O recanto remoto no Quênia que conta a história da raça humana:fbet apk

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Em tempos mais úmidos, o lago era uma locação ideal para humanos. E fornecia condições perfeitas para a fossilizaçãofbet apkseus restos mortais. Isso porque Turkana estáfbet apkuma área vulcânica,fbet apkque movimentosfbet apkplacas tectônicas podem mexer a crosta terrestre e criar novas camadas. E é nessas camadas que fósseisfbet apkdiferentes períodos são encontrados.

"São condiçõesfbet apkque os ossos ficam enterrados na areiafbet apkdepois petrificados", explica o paleontólogo Fred Spoor, da Universidade College London.

Períodosfbet apkchuva intensa expuseram os fósseis. As escavações no local começaramfbet apk1968. Era uma área enorme, mas fotos aéreas sugeriam que haveria um festivalfbet apkfósseis para serem encontrados.

"A ideia era trabalharfbet apkuma margem para a outra", conta o pesquisador Richard Leakey, que participou da expedição. Logo os fósseis simplesmente começaram a quase brotar.

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Em 1972, a equipefbet apkLeakey descobriu o crânio e alguns ossosfbet apkum Homo rudolfensisfbet apk1,9 milhãofbet apkanos, que ficou conhecido como caveira 1470. A descoberta reforçou uma teoria nascente – afbet apkque não havia apenas uma linha evolucionária da homens primitivos, mas várias linhagens. Já se sabia que três outras espécies viviam na África ao mesmo tempo que a caveira 1470: o Homo habilis, o Homo erectus e o Paranthropus boisei.

Isso significa dizer que os humanos eram um grupo diversofbet apkespécies, e não apenas uma, como hoje. Descobertas posteriores na margem leste, mais particularmente na região conhecida como Kobbi Fora, sugerem que três espéciesfbet apkHomo coexistiram entre 1,78 e 1,98 milhãofbet apkanos atrás.

Mas foi ao encontrar o Meninofbet apkTurkana que começamos a aprender mais sobre a mais importantes delas: o Homo erectus.

"O ‘Meninofbet apkTurkana’ é um fóssilfbet apkimportância monumental e que desperta novas questões sobre a evolução humana", afirma o paleontólogo John Shea, da Universidade Stone Brook,fbet apkNova York.

Para começar, o Homo erectus é apontado por especialistas como nosso ancestral direto. Foi o primeiro hominídeo a deixar a África e chegar à Europa e a Ásia. Em alguns pontos tinham semelhanças surpreendentes conosco. Era mais alto que o "contemporâneo" Homo habilis e tinha cérebro maior.

Expansionista

O "Meninofbet apkTurkana" também revelou quefbet apkespécie andava mais como nós do que outros hominídeos. O erectus centralizava seu peso sobre o pélvis ao caminhar, assim como nós fazemos. Ele também tinha pés arqueados e uma passada relativamente longa.

O "Meninofbet apkTurkana" também tinha a capacidadefbet apkcarregar objetos enquanto caminhava. "(O Homo erectus) deu pistasfbet apkcomo nós humanos nos locomovemosfbet apkformas diferentesfbet apkoutros hominídeos ancestrais e primatas", explica Shea.

"O erectus era um bom corredorfbet apkresistência e bomfbet apkcarregar coisas. Se você é capazfbet apkcorrer, você pode perseguir. O que perseguia o erectus?"

Há outras evidências apontadas por outros estudos. A família do menino poderia carregar ferramentasfbet apkcaça, como lanças. A anatomia das mãos sugere capacidadefbet apkfazê-lo. Lanças não se fossilizam, mas uma pesquisafbet apk2013 sugere que o Homo erectus tinha habilidade para lançar coisas.

Em contrapartida, outras espéciesfbet apkprimatas têm pouco potencial. E o mesmo se pode dizerfbet apknossos ancestrais comuns, que passavam mais tempofbet apkárvores.

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O Homo erectus, então, era um melhor caçador, o que ajudava na expansãofbet apkseu território. Algo bastante útil, já que o clima variavafbet apkmaneira extrema naquela época. As florestasfbet apkque ancestrais viveram estavam se transformandofbet apkcampos abertos, onde humanos tinham menos locais para se esconderfbet apkpredadores.

