Por que a ciência ainda não conseguiu desvendar o mistério do desejo feminino:betboo codigo

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Legenda da foto, Por décadas, pesquisadores simplesmente pensaram que homens tinham mais desejo que mulheres

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Legenda da foto, O usobetboo codigosuplementosbetboo codigotestosterona continua ocorrendo entre mulheres, apesar da evidênciabetboo codigocontrário

Estamos começando a entender também que o desejo feminino não difere tanto assim do masculino. Por muito tempo, a ciência aceitou percepções sociaisbetboo codigoque homens "tinham mais desejo" que mulheres e diversos estudos mais elaborados comprovaram este "fato".

Evidência mais recente, porém, revela que as diferenças entre os sexos são bem mais tênues ou mesmo não-existentes, dependobetboo codigocomo alguém define e tenta medir desejo. Alguns estudos até descobriram que homensbetboo codigocertos relacionamentos tendem tanto quanto mulheres a ser o membro do casal com o menor nívelbetboo codigodesejo sexual.

Estudos no passado tipicamente perguntavam aos participantes coisas como "No mês passado, quanto desejo você sentiu?". A este tipobetboo codigopergunta, as respostas parecem indicar resultados mais altosbetboo codigohomens. Mas quando a pergunta é mais específica para sentimentosbetboo codigomomento, como o desejo no meiobetboo codigouma relação sexual, cientistas não conseguem encontrar diferenças entre homens e mulheres.

"Isso desafia o estereótipobetboo codigopassividade das mulheres", diz Lori Brotto, professorabetboo codigoobstetrícia e ginecologia da Universidadebetboo codigoBritish Columbia, no Canadá. "E também sugere que os fatores que estimulam o desejo momentâneo podem ser igualmente potentes para homens e mulheres".

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Legenda da foto, Alguns estudos concluíram que o desejo obedece ao ciclo menstrual

Outros estudos concluíram que o desejo feminino obedece ao ciclo menstrual. "A motivação sexual feminina é tão intensa quanto a masculinabetboo codigoperíodos próximos à ovulação", explica Lisa Diamond, professorabetboo codigopsicologia e estudosbetboo codigogênero na Universidadebetboo codigoUtah (EUA). "As mulheres não têm sexualidade mais baixa que os homens, mas sim padrões mais variáveis".

Isso faz muito sentido quando pensamosbetboo codigotermos da finalidade primordial do sexo: a reprodução. Foi apenas na era moderna que sexo e reprodução deixarambetboo codigoser tão ligados.

Médicosbetboo codigodécadas passadas pensavam que o hormônio masculino testosterona poderia estar ligado ao desejo feminino. Na prática, isso não parece acontecer.

Diversos estudos não encontraram diferença alguma nos níveisbetboo codigotestosteronabetboo codigomulheres com altos níveisbetboo codigodesejo e outras diagnosticadas com problemas nessa área. Apesar disso, mulheres ainda pedem testosterona como tratamento para pouco desejo - e médicos continuam receitando.

Outro estudo descobriu que a relação entre desejo e testosterona é indireta, e que o sexo influencia mais os hormônios do que os hormônios influenciam o sexo.

A variedadebetboo codigosentimentos durante o sexo têm sido negligenciada: mulheres não necessariamente passam pela mesma progressão que os homens - excitação, auge, orgasmo e resolução. "Para mulheres, a excitação genital e física frequentemente precede a experiência psicológica do desejo, ao passo que nos homens o desejo precede a excitação", diz Sari Van Anders, da Universidadebetboo codigoMichigan.

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Legenda da foto, Cercabetboo codigoum por cento das mulheres britânicas se declaram assexuadas

Sendo assim, o desejo não necessariamente leva ao sexo. Cada mulher é diferentebetboo codigotermosbetboo codigopreferências e elas podem mudarbetboo codigocada situação.

Mulheres por vezes podem querer apenas masturbação solitária e algumas podem chegar ao orgasmo puramente pelo pensamento, sem qualquer contato físico. Outras podem querer atividade sexual com um parceiro, mas sem penetração ou mesmo orgasmo.

