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Atualizado às: 26janeiro, 2006 - 17h45 GMT (15h45 Brasília)
 
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Perguntas e respostas: Entenda a vitória do Hamas
 
Simpatizante do Hamas
Muitos palestinos consideram o Hamas um símbolointegridade
O movimentoresistência Hamas parece ter conquistado uma surpreendente vitória nas eleições parlamentares palestinas. Entenda alguns dos aspectos mais relevantes deste resultado.

Por que uma vitória do Hamas seria uma surpresa tão grande?

Quase ninguém havia previsto que o Hamas conseguiria uma maioria clara no Parlamento Palestino.

Mesmo as pesquisasboca-de-urna sugeriam que o Fatah, partido dominante da cena política palestina desde os anos 1960, estaria na frentepontos percentuais.

A maioria dos observadores havia previsto um parlamento dividido, com os dois lados sendo obrigados a trabalharum governocoalizão.

No entanto, os sinaisuma insatisfação popular profunda com o Fatah têm sido visíveis por anos. O partido tem sido acusadocorrupto, ineficiente e incompetenterelação a um acordo com Israel.

Levandoconta esses fatores, a vitória não seria uma surpresa tão grande assim.

Quais são as implicaçõesum governo do Hamas para os palestinos?

Muitos palestinos teriam votado no Hamas por causa da imagemdisciplina e integridade do partido, alémuma ideologia claramente anti-Israel.

Ainda é cedo para dizer como essas características vão se manifestarum governo palestino liderado pelo Hamas.

A percepção do grupo pode ser alterada quando ele se deparar com as realidadesuma administração sob as duras circunstâncias da ocupação israelense e tensões do lado palestino.

Alguns palestinos argumentam que a participação do Hamas significa uma aceitaçãoIsrael eum acordopaz envolvendo dois Estados, embora o Hamas negue isso.

A ideologia do movimento deve passar por um duro teste, da mesma forma que passou o Fatah quando Yasser Arafat estabeleceu a Autoridade Palestina, na década1990.

Muito vai depender do Hamas formar mesmo, como diz que deseja, uma coalizão com o Fatah, coisa que pode abrandar algumassuas posições mais radicais.

Quais as implicações para Israel e para a Comunidade Internacional?

Israel diz que não negocia com os palestinos a menos que os grupos militantes sejam desarmados.

Agora, o maior grupo militante armado parece ter assumido o controle tanto da esfera política como da "resistência".

É provável que tenha prosseguimento a política unilateral criada por Ariel SharonGaza e apoiada pelo premiê israelenseatividade, Ehud Olmert.

Ela prevê a saída dos territórios ocupados na Cisjordânia e um confinamentoIsrael às fronteiras a serem desenhadas pelo próprio país tendovistas as necessidades militares.

Isso se o partido Kadima vencer as eleições marcadas para 28 e março.

A vitória do Hamas pode, entretanto, favorecer os argumentos do direitista Likudque Israel deveria ter se oposto a participação do Hamas nas eleições.

Os EUA e a comunidade internacional também devem exigir garantias do Hamas antesnegociarem com o partido.

O Hamas mantém no momento um cessar-fogo, mas permanece comprometido com a luta armada, ataque a civis israelenses e a destruiçãoIsrael.

Não se sabe o que deve acontecer com o generoso orçamento internacional que a Autoridade Palestina recebe emmaior parte da União Européia que considera o Hamas uma instituição terrorista.

Quem deve se tornar o premiê do Hamas?

É irônico que a posiçãoprimeiro-ministro palestino tenha sido criada2003 por pressão dos Estados Unidos para diminuir o poder do presidente Arafat.

Até agora, o cargo teve pouca importância. Isso deve mudar bastante com um primeiro-ministro do Hamas democraticamente eleito.

O Hamas é governado por um sistema complexo, arquitetado como uma resposta à política israelenseassassinar seus líderesanos recentes.

Algunsseus líderes vivem exilados na Síria e no Líbano.

Um dos favoritos é o líder politicoGaza, Ismail Haniya, considerado um moderado.

Outra possibilidade é Mahmoud Zahar, tambémGaza. Um dos fundadores do Hamas, ele é considerado mais radical do que Haniya, mas acredita-se que ele tenha sido um dos responsáveis pela participação do grupo nas eleições.

 
 
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