Shea explica que as opções eram recuar para as arvores restantes ou enfrentar as ameaçasfbet apkfrente.

Ferramentas

O Homo erectus parece ter escolhido a segunda opção. E pode ter optado por formar grupos, tornando-se menos vulnerávelfbet apkatividades como o trabalho e a caça. Consequentemente, a espécie teria se tornado mais social. Há evidênciasfbet apkque ele sabia transmitir informações e trabalharfbet apkequipes.

Machadinhasfbet apkpedra encontradas na África efbet apkoutras partes do mundo datam do período do Homo erectus e isso sugere que a espécie podia tanto fabricar as armas quanto compartilhar a habilidade com outros. Foi no lago Turkana que a mais velha dessas machadinhas foi encontrada,fbet apk2011, datandofbet apk1,76 milhãofbet apkanos atrás.

Ignaciofbet apkLa Torre, da Universidade College London, diz que as machadinhas feitas pelo Homo erectus persistiram por maisfbet apk1 milhãofbet apkanos, por serem versáteis – algo como os canivetes suíçosfbet apkhoje. Eram, por exemplo, ideais para extrair a carnefbet apkcarcaçasfbet apkanimais.

E a persistênciafbet apkseu uso como ferramenta ao longo do tempo sugere que a machadinha era uma ferramenta fácilfbet apkensinar a fabricar. Isso, porém, não quer dizer que o Homo erectus dominava a linguagem. Shea fez um experimentofbet apkque 500 estudantes conseguiram fabricar a ferramenta sem falar uns com os outros. Ainda assim, as machadinhas sãofbet apkconfecção mais difícil que as lascasfbet apkpedra atribuídas ao Homo habilis.

Mas o lago Turkana também tem segredos sobre o que acontecia com os humanos bem antes emfbet apkevolução, antes mesmo do surgimento do Homo. Em 1974, pesquisadores descobriram na Etiópia um fóssilfbet apk3,2 milhãofbet apkanosfbet apkidade da espécie Australopithecus afarensis, apelidadofbet apkLucy.

Lucy imediatamente surgiu como um forte candidato a ancestral direto humano, já que se tratava do que mais velho se encontrara.

Mas descobertasfbet apkTurkana revelaram que havia diversidade na erafbet apkLucy. E,fbet apk1990, uma equipe comandada por Meave Leakey, filhafbet apkRichard, desenterrou um possível antepassadofbet apkLucy, batizadofbet apkAustralopithecus anamensis.

Tinha pelo menos 4 milhõesfbet apkanosfbet apkidade. Anos depois, uma nova espécie foi descoberta: Kenyanthropus platyopus, ou o "homem da cara achatada". Essa espécie viveu há 3,5 milhõesfbet apkanos, dividindo espaço com membros da espéciefbet apkLucy.

Isso mostrou que havia vários concorrentes para o postofbet apk"ancestral comum" do homem e matou a ideiafbet apkque evoluímosfbet apkuma única linhagem. E o lago continua oferecendo material:fbet apk2015, foram descobertas as mais antigas ferramentasfbet apkpedra, datandofbet apk3,3 milhõesfbet apkanos. Tais ferramentas são mais antigas que qualquer fóssilfbet apkHomo já encontrado, sugerindo que espécies anteriores também podiam construí-las.

"Essa descoberta foi crucial. Antes pensávamos que havia ligação entre a emergênciafbet apkhumanos e a tecnologia. Mas isso não parece tão verdadeiro agora", afirma De La Torre.

Se o lago Turkana certamente não foi o único lugar da Áfricafbet apkque a evolução humana ocorreu, é uma sorte para a ciência que ele seja a "armadilha geológica" perfeita para montar um imenso painelfbet apknossa história, e uma espiadela na vidafbet apknossos antepassados bem, bem remotos.

<italic><bold>Leia a <link type="page"><caption> versão original</caption><url href="http://www.bbc.com/earth/story/20151207-the-remote-lake-that-tells-the-story-of-humanitys-birth" platform="highweb"/></link> dessa reportagem (em inglês) no site <link type="page"><caption> BBC Earth</caption><url href="http://www.bbc.com/earth" platform="highweb"/></link></bold></italic>