Em busca dos segredos do 'Homem Elefante':eleições betfair

Imagens do 'homem elefante' | Foto: arquivo BBC
Legenda da foto, Anomalias do 'homem elefante' são consideradas as mais severas já encontradas até hoje; face foi especialmente comprometida com crescimento ósseo exagerado
  • Author, Andrew Bomford
  • Role, Da BBCeleições betfairLondres

eleições betfair O homem elefante, cujo nome verdadeiro era Joseph Merrick, foi objeto da curiosidadeeleições betfairmuita gente, durante toda aeleições betfairvida na Inglaterra, inclusiveeleições betfairdiversos médicos da era vitoriana, que fizeram vários estudos sobreeleições betfairanomalia.

A históriaeleições betfairMerrick foi consagrada nos anos 1980 pelo diretor David Lynch, que levou às grandes telas o drama do britânico que tinha 90% do corpo deformado pelo que se acreditava ser uma neurofibromatose múltipla - doença degenerativa óssea que até hoje permanece incurável.

Exibido como um monstroeleições betfaircircos, Merrick chegou a ser visto como débil mental, já que tinha dificuldades para falar. O médico Frederick Treves foi quem mais se aproximoueleições betfairMerrick para tentar entendereleições betfairdoença.

Mas hoje, 123 anos depois da morteeleições betfairMerrick, cientistas acreditam que seus ossos contém segredos sobreeleições betfairanomalia que podem beneficiar a ciência médica.

Merrick começou a desenvolver a doença ainda quando criança. Apesareleições betfairter sido bastante examinado na época por vários médicos, a causa da má formação daeleições betfaircabeça, da curvatura acentuadaeleições betfairsua espinha dorsal, da pele cheiaeleições betfairsaliências, do braço direito mais crescido que o esquerdo, nunca foi totalmente esclarecida pela medicina.

Dilema do esqueleto

Esqueletoeleições betfairJoseph Merrick, o homem elefante | Foto: Queen Mary University of London
Legenda da foto, Mesmo depoiseleições betfairdecorridos 123eleições betfairsua morte, curiosidade sobre a doença que acometeu o 'homem elefante' permanece mais viva do que nunca

Ironicamente, a preservação do esqueletoeleições betfairMerrick é o que tem causado um dos maiores problemas para que se descubram os segredos do "homem elefante".

"O esqueleto, que tem bem mais do que 100 anos agora, é na verdade muito limpo", conta o professor Richard Trembath, vice-diretor do departamentoeleições betfairsaúde da Queen Mary University of London, que também é o responsável pela guarda do material.

"Isso representa um problema significativo. Em várias ocasiões ao longo dos anos, o esqueleto foi embranquecido com cloro no processoeleições betfairpreservação. Cloro não é um bom componente químico para se expor o DNA. Isso gerou um problema extra para conseguirmos extrair quantidades suficienteseleições betfairDNA com o objetivoeleições betfairfazermos o sequenciamento (genético)", explica Trembath.

Mas a esperança é aeleições betfairque o DNA que puder ser extraído venha a determinareleições betfairuma vez por todas a exata condição genética do "homem elefante".

Já existem diversas teorias. Por vários anos, acreditava-se que ele tinha neurofibromatose tipo 1, mas recentemente médicos começaram a acreditar que ele sofriaeleições betfairuma condição conhecida como síndromeeleições betfairProteus ou, possivelmente, uma combinação das duas.

Um timeeleições betfairgeneticistas da Queen Mary University of London, do King's College e do Museueleições betfairHistória Natural britânico está trabalhando atualmenteeleições betfairtécnicas para extrair o DNAeleições betfairoutros ossoseleições betfairidade similar aoseleições betfairMerrick, que também foram embranquecidos com cloro. Eles fazem os primeiros estudoseleições betfairossos similares (e não nos originais) para evitar ainda mais danos ao esqueleto do homem elefante.

Cloro é utilizado, às vezes, por laboratórios para remover traçoseleições betfairDNA. Por isso essa é a pior coisa que pode ser feita para os ossos, quando o objetivo é extrair informação genética.

Michael Simpson, participante da pesquisa | Foto: BBC
Legenda da foto, Simpson: "temos grande chanceeleições betfairobter um bom sequenciamento genético"

Para efeitoeleições betfaircomparação, a condição genética dos ossos do rei Ricardo III, encontradoeleições betfairmarço deste ano, enterrado por centenaseleições betfairanos debaixoeleições betfairum estacionamentoeleições betfairLeicester, no norte da Inglaterra, é bem melhor do que os ossoseleições betfairMerrick pelo fatoeleições betfairnunca terem sido alvejados com cloro.

