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Golpe 'foi inevitável, mas durou demais', diz Jarbas Passarinho | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
roleta adventure O ex-senador e ex-ministro Jarbas Passarinho acredita que o golpe militarroleta adventure1964 foi inevitável, diante do temor da sociedade brasileiraroleta adventurerelação à ameaça comunista,roleta adventureplena Guerra Fria. “O problema é que durou demais. Deveríamos ter deixado o poder e realizado eleições livresroleta adventure1973”, disse Passarinho, coronel da reserva,roleta adventureentrevista à roleta adventure BBC Brasil. A intenção, segundo Passarinho, era que o então presidente Emílio Garrastazu Médici, já no fim do mandato, convocasse eleições e concorresse ao cargo, alterando o status da função com a criaçãoroleta adventureum primeiro-ministro. “Ele era um presidente muito popular, a economia ia muito bem”, lembra Passarinho, certoroleta adventureque Médici seria mantido no poder pelo voto popular. Na época ministro da Educação, Passarinho disse que tentou articular a mudança, mas não conseguiu convencer outros membros do governo. “O ministro Costa Cavalcante veio me procurarroleta adventurenome do general Figueiredo, já preparando a candidatura do general Ernesto Geisel. Mas, para mim, esse era o momentoroleta adventureentregar”, disse. roleta adventure Outra tentativa A tentativa anteriorroleta adventureacabar com a ditadura, segundo o ex-senador, havia ocorridoroleta adventure1969, quando ele era ministro do Trabalho do presidente Arthur da Costa e Silva. “Em agostoroleta adventure1969 ele me disse: bastaroleta adventurecassações, vou outorgar a Constituição no dia primeiroroleta adventuresetembro e no dia 7roleta adventuresetembro reabro o Congresso”, conta o ex-senador, relembrando uma frase do ex-presidente: “marcho sobre baionetas, mas o farei”.
“Mas, infelizmente, ele morreu dois meses depois e não pôde fazer o que pretendia. Ele morre, o AI-5 não acaba e as baionetas fizeram (o regime) durar mais nove anos”, lamentou. Mesmo se Costa e Silva tivesse vivido, Passarinho não está certoroleta adventureque ele realmente teria colocado seus planosroleta adventureprática “Eu nem sei se ele teria sucesso. Se as guerrilhas parariam e permitiram isso. Mas, pelo menos, ele disse pra mim: bastaroleta adventurecassações”, lembrou o ex-senador.
Apesarroleta adventurerepetir que os militares erraram ao permanecer no poder por tanto tempo, Passarinho defende o golpe. “Nós éramos antigolpistas. Nos preparamos para resistir ao golpe que acreditávamos que viria do presidente João Goulart, que não tinha mais o controle das Forças Armadas, e acabamos dando o golpe”, afirmou. roleta adventure "Imperativo" O golpe se tornou imperativo, na avaliação dele, pela presença, já naquele momento,roleta adventureguerrilheiros atuandoroleta adventureterritório brasileiro, encorajados pelo sucesso dos comunistas na China, na União Soviética eroleta adventureCuba, e pela insubordinação militar com o motim dos sargentos,roleta adventure1963roleta adventureBrasília, e dos marinheiros,roleta adventure1964 no Rioroleta adventureJaneiro. Nada do que aconteceu pode ser analisado, diz ele, sem esquecerroleta adventureque naquela época o mundo estava dividido entre o comunismo liderado pela União Soviética e o chamado mundo livre, capitalista. “Todo mundo tinha medo da ameaça comunista. Os jornais da época mostram bem isso, pediam a saídaroleta adventureJoão Goulart”, disse ele. O apoio dos meiosroleta adventurecomunicação só começou a diminuir quando eles próprios começaram a ser afetados, com a censura aos órgãosroleta adventureimprensa. “Na guerra fria, nós tínhamos que tomar uma posição: ou éramos pró-comunistas ou éramos contra. E nós tomamos”, afirmou.
O mesmo argumento,roleta adventureque era preciso conter o avanço da guerrilharoleta adventureesquerda, ele usa para defender o AI-5, o ato institucional queroleta adventuredezembroroleta adventure1968 acabou com as garantias constitucionais, instituiu a censura e deu plenos poderes ao Executivo. “Naquela época já tínhamos pessoas mortas pela guerrilha, já havia assalto a bancos e assalto aos quartéis. A Colômbia não fez nenhum AI-5 e está lá,roleta adventureguerra até hoje”, justificou. roleta adventure Colômbia A comparação com a Colômbia,roleta adventureguerra civil há 41 anos, é uma constante na análise do ex-senador, que reclama da faltaroleta adventurecompreensão da imprensa e da sociedade brasileira para a importância do exemplo colombiano. “Eu não consigo pôr na cabeçaroleta adventurevocês todos a comparação com a Colômbia. Não consigo”, lamenta. Para ele, se não fosse o golpe militar para acabar com a guerrilharoleta adventureesquerda, o Brasil teria seguido o mesmo caminho do país andino e poderia estar vivendo um conflito armado até hoje. Mas Passarinho não se constrange com a denominaçãoroleta adventureditadura. “Sem dúvida era um regime autoritário. Com AI-5 na mão, como vou falar que não?”, disse. “Mas não era uma ditadura como aroleta adventureFidel Castro, uma ditadura stalinista. Nós tínhamos o Congresso funcionando”, afirmou. Passarinho também reclama da esquerda, oposição na época e no poder hoje. “Eu falo com a coragemroleta adventurefazer autocrítica. Os que nos criticam não. Eles negam tudo: não houve ameaça comunista, as guerrilhas que já estavam na Venezuela e na Colômbia não eram comunistas, Fidel Castro não era comunista. Pelo amorroleta adventureDeus.” roleta adventure Balanço O balanço dos 20 anosroleta adventurepoder militar, para Passarinho, é uma misturaroleta adventuresucesso na área econômica e problemas na área política.
“Economicamente, foi extraordinário: nós passamosroleta adventure49º para 8ª maior economia do mundo, com indicadores econômicos muito bons, a inflação foi reduzida com a criação da correção monetária que não existia antesroleta adventureCastello Branco." "O Brasil modernizou-se. Mas tivemos um resultado um resultado político débil, fraco, inclusive porque as liberdades custaram a ser restauradas. A anistia poderia ter sido dada no fimroleta adventure73”, disse. Passarinho reclama que, contrariando a máximaroleta adventureque a História é escrita pelos vencedores, neste caso foram os vencidos da época que a escreveram. “Aqui é o contrário. Os vencidos é que fazem a História. E é uma profunda injustiça ver a História sendo escrita desse modo.” Questionado sobre o preço que o país pagou pelos 21 anosroleta adventureditadura militar, Passarinho acha que o ônus recaiu principalmente sobre os integrantes do regime. “Quem está pagando somos nós. Nós que fizemos”, lamentou. Ele também vê um revanchismo a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, com a aprovaçãoroleta adventureindenizações para guerrilheiros mortosroleta adventurecombate, mas diz que ainda é cedo para avaliar o governo Lula. “Ele está cumprindo a última parte do seu desdobramento político. Não sei se isso é o etapismo, se depois vem outras mudanças. Para mim, é cedo pra julgar.” |
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