Indústria do coco cresce, mas alto desperdício gera desafio tecnológico:jogo dinossauro
- Author, Paula Adamo Idoeta
- Role, Da BBC Brasiljogo dinossauroSão Paulo
jogo dinossauro Em parte pelo calor,jogo dinossauroparte pelo apelo saudável, o consumojogo dinossauroáguajogo dinossaurococo tem crescido no Brasil entre 10% e 20% ao ano,jogo dinossauroacordo com Sindcoco (sindicato nacional dos produtoresjogo dinossaurococo). Mas não raro o destino da casca do coco verde é uma pilhajogo dinossaurolixojogo dinossauroalguma praia brasileira.
"É um mercado grande, mas o aumento da demanda tem gerado uma grande quantidadejogo dinossauroresíduos sólidos, que é um material problemático", explica Fernando Abreu, pesquisador da Embrapa no Ceará, um dos polos brasileirosjogo dinossauroproduçãojogo dinossaurococo. "Basta pensar que cada coco tem entre 2 kg e 2,5 kg, e até 70%jogo dinossauroseu peso está na casca."
Segundo Francisco Porto, presidente do Sindcoco, o Brasil produz anualmente 1 bilhãojogo dinossaurococos verdes (de onde é extraída a água) e 1 bilhãojogo dinossaurococos secos (matéria-prima do coco ralado e do leitejogo dinossaurococo).
Apenas 10% desse total é reciclado. "Quase tudo vai para o lixo. É um subaproveitamento."
Produtores e empresas consultados pela BBC Brasil explicam que a reciclagem tende a ser cara e trabalhosa. Esforços para reaproveitar o coco estão paradosjogo dinossauroalgumas cidades, mas, ao mesmo tempo, crescem as iniciativas – e as pesquisas –jogo dinossaurobuscajogo dinossaurousos cada vez mais inovadores e ecologicamente corretos do material.
De MDF à contençãojogo dinossauroencostas
Na linhajogo dinossaurofrente das pesquisas está a Embrapa (Empresa Brasileirajogo dinossauroPesquisa Agropecuária), que estuda uma formajogo dinossaurotransformar os resíduos do coco verdejogo dinossauroum material prensado semelhante ao MDF (compensadojogo dinossauromadeira). A ideia é que, no futuro, o produto final seja uma alternativa à madeira na produçãojogo dinossauromóveis.
"Nossa pesquisa já estájogo dinossaurofase final, avaliando a resistência do material", explica Fernando Abreu. "O que falta é um investidor, uma empresa que tenha interessejogo dinossauropassar um período aqui dentro (da Embrapa) para a transferência dessa tecnologia."
Seu colega Adriano Mattos cita também estudos para obter, a partir da casca, resinas e nanocristaisjogo dinossaurocelulose, que possam ser usados para aumentar a resistênciajogo dinossauromateriais plásticos.
Enquanto isso, recicladoresjogo dinossaurococo tentam difundir o usojogo dinossauroprodutos reciclados que já são mais conhecidos.
Um exemplo é o pó do coco triturado, que gera um substrato com alta capacidadejogo dinossauroabsorçãojogo dinossauroágua. Por isso, é usado como adubo na agricultura – por exemplo, na plantaçãojogo dinossaurocana-de-açúcar,jogo dinossauroflores ou mesmo dos próprios cocos.
"Para cada mil quilosjogo dinossaurocascajogo dinossaurococo, obtemos 300 kgjogo dinossauroadubo orgânico", explica à BBC Brasil Emerson Tenório, diretor-superintendente-executivo da Sococo, enpresa especializadajogo dinossauroprodutos com coco e que tem fábricasjogo dinossauroAlagoas e Pará.
Os resíduos também podem ser processados para gerar energia por meio da queima. E a fibra da casca é usada como substitutojogo dinossauroxaxins, para compor estofadosjogo dinossauroassentosjogo dinossauroveículos, para isolantes térmicos e para fazer mantas biológicas usadas na contençãojogo dinossauroencostas, evitando deslizamentos.
A empresa baiana Fibraztech, que iniciou seus trabalhos no ano passado, diz que a meta é produzir 6 milhõesjogo dinossaurometrosjogo dinossaurobiomantajogo dinossauro2014. O produto já é vendido para proteger encostas no Nordeste brasileiro, e a companhia quer agora vender para o exterior – estájogo dinossauronegociações para exportar ao Panamá.
"É um mercadojogo dinossaurogrande potencial, mas que precisa ser mais divulgado", diz Fausto Ferraz, diretor industrial da Fibraztech.
Mercado interno
Mas o principal mercado é mesmo o interno. Empresas e representantes do setor dizem que é muito difícil concorrer no exterior - seja vendendo a águajogo dinossaurococo ou os derivados reciclados – devido aos baixos salários pagos aos trabalhadores do sul da Ásia (em países como Indonésia e Sri Lanka), onde se concentra a maior produçãojogo dinossaurococo do mundo.
Tenório, da Sococo, calcula que, enquanto o Brasil tem 300 mil hectares plantadosjogo dinossaurococo, Filipinas e Indonésia tenham entre 4 e 5 milhõesjogo dinossaurohectares.
"O custo Brasil é alto, é difícil ganhar mercado lá fora competindo com a Indonésia", explica. Mas aqui no Brasil, diz ele, "só não se consome mais águajogo dinossaurococo porque não tem".
"A águajogo dinossaurococo é uma coqueluche mundial. O consumo do coco seco acompanha o crescimento da população, mas o do verde (de onde é extraída a água) tem crescido muito mais", diz ele.
Segundo Tenório, a Sococo recicla 100%jogo dinossaurosuas cascas, usadas tanto para biomantas quanto para adubar mudas.
Mas o reaproveitamento não traz lucros, diz ele. "Quando empatamos (com os custos) já estamos felizes. (A obtenção do substrato vegetal) é cara e complexa, são investimentos que duraram 15 ou 20 anos. E, pela produção se concentrarjogo dinossauropaíses pobres, as pesquisas são próprias e experimentais."