20 diasvarias contas bet365angústia: Síria reencontra bebê que entregou a desconhecidovarias contas bet365jornada pela Europa:varias contas bet365
Pagaram adiantado e esperaram que ele os buscasse no hotel. Mas, dias depois, concluíram que nunca o veriam novamente.
A família, então, buscou outro atravessador, que operava um pequeno bote inflável. Após uma travessia traumática,varias contas bet365que enfrentaram uma tempestade, finalmente chegaram à Grécia.
Todos conhecem os cafés frequentados por traficantesvarias contas bet365pessoasvarias contas bet365Atenas, então Ghassan foi encontrá-los. Levou um homem, que se apresentou como Abu Shahab, à casa onde ele e Zizit estavam.
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O traficante ofereceu a Zizit um passaporte brasileiro falso e uma passagem aérea que a levaria a Suécia por 4 mil euros (R$ 17 mil). Ela teria que pagar outros 4 mil euros por Maya, mas havia um detalhe: mãe e filha não poderiam viajar juntas.
Crianças, disse ele, tinham que ser levadas por algum cidadão europeu, alguém que pudesse conversar com autoridadesvarias contas bet365imigração. Ele, sírio com cidadania sueca, fingiria ser paivarias contas bet365Maya e a levaria usando o passaporte suecovarias contas bet365sua própria filha.
Eles atravessariam a imigração primeiro e Zizit viria depois. Ela poderia embarcar no mesmo voo, mas teria que ficar longevarias contas bet365Maya para que a filha ficasse calma.
Zizit não gostou do plano, mas achou que não havia outra alternativa - sabia que tinha que agir rápido sob o riscovarias contas bet365ficar sem dinheiro.
Não seria um voo direto à Suécia - é comum para atravessadores dividir grandes viagensvarias contas bet365vários pequenos trajetos. Iriam, primeiro, à Itália, então a outro país não revelado até, finalmente, chegarem à Suécia.
Cinco dias após terem conhecido Abu Shahab, Zizit se preparou para o primeiro voo. Fez a malavarias contas bet365Maya, com leite, roupas quentes e um casaco. Colocou também uma boneca.
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Abu Shahab foi até a casa para buscar a criança. "Ele deu um chocolate a Maya e disse: 'não tenha medo, estaremos no mesmo voo'", contou Zizit.
"Ela estava triste e chorou muito quando ele a pegou. Ela não gostava dele - ele era um desconhecido. Ele deu-lhe doces para acalmá-la mas ela não quis nada". No momentovarias contas bet365que Abu Shahab levou Maya, ela estavavarias contas bet365prantos, chorando pela mãe.
'Fiquei histérica. Fiquei louca'
No aeroporto, Abu Shahab e Maya passaram pela checagemvarias contas bet365passaportes sem nenhum problema. Shahab ligou para Zizit dizendo que era a vez dela.
A mãe estava assustada e triste. A reaçãovarias contas bet365Maya à separação deixou-a bastante abalada - mas as coisas iriam piorar. As autoridades perceberam que seus documentos brasileiros eram falsos e se recusaram a deixá-la passar. Foi, então, expulsa do local.
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Mas Maya já havia atravessado e estava nos braçosvarias contas bet365um traficantevarias contas bet365pessoas.
"Fiquei histérica. Fiquei louca", disse Zizit. "Tirei minha filha da Síria, arrisquei a vida dela no mar e agora ela tinha ido embora! Minha filha tinha ido embora. Maya tinha ido embora. Eu não sabia nem o nome dele (do atravessador) ou onde ele morava".
"Eu andava e andava. Minha cabeça parou, eu não conseguia pensar. Pensei que tinha perdido minha família. Envelheci uns 10 anos".
Ela não queria contar a autoridades do aeroporto quevarias contas bet365filha já havia passado pelo controlevarias contas bet365passaportes ao temer que, expondo o atravessador, colocaria Mayavarias contas bet365um risco ainda maior.
O irmãovarias contas bet365Zizit, que esperava do ladovarias contas bet365fora do aeroporto, tentou acalmá-la ao lembrá-la que teriam que entrarvarias contas bet365contato com Abu Shahab, já que haviam combinadovarias contas bet365pagá-lo ao chegarem na Suécia.
Seis horas depois, imaginando o pior dos cenários, o telefonevarias contas bet365Zizit tocou. Era Abu Shahab, que estava num hotel na Itália. "Gritei e chorei. Ele disse: 'relaxa. Sou humano, amo bebês, não se preocupe'". Ele tinha dado banhovarias contas bet365Maya, alimentado-a e colocado-a para dormir.
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Ele não revelouvarias contas bet365que cidade estavam, mas garantiu que Maya estava segura. Mandou uma foto tirada mais cedo, na qual ela dormia. "Eu também tenho filhos e cuidarei dela como se ela fosse minha", disse.
"Esse homem era legal, disse Zizit. "Fiquei aliviada e um pouco mais calma. Disse a ele o que tinha acontecido e ele me perguntou: 'onde eu deixo avarias contas bet365filha? Precisovarias contas bet365alguém que você conheça - não a polícia ou um centrovarias contas bet365refugiados'".
Ele não estava bravo, mas não podia ficar com Maya, disse a mãe.
A única pessoa que Zizit tinhavarias contas bet365mente era uma mulher chamada Hasna, uma síria que era umavarias contas bet365suas pacientes e que agora vivia na Alemanha como refugiada. Entrouvarias contas bet365contato com ela pelo Facebook.
"Implorei a ela, 'por favor, Hasna, você pode cuidar da minha filha até que eu chegue à Alemanha?'". Hasna prometeu cuidarvarias contas bet365Maya se o atravessador conseguisse levá-la até Dortmund.
