sistema digestivo.

Essa comunidade influencia seu peso. Em testesregistrar premier betlaboratório, camundongos sem germes que recebem micróbios intestinaisregistrar premier betum gêmeo obeso ganham mais peso e gordura corporal do que os ratos que recebem micróbios do gêmeo magro. Um desequilíbrio no microbioma possivelmente leva não apenas à obesidade, mas à síndrome do intestino irritável, doença celíaca e diabetes tipo 2.

Antibióticos

Então, o que causa esse tiporegistrar premier betdesequilíbrio?

Existe um elemento genético. Masregistrar premier betestudos com animais, adoçantesregistrar premier betalta intensidade e aditivos alimentares, como os emulsificantes usadosregistrar premier betmuitos alimentos processados, têm sido associados à menor diversidade bacteriana do intestino. Em humanos, bebês que receberam antibióticos nos primeiros seis mesesregistrar premier betvida tiveram um risco aumentadoregistrar premier better excessoregistrar premier betpeso na infância,registrar premier betacordo com um estudo.

O uso, durante seis semanas,registrar premier betantibióticos para uma infecção cardíaca também foi associado ao ganhoregistrar premier betpeso significativo.

Mas antesregistrar premier betjogar fora seus antibióticos que salvam vidas, lembre-seregistrar premier betque esses estudos mostram apenas uma associação,registrar premier betvezregistrar premier betcausa e consequência claras. Certos antibióticos podem até mesmo ajudar a desviar o equilíbrio da flora intestinal dos padrões associados à obesidade.

Sabendo disso, poderíamosregistrar premier betalguma forma modificar nosso microbioma para combater a obesidade? Há pesquisasregistrar premier betandamento para fazer exatamente isso, testando usoregistrar premier betprobióticos e transplantes fecais.

Amimais selvagens

A obesidade não afeta apenas animais domésticos. Os animais selvagens engordam também, mas isso geralmente está associado à disponibilidaderegistrar premier betalimentos nas diferentes estações do ano: eles aprenderam a comer quando a comida é abundante.

marmotaregistrar premier betuma pedra

Crédito, professorgb/Getty Images

Legenda da foto, Por causa da mudança climáticas, marmotas estão acordando antes da hibernação e consequentemente comendo mais

Mas os pesquisadores viram um ganho inesperadoregistrar premier betpesoregistrar premier betmarmotasregistrar premier betbarriga amarela nas Montanhas Rochosas do Colorado, nos EUA, entre 1976 e 2008.

As marmotas estão acordando cercaregistrar premier betum mês antesregistrar premier betsua hibernaçãoregistrar premier betoito meses, provavelmente porque a mudança climática alterou o tempo entre a primeira neve derretida e a primeira geada. Estes dias extras significam mais temporegistrar premier betalimentação e engorda.

No curto prazo, um ganho extraregistrar premier bet0,3 kg poderia melhorar as chancesregistrar premier betsobrevivência durante a hibernação e o sucesso reprodutivo depois. Infelizmente, as marmotas acabarão pagando um preço alto, já que as mudanças climáticas aumentam a frequência das secasregistrar premier betverão.

Outros fatores ambientais que afetam a obesidaderegistrar premier betanimais - e talvezregistrar premier bethumanos - incluem a privaçãoregistrar premier betsono e a poluição luminosa.

Camundongos expostos a luz constante têm maiores índicesregistrar premier betmassa corporal (IMC) e níveisregistrar premier betglicose do que aqueles expostos a ciclos normaisregistrar premier betluz e escuridão.

Químicos que destroem estrogênio, como o bisfenol-A (BPA) - encontradoregistrar premier betlatasregistrar premier betalimentos, alguns plásticos duros e certos tiposregistrar premier betpapel térmico usados para recibos e bilhetes - são outro potencial culpado.

Fabricantesregistrar premier betprodutos químicos têm questionado essa conexão e o FDA, departamento do governo americano que regula remédios e alimentos, atualmente diz que o BPA é seguro, mas a Autoridade Europeiaregistrar premier betSegurança Alimentar está atualmente reavaliandoregistrar premier bettoxicidade -registrar premier betjaneiroregistrar premier bet2011, a Comissão Europeia proibiu o BPA na fabricaçãoregistrar premier betmamadeirasregistrar premier betpolicarbonato.

Você é o que come

É preciso fazer uma ressalva aqui.

Concentrar-se nesses fatores não relacionados a alimentos na causa da obesidade pode desviar o impacto inegávelregistrar premier betgrandes refeições com comida processada. A verdade é que estamos dianteregistrar premier betinfluências externas que são difíceisregistrar premier betresistir: ingredientes projetados para explorar nossos caminhos neuraisregistrar premier betrecompensa, grandes porções e a normalização comercial do consumo rotineiroregistrar premier betaçúcar, lanches com alto teorregistrar premier betgordura e bebidas açucaradas.

pessoa comendo hamburguer

Crédito, igor_kell/Getty Images

Legenda da foto, O consumoregistrar premier betalimentos processados continua tendo papel importante na obesidade

Tudo isso é revestido por marketing manipulativo e interesses conflitantes. Estudosregistrar premier betpesquisadores da obesidade ligados à indústria alimentícia foram cinco vezes mais propensos a não encontrar nenhuma associação entre bebidas açucaradas e ganhoregistrar premier betpeso do que estudos feitos por autores sem nenhum conflitoregistrar premier betinteresse.

