Tim Vickery: Por que os campeonatos estaduaisbetfair sporhoje precisam acabar:betfair spor

Estádio Maracanã após reforma para a Copa / Crédito da Foto: AFP Getty

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Legenda da foto, Com a faltabetfair sporinteresse nos estaduais, os estádios acabam ficando vazios nesses torneios

Do outro lado, a CBF (Confederação Brasileirabetfair sporFutebol) e as federações estaduais alertam para a importância das competições regionais para o desenvolvimento do futebol no país, já que elas são a única competição no ano para muitos clubes menores no país.

Leia abaixo a coluna:

No final do ano passado, quando chegou à final da Copa do Brasil, o Flamengo cobrou preços exorbitantes para o jogobetfair sporvolta que definiria o título no Maracanã (de R$ 250 a R$ 800). Um dos diretores do clube explicou que essa era uma necessidade, que eles estavam chamando os torcedores para ajudar o clube, porque nos primeiros mesesbetfair spor2014, durante o Campeonato Carioca, o Flamengo lucraria muito poucobetfair sporcaixa. A pergunta óbvia – ainda que eu não me lembre dela ter sido feita – é essa: que diabos o clube está fazendo ainda participando desse campeonato?

É inegável que os estaduais tiveram uma importância histórica e ajudaram muito a desenvolver o futebol no Brasil. Mas também é indiscutível que a hora deles passou. Na minha cabeça, eles morreram junto com o Plano Real. Qualquer estrutura era viável nos tempos da hiperinflação – tudo o que os clubes tinham que fazer era pagar atrasado. Masbetfair sporum mundo onde dois mais dois são quatro (com acréscimobetfair sporjuros), os estaduais logo se descobrem inúteis.

É verdade que algumas finais e os grandes clássicos ainda podem empolgar. Mas, no contexto do lixo que os envolve, eles têm sido tão raros agora que podemos compará-los com o anelbetfair sporouro engolido pelo cavalo. Dá para recuperar quando sair do outro lado, mas primeiro é preciso vasculhar muita coisa desagradável.

E o problema não é só a faltabetfair sporqualidade e interesse nos estaduais – é o efeito que eles têm no resto do calendário brasileiro, já tão cheio e desorganizado.

É como tentar colocar três litrosbetfair sporáguabetfair sporuma garrafa com capacidade para dois. Não há tempo para uma pré-temporada adequada, sem falar no enorme problemabetfair spordeixar o Brasil fora da sincronia com o resto do mundo. Não existe pausa doméstica para as datas Fifa, o que significa que os principais jogadores irão perder partidas pelos seus clubes quando estão servindo a seleção.

"Façam um estadual mais curto", dizem alguns, "e tudo irá ficar bem". Errado! Não importa se os estaduais tomam muito ou pouco tempo do calendário. Deixar os estaduais no início do ano tem, inevitavelmente, um efeito negativo no Campeonato Brasileiro.

Torcida do Flamenfo no Mané Garrincha / Crédito da Foto: AP

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Legenda da foto, Nos estaduais, estádios lotados são raridade e o interesse do público só vem com os clássicos

Esse ponto não é amplamente compreendido, já que o debate sobre os prós e contras dos pontos corridos infelizmente tem sido muito superficial. Mas é muito fácilbetfair sporentender.

O formato mata-mata, que existia antes, sem dúvidas levava o campeonato a ter finais empolgantes. Mas o preço pago por isso é que a fase inicial do torneio é sempre subvalorizada, nada mais do que um aquecimento para os jogos decisivos da fase eliminatória. Durante o mata-mata, a mesma coisa acontecia todo ano: na primeira parte monótona, eu ouvia "esse é o pior Campeonato Brasileiro da história". Depois, quando o torneio embalava e a empolgação aumentava, eu ouvia, às vezes das mesmas pessoas, a impressãobetfair sporque "esse é o melhor Campeonato Brasileiro da história".

O formatobetfair sporpontos corridos realmente não garante o mesmo clímax dramático. É verdade, sempre há algobetfair spordisputa na última rodada, mas, como aconteceu com o Cruzeiro no ano passado, o campeão pode ser definido com várias rodadasbetfair sporantecedência.

Mas o que você poderia perder no final, você ganha no começo – ou deveria ganhar. O pontapé inicial do campeonato é – ou deveria ser – uma grande festa do futebol. É o momento que todo torcedor,betfair sportodos os times, comemora. Cheiosbetfair sporesperança, o torcedor acredita que essa será a temporada que o seu time irá atingir todos os seus objetivos, sejam eles modestos ou não. Seja conquistar o título ou simplesmente escapar do rebaixamento, essa é a hora que todos podem ser seduzidos e podem deixarbetfair sporlado seu ceticismo.

Mas para isso acontecer, precisa haver uma pausa antes. Isso é básico e não-negociável. A magiabetfair sportorcer precisabetfair sporespaço para nascer e criar asas. Mas se o Brasileirão começa menosbetfair sporuma semana depois que o estadual acabou, não há tempo para essa magia nascer. O torcedor já está muito familiarizado com as deficiências do seu time. Qualquer magia já terá evaporado há tempos.

Alexandre Pato comemora gol pelo Milan / Crédito da Foto: Getty

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Legenda da foto, Corinthians tirou Alexandre Pato do Milanbetfair spor2013 pagando 40,5 milhõesbetfair sporreais

Eu só posso ver uma solução para os estaduais: os clubes pequenos, aqueles que não jogam nenhuma das divisões nacionais, podem jogar contra eles mesmosbetfair sporum formatobetfair sporliga, e então, ao longo do ano, eles enfrentam os clubes grandesbetfair sporuma Copa no meio da semana. Assim, as rivalidades regionais são respeitadas, os clubes menores são mantidosbetfair sporatividade e os grandes podem cuidar dos seus objetivos sem nada para atrapalhá-los.

Os clubes grandes estão competindobetfair sporum nível global agora. O Flamengo e o Corinthians estão disputando jogadores, não do São Cristóvão ou do Mogi Mirim, mas do Barcelona, do Milan ou do Manchester United. E eles estão perdendo – não só por motivos financeiros. Sinceramente, quem gostariabetfair sporjogar um campeonato estadualbetfair sporvezbetfair sporuma Liga dos Campeões da Europa?

E ainda o elemento bizarrobetfair sportudo isso é o fatobetfair sporos clubes grandes aceitarem com tanta facilidade um calendário que vai diretamente contra os seus interesses. Por que eles são tão relutantes para desafiar a estruturabetfair sporpoder do futebol brasileiro, onde eles têm menos voz do que os presidentes das federações estaduais?

Enquanto isso,betfair sporforma extraordinária e inspiradora, os jogadores resolveram preencher esse vazio. Pelo movimento do Bom Senso FC, que surgiu nos últimos meses, jogadoresbetfair sportodos os principais clubes brasileiros estão lutando pelo que eles chamambetfair spor"um futebol melhor para todos". As reivindicações deles são para dar prioridade máxima ao Campeonato Brasileiro – o que só pode significar o fim dos estaduais da forma como são organizados atualmente.

Eles compreenderam o problema político. Em um eco agradável dos protestos que encheram as ruasbetfair sporjunho passado e julho, os jogadores brasileiros têm se posicionado contra a oligarquia tradicional. É uma estrada que certamente irá levar a um conflito - alturabetfair sporque os grandes clubes, certamente tem que pararbetfair sporagir como cordeirinhos.