E se eliminássemos todos os mosquitos transmissorescassino brinquedodoenças?:cassino brinquedo

Aedes aegypti, que transmite a zika

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Legenda da foto, Aedes aegypti, que transmite a zika

Mas isso significa que esses insetos - ou ao menos suas espécies mais perigosas para os seres humanos - deveriam ser totalmente exterminados?

Existem no mundo 3.500 espécies conhecidascassino brinquedomosquitos, mas a maior parte deles não incomoda os humanos, vivendocassino brinquedoplantas e néctarcassino brinquedofrutas.

São apenas as fêmeascassino brinquedo6% das espécies que sugam o sanguecassino brinquedohumanos para ajudá-las a desenvolver seus ovos.

Entre elas, apenas metade carrega parasitas que causam doençascassino brinquedohumanos. Mas o impacto dessas cem espécies é devastador.

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"Metade da população global corre riscocassino brinquedocontrair uma doença transmitida por mosquitos", diz Frances Hawkes, do Institutocassino brinquedoRecursos Naturais da Universidadecassino brinquedoGreenwich.

"Eles têm um impacto não reconhecido no sofrimento dos humanos."

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Mosquitos mortais

Mosquitos são os animais que mais matam no mundo

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  • Aedes aegypti - transmite doenças como a zika, febre amarela e dengue; originário da África mas encontradocassino brinquedoem regiões tropicais e subtropicais pelo mundo
  • Aedes albopictus - transmite doenças como febre amarela, dengue e febre do Nilo; originário do Sudeste Asiático mas é encontradocassino brinquedoregiões tropicais e subtropicais pelo mundo
  • Anopheles gambiae - também conhecido como mosquito africano da malária, a espécie é uma das maiores transmissoras da doença

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A bióloga Olivia Judson apoia o extermíniocassino brinquedo30 espéciescassino brinquedomosquitos.

Ela diz que isso poderia salvar um milhãocassino brinquedovidas e só diminuiria a diversidade genética da família dos mosquitoscassino brinquedo1%.

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"Deveríamos considerar essa possibilidade", disse ao New York Times.

Seria possível erradicar mosquitoscassino brinquedotodo o mundo?

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Na Grã-Bretanha, cientistas da Universidadecassino brinquedoOxford e a empresacassino brinquedobiotecnologia Oxitec modificaram geneticamente os machos do Aedes aegypti, fazendo com que carregassem um gene que faz com seus filhos não se desenvolvam corretamente.

A segunda geração morre antescassino brinquedose reproduzir e começar a transmitir as doenças.

Experiências

Cercacassino brinquedotrês milhões desses mosquitos geneticamente modificados foram soltos nas Ilhas Cayman entre 2009 e 2010.

Segundo a Oxitec, houve uma reduçãocassino brinquedo96% no númerocassino brinquedomosquitos se comparado a áreas próximas.

Uma experiência semelhante que está sendo feita na cidadecassino brinquedoJacobina, na Bahia, reduziu a presença do mosquitocassino brinquedo92%,cassino brinquedoacordo com a empresa.

Mas existe algum efeito colateral decorrente da eliminaçãocassino brinquedomosquitos?

Phil Lounibos, entomólogo da Universidade da Flórida, acredita que sim. Para ele, um amplo processocassino brinquedoerradicação seria "perigoso e poderia ter efeitos indesejados".

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Primeiro, porque os mosquitos, que se alimentam principalmentecassino brinquedonéctarcassino brinquedoplantas, são polinizadores importantes.

Depois, porque eles também servemcassino brinquedoalimentos para pássaros e morcegos e suas larvas são consumidas por peixes e sapos.

Por isso,cassino brinquedoerradicação poderia ter efeitoscassino brinquedotoda a cadeia alimentar na avaliaçãocassino brinquedoLounibos.

Há quem acredite que esses dois papéis dos mosquitos - na cadeia alimentar e como polinizadores - poderiam ser rapidamente ocupados por outros insetos.

"Não ficamoscassino brinquedouma 'terra arrasada' toda vez que uma espécie desaparece", diz Judson.

Para Lounibos, porém, o fato desse nicho ser preenchido por outra espécie é parte do problema.