Um pesquisador renomado que argumentou contra as listagensregistrar premier betcalorias feitas por restaurantes da cidaderegistrar premier betNova York tinha ligações financeiras com Coca-Cola, PepsiCo, McDonald's e Mars.

Os animais são igualmente suscetíveis ao irresistível consumoregistrar premier betalimentos processados - os micos que vivem na cidaderegistrar premier betMedellín, na Colômbia, são mais gordos que seus colegas da área rural.

Embora mais sedentários, com acesso mais fácil a árvores frutíferas, eles também comem biscoitos e marshmallows fornecidos pelos habitantes locais. Um macaco da Tailândia ganhou as manchetes internacionais recentemente quando ficou seriamente doente devido à superalimentação dos turistas.

Se os animais podem nos ensinar sobre as causas da obesidade, eles também podem nos ajudar a entender seu tratamento e prevenção.

E a pesquisaregistrar premier betanimaisregistrar premier betestimação pode ter maior relevância para os seres humanos, já que os ratosregistrar premier betlaboratório muitas vezes não compartilham nossa diversidade genética, fatores psicossociais ou ambiente.

Sintomas da obesidade

O estudo da mutação genética nos labradores feito pela veterinária Raffan destacou as maiores semelhanças entre a POMC canina e humana,registrar premier betcomparação com o modeloregistrar premier betratos que tradicionalmente estudamos.

Os animais precisam ser ajudados e curados - animais obesos enfrentam osteoartrite, câncer, problemas cardíacos e respiratórios, distúrbios reprodutivos, doenças urinárias, diabetes e pancreatite.

cachorro comendo

Crédito, AVAVA/Getty Images

Legenda da foto, Pesquisas feitas com animais mostraram que o usoregistrar premier betaditivos químicosregistrar premier betalimentos pode desregular a flora intestinal e levar a um aumentoregistrar premier betpeso

Os cães com sobrepeso também enfrentam uma expectativaregistrar premier betvida reduzida - dois anos e meio a menos que os cães com peso corporal saudável. Para os animais, as soluções parecem familiares: exercícios regulares e um regime alimentar equilibrado.

Não culpe os donos

Mas a especialista afirma que não devemos encarar a obesidade como uma espécieregistrar premier betfalha moral nos donos ou nos próprios animaisregistrar premier betestimação. "Estamos tão acostumados a condenar os seres humanos que estão acima do peso como sendo apenas gulosos e com faltaregistrar premier betvontade", diz. Mas, ela aponta, isso é impreciso: o comportamento alimentar é suscetível a impulsos genéticos - e os cães são um exemplo disso. "Os cães não fazem julgamentosregistrar premier betvalor. Eles comem porque estão com fome e essa variabilidade nos cães é complexa."

Especialistas que escrevem na revista Veterinary Record também alertam contra a condenação dos donosregistrar premier betanimaisregistrar premier betestimação sem ajudá-los ou abordar problemas sociais subjacentes.

Eles acreditam que muitos donos não alimentamregistrar premier betexcesso seus animaisregistrar premier betestimação intencionalmente, até porque muitos tendem a subestimar o pesoregistrar premier betseus animais - por exemplo, foi um veterinário que disse a Formoy que seu cachorro Borris estava com problemas. "Borris parecia um pouco grande, mas você cria desculpas naregistrar premier betcabeça (para não ver isso)", diz Formoy.

Da mesma forma, poucos paisregistrar premier betcrianças com excessoregistrar premier betpeso reconhecem que seus filhos estão gordos.

O status socioeconômico também tem impacto na obesidaderegistrar premier bethumanos e animais - isso se notaregistrar premier betbairros, por exemplo, com menos espaços verdes e menos recursosregistrar premier betcondicionamento físico.

Independentementeregistrar premier betvocê estar falando sobre um animalregistrar premier betestimação ou uma pessoa, a obesidade é um problemaregistrar premier betsaúde social, e não moral - e precisaregistrar premier betmudanças políticas mais amplas a serem abordadas.

Quanto a Borris, Formoy diz queregistrar premier betvitória na competição teve um sabor agridoce. Ela conta que seu pai não estava bem quando inscreveu Borris no concurso.

"Ele era o melhor amigo do meu pai e a competição incentivou meu pai a sair comregistrar premier betmoto com o Borris ao seu lado", diz ela.

Seu pai morreuregistrar premier betjulho. "Eu pensei: 'Papai, eu e Borris ainda vamos ganhar isso por você'."

Ela e Borris mantiveram essa promessa. Hoje, a artrite e as dificuldades respiratórias do cão ficaram no passado.

Emregistrar premier bethistóriaregistrar premier betobesidade superada, Borris tem algumas lições para todos nós.

registrar premier bet Leia a versão original desta reportagem (em inglês registrar premier bet ) no site BBC Future registrar premier bet .

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