As graves deformidades do homem elefante são facilmente notadas no esqueleto, mas restritas a apenas determinadas áreas do corpo. Seu crânio tem grandes saliênciaseleições betfairossos crescidos na fronte e no lado direito.

O braço direito e bem mais longo do que o esquerdo, que parece ser do tamanho normal. Seu fêmur direito (parteeleições betfaircima da perna) é bem mais longo e grosso do que o esquerdo. Sua coluna também é extremamente curvada, deixando o corpo todo torto.

"Quando Merrick estava sendo formado na barrigaeleições betfairsua mãe, é bem provável que uma alteração genética tenha acontecido, não antes do espermatozoide e o óvulo terem se juntado - mas provavelmente num estágioeleições betfairque existia um certo númeroeleições betfaircélulas, onde apenas algumas contribuíram para o desenvolvimento do problema", afirma Trembath.

Desafios

O esqueleto do homem elefante é mantido trancadoeleições betfairum pequeno museu do Royal London Hospital (Hospital Realeleições betfairLondres), onde normalmente não estáeleições betfairexibição. Este é o mesmo hospital onde Merrick passou seus últimos anos como amigo e paciente do famoso médico da era vitoriana, Frederick Treves, local onde ele morreria aos 27 anoseleições betfairidadeeleições betfairabrileleições betfair1890.

De acordo com Treves, Merrick morreu ao ter o pescoço deslocado enquanto dormia, por causa do grande pesoeleições betfairsua cabeça.

O timeeleições betfairgeneticistas que tenta extrair o DNA é liderado pelo médico Michael Simpson, do King's College. Em seu laboratório, ele tem trabalhadoeleições betfairsegmentoseleições betfairossos para tentar desenvolver novas técnicas para extrair informação genética a partireleições betfairmaterial severamente danificado por embranquecimento a cloro.

Os geneticistas tiveram sucessoeleições betfairobter o DNA, mas continuam trabalhandoeleições betfairmétodos para limpar o DNA severamente danificado para obter uma sequência genética completa.

Este passo é importante para se identificar onde o código genéticoeleições betfairMerrick sofreu alguma mutação. Para complicar a tarefa ainda mais, Simpsom acredita que os ossos também foram encerados (impermeabilizados com cera), o que também afeta o DNA.

Para completar essa tarefa, Simpson admite que "há alguns desafios".

"Com algumas otimizações, eu estou confiante que teremos sucesso. Nós temos uma grande chanceeleições betfairobter um bom sequenciamento do genético", diz Simpson.

A técnica envolve a perfuraçãoeleições betfairuma área para se obter uma pequena quantidadeeleições betfairpó do osso, tratamento com detergentes e enzimas para extrair proteína e assim remover o DNA.

Quando o trabalho começar no esqueletoeleições betfairMerrick, a intenção é fazer comparações entre o DNAeleições betfairáreas danificadas dos ossos com aeleições betfairáreas normais. Duas áreas principais foram identificadas para perfuração e obtenção do pó do osso: a parteeleições betfairdentro do crânio e a raizeleições betfairum dos dentes.

Resultados para a ciência

Além da curiosidade científica para descobrir a real condição médica do homem elefante, Trembath acredita que os resultados da pesquisa poderão ajudar a ciência médica moderna a entender melhor o processoeleições betfairdivisão celular.

"Este é um exemplo significativoeleições betfairtecido hiper desenvolvido", explica Trembath enquanto examina áreas crescidaseleições betfairosso no crânio.

"O entendimento da regulagem do crescimento celular é um das coisas mais fundamentais que precisamos conhecer. Isto está por trás do desenvolvimentoeleições betfairtumores e precisamos entender melhor como os tumores se desenvolvem", explica.

Ele aponta que o próprio Merrick era engajadoeleições betfairajudar os médicos vitorianos entendereleições betfairdoença. Maiseleições betfairum século depois, o trabalho ainda continua.

"Eu tenho a sensaçãoeleições betfairque ele (o homem elefante) é um parceiro sempre querendo nos ajudar a chegar lá. Ele representa um dos mais casos mais graveseleições betfairhiper crescimento (ósseo) já vistos. Por isso, essa é uma oportunidade única para obtermos conhecimentos fundamentais sobre biologia humana, e Merrick sabia que ele continha essa informação".