"Desejo dependebetboo codigocontexto, da pessoa, da épocabetboo codigosua vida,betboo codigofatoresbetboo codigorelacionamento oubetboo codigoquem está disponível", completa Anders.

Mulheres também relatam uma diversidade bem maiorbetboo codigofatores ou coisas que as excitam. Algumas preferem estimulação do ponto G, ou que o parceiro chupe os dedos do pé. Algumas gostambetboo codigodominar, ou simplesmentebetboo codigoserem afagadas.

"Em geral, a estimulação do clítoris é equiparada com o que ocorre nos homens, mas no laboratório estamos vendo que as mulheres respondem a várias outras coisas", diz Whipple. "Temosbetboo codigoensinar mulheres e dar-lhes permissão para experimentar o que lhes dá prazer e deixar claro que elas não têmbetboo codigose conformarbetboo codigoencaixarbetboo codigodeterminado padrão ou modelobetboo codigodesejo e prazer sexual".

E esse diversidade se reflete hoje na pornografia. Até os anos 80, os filmes adultos era amplamente dirigidos para uma audiência masculina. Mas a popularidade do home vídeo fez com que a pornografia deixassebetboo codigoser mostrada apenasbetboo codigocinemas e a deixou mais acessível ao publico feminino.

Pensando nisso, diretoras mulheres começaram a criar filmes direcionados para mulheres, cujas histórias têm uma abordagem mais suaves, sem violência alguma, por exemplo. A indústria evoluiu e criou uma diversidade que reflete, segundo acadêmicos, o fatobetboo codigoque "mulheres também gostambetboo codigosacanagem".

Não temos a menor ideiabetboo codigocomo o desejo funciona, mas conhecemos as razões por trásbetboo codigosua ausência ou perda. Todo mundo que já estevebetboo codigoum longo relacionamento vai concordar que o desejo não é estático.

Estudos confirmam que ele tende a diminuir com o tempo, mas que no caso das mulheres a perda é normalmente mais severa - nos homens, a testosterona serve como uma "proteção" contra os efeitosbetboo codigoestresse e fadiga, por exemplo.

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Legenda da foto, Perdabetboo codigodesejo não é garantida nem permanente

Felizmente, a perdabetboo codigodesejo nem é garantida nem permanente,betboo codigoacordo com estudos. No ano passado, o Addyi, a versão feminina do Viagra foi aprovada por autoridadesbetboo codigosaúde dos EUA.

Mas enquanto a versão masculina do produto resolve um problemabetboo codigofluxo sanguíneo para o pênis, o Addyi trabalha com hormônios do cérebro. Testes, porém, mostram que a droga tem efeito modesto no aumentobetboo codigodesejo sexualbetboo codigocomparação com o placebo. Anders, por exemplo, compara a droga com um antialérgico "que reduz apenas um espirro por mês".

Para complicar, um quinto dos pacientes sofreram efeitos colaterais,betboo codigonáuseas a quedas severasbetboo codigopressão. E quem toma Addyi não pode consumir álcool.

Pesquisadores como Diamond sugerem que cuidarbetboo codigoquestões psicológicas envolvendo o desejo pode ser muito mais efetivo do que qualquer droga.

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Legenda da foto, Addyi, o Viagra feminino

Mas nem toda mulher está incomodade pela faltabetboo codigodesejo. Cercabetboo codigo1% da população britânica, por exemplo, define-se como assexuada. Muita gente segue assexualidade como orientação para a vida, outros passam por fasesbetboo codigoassexualidade. "Isso faz parte do que elas são, não é um problema médico", diz Anders.

E há os casosbetboo codigomulheres que sofrem imposiçõesbetboo codigoparceiros com níveisbetboo codigodesejo mais altos - e que fazem suas parceiras se sentirem culpadas por causa disso.

Se há alguma coisa que pesquisadores sabem sobre desejo, é que a variedade é a norma. Sejabetboo codigohomens ou mulheres, o desejo pode se manifestarbetboo codigouma infinidadebetboo codigoformas e pode até ser inexistente. Não existe desejo certo ou errado. "Precisamos ter mais tolerância com essa diversidade", diz Diamond.

betboo codigo Leia a versão original betboo codigo dessa reportagem (em inglês) no site BBC Future