Febre por educação leva famílias a vender apartamentos na Ásia:cassino crash

Estudantes chineses (crédito: AFP)
Legenda da foto, Famílias na China estão apostando quase tudo no sucesso dos filhos

Em países como a Coreia do Sul e a China, a "febre por educação" está forçando as famílias a fazerem escolhas, às vezes radicais, para pagar as contas.

Há famílias que até vendem seus apartamentos para levantar dinheiro e mandar seus filhos para estudar no exterior.

'Gastos Extremos'

Andrew Kipnis, antropólogo da Universidade Nacional da Austrália e autorcassino crashum recente livro sobre o intenso desejo por educação na China, diz que o montante gastocassino crasheducação está "se tornando extremo".

Não são apenas as famíliascassino crashclasse média que estão gastando maiscassino crashinstrução. Operários também querem que seus filhos tenham uma vida melhor que a deles e veem a educação como o único meiocassino crashassegurar a mobilidade social. Alguns acabam endividados.

"As famílias estão gastando menoscassino crashoutras coisas. Há muitos casoscassino crashpaiscassino crashregiões rurais que deixamcassino crashpagar um segurocassino crashsaúde para gastar o dinheiro na educaçãocassino crashseus filhos", disse Kipnis. "Os pais podem ser forçados a adiar a construçãocassino crashuma casa nova para investir nos estudos dos filhos."

Estudantes da Universidadecassino crashFudan,cassino crashXangai (Reuters)
Legenda da foto, Milhõescassino crashjovens entram nas universidades chinesas todos os anos

Kipnis fez a maior partecassino crashsua pesquisa no distritocassino crashZouping, na provínciacassino crashShandong (leste da China), com famíliascassino crashclasse média e rurais.

"Pode ser (algo) muito intenso. Eles costumam pegar empréstimos com parentes. E é claro que algumas pessoas têm dificuldadecassino crashpagá-loscassino crashvolta", disse.

Uma pesquisa feita pelo Euromonitor constatou que a renda anual per capita disponível na China aumentou 63,3% nos cinco anos até 2012, mas as despesascassino crasheducação aumentaram quase 94%.

Projetocassino crashfamília

Educar uma criança se tornou um projeto da família. "É uma responsabilidade que vai além dos pais, também inclui avôs e avós", disse Todd Maurer, especialistacassino crasheducação asiática e sócio da consultoria Sinica Advisors.

Há evidênciascassino crashaltos níveiscassino crashgastos com educação na China, na Coreia do Sul,cassino crashTaiwan, Hong Kong e Cingapura. Esses gastos também estão aumentando na Índia e na Indonésia.

Na Coreia do Sul, as despesas no setor têm contribuído para alçar o endividamento familiar a níveis recordes. Segundo o Institutocassino crashPesquisa Econômica LG, 28% das famílias sul-coreanas não conseguem pagar as prestaçõescassino crashempréstimos, e seus salários não são suficientes para viver.

Uma grande parte dessa renda - 70% das despesas das famílias coreanas,cassino crashacordo com estimativas do Institutocassino crashPesquisa Econômica Samsungcassino crashSeul - vai para o ensino privado, para obter uma vantagem educacionalcassino crashrelação a outras famílias.

Famílias fazem cortescassino crashtodos os tiposcassino crashgastos domésticos, disse Michael Seth, professorcassino crashhistória coreana na Universidade James Madison (EUA) e autorcassino crashum livro sobre o zelo educacional da Coreia do Sul. "Há menos dinheiro para gastarcassino crashoutras coisas, como habitação, aposentadoria ou férias."

"Todos os paísescassino crashdesenvolvimento da Ásia, especialmente a China, parecem ter um padrão semelhante", disse.

Isso é explicado por um modelo altamente competitivo e por aspirações sociais crescentes.

"O sistemacassino crashensino coreano coloca uma enorme pressão sobre as crianças", disse o professor. "A única maneiracassino crashoptar por sair do sistema é não ter filhos. É tão caro educar uma criança que este é, sem dúvida, um fator para a baixa taxacassino crashnatalidade na Coreia do Sul."

Obsessão

A obsessão pela educação se tornou motivocassino crashpreocupação para o governo sul-coreano, ante os altos gastos familiares com aulas extracurriculares e escolascassino crashensino intensivo, com provas altamente competitivas.

Ainda quecassino crashníveis menores que os sul-coreanos, a "febre por educação" chinesa também pressiona o orçamento das famílias. Uma pesquisa recente da consultoria Mintel identificou que nove entre dez criançascassino crashclasse média chinesas fazem cursos extracurriculares pagos - que seus pais esperam que as ajude a entrarcassino crashuma boa universidade.

"Como o custo da educação aumentou e a disputa por vagascassino crashboas universidades ficou muito mais intensa, (as famílias) estão investindo maiscassino crashsuas economias para garantir que as crianças obtenham as notas necessárias", diz Matthew Crabbe, pesquisador da Mintel.

E 87% dos pais chineses entrevistados na pesquisa disseram que estão dispostos a financiar a educaçãocassino crashseus filhos no exterior - algo antes restrito aos chineses mais ricos -,cassino crashbuscacassino crashum "atalho" para o sucesso profissionalcassino crashseus descendentes.

Zhang Jianbai, que coordena uma escola particular na provínciacassino crashYunnan (sul do país), diz que pais do interior da China frequentemente vendem seus apartamentos para pagar o custo da educação no exterior.

Pais da Coreia do Sul levam os filhos a clínicas para tratamento do vídeocassino crashsmartphones (crédito: Getty Images)
Legenda da foto, Altos custos da educação aumentam pressão sobre estudantes asiáticos

No ano passado, cercacassino crash40 mil estudantes chineses foram a Hong Kong participarcassino crashprocessos seletivos para universidades americanas. Uma empresa chinesa que organiza essas viagens para a ex-possessão britânica cobra mil dólarescassino crashmédia pela jornada, para estudantes vindos da China continental.

E os pais desses estudantes pagam até US$ 8 milcassino crashdespesascassino crasheducação nos Estados Unidos, caso eles sejam aceitos.

"Os pais estão investindo seus últimos recursos no futurocassino crashseus filhos ao mandá-los ao exterior", diz Lao Kaisheng, pesquisadorcassino crashpolíticas educacionais na Universidade Capital Normal,cassino crashPequim.

Isso significa que, quando esses jovens se formarem, recairá sobre eles uma grande pressão para ganhar dinheiro rapidamente.

O debatecassino crashtorno da questão deve crescer à medida que aumenta o númerocassino crashformandos no exterior - serão 7 milhões neste ano, o que indica que seu diploma não terá a mesma vantagem competitiva no mercado que tinha antes.

Mas não é fácil combater a "febre educacional". Na Coreia do Sul ecassino crashoutros países do leste asiático, "é algo profundamente enraizado na cultura e baseado na realidadecassino crashque não há caminhos alternativos para o sucesso (profissional)", diz Michael Seth.

"Enquanto for assim, é racional que os pais gastem tanto e coloquem tanta pressão sobre seus filhos."