O traficante foi até lá, mas se negou a entrar na casa. Deixou a criança do ladovarias contas bet365fora e telefonou a eles para que soubessem que Maya estava lá.
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"Meu filho pegou a criança na porta e a trouxe para dentro", disse Hasna. "Quando eu vi essa pequena menina, me apaixonei por ela, como se ela fosse minha própria filha".
"No começo, Maya estava com medo. Depoisvarias contas bet365alguns dias, ela não saía mais do meu lado - se agarrava a mimvarias contas bet365qualquer lugar que eu ia". Hasna enviava fotos a Zizit todos os dias.
'Perdi o controle'
Zizit ainda estava desesperada. "Estava com saudadevarias contas bet365Maya e perdi peso", disse. "Eu não estava acostumada a dormir sem ela estar do meu lado, sem a cabeça dela no meu peito. Sentia muita falta dela, mas ao menos sabia que ela estava segura".
Ela não sabia como chegaria à Alemanha. "Eu nadaria se tivesse, me sentia forte".
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Uma semana depois, um dos contatosvarias contas bet365Abu Shahab lhe deu uma passagem para a Áustria e outro passaporte falso, desta vez um italiano. Disse se sentir mais confiante. "Não tinha medovarias contas bet365nada. Mesmo fazendo algo errado, e usando um passaporte falso".
O plano funcionou. Em Viena, um táxi a levou à estaçãovarias contas bet365trem e um motorista mostrou-lhe onde comprar uma passagem para Frankfurt.
"No trem, estava tão cansada que dormi e sonhava com Maya". Mas a vozvarias contas bet365alguém gritando "Passaporte! Passaporte!" a acordou. Assustada e trêmula, Zizit mostrou seu passaporte italiano falso ao fiscal.
Para a surpresavarias contas bet365Zizit, ele pediu que ela dissesse alguma palavravarias contas bet365italiano. Não sabia nenhuma. Respondeuvarias contas bet365inglês, perguntando onde estava. Quando ouviu que aquela já era a Alemanha, ficou aliviada ao estar no mesmo paísvarias contas bet365Maya.
"Perdi o controle. Disse a ele: 'sou da Síria, não sou italiana. Por favor, me ajude - preciso achar meu bebê'". O fiscal respondeu que ela estavavarias contas bet365segurança, que tudo estava bem e que ele a ajudaria.
"Os alemães são muito bons - eu era uma criminosa e estava ouvindo: 'não se preocupe, você estávarias contas bet365segurança agora'. Na Síria, teriam te enforcado".
Ela foi multadavarias contas bet365500 euros por falsificação, interrogada sobre o atravessador e levada a um centrovarias contas bet365refugiadosvarias contas bet365Munique - ainda a 640 km da cidade onde estavavarias contas bet365filha.
Enquanto isso, a polícia alemã agia com base nas informações que Zizit dava sobre o traficante e sobre Hasna. Já que ela não falava alemão e os policiais não sabiam árabe, a conversa foivarias contas bet365inglês e alguns detalhes se perderam na tradução.
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O resultado foi que a polícia invadiu a casavarias contas bet365Hasna no meio da noite suspeitando que ela integrava uma quadrilhavarias contas bet365traficantes. Eles, então, perguntaram a Zizit cinco vezes se ela realmente queria deixar Maya com Hasna. No final, concordaramvarias contas bet365deixar a menina lá, mas deixaram claro que Hasna ainda era suspeita.
Zizit ficou no campovarias contas bet365Munique por duas semanas à esperavarias contas bet365ser transferida para Dortmund, mas nada parecia acontecer. Então, certa noite, fugiu do campo e pegou um trem. E após 20 dias distantevarias contas bet365sua filha, finalmente a reencontrou.
'Éramos estranhas'
Chegou à casavarias contas bet365Hasna por volta da meia-noite.
"Olhei para Maya e notei que ela havia mudado, seu penteado estava curto e estava mais magra. Eu a beijei, ela acordou e começou a chorar. Éramos estranhas uma para a outra. Ela queria ir para Hasna, tentava chegar até a ela e chorava. Mas pareceu reconhecer a minha vozvarias contas bet365alguma forma", disse Ziẓit, que havia perdido cercavarias contas bet36510 kg neste período.
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Ela abraçou a filha por três horas e verificou suas marcas - "uma no pescoço e outra na barriga" - para garantir que esta era mesmo Maya.
Foram registradas novamente como refugiadasvarias contas bet365Dortmund e iniciaram uma nova vida.
Meses depois, Hasna surpreendeu-se ao ser intimada a ir a um tribunal para enfrentar acusaçãovarias contas bet365tráficovarias contas bet365pessoas. Tudo o que Zizit podia fazer era desculpar-se. Nas semanas seguintes, a questão judicial pairou sobre elas.
"Não dormi nesse período", contou Hasna. "Foi a primeira vez que tivevarias contas bet365lidar com a polícia e a Justiça, mas sabia que não tinha feito nada errado".
No final, o juiz desculpou-se, elogiou a atitudevarias contas bet365Hasnavarias contas bet365ajudar uma amiga, e retirou as acusações.
Mãe e filha estãovarias contas bet365Dortmund há um ano como refugiadas. "Maya está feliz, ela fala alemão - mais que eu. Não quero dependervarias contas bet365ajuda. Quero trabalhar e pagar impostos, quero que minha filha seja educada e se torne uma médica como eu, ou qualquer coisa que ela quiser".
Zizit também está aprendendo alemão e espera chegar ao nível para poder atuar como médica no país.
Faria ela tudovarias contas bet365novo? "De maneira alguma", diz ela. E não recomenda a experiência a ninguém. "Não faça isso. Não venha como eu, é uma jornada muito perigosa".