Ele alerta para a possibilidadecassino brinquedoos mosquitos serem substituídos por insetos "igualmente ou ainda mais indesejados do pontocassino brinquedovistacassino brinquedosaúde pública".

E diz que, no caso, a substituição poderia até disseminar mais doenças, ecassino brinquedoforma mais rápida do que ocorre hoje.

Conservação

Na avaliação do escritorcassino brinquedociência David Quammen os mosquitos ajudam a limitar o impacto destrutivo dos homens na natureza.

"Mosquitos fazem florestas tropicais serem praticamente inabitáveis para os humanos", diz.

Ele lembra que essas florestas, que abrigam um grande númerocassino brinquedoespéciescassino brinquedoplantas e animais, estão sob forte ameaçacassino brinquedodestruição.

"Nada fez mais para retardar essa catástrofe nos últimos 10 mil anos que a ação dos mosquito", diz Quammen.

Diversas pesquisas tentam evitar transmissãocassino brinquedodoenças por mosquitos

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Além disso, destruir uma espécie não é um assunto apenas científico, mas também filosófico.

Há quem argumente que é inaceitável eliminar deliberadamente uma espécie apenas porque ela é perigosa para os humanos, quando os humanos são perigosos para tantas espécies.

"Nessa linha, (eliminar os mosquitos) seria moralmente errado", diz Jonathan Pugh, do Centro Uehirocassino brinquedoÉtica Prática da Universidadecassino brinquedoOxford.

Ele lembra, porém, que esse não é um argumento que possa ser aplicado a todas as espécies.

"Quando erradicamos o vírus da varíola, nós comemoramos muito. Então acho que precisamos nos questionar se ele (o mosquito) tem algum valor. Se é sensível e, por isso, tem capacidadecassino brinquedosentir dor. Segundo cientistas, mosquitos não têm uma resposta emocional a dor como a nossa", diz Pugh.

"Também, (precisamos nos perguntar) se temos uma boa razão para nos livrarmos deles. Bem, os mosquitos são os principais transmissorescassino brinquedodiversas doenças."

Toda essa discussão hoje é hipotética, pois apesarcassino brinquedoexperiências recentes terem conseguido reduzir o númerocassino brinquedomosquitoscassino brinquedoalgumas áreas, muitos pesquisadores dizem que eliminar completamente uma espécie seria impossível.

"Não tem solução milagrosa", diz Hawkes. "Pesquisascassino brinquedocampo com mosquitos geneticamente modificados tiveram sucesso moderado mas exigiram a liberaçãocassino brinquedomilhõescassino brinquedoinsetos para cobrir uma pequena área", diz.

"Conseguir fazer com que todas as fêmeas cruzem com machos estéreiscassino brinquedouma grande área seria muito difícil. Deveríamos tentar combinar isso com outras técnicas."

Outras técnicas

Há diversos projetos sendo desenvolvidos pelo mundo para reduzir a transmissãocassino brinquedodoenças por mosquitos.

No Kew Gardens,cassino brinquedoLondres, cientistas estão desenvolvendo um sensor que pode distinguir cada espéciecassino brinquedomosquitocassino brinquedoacordo com o batercassino brinquedosuas asas.

Eles pretendem distribuí-loscassino brinquedoáreas rurais da Indonésia para ajudar a detectar mosquitos transmissorescassino brinquedodoenças.

Na London School of Tropical Medicine, cientistas descobriram como mosquitos fêmea são atraídas por certos cheiros, gerando esperançascassino brinquedorepelentes mais eficazes.

Outra estratégia promissora explorada por pesquisas com mosquitos geneticamente modificados é torná-los resistentes a parasitas que causam doenças.

Na Austrália, o programa "Eliminar a Dengue" está usando bactérias para reduzir a capacidadecassino brinquedomosquitoscassino brinquedopassar dengue para pessoas.

"Essa é uma abordagem mais realista para diminuir a transmissãocassino brinquedodoenças por mosquitos", opina Lounibos.

Nos EUA, cientistas criaram um mosquitos transgênico com um novo genecassino brinquedolaboratório que o torna resistente ao parasita da malária.

"Estamos jogando um jogo evolucionário com os mosquitos", diz Hawkes. "Espero que ganhemos a batalha nos próximos 10 ou 15 anos."