Por que os balões despontam como futuros substitutos dos satélites:caught up bet plus

Homens inflando balão

Crédito, World View/ Randy Metcalf

Legenda da foto, Os balões já oferecem tecnologia para comunicação e monitoramento

A Nasa foi pioneira no lançamentocaught up bet plusbalões estratosféricos, nos anos 1950. Hoje, a agência os utiliza para realizar pesquisa atmosférica, observar a Terra e explorar raios cósmicos. Os balões são enormes, alguns têm sete vezes o tamanho da Catedralcaught up bet plusSaint Paul,caught up bet plusLondres, que mede 111 metros. São feitoscaught up bet plusum plástico da espessuracaught up bet plusum sanduíche e inflados com gás hélio. Entre seus pontos fracos, só podem flutuar com vento. Por isso, o grande avanço dos últimos anos tem sido aprender a orientá-los.

"Estamos explorando uma área totalmente nova da navegação", diz Jeffrey Manber, CEO da Nanoracks, companhia espacial dos EUA. "Para mim, o que está acontecendo agora remonta ao tempo da navegação por estrelas e ventos,caught up bet plusvolta para o futuro".

A estratosfera tem esse nome porque é uma camada da atmosfera "estratificada", ou seja, com subdivisões por onde sopram ventoscaught up bet plusvárias altitudes e direções. Em princípio - e seguindo a informação meteorológica -, um balão pode trafegarcaught up bet plusqualquer direção, basta colocá-lo na altitude e nos ventos certos.

Sputnik 3

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Antescaught up bet plusaeronaves pioneiras como Sputnik 3, balões ajudaram a abrir caminho para a corrida espacial

O Projeto Loon, da empresacaught up bet plustecnologia Alphabet, vinculada ao Google, é um dos primeiros a desbravar os ventos dos balõescaught up bet plusaltitude elevada para oferecer comunicaçãocaught up bet plusáreas remotas ou afetadas por desastres. O plano original era uma correntecaught up bet plusbalões seguindo o vento predominante, mas pesquisadores descobriram que eles poderiam permanecer no lugar usando ventos contrabalançadoscaught up bet plusalturas diferentes. Algoritmos sofisticadoscaught up bet plusaprendizagem mecânica mudam a altura do balão para que ele pegue o vento certo.

O Projeto Loon garantiu acesso à internet a 300 mil pessoascaught up bet plusPorto Rico depois que o furacão Maria destruiu a infraestrutura localcaught up bet plus2017. O caso provou que o conceito funciona, embora ainda estejacaught up bet plusfase experimental.

Plataformascaught up bet plusvigilância

Já o World View, com basecaught up bet plusTucson, nos Estados Unidos, planeja usar seus balões, conhecidos como Stratollites, não apenas como dispositivocaught up bet pluscomunicação, mas também como plataformascaught up bet plusvigilância. A caught up bet plus BBC Future visitou suas instalaçõescaught up bet plus2016 (em inglês).

"As aplicações são intermináveis, e vão da fiscalização constantecaught up bet plusflorestas, passando pelo enviocaught up bet plusalertascaught up bet plusincêndio, vigilânciacaught up bet plusáreas remotas do oceano para combater a pirataria marítima até o monitoramentocaught up bet plustempo realcaught up bet plusequipescaught up bet plusresgate", lista Angelica DeLuccia Morrissey, do World View.

Há três anos, o World View parecia apenas um sonho, mas depoiscaught up bet plusuma sériecaught up bet plustestescaught up bet plusvoo cada vez mais ambiciosos, a companhia fechou contratos com o governo americano e clientes comerciais. A comunidade da áreacaught up bet plusdefesa enxerga os Stratollites como os novos olhos no céu.

Homens diantecaught up bet plusbalão

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Balões do Projeto Loon já foram usadoscaught up bet plusoperaçõescaught up bet plusresgatecaught up bet plusdesastres

"Achamos que isso tem o potencialcaught up bet plusser um divisorcaught up bet pluságuas para nós", afirma Kurt Tidd, comandante do Comando do Sul dos Estados Unidos, após um teste bem-sucedido com o Stratollite. "Uma grande plataformacaught up bet plusvigilânciacaught up bet pluslonga duração".

Esse balão poderia contribuir para o monitoramento do climacaught up bet plustempo real, a exemplo da aproximaçãocaught up bet plusum furacão pela partecaught up bet pluscima. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA se mostrou interessada na tecnologia.

