Mãeesquema de apostas no futeboladolescentes com microcefalia ajuda nova geração a desafiar limites:esquema de apostas no futebol

Foto: Bruno Kelly

Crédito, Bruno Kelly

Legenda da foto, Problemas genéticos causaram má-formaçãoesquema de apostas no futebolduas filhasesquema de apostas no futebolViviane Lima, que hoje são adolescentes

A microcefalia, que pode ser causada por problemas genéticos ou infecções que atingem os bebês ainda na gravidez, é uma má-formação do cérebro que dificulta o desenvolvimento do órgão.

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Por causa disso, a criança pode ter desde problemas cognitivos, passando por deficiências visuais, motoras e auditivas, ou desenvolver transtornos ou síndromes mais sérias.

Para tentar auxiliar o amadurecimento do cérebro do bebê – com a possibilidadeesquema de apostas no futebolque algumas regiões saudáveis assumam as funçõesesquema de apostas no futeboloutras, prejudicadas –, os médicos recomendam que os bebês comecem a ser estimuladosesquema de apostas no futeboldiversas formas o mais cedo possível.

Viviane estava no sexto mêsesquema de apostas no futebolgravidez quando descobriu queesquema de apostas no futebolprimeira filha teria microcefalia. "Eu tinha 18 anos. Acho que minha imaturidade não me deixou entender o tamanho do desafio e acabei conseguindo avançar muito com Ana Victória", relembra.

"Era tudo muito novo e os médicos estavam curiosos para saber o tamanho do comprometimento dela. No dia do parto, estavam na sala o pediatra, o neurologista, a fonoaudiólogo e a fisioterapeuta. No primeiro diaesquema de apostas no futebolvida, ela já recebeu os primeiros laudos."

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Massagem, sol e cócegas

Segundo a neuropediatra Vanessa van der Linden, que alertou a Secretariaesquema de apostas no futebolSaúdeesquema de apostas no futebolPernambuco sobre a epidemiaesquema de apostas no futebolmicrocefaliaesquema de apostas no futebolsetembroesquema de apostas no futebol2015, o estímulo é fortemente recomendado para crianças com microcefalia, assim como para aquelas com paralisia e outros tiposesquema de apostas no futebollesões cerebrais.

"É importante começar cedo, antes mesmo que as limitações da criança comecem a aparecer. Como o cérebroesquema de apostas no futebolum recém-nascido é imaturo, algumas lesões só se revelam mais adiante", disse à BBC Brasil.

"O estímulo não cura, mas desenvolve o potencial da criança. Se a lesão é muito grave, ela não vai se desenvolver tanto, mas pode ter uma qualidadeesquema de apostas no futebolvida melhor."

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Legenda da foto, Amazonense dá dicas sobre estímuloesquema de apostas no futebolcrianças com microcefalia para mães via WhatsApp

Além das sessõesesquema de apostas no futebolfisioterapia,esquema de apostas no futebolfonoaudiologia e outras terapias, recomenda-se que as mães tentem estimular os movimentos e o aprendizado dos filhosesquema de apostas no futebolcasa. Para Viviane e Ana Victória, estas dicas foram as mais valiosas.

"O primeiro banho que ela tomou no hospital foi com a fisioterapeuta ao meu lado, me ensinando os movimentos para estimular. Esse primeiro contato foi 60% do que minhas filhas são hoje", afirma.

"Entendi que o banho que eu daria na minha filha não seria igual aoesquema de apostas no futebolqualquer criança. Eu estimulava os músculosesquema de apostas no futebolAna Victória no banho. Se ela ia mamar, eu fazia cócegas no pé dela com uma pena. Parece simples, mas isso estimulava a reação do corpo dela e, consequentemente, o cérebro."

"Nos primeiros meses, eu a levava para tomar solesquema de apostas no futebolmanhã, para que ela sentisse a claridade e pudesse estimular a visão, enquanto eu fazia massagem nas pernas dela. O médico tinha me dito que ela não ia andar, mas andou com 1 ano e 2 meses. E hoje, aos 16 anos, até andaesquema de apostas no futebolpatins", diz.

