Ebola: Brasileiros relatam medobullsbet grupo telegramcontaminação e mortes na Libéria:bullsbet grupo telegram

Homem observa cartaz advertindo sobre o ebola na Libéria (AP)

Crédito, AP

Legenda da foto, Homem observa cartaz advertindo sobre o ebola na Libéria, onde muitas pessoas duvidam que epidemia exista
Embaixador André dos Santos

Crédito, Itamaraty

Legenda da foto, Embaixador André dos Santos diz quebullsbet grupo telegramrotina foi afetada gradualmente pelo ebola

"Durante o velório, familiares e amigos tocam o corpo do falecido para 'dar sorte'", relata o diplomata. "As autoridades sanitárias proibiram tais práticas, passando a remover e a enterrar os corposbullsbet grupo telegramvalas coletivas. É claro que a população se revoltou e, até hoje, o governo tembullsbet grupo telegramlidar com uma resistência muito grande. É nesse contexto que ocorrem os enterros clandestinos."

"Cabe ressaltar também o estigma enfrentado pelas famílias que têm umbullsbet grupo telegramseus integrantes contaminado (vivo ou não): os sobreviventes são discriminados e tratados como párias."

'Não tem para onde fugir'

É no interior do país que atua a missionária católica brasileira Maria Teresa Moser, da Ordem Consolata. Em carta enviada a suas colegas brasileiras e à BBC Brasil, a irmã relata o casobullsbet grupo telegramuma comunidadebullsbet grupo telegramque maisbullsbet grupo telegram40 pessoas morreram por conta do vírus do ebola. Cercabullsbet grupo telegramoutros dez missionários foram contaminados.

"Em poucos dias, (a doença) matou muitas pessoas entre nós. Durante a guerra (civil liberiana, terminadabullsbet grupo telegram2003) a gente fugiabullsbet grupo telegramuma parte a outra para se defender. Agora não tem para onde fugir e sair. O ebola estábullsbet grupo telegramtodo lugar, é agressivo e impiedoso."

Ela conta que muitos moradores escondem seus mortosbullsbet grupo telegramcasa e não acreditam nas precauções ordenadas pelo governo.

"Os agentes que dão explicações sobre o ebola estão sendo perseguidos e ameaçados pelos moradores. (...) Em várias famílias, morreram até oito ou dez pessoas. Morrem jovens, velhos, gentebullsbet grupo telegramtodas as idades. Temos que evitar toda a demasiada aproximação com as pessoas, mesmo que (aparentem ser) saudáveis."

A embaixadabullsbet grupo telegramMonróvia diz que tem mantido contato direto com a pequena comunidade brasileira na Libéria,bullsbet grupo telegramapenas 21 pessoas.

Irmã Maria Teresa Moser, ao centro

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Irmã Maria Teresa Moser (centro) disse a colegas que famílias inteiras estão sendo contaminadas no interior da Libéria

Até esta terça-feira, o Itamaraty não havia determinado a evacuação dos brasileiros dos países mais afetados pela doença (Serra Leoa, Guiné, Libéria e Nigéria), mas pedia a suas representações diplomáticas que mantivessem contato próximo com eles para monitorar a situação.

O embaixador André dos Santos explica que "a sensaçãobullsbet grupo telegrampânico parece ter diminuído entre as pessoas com quem tenho conversado, graças a mecanismosbullsbet grupo telegramdefesa que desenvolvemos naturalmente".

Mas o diplomata ressalta que "infelizmente, as autoridades ainda não conseguiram quebrar o círculo vicioso da propagação do vírus, que hoje já afeta algumas localidades da regiãobullsbet grupo telegramfronteira com a Costa do Marfim".

"A epidemia já se espalhou por todo o país, mas há cercabullsbet grupo telegram4 milhõesbullsbet grupo telegramliberianos que não podem simplesmente pegar um avião e fugir. Esses continuam a lutar pela sobrevivência, vendendo artefatos chineses ou milho assado nos sinaisbullsbet grupo telegramtrânsito, jogando futebol na praia ou nas ruas, trabalhando nos mercados e no comércio, namorando e se casando", descreve.

"Loucura ou irresponsabilidade? Não, definitivamente não! É simplesmente a única coisa que podem fazer, independente da gravidade da situação."

Mortos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta é a maior epidemiabullsbet grupo telegramebola já registrada, com ao menos 2,6 mil infectados até agora. Cercabullsbet grupo telegrammetade deles morreram. Só na Libéria, já foram confirmadas 624 mortes.

Os sintomas da doença, que causa danos ao sistema nervoso central, incluem febre alta e sangramentos. Não há vacina, e alguns poucos doentes têm sido tratados com drogas experimentaisbullsbet grupo telegrampaíses como EUA e Grã-Bretanha.

A OMS alertou, nesta semana, que a epidemia contaminou também um "número sem precedentes"bullsbet grupo telegrammédicos e enfermeirasbullsbet grupo telegramáreasbullsbet grupo telegramrisco do oeste africano, por conta da ausênciabullsbet grupo telegramequipamentosbullsbet grupo telegramproteção ebullsbet grupo telegramequipes insuficientes para lidar com o surto.

"O ebola tirou a vidabullsbet grupo telegramproeminentes médicos na Serra Leoa e na Libéria", diz a OMSbullsbet grupo telegramcomunicado.