Os Stratollites transportam uma carga útilcaught up bet plusaté 50kg e, graças a painéis solares, operaram por tempo indeterminado, com energia suficiente para acionar radares ou dispositivos poderososcaught up bet pluscomunicação.

Balões maiores capazescaught up bet plustransportar cargas mais pesadas estão sendo desenvolvidos. Planoscaught up bet pluslongo prazo incluem o turismo perto do espaço e o transportecaught up bet plusprodutos. Quandocaught up bet plusmissão termina, o Stratollite vai até um lugar pré-determinado e abre um paraquedas para voltar ao solo. A mesma técnica poderia ser usada para entregar suprimentoscaught up bet plusemergência ou outras cargascaught up bet plusáreas remotascaught up bet plusqualquer parte do mundo.

Competição chinesa

Há uma competição crescente, e ela vem da China. A KuangChi Science (KC), fundadacaught up bet plusShenzhencaught up bet plus2010, é especializadacaught up bet plusdirigíveis e tecnologiacaught up bet pluscomunicação. A empresa está desenvolvendo seu balão Traveller ecaught up bet plusprópria versãocaught up bet plusnavegação por vento na estratosfera.

"O foco principal da China é o sensoriamento remoto e as telecomunicações, com clientes que incluem prefeituras interessadascaught up bet plusintegrar o Traveller a seus sistemascaught up bet plusSmart City (conceito para a aplicação da tecnologia ao desenvolvimento urbano)", diz Zhou Fei, diretor da equipecaught up bet plusP&D da KC Space. Ele estima que o custo ficará entre um décimo e um centésimocaught up bet plusum sistema comparávelcaught up bet plussatélite.

O Traveller também abrigará cápsulas para transportar seis passageiros até a estratosfera. Em outubro, a KuangChi lançou, a uma altitudecaught up bet plus21 quilômetros, um balão com uma tartaruga, que depois voltoucaught up bet plussegurança para o solo. Estima-se ter voos com passageiroscaught up bet plus2021, ao custocaught up bet pluscercacaught up bet plus£70 mil (R$ 345 mil) por assento.

Balão sendo inflado

Crédito, World View

Legenda da foto, A World View conduziu uma sériecaught up bet plusambiciosos testescaught up bet plusvoo nos últimos três anos

Fei diz que o Traveller também pode ser uma plataformacaught up bet plus"lançamento secundário". Isso significa transportar um foguete até uma determinada altitude na atmosfera,caught up bet plusonde ele seria lançado. Assim seria mais fácil colocá-locaught up bet plusórbita do que do nível do mar, como ocorre hoje. O método seria útil, por exemplo, para o crescente mercadocaught up bet plusCubeSats - um tipocaught up bet plussatélitecaught up bet plusminiatura usado na pesquisa espacial.

"Todos ao redor do mundo buscam reduzir o custocaught up bet pluslançamentocaught up bet plusum CubeSat", afirma Jeffrey Manber, da Nanoracks, empresa que trabalha com a KC no projeto Traveller.

Balões também devem soltar veículoscaught up bet plusdireção ao solo. Em 2017, uma equipe da Academia Chinesacaught up bet plusCiências lançou dois pequenos dronescaught up bet plusum balão estratosférico, que funcionou como uma base aérea flutuante. Essa infraestrutura poderia conduzir buscas e missõescaught up bet plusresgate,caught up bet plusque sensores nos balões identificariam uma localização provável e drones seriam lançados para se ter uma visão mais próxima da área. Eles acreditam que o balão poderia carregar centenas de drones.

CubeSats na atmosfera

Crédito, NASA Image Collection / Alamy Stock Photo

Legenda da foto, Balões poderiam ser uma forma baratacaught up bet pluslançar pequenos CubeSats

O Exército chinês também tem demonstrado interesse no "quase-espaço". Ninguém controla esse domínio - ainda - e balões estratosféricos oferecem meios baratos para vigilância militar e outras aplicações. Isso poderia resultarcaught up bet plusuma sériecaught up bet pluscontratos militares.

Depois que o Sputnik russo mostrou ao mundo o que os satélites poderiam fazer, os Estados Unidos os superaram na corrida espacial. Cada vez mais os balões estratosféricos devem aparecer num futuro próximo para funções como o turismo (quase) espacial, a comunicação e vigilância. A corrida do "quase-espaço" estácaught up bet pluscurso, com os Estados Unidoscaught up bet plusprimeiro lugar, e a China pertocaught up bet plusalcançá-los.