Ana Victória nasceu com o perímetro cefálicoesquema de apostas no futebol30,5 cm. De acordo com a Organização Mundialesquema de apostas no futebolSaúde, crianças com perímetro cefálico igual ou menor que 32 cm podem ser consideradas microcéfalas.

"Ela nasceu muito rígida, não esticava as perninhas, nem os bracinhos. E também tem uma irritabilidade muito grande. Chora tanto que engole o choro e fica roxa. É assim até hoje, mas sabemos controlar a situação", diz Viviane.

<link type="page"><caption> Leia mais: 'Meu sonho é ele chegar à faculdade', diz mãeesquema de apostas no futebolbebê com microcefalia</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/12/151201_microcefalia_depoimento_rb.shtml" platform="highweb"/></link>

Segunda vez

Depois que exames descartaram as possíveis infecções, os médicos concordaram que um problema genético havia causado o problemaesquema de apostas no futebolAna Victória. A investigação foi confirmada quando Viviane descobriu queesquema de apostas no futebolsegunda filha teria a mesma condição.

"Me bateu um desespero porque eu já sabia por tudo o que iria passar. E Maria Luiza nasceu muito mais comprometida, com 27,5 cmesquema de apostas no futebolperímetro cefálico", descreve.

Os problemasesquema de apostas no futeboldesenvolvimento causados pela microcefalia têm graus variados e,esquema de apostas no futebolum modo geral, são mais graves quanto menor é o tamanho da cabeça do bebê ao nascer.

"Quando ela nasceu, ela não chorou e não mamou. Os médicos não sabiam se ela iria aguentar e me disseram ela poderia morreresquema de apostas no futebol24 horas. Mas quando conseguimos ir para casa, eu já sabia tudo o que tinha que ser feito", afirma Viviane.

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Legenda da foto, "No nosso dia a dia não existe deficiência. Claro que é preciso ter um pouco maisesquema de apostas no futebolatenção, mas elas são como eu", diz irmã mais nova das adolescentes

Aos 14 anos, Maria Luiza brinca, fala e faz atividades normalmente. No entanto, têm uma idade mental cercaesquema de apostas no futebol10 anos menor que a biológica, desenvolveu TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo) e dislexia, que a impedeesquema de apostas no futebolreconhecer letras e números. Ana Victória, também disléxica, teve desenvolvimento intelectual maior do que o da irmã.

"Eu coloquei as letras do alfabeto na parede do quartoesquema de apostas no futebolAna Victória, para que ela dormisse e acordasse todo dia olhando para as letras. Ninguém me ensinou a fazer isso, a gente vai tendo ideias. Mas Maria Luiza não respondeu tão bem à mesma técnica."

Segundo Vanessa van der Linden, crianças com microcefalia causada por fatores genéticos tendem a ter menos problemas motores do que cognitivos. Isso poderia ajudar a explicar o desenvolvimento das filhasesquema de apostas no futebolViviane Lima.

"No caso da microcefalia causada por infecções congênitas, como a toxoplasmose e a zika, os problemas costumam ser mais gerais: funções motoras, cognitivas e visuais podem ser prejudicadas."

Ela ressalta, no entanto, que há uma variação muito grandeesquema de apostas no futebolcasos. Crianças afetadas por infecções podem ter quadros leves e as que tiveram problemas genéticos podem ser casos graves.

<link type="page"><caption> Leia mais: O que é falso e o que é verdade nas mensagensesquema de apostas no futebolWhatsApp sobre zika</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/12/151210_mitos_verdades_zika_cc.shtml" platform="highweb"/></link>

Escola

As duas meninas frequentam uma escola públicaesquema de apostas no futebolManaus, apesaresquema de apostas no futebolnão conseguirem acompanhar o currículo.

"A lei diz que minhas filhas têm que ficar na turma correspondente à idade delas. A escola têm que se adaptar a elas e fornecer um auxiliar responsável pela educação delas na salaesquema de apostas no futebolaula. Quando morávamosesquema de apostas no futebolBoa Vista (Roraima), isso funcionava bem na escola municipal. Aquiesquema de apostas no futebolManaus, não", diz Viviane.

"A gente sofre por conta disso, mas focamos mais na importância da socialização. Quando elas vão para a escola, estão felizes. Se elas só conviverem com crianças que têm a idade mental delas, não vão desenvolver o comportamento esperado da idade real."

Em casa, as meninas (de 16 e 14 anos) têm a companhia da irmã, Júlia,esquema de apostas no futebol9 anos, filha do segundo casamentoesquema de apostas no futebolViviane, que nasceu saudável.

"No nosso dia a dia não existe deficiência. Claro que é preciso ter um pouco maisesquema de apostas no futebolatenção, mas elas são como eu", disse a menina à BBC Brasil.

"Eu brinco muito com elas, só que as brincadeiras são meio esquisitas. Na brincadeiraesquema de apostas no futebolpegar, Maria Luiza puxa o meu nariz, faz uma cosquinha que dói mais do que faz cosquinha... (risos)."

Júlia diz querer ser médica para cuidar das irmãs na vida adulta. "Minha intenção é que elas morem comigo, porque vai ter um tempo que os meus pais não vão estaresquema de apostas no futebolcondiçõesesquema de apostas no futebolcuidar delas."

<link type="page"><caption> Leia mais: Gêmeo com irmão saudável foi 'paciente zero'esquema de apostas no futebolepidemiaesquema de apostas no futebolmicrocefalia, diz médica</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/12/151204_microcefalia_paciente_zero_cc.shtml" platform="highweb"/></link>

Foto: Bruno Kelly

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Legenda da foto, Segundo Viviane, "novidade" da condição das filhas gerou interesseesquema de apostas no futebolmédicos que as acompanharam

'E agora?'

Quando descobriu a microcefaliaesquema de apostas no futebolAna Victória, Viviane havia acabadoesquema de apostas no futebolpassar na primeira fase do vestibularesquema de apostas no futeboladministraçãoesquema de apostas no futebolempresas, mas não conseguiu ir até o fim do processo seletivo. "Para mim foi difícil, mas tive que fazer uma escolha e hoje não tenho uma profissão. Sempre trabalhei no governo", afirma.

"Vivi períodos críticos com elas,esquema de apostas no futebolque tive que ficaresquema de apostas no futebolcasa mesmo. Mas agora que elas estão maiores, pretendo retomar os estudos."

Com apoio familiar e a maior parte dos tratamentos custeados pelo planoesquema de apostas no futebolsaúde, ela reconhece queesquema de apostas no futebolsituação foi mais confortável do que aesquema de apostas no futebolmuitas mães que enfrentam o problema.

"Aquiesquema de apostas no futebolManaus não temos Apae nem AACD (que atendem crianças com diversos tiposesquema de apostas no futeboldeficiência). O que o Estado brasileiro te dá é quase nada, você tem que ter planoesquema de apostas no futebolsaúde. Mas eu me assustei com as histórias das mulheres que entraramesquema de apostas no futebolcontato comigo pelo Facebook. Eu não sofri nem metade do que elas sofreram", afirma.

"Eu já chorei, fiquei sem dormir, me senti a pior mulher do mundo, mas tive que aprender a viver um diaesquema de apostas no futebolcada vez. Eu sonhava que estava no velório das minhas filhas. Você estimula, passa por todo um processo e a criança consegue superar uma limitação. Mas todo o tempo na nossa cabeça, a pergunta é essa: 'E agora? Qual o passo seguinte?'."

Por causa do bem-estar físico adquirido com anosesquema de apostas no futebolestímulos constantes, nenhuma das duas meninas precisa, atualmente,esquema de apostas no futebolsessõesesquema de apostas no futebolfisioterapia. No entanto, Viviane diz que "até hoje descobre" novos sintomas associados à microcefalia.

Mesmo assim, ela acredita que é essencial dar esperança à nova geraçãoesquema de apostas no futebolmães que enfrentarão este desafio. "A gente tem que levantar a cabeça. Essas crianças não receberam uma sentençaesquema de apostas no futebolmorte."